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CURSO DE NUTRIÇÃO PATOLOGIA E DIETOTERAPIA II DOCENTE DANNIELI ESPIRITO SANTO DISCENTE: MAYARA VIANNA DE MENEZES Diabetes - Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019-2020) Distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, que pode ser por de�ciência na produção de insulina na sua ação, ou ambos. A hiperglicemia está associada as complicações crônicas micro e macrovasculares, que aumentam a morbidade e o risco de mortalidade. Ainda é uma doença subestimada, porque cerca de 50% dos casos não são diagnosticados, seja por problemas no sistema de saúde, ou pelo início silencioso. É a 3ª maior causa de morte prematura (só �ca atrás da HAS e tabagismo). Alta carga no sistema de saúde devido ao alto nível de hospitalização pelas complicações. Necessidade de desenvolver novas estratégias para melhor ação sobre esse problema de saúde pública -> mudanças no estilo de vida e de hábitos alimentares. Fatores associados ao aumento: aumento do sedentarismo, transição epidemiológica, rápida urbanização, estilo de vida moderno, maior frequência de excesso de peso, aumento do envelhecimento populacional. Ainda não se sabe se as complicações crônicas do DM são devido à hiperglicemia ou às condições associadas (resistência a insulina, glicação de proteínas, alterações lipídicas, etc), sendo essas complicações as principais causas de mortalidade precoce. Indivíduos com baixo peso ao nascer tem maior risco de desenvolver RI e DM tipo 2 no futuro ou síndrome metabólica (maior inclusive do que em pacientes com macrossomia ao nascer). Prevenção: atenção à saúde de modo e�caz - Primária: prevenção do início (estimular o aleitamento e evitar o uso de leite de vaca nos 3 primeiros meses) - Secundária: prevenção de suas complicações agudas e crônicas - Terciária: reabilitação e limitação das incapacidades decorrentes das complicações Desenvolvimento do DM1: hipótese dos neo autoantígenos: geram estresse a célula beta, quando há fatores como: excesso de peso, microbiota intestinal inadequada, exposição precoce a determinados alimentos (glúten), estresse, excesso de peso ou crescimento rápido, infecções. Assim, as células beta vão à falência por destruição autoimune. Num estágio pré-diabético, se não houver combate aos fatores de risco há evolução para a doença propriamente dita, aumentando risco de complicações. O objetivo do tratamento é manter o bom controle metabólico (diminui risco de complicações) -> através do controle glicêmico. Classificação: 1. Diabetes me�itus tipo 1: doença autoimune, poligênica, que ocorre devido a destruição das células beta pancreáticas, produtoras de insulina. Devido a isso, o indivíduo passa a ter de�ciência completa de insulina no organismo, o que causa a hiperglicemia. Mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens (alguns casos) - Em adultos pode ser denominada LADA (diabetes autoimune latente em adultos) - desenvolvimento mais lento e progressivo Não há evidências de que exista diferença no risco das complicações entre os subtipos. ● DM tipo 1A: forma mais frequente, de caráter autoimune (positividade de 1 ou mais autoanticorpos - relação com HLA). ○ Início abrupto (geralmente) - cetoacidose diabética sendo a 1ª manifestação (principal causa de óbitos) ○ Fatores predisponentes: fator genético, ambiental (infecção viral, componentes dietéticos, microbiota) ○ Marcadores laboratoriais: (não é utilizado de maneira rotineira na prática) ■ Ac anti-ilhota (ICA), auto Ac anti-insulina (IAA), Ac antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD), Ac antitirosina-fosfatase IA-2 e IA-2B e Ac transportador de zinco ■ Geralmente aparecem elevados antes da hiperglicemia ser detectada e do aparecimento de sintomas, caracterizando um estágio pré-diabético (pode durar meses a anos) ■ Quanto maior o valor dos Ac, maior chance de desenvolver DM ● DM tipo 1B (idiopática): não há detecção de autoanticorpos, o que pode di�cultar o diagnóstico (pode confundir com outras formas de DM). Recomendações iguais a DM tipo 1A. 2. Diabetes me�itus tipo 2: (90-95% dos casos de DM) - Etiologia complexa e multifatorial (fatores genéticos + estilo de vida) Mais comum em adultos a partir dos 40 anos, mas já foi identi�cado em crianças e jovens (porque o estilo de vida tem forte in�uência) - DCV são a principal causa de óbitos - Sinais que aparecem junto com a hiperglicemia: