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Livro Políticas de Informação

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Prévia do material em texto

Indaial – 2019
Políticas de informação
Profª. Daniella Camara Pizarro
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Profª. Daniella Camara Pizarro
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
P695p
 Pizarro, Daniella Camara
 Políticas de informação. / Daniella Camara Pizarro. – Indaial:
UNIASSELVI, 2019.
 180 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0401-7
 1. Políticas públicas de informação. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 020
III
aPresentação
Prezado acadêmico, seja bem-vindo!
É uma satisfação estar aqui para refletirmos sobre este importante 
elemento curricular de sua formação acadêmica e profissional. Este livro 
didático, direcionado à disciplina de “Políticas de Informação”, pretende 
proporcionar a você conhecimentos obrigatórios presentes na ementa desta 
referida disciplina. 
Para facilitar nossa caminhada, vamos trabalhar esses conteúdos 
reagrupados e inter-relacionados de forma coerente em três unidades. 
Na Unidade 1, vamos compreender o que significa o desenvolvimento de 
coleções, bem como refletir algumas questões: por que, para quem, onde 
e como desenvolvemos coleções. E, por fim, compreender a finalidade da 
Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções. 
Na Unidade 2, vamos estudar os aspectos sociais, políticos e análise 
de políticas públicas, seguido da contextualização de políticas públicas 
culturais. 
Na Unidade 3, abordaremos as políticas públicas de informação no 
cenário nacional, as políticas públicas do livro, leitura e bibliotecas no país. 
E, por fim, as políticas públicas relacionadas às minorias sociais, como, por 
exemplo, os idosos e as populações de origem africana.
Sugerimos a leitura atenta de cada unidade deste livro didático, bem 
como após cada leitura, exercite seus conhecimentos por intermédio das 
respostas das autoatividades. Estas foram preparadas visando auxiliar você 
a reforçar e fixar seu aprendizado nesta disciplina. É importante lembrar que 
devemos ter uma boa gestão do tempo de estudo na qual possamos praticar 
uma leitura atenta, calma e que possamos nos concentrar nas reflexões aqui 
propostas. Desejamos um ótimo estudo e que este material possa contribuir 
para a sua formação e para sua prática futura como bibliotecário!
Tudo de bom!
Profª. Daniella Camara Pizarro
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer teu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em tuas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela terás 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar teu crescimento.
Acesse o QR Code, que te levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para teu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nessa caminhada!
LEMBRETE
VII
UNIDADE 1 – POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO ..........................................................1
TÓPICO 1 – O CONCEITO DE POLÍTICA DA INFORMAÇÃO ....................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 O QUE SÃO POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO? ...............................................................................3
2.1 TIPOS DE POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO .................................................................................7
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................10
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................11
TÓPICO 2 – PANORAMA DAS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO ..............................................13
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................13
2 ABORDAGENS SOBRE AS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO NA CIÊNCIA DA 
INFORMAÇÃO: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................................................14
2.1 O ESTADO INFORMACIONAL E A POLÍTICA DE INFORMAÇÃO ....................................16
2.2 O EXERCÍCIO DA CIDADANIA E A INFORMAÇÃO COMO DIREITO UNIVERSAL 
 DE TODO CIDADÃO .....................................................................................................................18
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................22
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................24
TÓPICO 3 – SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE 
INFORMAÇÃO ................................................................................................................27
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................27
2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO: O QUE SÃO? ......................................................27
3 POLÍTICA NACIONAL DE INFORMAÇÃO E OS CONCEITOS DE 
 INFRAESTRUTURA DE INFORMAÇÃO E DA “SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO .........30
4 POLÍTICAS PÚBLICAS, MICROPOLÍTICAS E O REGIME DE INFORMAÇÃO .................35
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................40
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................52
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................54
UNIDADE 2 – POLÍTICAS PÚBLICAS: ASPECTOS SOCIAIS, ANALÍTICOS E 
 CULTURAIS ...................................................................................................................57
TÓPICO 1 – ASPECTOS SOCIAIS, POLÍTICOS E DE ANÁLISE DE POLÍTICAS 
 PÚBLICAS: DA ANÁLISE ATÉ OS MODELOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS .......59
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................592 POLÍTICAS PÚBLICAS E OS PAPÉIS DO GOVERNO E SEUS ATORES...............................60
3 ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS ............................................................................................63
4 MODELOS TEÓRICOS PARA COMPREENSÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ..................67
4.1 MODELO SEQUENCIAL OU DO CICLO POLÍTICO (POLICY CICLE) ................................67
sumário
VIII
4.1.1 Metáfora dos fluxos múltiplos (Multiple Streams Framework) ...........................................69
4.1.2 Modelo do equilíbrio interrompido (Punctuated Equilibrium Theory) .............................73
4.1.3 Quadro teórico das coligações de causa ou de interesse (Advocacy Coalition 
 Framework – ACF) ....................................................................................................................75
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................83
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................93
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................95
TÓPICO 2 – POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS .........................................................................97
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................97
2 O QUE SÃO POLÍTICAS CULTURAIS? .........................................................................................97
3 POLÍTICAS PÚBLICAS CULTURAIS NO BRASIL ......................................................................99
4 PLANO NACIONAL DE CULTURA (PNC) ..................................................................................102
