Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANA CAROLINA BAETAS – 11 MED UNIFAMAZ {síndrome dos ovários policisticos} Epidemiologia 80% dos casos de hiperandrogenismo em mulheres 5-10% das mulheres em idade reprodutiva Identificada em 30-40% das pacientes com infertilidade 90% das pacientes com ciclos irregulares. Fisiopatologia Hiperandrogenismo: • Causas: Desregulação da enzima formadora de androgênios nas adrenais e nos ovários; alterações periféricas na disponibilidade/sensibilidade e clearence de androgênios; inibição da secreção e pulsatilidade do FSH; alteração nos pulsos de GnRh com aumento dos níveis de Lh; alteração na aromatase; alterações na 5-alfa-redutase • Efeitos: Maior produção ovariana de androgênios; maior produção adrenal de androgênios; aumento da relação lh:fsh; aumento da testosterona livre e total; aumento das frações livres de androgênios e estrogênios circulantes; aumento da atividade androgênica e inibição da maturação folicular. O hiperandrogenismo e a anovulação podem ser causados por anormalidades em 4 compartimentos – ovariano (principal), adrenal, hipotálamo- hipófise e periférico • Alteração na secreção pulsátil do GnRh à Aumentos na síntese de LH x FSH. O aumento de Lh estimula a produção androgênica (causando hiperestrogenismo) e a escassez de FSH evita a estimulação adequada da aromatase. • Niveis altos de androgênios intrafoliculares à Atresia folicular. Inibem a secreção pulsátil do FSH, o que aumenta o LH, que estimula as células a produzirem mais androgênios. • Niveis elevados de androgênios à Anormalidades no perfil lipídico e acne • Estimulação do endométrio por estrogênios sem oposição à Hiperplasia endometrial. • Resistência insulínica à Atresia folicular e acantose nigricans • Ausência do desenvolvimento folicular à Anovulação, oligomenorreia ou amenorreia Obesidade: pode interferir no processo ovulatório por 3 mecanismos: 1. Aumento da aromatização periférica 2. Inibição da síntese hepática de shbg à Aumento da fracao livre de estradiol e testosterona 3. Aumento nos níveis de insulina à Estimulam a síntese de androgênios pelas células da teca Quadro clínico 1. Irregularidade menstrual: • Oligo/amenorreia: Devido ao estado anovulatório persistente e consequentemente a ausência de formação de corpo lúteo, não há produção de progesterona – não ocorrendo a queda dela, que desencadearia a menstruação. • Sangramento uterino disfuncional: Pela falta de produção de progesterona pela anovulação à Sangramento com padrão imprevisível pela instabilidade do endométrio, o que pode gerar hiperplasia endometrial e carcinoma. 2. Hiperandrogenismo: Hirsutismo, acne, seborreia e alopecia androgênica. Se grave, pode ANA CAROLINA BAETAS – 11 MED UNIFAMAZ ter timbre de voz grave, clitoromegalia ou hipertrofia muscular. 3. Obesidade: Tipicamente central. 4. Resistencia insulínica: Acantose nigricans 5. Intolerância a glicose e DM2: Disfunção das células beta 6. Dislipidemia e HAS: 70%. Niveis elevados de LDL e triglicerídeos e reduzidos de HDL. 7. Síndrome metabólica: Resistência insulínica + obesidade + dislipidemia aterogênica + HAS. Pelo menos 3 critérios. 8. Infertilidade, abortamento precoce e complicações na gravidez: Taxas de 30-50% de abortamentos precoces. Risco 2-3x maior de diabetes gestacional, parto prematuro e mortalidade perinatal. 9. Apneia obstrutiva do sono 10. Distúrbios psicológicos Diagnóstico É de exclusão. • Exame físico • Exames complementar: Tsh, prolactina, testosterona livre e total (tumores ovarianos; se >200 faz usg transvaginal); shhea (>700 sugerem neoplasia suprarrenal); 17- hidroxiprogesterona (<200 exclui hiperplasia suprarrenal congênita e >200 faz teste de estimulação do acth); excreção de cortisol livre na urina de 24h ou cortisol plasmático (>300 sindrome de cushing e investiga em mulheres com oligomenorreia + clínica sugestiva); progesterona na fase lútea média (21º e 24º dia do ciclo, <3 indica anovulação); avaliação de resistência insulínica como clampe euglicêmico hiperinsulinêmico; lipidograma Perfil endócrino da SOP: Aumento de androgênios ovarianos e adrenais; auemnto da testosterona total e livre, androstenediona aumentada, lh aumentado, fsh normal ou diminuído, aumento de estrogênios (principalmente estrona), resistência insulínica, aumento de prolactina (as vezes), diminuição de shbg pelo fígado. • Exame de imagem: o Usg transvaginal: 1 dos achados à 12 ou mais folículos medindo 2-9mm de diâmetro ou volume ovariano >10 • Estudo histopatológico do endométrio: o Histeroscopia e biópsia endometrial: >35 anos e sangramento anormal; em mulheres jovens com sangramento anovulatório refratário aos tratamentos hormonais. Critérios diagnósticos: 2 dos seguintes à Oligo/anovulação + sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo + ovários policísticos Diagnóstico diferencial • Gravidez • Hipotireoidismo • Hiperprolactinemia • Hiperplasia adrenal congênita • Tumor ovariano • Tumor adrenal • Síndrome de Cushing ANA CAROLINA BAETAS – 11 MED UNIFAMAZ Tratamento • Redução do peso • Anticoncepcionais orais: Preferência pelos que contenham progestógenos – norentidrona, ciproterona, progestogenio de 3ª geração, como norgestimato ou deostrel, drospirenona. Nenhum anticoncepcional se mostrou superior aos demais na redução do hirsutismo. à Supressão de lh, aumento de shbg (diminui a testosterona livre), reduz androgênios, redução da 5-alfa redutase, redução do risco de hiperplasia endometrial pela presença de estrogênio sem oposição. • Progestágenos: Para as pacientes que não são candidatas aos métodos combinados. à Progestágenos cíclicos (10-14 dias para regular a menstruação) e acetadto de medroxiprogesterona de depósito (via intramuscular) • Acetato de ciproterona • Finasterida • Espironolactona • Métodos estéticos na redução dos pelos. • Desejo de engravidar: Manejo da resistência insulínica à metformina ou glitazonas
Compartilhar