hiperglucagonamia, resistência a insulina nos tecidos periféricos, aumento da produção de glicose pelo fígado, aumento da lipólise e dos ácidos graxos livres circulantes, de�ciência na síntese e secreção de insulina. - Não possui marcadores laboratoriais que sejam especí�cos, mas a obesidade quase sempre está associada. ● Diagnóstico: geralmente através de exames de rotina ou por manifestações das complicações crônicas (quase sempre é assintomática por muito tempo). ○ Mesmo assintomático, se o paciente tiver algum fator de risco (DMG, idade avançada, história familiar, hipertensão arterial, etc), deve fazer o rastreamento, para garantir o diagnóstico precoce ● Sintomas clássicos: poliúria, polidipsia, polifagia, emagrecimento inexplicado. Pacientes com esses sintomas não precisam de jejum para dosagem da glicemia (dosagem ao acaso) e não precisa repetir o exame se der >200mg/dL ● DM tipo 2 em jovens: A �siopatologia consiste também em falência das células beta, resistência hepática à insulina e alteração na função da célula beta ○ Resultado: aumento da produção hepática de glicose, �ltração renal da mesma e lipólise, porque a glicose não consegue entrar na célula. Leva a hiperglicemia. ○ Idade de maior incidência: 13 anos. (relação com estágio III da classi�cação de Tanner). Geralmente apresentam poliúria, polidipsia e emagrecimento discreto. ○ Fatores de risco: história familiar de hipercolesterolemia e DM, baixo peso ao nascer (aumenta o risco de RI), obesidade. ○ Tratamento: mudança do estilo de vida em combinação com uso de metformina. A falha da monoterapia pode ser rápida. Pacientes com HbA1c > 8,5% devem associar insulina basal junto com a introdução da metformina. ○ Acompanhamento: deve ser feito acompanhamento anualmente para rastreamento de complicações crônicas e acompanhar o risco CV. 3. Diabetes me�itus gestacional (DMG) A gestação já é uma condição diabetogênica, porque a placenta produz hormônios hiperglicemiantes e enzimas que degradam a insulina, com o objetivo de garantir o suprimento de glicose para o feto. Consequência: maior produção de insulina, mas há resistência a ela, para que seja direcionada para o bebê. Essa produção aumentada de insulina pode levar a disfunção na célula beta = diabetes gestacional - Geralmente diagnosticada no 2º ou 3º trimestre. Pode persistir após o parto, o que con�gura fator de risco para desenvolver DM tipo 2. - Aumenta o risco de complicações materno-fetais (risco de parto cesáreo, RN com sobrepeso e hipoglicemia neonatal) Fatores de risco para DMG ● Idade materna avançada ● Baixa estatura (< 1,5m) ● Sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gestação atual ● Deposição central excessiva de gordura corporal ● Síndrome de ovários policísticos (SOP) ● História familiar de DM em parentes de 1º grau ● Crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gestação atual ● Antecedentes de abortos de repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG Existem outras formas de DM que são menos comuns e possuem apresentação variada (dependendo do que desencadeou): ● DM neonatal: na maioria dos casos é transitório, de caráter genético. RN com baixo peso ao nascer e hiperglicemia desenvolve-se nas primeiras semanas. Diagnosticado nos primeiros 6 meses, podendo haver remissão com recidiva na puberdade ou ser permanente. Diagnóstico: ● Gestantes: na 1ª consulta pré-natal deve-se investigar DM preexistente, pois pode haver má formação fetal e outras complicações. ○ Valor de corte para glicemia em gestantes: <92mg/dL em qualquer fase (valores entre 92-126mg/dL con�rmam DMG) ○ Gestantesem diagnóstico de DM ou DMG: realizar teste oral de tolerância a glicose (TOTG) entre 24-28 semanas (glicemia em jejum + 1 e 2h após sobrecarga de 75g de dextrose) - 1 único ponto alterado = DMG ○ Recomenda-se HbA1c <6,5% para diabéticas antes da gestação. Gestantes: Exames usados para diagnóstico: Normal Pré-diabetes Diabetes Glicemia de jejum (mg/dL) <100 100 a 125 ≥ 126 Glicemia 2h (TOTG c/ 75g de dextrose) (mg/dL) <140 140 a 199 ≥ 200 Hb glicada (%) <5,7 5,7 a 6,4 ≥ 6,5 (Valores diagnósticos para DM recomendadas pela ADA e SBD) 1. Glicemia: usada como critério de de�nição para DM. - Interferentes pré-analíticos: após a coleta, as hemácias começam a metabolizar a glicose da amostra. Para evitar isso, usa-se tubos especí�cos com gel ou substâncias que impedem essa ação (devem ser centrifugados no tempo e rotação correta para garantir a estabilidade da amostra). 