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................105
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................107
UNIDADE 3 – DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO NO CONTEXTO 
 NACIONAL ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS DO LIVRO, DA LEITURA 
 E PARA BIBLIOTECAS ............................................................................................109
TÓPICO 1 – POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO NO CENÁRIO NACIONAL.......111
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111
2 GOVERNO ELETRÔNICO COMO UMA POLÍTICA PÚBLICA DE INFORMAÇÃO .......112
3 PROGRAMA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO, O LIVRO VERDE E O LIVRO 
 BRANCO ..............................................................................................................................................115
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................120
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................128
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................130
TÓPICO 2 – POLÍTICAS PÚBLICAS DO LIVRO, DA LEITURA E PARA BIBLIOTECAS
 NO BRASIL ......................................................................................................................133
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................133
2 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA AS BIBLIOTECAS NO BRASIL .............................................133
3 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO: CONHECENDO A POLÍTICA 
 NACIONAL DO LIVRO E O PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA (PNLL) .....138
3.1 EIXO 1 – DEMOCRATIZAÇÃO DO ACESSO...........................................................................140
3.2 EIXO 2 – FOMENTO À LEITURA E À FORMAÇÃO DE MEDIADORES ...........................142
3.3 EIXO 3 – VALORIZAÇÃO INSTITUCIONAL DA LEITURA E INCREMENTO DO 
 SEU VALOR SIMBÓLICO ............................................................................................................143
3.4 EIXO 4 - DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA DO LIVRO..............................................145
3.5 POLÍTICA NACIONAL DE LEITURA E ESCRITA (PNLE) ...................................................146
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................149
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................150
TÓPICO 3 – POLÍTICAS PÚBLICAS, MINORIAS E MOVIMENTOS SOCIAIS: 
CONHECENDO AS POLÍTICAS PÚBLICAS E AS POLÍTICAS 
INFORMACIONAIS VOLTADAS A ESSE PÚBLICO ...........................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................153
2 POLÍTÍCAS PÚBLICAS PARA AS PESSOAS IDOSAS: BREVE 
 CONTEXTUALIZAÇÃO ...................................................................................................................154
IX
2.1 POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO ...........................................................................................158
2.2 ESTATUTO DO IDOSO .................................................................................................................160
2.3 POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE DA PESSOA IDOSA .....................................................160
2.4 PENSANDO O IDOSO E O ACESSO ÀS TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO 
 E INFORMAÇÃO (TICs) ..............................................................................................................161
3 POLÍTICAS PÚBLICAS PELA PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL: 
 MOVIMENTOS SOCIAIS NEGROS E A INFLUÊNCIA EM POLÍTICAS PÚBLICAS
 PARA A POPULAÇÃO NEGRA .....................................................................................................163
3.1. SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE 
 (SEPPIR) E AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA POPULAÇÃO NEGRA E 
 QUILOMBOLA .............................................................................................................................165
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................167
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................169
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................171
X
1
UNIDADE 1
POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: 
CONCEITUAÇÃO, PANORAMA 
E POLÍTICAS PÚBLICAS DE 
INFORMAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer os aspectos conceituais e tipologias das políticas de informação;
• entender o panorama histórico das políticas de informação;
• aprender sobre a legislação que promove o acesso à informação e à cultura;
• compreender a sociedade da informação e sua relação com as políticas 
públicas de informação.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer desta unidade, você 
irá encontrar autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo estudado.
TÓPICO 1 – O CONCEITO DE POLÍTICA DA INFORMAÇÃO
TÓPICO 2 – PANORAMA DAS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO
TÓPICO 3 – SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS 
DE INFORMAÇÃO
 Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
O CONCEITO DE POLÍTICA DA INFORMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A informação é fundamental na vida de qualquer ser humano. Quando 
iniciamos a leitura de um livro, de um artigo, de letreiros em outdoors ou em 
propagandas na televisão estamos obtendo informações que poderão ser úteis 
para a transformação de nossas vidas nos mais diferentes contextos, tais como 
educacional, profissional, político, econômico etc.
Com a chegada da internet, diariamente somos bombardeados com 
informações que, em sua maioria, não são relevantes para o nosso dia a dia. 
No entanto, é um direito do cidadão que o uso da internet permita o acesso às 
informações. Entre os tipos de informações que os sujeitos possuem estão as 
informações governamentais, por exemplo, que permitem o acompanhamento 
e controle das ações do Estado e também sobre os gastos e investimentos. As 
políticas de informação permitem que as pessoas tenham acesso às informações 
governamentais, assim como a algumas informações que envolvem organizações, 
instituições e demais órgãos controlados pela administração pública. 
Neste tópico, será apresentado o conceito de política da informação, além 
das suas características, história, legislação e sua relação dentro da sociedade da 
informação, biblioteconomia e ciência da informação.
2 O QUE SÃO POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO?
Considerada uma das formas mais antigas de governança, a política de 
informação tem sofrido diversas mudanças a partir das sucessivas alterações 
passadas pelo Estado, principalmente, após a década de 1990. Desde o período 
de 1960, tomou-se consciência da rapidez das mudanças ocorridas entre o espaço, 
tempo e fronteiras, assim como, dos processos decisórios (PINHEIRO, 2011). A 
UNESCO, na década de 1950, incentivou a formação dos centros nacionais de 
informação, aqueles que, posteriormente, passaram a ter a função de definir o 
que seriam políticas de informação e de estabelecer os sistemas de informação 
específicos de cada país (PELUFÊ; SILVA, 2004).
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
4
A implementação de políticas de informação tem sido um desafio em 
diversos países para que estes possam ingressar e participar efetivamente da 
chamada Sociedade da Informação (FERREIRA; SANTOS; MACHADO, 2012). 
Conforme a filósofa Maria Nélida González de Gómez (2003), a Sociedade 
da Informação se convencionou tendo como base o aporte teórico da filosofia 
da linguagem. Nesse sentido, a linguagem e a natureza comunicativa da 
humanidade perpassam todos os âmbitos do agir e do fazer, assim como das 
esferas das relações de poder. Ao se pensar a concepção de política como a 
definição do bem comum, é necessário pensar no cuidado com a comunicação, já 
que esta é carregada de conteúdos informacionais e deve conduzir os indivíduos 
a alcançarem sua condição humana em todas as possibilidades coletivas de 
dignidade e de felicidade (GONZÁLEZ DE GÓMEZ, 2003).
Para se compreender o que são políticas de informação, é necessário 
o entendimento dos conceitos de política e informação de forma separada. 
Política é definida como “o estabelecimento, por parte de um país, estado, 
município, organização, comunidade ou grupo, de estratégias e diretrizes de 
atuação com uma visão macroeconômica” (LLARENA; PINHO; NÓBREGA, 
2013, s.p.). A política pode ser entendida como arte ou ciência da organização, 
direção e administração de nações ou Estados. Toda política precisa de um 
plano ou planejamento, definidos como “componentes da política nacional de 
desenvolvimento das nações, esta que pressupõe a concepção de um modelo 
global de desenvolvimento” (LLARENA; PINHO; NÓBREGA, 2013, s.p.). Sobre 
o processo de criação de políticas, leis, normas ou regras, este possui seu início 
com uma “demanda de institucionalização de uma determinada atividade ou 
problema, e, além de um conhecimento técnico para a resolução de problemas, é 
primordial a criação de significado, além da concordância da solução encontrada 
entre os atores envolvidos” (BASTOS, 2013, p. 20). 
Quanto à informação, esta é uma força constitutiva na sociedade e pode ser 
definida como um fenômeno humano e derivado das interações sociais, situada 
entre o conhecimento e as comunicações (RIBEIRO, 2004). Farias e Vital (2007, 
s. p.) lembram que “por denotar poder e ser um elemento essencial em todos os 
processos organizacionais, a informação nunca é neutra, e nem todas as pessoas 
têm interesse que ‘tudo’ circule nos diferentes setores”.
Para compreender mais sobre o conceito de informação, acesse o vídeo “O 
pensamento vivo da informação”, com Armando Malheiro.
DICAS
TÓPICO 1 | O CONCEITO DE POLÍTICA DA INFORMAÇÃO
5
FONTE: <https://youtu.be/b_tA5SL--8A>. Acesso em: 30 set. 2019.
Conforme o seu histórico evolutivo, as políticas de informação têm levado 
os Estados a promoverem os avanços científico e tecnológico (DUTRA; CORRÊA; 
RUAS, 2013). A política de informação aponta a agenda proveniente da tomada 
de decisão que envolve os atores políticos e sociais, as instituições e seus processos 
informacionais (COELHO, 2019). Foi a partir dos anos 1950, com o crescimento de 
alguns Estados do Ocidente, que começou a construção de políticas de informação 
com o objetivo de produzir os avanços científico e tecnológico sob incentivo dos 
Estados. Estes passaram a promover a importância da ciência e da tecnologia (C 
& T) como elementos de modernização da estrutura produtiva, conforme afirma 
Pinheiro (2011; 2012). 
O início do uso do conceito começou na área governamental como uma 
política de Estado e o termo foi criado no pós II Guerra Mundial enquanto um 
“implemento para as áreas de ciência e tecnologia militar” (DUTRA; CORRÊA; 
RUAS, 2013, p. 24). Ainda com relação ao conceito, Choo (2011, p. 314) define 
as políticas de informação como procedimentos operacionais das próprias 
organizações, assim, são vistas como:
regras que especificam o sistema de comunicação que dirige e delimita 
o fluxo e o uso da informação. Em particular, essas regras definem as 
características da informação que entra na organização, distribuição 
e condensação da informação recebida, a distribuição e condensação 
da informação gerada internamente e as características da informação 
que devem sair da organização.
 
Para Davenport (1998, p. 52), a política de informação é um componente 
crítico que “envolve o poder proporcionado pela informação e as responsabilidades 
da direção em seu gerenciamento e uso”. Enquanto isso, González de Gómez 
(1999, p. 11) considera que as políticas de informação são “um conjunto de práticas 
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
6
e ações encaminhadas à manutenção, reprodução, mudança e reformulação de 
um regime de informação, no espaço local ou global”.
Quanto à abordagem sobre o estudo da política de informação, Braman 
(2006, p. 9) afirma que este:
[...] deve começar com a questão o que é informação. Não há uma 
resposta fácil [...]. Os debates sobre o direito comercial internacional, 
por exemplo, são consistentemente marcados por diferenças entre 
aqueles que veem fluxos de informações internacionais, como filmes, 
programas de televisão e filmes, e aqueles que veem esses meios de 
comunicação como potentes forças culturais. 