2. Hemoglobina glicada (HbA1c): melhor parâmetro preditor de complicações (relacionada ao risco CV). Considerado padrão ouro para avaliar controle metabólico. Também usada como critério diagnóstico pela maior estabilidade (até 7 dias refrigerado). Não é necessário jejum e apresenta baixa variabilidade ao estresse. Valores normais: 4-6% ● Possibilita a estimativa da glicemia nos últimos 3-4 meses (tempo de vida das hemácias), já que a ligação da glicose com a hemoglobina é irreversível. ○ Representa 50% do controle glicêmico no último mês e 50% aos 2-3 meses anteriores - Métodos disponíveis: cromatogra�a de troca iônica (padrão ouro), cromatogra�a por a�nidade por boronato, imunoensaio de inibição turbidimétrica - As metas de controle para adultos variam entre 6,5% a 7% - considerando cada caso em particular, para evitar risco de hipoglicemia (pacientes com doenças que predispõem a hipoglicemias podem ter ponto de corte mais alto) Hemoglobinas variantes: podem ser causas de hemoglobinopatias (doenças causadas por mutações na hemoglobina). Existem mais de 1700 formas variantes. Nos casos de homozigose, não é possível dosar a HbA1c (apenas em heterozigose). Nesses casos, pode-se usar a frutosamina. Interferentes: REDUZ: anemia hemolítica, hemorragias (reduz o tempo de vida das hemácias), excesso de vitaminas C e E (podem inibir a glicação). AUMENTA: hipertrigliceridemia (afeta a turbidez), hiperbilirrubinemia, IR, alcoolismo crônico, anemia ferropriva. Recomendação: realizar trimestral (para garantir bom controle) aliado a automonitorização capilar frequente (cerca de 6x) 3. Glicemia pós-prandial: dosagem da glicemia 2h após fazer uma refeição rica em carboidratos. 4. Frutosamina: corresponde a todas as proteínas que são glicadas. É mais usada quando a HbA1c não pode ser usada por algum problema. 5. 1,5-anidroglucitol: similar a glicose, mas aparece inversamente proporcional à hiperglicemia no plasma, pois a glicose quando maior que o limiar renal impede a reabsorção do 1,5-AG. 6. Albumina glicada: análoga a HbA1c. Associada a desfechos renais de DM 7. Automonitorização diária da glicemia capilar: está relacionada a melhor controle da HbA1c, e diminui risco de complicações agudas (cetoacidose e hipoglicemia). Ideal: 6 medições/dia (antes das refeições principais, antes e 2h após, ao deitar (e uma vez no mês uma dosagem de madrugada). a. Desvio padrão: mede a variabilidade da glicemia em um período. Quanto maior o DP, maior a variabilidade (deve ser < 50mg/dL). b. Coe�ciente de variação: avalia a estabilidade glicêmica (se > 36% há mais risco de hipoglicemia = mais instabilidade glicêmica). c. Tempo no alvo (TIR - Time in Range): indica por quanto tempo no último período selecionado (mês, semana), o paciente manteve a glicemia entre 70-180mg/dL. Além disso, emite alerta para risco de hipo ou hiperglicemia em 3 níveis. Correlaciona com o risco de complicações microvasculares. i. Quanto menor a % do TIR, signi�ca que a HbA1c está maior (porque a glicemia �cou fora desse valor preconizado de 70-180mg/dL) - para cada 10% de mudança, a HbA1c varia 0,8% 8. Monitorização contínua de glicose: realizada a partir de sensor que �ca acoplado na pele e localizado no interstício, realizando a dosagem da glicemia a cada 5 minutos. ★ Útil para paciente que apresentam hipoglicemia assintomática Permite a programação de alarmes quando determinados valores baixos de glicemia forem atingidos, para evitar uma hipoglicemia. Pode ser junto com a bomba de insulina ou isolado. Lag time: diferença entre as medidas da glicemia capilar e intersticial (ex: uma glicemia no sensor de 76mg/dL com seta de tendência para baixo, pode corresponder a uma capilar de 50mg/dL - mais importante considerar as setas) 9. Monitorização de cetonas na urina e sangue: monitorização através de �tas de aferição capilar deve ser feita em pacientes doentes e com hiperglicemias mantidas (>250mg/dL). ★ Monitorização em mulheres pré-gestação com DM: HbA1c recomendada pré-gestação: < 6,5% (medida 1x a cada trimestre) Após a concepção: monitorização capilar pré e 1h pós-prandias em todas as refeições (7/dia, geralmente) - Pré-prandial recomendado para ajustar insulina rápida/ultrarrápida - Pós-prandial recomendado para controle glicêmico e evitar pré-eclâmpsia ★ Monitorização em gestantes com DMG: Monitorização da glicemia capilar 4x ao