Já em 1980, Garcia afirmou que uma política no campo da informação 
científica ou tecnológica indica que há princípios sobre o que é desejável e 
realizável para um país em termos de: produção, transparência e acesso à 
informação. Assim,
 
por um lado, há uma idealização, por outro, objetivos de atuação 
e de transformação da realidade numa determinada direção. A 
operacionalização de uma política inicia-se com a tradução dos 
princípios de transformação da realidade, através do detalhamento 
e da delimitação do campo de ação, seguindo-se a formulação de 
metas, ou seja, dos resultados concretos a serem obtidos dentro de um 
prazo determinado, visando à implementaçãoda (s) política (s) e das 
diretrizes (GARCIA, 1980, p. 5).
Ficou com dúvidas ainda sobre as políticas de informação? Veja este vídeo 
disponibilizado pela Profa. Bárbara Coelho intitulado “O que é política de informação”, no 
qual entrevista as especialistas em Política de Informação, Dra. Terezinha Elisabeth da Silva 
(Câmara dos Deputados) e Dra. Joana Coeli Garcia (UFPB), no Enancib em Salvador.
DICAS
FONTE: <https://youtu.be/4urX9CmMVUg>. Acesso em: 17 jun. 2019.
TÓPICO 1 | O CONCEITO DE POLÍTICA DA INFORMAÇÃO
7
2.1 TIPOS DE POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO 
A informação possui um caráter público, material e social da informação 
desde o início dos tempos. Para os estudos da informação, há a importante tarefa 
de buscar “conciliar estudos sobre o fenômeno da informação em nosso tempo 
com estudos das práticas sociais e públicas, das realidades políticas, da economia 
e da cultura” (FROHMANN, 2006, p. 1).
 
As organizações (bibliotecas, unidades de informação, empresas, 
instituições, universidades etc.) diariamente são influenciadas pela informação e 
a cada momento a informação está sob ação do poder, da política e da economia. 
Dessa forma, o olhar consciente e sistemático para as políticas de informação de 
dentro de uma organização – seja ela privada ou governamental – é um elemento 
natural e inevitável para o aperfeiçoamento do uso de sistemas de informação e 
do conhecimento (DAVENPORT, 1998). 
Entre os fatores que levam à escolha de determinada política de informação 
para uma organização estão: o tamanho, o seu ramo de atividade, a estrutura 
da organização, e essencialmente, quem faz as escolhas e as consequências à 
organização (DAVENPORT, 1998).
Conforme Davenport (1998), existem diversos modelos viáveis para 
governar a informação em uma instituição, entre eles, destacam-se quatro 
modelos: o federalismo, feudalismo, monarquia e anarquia. Cada um desses 
modelos pode ser adequado para um determinado tipo de organização, e 
formam “a evolução do controle local em contraposição ao controle centralizado 
do ambiente informacional” (DAVENPORT, 1998, p. 91-92).
FIGURA 1 – A EVOLUÇÃO DO CONTROLE DA INFORMAÇÃO
Monarquia Federalismo Feudalismo Anarquia
Maior controle
Central
Menor controle
Central
FONTE: <https://ppgic.files.wordpress.com/2018/07/davenport-t-h-2002.pdf>. 
Acesso em: 16 jun. 2019.
Davenport (1998, p. 92 apud FARIAS; VITAL, 2007, s.p.) teve os cinco tipos 
de política da informação sintetizados da seguinte forma: 
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
8
Utópico tecnocrático – a forte abordagem técnica como solução para 
todos os problemas. Enfoca fortemente a modelagem e categorização 
da informação e está sempre atenta a novas tecnologias de software e de 
hardware. A política utópica tecnocrática dá mais ênfase à tecnologia 
que à informação, tecnologia é um suporte que torna possíveis a 
circulação, armazenamento e disseminação da informação com maior 
eficácia, com importância indiscutível no processo de gestão da 
informação. Porém, aliadas à tecnologia, a qualidade, a confiabilidade 
e a precisão da informação são elementos fundamentais, definidores 
do ‘sucesso’ da gestão e algumas vezes são negligenciados na política.
Anárquico – inexistência de qualquer política de gerenciamento 
de informação. Os indivíduos determinam seus próprios sistemas 
de informações e a forma de gerenciamento. A política anárquica 
não seria exatamente uma política, mas sim a falta dela. Davenport 
(1998) diz que esse tipo de política é frequente em locais onde os 
funcionários trabalham essencialmente com conhecimento, como 
cientistas, consultores, programadores. Cada um cria seu ‘sistema de 
informação’. Em empresas menores, a situação também é frequente, 
e possível pelo fato de o presidente ou diretor ter conhecimento e 
domínio sobre todos os processos, correndo o risco de, na falta do 
diretor, o caos ser instaurado.
Feudalista – o gerenciamento da informação por unidades ou funções 
individuais, que definem suas próprias necessidades de informações, 
reportando somente parte das informações para a organização. A 
política feudalista dificulta ou impede a disseminação da informação 
na organização como um todo. Sabendo-se que a maior parte da 
informação que uma empresa necessita encontra-se dentro dela mesma, 
esse tipo de política cria sérios entraves ao fomento e compartilhamento 
de informações entre os diferentes pares. O feudalismo não leva em 
consideração o contexto mais amplo, delimitando-se aos problemas 
informacionais do setor.
Monárquico – o gerenciamento da informação é ditado pelo líder da 
organização que define o sistema de informações e o nível de acesso 
dos demais componentes da organização. A política monárquica 
apresenta características similares à feudalista, sendo que o poder de 
decisão sobre as informações, fontes que irão circular pela organização, 
encontra-se centrado em uma pessoa.
Federalista – o gerenciamento da informação é feito com a participação 
de todos os elementos da organização, poucas decisões centralizadas. 
O objetivo é que a política seja determinada como resultado do 
consenso. Há uma certa autonomia dos diferentes setores, porém, 
o objetivo final é sempre compartilhado por todos os membros e as 
decisões são discutidas com toda a organização. 
Para Farias e Vital (2007), esses diferentes tipos de políticas de informação 
trazem vantagens e desvantagens, além de sofrerem com a influência do 
contexto no qual estão inseridos. Dessa forma, para as autoras, o profissional da 
informação deve realizar o diagnóstico para saber qual é a política de informação 
que predomina na organização para trabalhar os seus pontos fortes e fracos de 
forma a democratizar o acesso, a disseminação e o uso da informação.
TÓPICO 1 | O CONCEITO DE POLÍTICA DA INFORMAÇÃO
9
 Deve haver uma mudança na cultura da organização e das novas tecnologias 
via gerenciamento da política de informação (DAVENPORT; ECCLES; PRUSAK, 
1992 apud FARIAS; VITAL, 2007). O gerenciamento da política, apoiado por todos 
os gerentes da organização e tendo a informação como um elemento fundamental 
para o sucesso, é algo que deve ser focado nos ambientes das organizações. Os 
próprios tomadores de decisão dentro de uma organização devem identificar suas 
necessidades de informação e buscar supri-las de forma a obter o conhecimento 
necessário para a resolução dos seus problemas do cotidiano profissional junto 
aos contextos políticos e econômicos da sociedade (FARIAS; VITAL, 2007).
Para conhecer um exemplo de política da informação, recomenda-se a leitura 
da Política Nacional de Informação e Informática em Saúde, com elaboração em 2016 pelo 
Ministério da Saúde.
DICAS
FONTE: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_infor_
informatica_saude_2016.pdf>. Acesso em: 2 ago. 2019.
10
 Neste tópico, você aprendeu que: 
• A política de informação é uma das formas mais antigas de governança. 
• A UNESCO incentivou a formação de centros nacionais de informação, os 
quais definiriam o que são políticas de informação e quais os sistemas de 
informação de cada país.
• Um dos desafios encontra-se na implementação de políticas de informação, 
pois sem elas os países estariam fora do que se convencionou chamar de 
Sociedade da informação.
• As políticas de informação não podem ser compreendidas sem antes 
compreender o que são políticas e o que é informação.
• Por conta da política de informação, os países têm investido na promoção da 
ciência e da tecnologia. Foi nos Estados do Ocidente que começou a construção 
de políticas para os avanços científico e tecnológico. 
• Existem diversos conceitos de políticas de informação. O conceito de Choo 
(2011) afirma que políticas de informação são regras que especificam o sistema 
de comunicação que dirige e delimita o fluxo e o uso da informação.
• Os cinco tipos de política de informação são: utópico-tecnocrático, feudalista, 
monárquico, anárquicoe federalista.
• O profissional da informação deve fazer o diagnóstico da organização para 
saber qual política de informação melhor se encaixa.
RESUMO DO TÓPICO 1
11
1 Considerando o tópico estudado, responda com verdadeiro (V) ou falso (F) 
para as seguintes sentenças:
a) ( ) As políticas de informação são desnecessárias à gestão das organizações.
b) ( ) Os diferentes tipos de política sofrem com a influência do contexto e das 
especificidades que caracterizam cada organização.
c) ( ) O profissional da informação precisa realizar um estudo de comunidade 
dentro da organização, buscando compreender os pontos fortes e fracos, 
assim como as melhores formas de democratizar o uso e o acesso à 
informação.
d) ( ) O gerenciamento das políticas da informação não necessita do apoio dos 
gerentes da organização, pois há a informação como elemento para o 
sucesso.
e) ( ) Uma política no campo da informação científica ou tecnológica indica 
que há princípios sobre o que é desejável e realizável para um país em 
termos de: produção, transparência e acesso à informação, além da sua 
estrutura, recursos de informação e necessidades informacionais de seus 
usuários (GARCIA, 1980).
2 Identifique qual é o propósito/objetivo da Política Nacional de Informação e 
Informática em Saúde – PNIIS, disponibilizada como leitura complementar 
do Tópico 1 desta unidade.
I. Promover o uso inovador, criativo e transformador da tecnologia da 
informação, melhorando os processos de trabalho em saúde e, assim, 
resultando em um Sistema Nacional de Informação em Saúde (SNIS) 
articulado e que produza informações para os cidadãos, a gestão, a prática 
profissional, a geração de conhecimento e o controle social, garantindo 
ganhos de eficiência e qualidade mensuráveis através da ampliação de acesso, 
equidade, integralidade e humanização dos serviços de saúde, contribuindo, 
dessa forma, para a melhoria da situação de saúde da população. 
II. Identificar as necessidades informacionais, o mapeamento dos fluxos 
formais (conhecimento explícito) de informação nos diferentes ambientes 
da organização, até a coleta, filtragem, análise, organização, armazenagem 
e disseminação, objetivando apoiar o desenvolvimento das atividades 
cotidianas e a tomada de decisão no ambiente corporativo.
III. Uma ação que promoverá a conquista da “cidadania digital” e contribuirá 
para uma sociedade mais igualitária, com a expectativa da inclusão social.