dia (Metas glicêmicas) Resistência a insulina (RI): estado onde o indivíduo precisa de doses de insulina maiores que o normal para ter uma resposta normal. Estado �siológico na gestação e na fase pré-puberdade (in�uência dos hormônios sexuais e do crescimento). No envelhecimento, a RI pode ocorrer por: - acúmulo de gordura visceral associado a redução da atividade física, - aumento da sarcopenia, - redução �siológica da função mitocondrial, em função da idade ● Acantose nigricans: manifestação cutânea da RI, com hiperpigmentação de aspecto aveludado, que ocorre nas axilas, pescoço e região inguinal. ● SOP também pode estar presente, com hirsutismo, distúrbios menstruais associados a baixa SHBG e predominância de LH AVALIAÇÃO DA RI: ● TOTG: usado para diagnóstico de intolerância a glicose e DM2, com dosagens em jejum e 30, 60, 90 e 120 minutos após beber a solução de 75g de dextrose. Reflete a eficiência que o organismo metaboliza a glicose após sobrecarga oral. Representa o nível de tolerância de um organismo à glicose, e não necessariamente a resistência à insulina (para isso são usadas fórmulas matemáticas). ● Índice HOMA-IR: re�ete a RI no fígado e pressupõe que a RI periférica seja equivalente. - Fígado produz 90% da glicose no jejum para manter o metabolismo dos órgãos como do SNC (⅔). O ⅓ restante é usado pelo músculo esquelético e fígado, por serem dependentes de insulina. - Níveis elevados de glicose ou insulina são sugestivos de RI. ● Fenótipo cintura hipertrigliceridêmica: presença de circunferência da cintura (CC) e triglicerídeos aumentados. Fator preditor de risco CV, RI e desenvolvimento de DM. ● Marcadores antropométricos de RI: através da circunferência da cintura, relação cintura-altura (ponto de corte: 0,5) e circunferência do pescoço (correlação com excesso de peso, risco CV, síndrome metabólica, RI, espessura da carótida). Rastreamento de DM2 em pacientes assintomáticos: Objetivo: diagnóstico e tratamento precoce de DM2 ou do estado pré-diabético -> minimizar o desenvolvimento de complicações. ★ População alvo: > 45 anos ou em qualquer idade quem tiver sobrepeso/obesidade, HAS ou história familiar de DM2. Outros fatores de risco: história prévia de DMG, uso de corticoides, diuréticos tiazídicos e antipsicóticos. ★ Medidas de tratamento/prevenção para pacientes pré-diabéticos: mudanças no estilo de vida (dieta, atividade física), junto ou não com intervenções farmacológicas (metformina é o mais seguro). Síndrome metabólica: engloba indivíduos com maiores chances de desenvolver complicações CV. Fatores incluídos: obesidade visceral, dislipidemia aterogênica, hipertensão, hiperglicemia e RI, e redução do HDL. ● Crianças e adolescentes: 1º passo é determinar a circunferência abdominal.Falta de padronização de local para aferição di�culta. Em < 10 anos, não deve diagnosticar SM, mas pode recomendar perda de peso se necessário. > 10 anos, diagnostica SM se: obesidade abdominal associada a 2 ou mais critério clínicos.Uso de valores % ● Adultos: o risco de desenvolver DM ou DCV não está relacionado ao peso, e sim ao grau de sensibilidade ou resistência a insulina e a presença ou não de SM. No entanto, indivíduos obesos tem maiores chances de apresentar RI. - O risco de DM aumenta de acordo com o número de fatores de SM Mudanças no estilo de vida para tratamento de DM: 1. Orientação nutricional: alcançar o bom controle glicêmico reduz o risco de complicações microvasculares e DCV. A terapia nutricional prioriza o equilíbrio de macronutrientes, tendo impacto na redução da HbA1c. Quando associado a outras estratégias de manejo, os resultados são ainda mais favoráveis. - Abordagem deve considerar aspecto comportamental, sendo o indivíduo o centro da atenção (paciente deve estar disposto a mudar) - prescrição individualizada - Requer mudanças no estilo de vida, e pro�ssionais capacitados para executar a educação nutricional, prezando por uma alimentação equilibrada e variada, além da prática de exercícios físicos. - Objetivos da EAN: dar autonomia, orientar o autogerenciamento e a resolução de problemas, incentivar o autocuidado. Deve incluir o paciente e toda a família - Outros objetivos da TN: atender as necessidades nutricionais, manter ou atingir o peso ideal saudável, alcançar as metas de glicemia de controle, adequar a pressão arterial e per�l lipídico (uso de fármacos, se necessário). - Importante fazer o controle do peso