IV. Levantar algumas referências da abordagem cognitiva de análise de políticas 
públicas para a compreensão da constituição da educação básica do campo, 
um referencial que integra, na atualidade, a política educacional brasileira.
V. Direcionar, para escolas rurais com turmas multisseriadas, a instauração de 
uma nova prática pedagógica, buscando promover a melhoria da qualidade 
do ensino fundamental.
AUTOATIVIDADE
12
Conforme os itens descritos, marque a resposta CORRETA:
a) ( ) As questões I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a questão I está correta.
c) ( ) As questões I, II e III estão corretas.
d) ( ) As questões IV e V estão corretas.
e) ( ) As questões II, III e IV estão corretas.
f) ( ) Somente a questões IV está correta.
g) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
3 Conforme Davenport (1998), existem cinco tipos de políticas de informação. 
Entre os tipos, encontra-se a política anárquica, que se refere:
a) ( ) À ênfase ligada à tecnologia. Tecnologia é um suporte que torna 
possíveis a circulação, armazenamento e disseminação da informação 
com maior eficácia, com importância indiscutível no processo de gestão 
da informação.
b) ( ) À inexistência de qualquer política de gerenciamento de informação. 
Os indivíduos determinam seus próprios sistemas de informações e a 
forma de gerenciamento. A política não seria exatamente uma política, 
mas sim a falta dela. 
c) ( ) Ao gerenciamento da informação por unidades ou funções individuais. 
Estas definem suas próprias necessidades de informações, reportando 
somente parte das informações para a organização.
d) ( ) À apresentação de características similares à feudalista, sendo que o 
poder de decisão sobre as informações, fontes que irão circular pela 
organização encontra-se centrado em uma pessoa.
e) ( ) Ao objetivo que a política seja determinada como resultado do consenso. 
Há uma certa autonomia dos diferentes setores, porém, o objetivo 
final é sempre compartilhado por todos os membros e as decisões são 
discutidas com toda a organização.
4 Para González de Gómez (1999, p. 11), as políticas de informação são “um 
conjunto de práticas e ações encaminhadas à manutenção, reprodução, 
mudança e reformulação de um regime de informação, no espaço local ou 
global”. A partir da leitura deste tópico, elabore um conceito de políticas de 
informação para a sua organização. 
5 Como foi percebido ao longo do Tópico 1, existem desafios para a 
implementação de políticas de informação. Qual é o principal deles?
a) ( ) Planos e planejamento. 
b) ( ) Filosofia da linguagem.
c) ( ) Concepção política.
d) ( ) Sociedade da informação.
e) ( ) Fenômenos humanos e sociais.
13
TÓPICO 2
PANORAMA DAS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No contexto da sociedade da informação, as mudanças mundiais 
demarcadas fortemente pelos paradigmas técnicos, econômicos e das tecnologias 
da informação têm incentivado a competitividade entre Estados. A informação 
é poder, e o estabelecimento de uma sociedade da informação permeada pelo 
poder do controle da informação e do capital se tornou o principal objetivo 
daqueles que desejam ser considerados países de primeiro mundo.
Embora se tenha como afirmativa de que estamos na sociedade da 
informação, é preciso compreender que sociedades como a brasileira ainda 
não levam a informação para todo e qualquer cidadão. Comunidades carentes, 
ribeirinhas, indígenas, carcerárias, entre outras, ainda estão longe de possuírem 
o acesso às informações que, de fato, tragam mudanças efetivas para suas vidas. 
Mesmo que diuturnamente se tenha contato com uma gama de informações, a 
maioria daquilo que se recebe não é relevante para a transformação de sujeitos 
pertencentes a determinadas classes sociais, econômicas, de cor, religião, 
sexualidade ou cultura.
Como profissionais da informação e bibliotecários, deve-se refletir sobre o 
papel da informação, seu acesso e uso pelas populações que compõem a sociedade 
brasileira. Dessa forma, neste tópico, será apresentada a informação como um 
direito universal a partir das declarações de direitos humanos e da Constituição 
Federal Brasileira.
Neste tópico, você estudará as políticas da informação e as contribuições 
da Ciência da Informação para a discussão desse campo, bem como sobre o 
conceito de estado informacional, estabelecido por Sandra Braman e as legislações 
de promoção de acesso à informação.
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
14
2 ABORDAGENS SOBRE AS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO NA 
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO
As sociedades têm criado historicamente seus próprios parâmetros para 
institucionalizar as informações que produzem buscando que estas sejam mais 
ou menos dependentes da ação do Estado (LIMA; MALIN, 2011). Em diferentes 
países, “o conflito que tem se estabelecido para os diferentes Estados é o de 
pertencimento ou não à sociedade que rebatiza o mundo com uma nova era” 
(AUN, 2000, p. 1). Os Estados estão buscando reestruturar suas políticas de 
informação e as substituindo por programas de curto prazo como solução de 
emergência à participação neste ambiente. 
González de Gómez é uma das epistemólogas da Ciência da Informação 
a enfatizar que “a política de informação emerge como tema e domínio 
relativamente autônomo, em nível nacional e internacional, no cenário do pós-
guerra, associada às políticas de ciência e tecnologia” (GONZÁLEZ DE GOMÉZ, 
2002, p. 27). A ligação entre a informação e apolítica encontra-se estabelecida pela 
inclusão da informação na esfera de intervenção do Estado (País), em especial, 
no que se refere à dimensão de racionalidade administrativa, onde a informação 
torna-se um dos fatores estratégicos do desenvolvimento científico-tecnológico 
(SILVA; PINHEIRO, 2011). 
A Ciência da Informação tem discutido sobre política de informação, 
embora ainda precise de maior aprofundamento em seus aspectos teóricos e 
contextuais, como elencam os autores Frohmann (1995), McClure e Jaeger (2008) e 
Silva e Pinheiro (2011). Especificamente sobre o conceito de política de informação, 
Aun (2000) e Silva e Pinheiro (2011) apontam que ainda existem na literatura 
algumas dificuldades quanto aos aspectos semânticos e conceituais entre os 
termos política, planos, programas, diretrizes, regras que levam à confusão sobre 
a utilização adequada dos termos. Como mudança, a sociedade contemporânea 
passa a possuir uma nova configuração e a dar uma nova dimensão à política da 
informação.
 
Outra questão levantada na literatura refere-se à confusão semântica e 
conceitual que há entre os termos política, planos, programas, regras e diretrizes, 
como resultado de uma mudança nas formas de gestão dos Estados a partir 
do processo neoliberal. Essa nova configuração da sociedade contemporânea 
modifica a “face da informação” e o seu contexto social se transfigura, dando 
nova dimensão à política de informação (SILVA; PINHEIRO, 2011). 
As transformações ocorridas na sociedade fazem com que ocorra um 
deslocamento dos discursos sobre as políticas de informação dando um lugar de 
neutralidade. No entanto, não se pode esquecer que as políticas são os resultados 
das relações de poder e, portanto, a neutralidade não existiria na política visto 
que “onde há poder, o poder se exerce, mesmo que não se consiga determinar 
a titularidade desse poder”, conforme aponta Foucault (1989) citado por Silva e 
Pinheiro (2011, p. 1631).
TÓPICO 2 | PANORAMA DAS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO
15
A Ciência da Informação originalmente se preocupou com a geração, o 
armazenamento e a disseminação da informação para seu uso de forma efetiva 
vinculada a campos temáticos da ciência e tecnologia. Posteriormente, trouxe 
seu olhar para os movimentos da globalização e seu impacto na comunicação e 
transferência da informação, conduzindo “a um estado de tensão na distribuição 
de informação de valor agregado ou de mercado e as informações de bem público 
e de livre acesso” (AUN, 1997, p. 1). Entre as questões a serem definidas nas 
políticas de informação, encontram-se a dosagem, as prioridades e valores da 
informação, assim como a duplicidade entre o acesso e o limite, o direito público 
e o privado.
 
Frohmann (1995) aborda a política pública como área da pesquisa dentro 
da Ciência da Informação. Para o autor, existiram muitos debates sobre o tema, 
não havia sinais de que as políticas de informação tenham sido implementadas. 
O tema da política da informação possui um leque de problemas devido às 
diferentes concepções trazidas, tornando o tema complexo (FROHMANN, 1995). 
Dentro das limitações sobre o tema política de informação dentro da Ciência da 
Informação, o autor destaca:
• a interpretação da questão da política de informação sob o foco da 
produção documental governamental, ou seja, a política do governo 
para os documentos do governo;
• a restrição do foco da pesquisa em política de informação diante 
dos problemas de produção, organização e disseminação das 
informações científica e tecnológica;
• o foco epistemológico estreito da Ciência da Informação sobre 
política de informação;
• o caráter instrumental da pesquisa, com ênfase nas maximizações 
técnica e gerencial do fluxo da informação (ênfase para a 
implementação de tecnologias, aprimoramento da comunicação 
entre departamentos no âmbito da administração pública, aumento 
do acesso aos documentos governamentais) e;
• a ausência de ênfase na relação entre informação e poder 
(FROHMANN, 1995, s.p.). 
Na evolução do tema política da informação, a conexão entre tecnologia 
e seus papéis humano e social vinculados à preocupação com as políticas de 
informação e o privilégio dado a determinados campos conceituais e teóricos 
passaram a ser o foco de pesquisas da área a partir da década de 1970 (AUN, 
1997). O tema política de informação, na opinião de Silva e Pinheiro (2011), tem 
que ser refletivo e verificado sobre a necessidade de atualização conceitual. 
Também é importante compreender que a sociedade da década atual é diferente 
daquela de 1970 e 1980, período quando as pesquisas e produções sobre política 
de informação dentro da Ciência da Informação começaram a ser evidenciadas. 
“Intensas transformações afetaram profundamente a sociedade nessas [...] 
décadas, modificando também a maneira como pensamos, agimos e trabalhamos 
as questões da informação” (SILVA; PINHEIRO, 2011, p. 1627).
 
Dentro do Estado Brasileiro, as atividades informacionais sempre 
estiveram ligadas à figura gestora do país. Com relação aos novos modos de 
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
16
institucionalização e de disseminação da informação, estes têm sido criados 
tanto no contexto nacional como internacional, um resultado dos esforços 
organizados e mobilizados pela sociedade civil na sua relação com o Estado 
(LIMA; MALIN, 2011). 
Na década de 1980, o quadro institucional começou a incorporar de 
forma mais explícita uma nova organização, parceria e mediadora envolvendo 
os movimentos sociais e de organizações da sociedade civil, tais como as 
Organizações Não Governamentais (ONGs) (LIMA; MALIN, 2011).