corporal, independente do tipo de DM. - Redução inicial de 5-7% de peso corporal melhora o controle glicêmico e reduz a necessidade de hipoglicemiantes. - Dé�cit calórico de 500-750kcal/dia ou fornecer 1200-1500kcal/dia (M) e 1500-1800kcal/dia (H). - Segundo OMS, a prescrição de CHO não deve ser <130g/dia para adultos, pq é uma fonte energética importante principalmente para o cérebro - ferramenta: contagem de carboidratos (além de PTN e LIP) - Dieta com CHO de baixo IG apresenta resultados de redução da HbA1c - Fibras podem auxiliar atenuando a resposta à insulina e prevenir DM2, e na velocidade de absorção da glicose, além de apresentarem menor risco de DCV - A prescrição de PTN deve ser avaliada principalmente em pacientes com doença renal, para evitar risco de complicações bem como de desnutrição. - A suplementação de micronutrientes não é indicada para controle do DM (falta de evidências) - De�ciências mais evidentes: magnésio e zinco, devendo ser compensadas com alimentação - Controle de bebidas alcoólicas, porque prejudica o controle diabético por interferir na ação da insulina e aumentar o risco de hipoglicemia 2. Protocolo para perda de peso: considerar o tratamento medicamentoso junto com (ou não) da cirurgia metabólica, que deve ser realizada em centro especializado com equipe multipro�ssional experiente. Além disso, realizar o planejamento dietoterápico e o manejo clínico adequadamente, considerando cada caso e a condição do paciente. 3. Consumo de gorduras e saúde CV: consumo elevado de AG saturado, gorduras trans e CHO simples levam ao aumento de LDL, RI, pressão arterial, estresse oxidativo, in�amação e reduz HDL = aumento do risco de formação da placa aterosclerótica a. Substituição por AG mono e poliinsaturados apresenta efeitos protetor contra aterosclerose. 4. Exercício físico e DM: importante para a prevenção de DM 2 e tratamento de todas as formas de DM. Além disso, tem os seguintes benefícios: - Redução do risco cardiovascular - Promoção do bem-estar - Controle do peso corporal e adiposidade Deve ser uma combinação de exercício aeróbico com exercícios resistidos (este último pode aumentar a glicemia, evitando o risco de hipoglicemia pós-exercício) - fazer o exercício resistido antes pode ser uma estratégia. - HIIT: alternativa para jovens bem condicionados, porque melhora o pico de VO2 e a rigidez arterial, possibilitando maior estabilidade glicêmica e menor risco de hipoglicemia. 5. EAN e DM: Importante acompanhar e respeitar os 5 estágios da mudança de comportamento: pré-contemplação, contemplação, preparação, ação e manutenção. - Importante ter uma equipe multipro�ssional que realize ações educativas, que permitem a ampliação da compreensão dos indivíduos e sua autonomia nas suas escolhas comportamentais diante da sua condição de saúde (DM). - Desenvolvimento de ações educativas de acordo com cada grupo (crianças, lactentes, adultos, idoso…) e da conscientização de toda a família Uso de suplementos ● Whey protein: alguns estudos apresentaram melhora no controle glicêmico, perda de peso, preservação da massa magra, Possibilidade do uso do whey como terapia alternativa. ● Creatina: estudos apresentaram melhor expressão do GLUT 4, melhora do controle glicêmico, não causando prejuízo renal, quando associada ao exercício físico ● Cafeína: embora alguns estudos mostrem maior risco de hipoglicemia tardia, esta foi melhor observada (reduzindo o risco durante ou após o exercício) - efeito protetor ● Isomaltulose (palatinose): útil durante exercícios de endurance em diabéticos ● Canela: parece auxiliar no controle glicêmico ● Feno grego, melão amargo, resveratrol, curcumina: necessários estudos complementares devido a variedade de resultados ● Probióticos e prebióticos: parecem ser alternativas promissoras para a prevenção e o tratamento do DM e da síndrome metabólica. Complicações crônicas ● Dislipidemia e risco cardiovascular ● Doença coronariana ● Hipertensão arterial sistêmica ● Doença renal ● Pé diabético ● Neuropatia ● Retinopatia ● Infecções (pneumocócica, urinária, otite, periodontite, tuberculose, hepatites virais, infecções de pele, candidíase) Paciente hospitalizado ● Manejo da hipoglicemia hospitalar, cetoacidose diabética ● Preparo de pré-operatório: avaliação constante para manter o controle glicêmico controlado ● Síndrome glicêmica hiperosmolar não cetótica
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