O governo brasileiro buscou introduzir-se na chamada Sociedade da 
Informação a partir do ano de 1996, por intermédio do Conselho Nacional 
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, programa que foi lançado em 
dezembro de 1999 e coordenado pelo Ministério da Ciência e da Tecnologia. 
2.1 O ESTADO INFORMACIONAL E A POLÍTICA DE 
INFORMAÇÃO
O Estado informacional se refere a uma “fase da evolução humana em 
que o poder informacional é fator decisivo para os Estados, em seus processos 
de disputa e controle” (PINHEIRO, 2011, p. 1487). De forma emergente, o 
“poder informacional permeia os meios clássicos de poder estatal: instrumental, 
estrutural e simbólico, constituindo-se como um quarto instrumento” 
(PINHEIRO, 2011, p. 1487).
Para Braman (2006), o Estado sabe muito mais sobre indivíduos do que 
os indivíduos sobre o Estado. Com o advento da democracia representativa, 
o conhecimento individual sobre as atividades e processos realizados pelos 
governos e também o conhecimento sobre os próprios cidadãos se tornaram algo 
que muitos buscam apreender para repartir os recursos e a representação.
As exigências informativas do Estado acabaram por aumentar, buscando 
conhecer os indivíduos, grupos e comunidades que seriam utilizadores de 
suas políticas. Nas décadas após o estabelecimento de agências reguladoras e 
de programas de redes de segurança, as leis e os regulamentos foram também 
criados para aumentar a simetria entre o conhecimento do cidadão sobre o Estado 
e do Estado sobre o cidadão (BRAMAN, 2006). No entanto, Braman (2006) afirma 
que nunca houve de fato uma simetria absoluta ou a completa transparência, 
pois a necessidade de proteção da segurança nacional manteve em sigilo as 
informações críticas sobre o governo e as leis de privacidade buscam proteger 
algumas informações e pessoas do governo.
Com o estado informacional, no entanto, aumenta a capacidade estatal 
de reunir e processar informações sobre seus cidadãos. Em contrapartida, a 
capacidade de o cidadão aprender o que o governo tem realizado, investido, 
TÓPICO 2 | PANORAMA DAS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO
17
decidido ou exterminado tem diminuído. Isso tem acontecido, pois o uso das 
técnicas de vigilância sobre o indivíduo tem aumentado (BRAMAN, 2006). 
Atualmente, se forem analisadas as mídias sociais comofacebook, 
instagram, twitter e demais redes sociais, percebe-se que as informações pessoais 
se encontram cada vez menos sigilosas e a privacidade ameaçada. Para utilizar 
uma mídia social como o facebook, por exemplo, é preciso cadastrar seus dados 
pessoais e assinar os termos de privacidade dessas redes. Os aplicativos em 
smartphones, jogos on-line e demais produtos e serviços como a internet banking 
coletam informações dos seus clientes e depois as comercializam para empresas 
e prestadores de serviços. 
FIGURA 2 - PÁGINA INICIAL DE CADASTRO NO FACEBOOK E A RELAÇÃO DE DADOS 
SOLICITADOS
FONTE: <https://www.facebook.com/>. Acesso em: 17 jun. 2019.
No que se refere ao Estado, observa-se que há uma demanda da 
sociedade para que o Estado aumente a sua transparência. Entre as informações 
governamentais que mais causam interesse nos cidadãos estão as informações 
legislativas e as informações que embasam a construção de políticas públicas. 
Estas são necessárias para a implementação de ações que promovam a igualdade 
de direitos e o pleno exercício da cidadania dos cidadãos a partir do acesso à 
informação sobre o tema (CERÓN; LIMA, 2013). Entretanto, há uma precariedade 
da organização da informação governamental, conforme afirmam Ceron e Lima 
(2013), e isso afeta a eficácia das formulações de políticas públicas de informação, 
que deixam de levar em consideração os requisitos necessários de informação 
para a formulação e suporte.
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
18
2.2 O EXERCÍCIO DA CIDADANIA E A INFORMAÇÃO 
COMO DIREITO UNIVERSAL DE TODO CIDADÃO
A informação é construtora da cidadania. A cidadania é observada 
como um conjunto de conquistas que perpassam as questões políticas, civis 
e sociais e está contextualizada a diversos acontecimentos resultantes da 
ação dos sujeitos de nossa sociedade. No entanto, quando se analisa o que é 
repassado à sociedade no que se refere à informação, percebe-se que o repasse 
está aquém do que é necessário para mudanças efetivas da sociedade (PELUFÊ; 
SILVA, 2004). O conceito de cidadania presume a participação do indivíduo na 
sociedade, sendo que seu exercício se dará de maneira mais efetiva e consciente 
se ele possuir embasamento crítico acerca dos acontecimentos político-sociais 
(PELUFÊ; SILVA, 2004).
Ao se refletir sobre a informação, deve-se buscar entender quais os 
instrumentos normativos a indicam como um direito humano. Comecemos, 
então, com a Declaração dos Direitos Humanos – anteriormente intitulada de 
Universal dos Direitos do Homem – aprovada pela Assembleia Geral das Nações 
Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948, um dos primeiros documentos criados 
em prol da atribuição dos direitos e deveres das pessoas (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, [1948] 2009). 
Em seu artigo 19, a Declaração infere que “todo o homem tem direito 
à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem 
interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias 
por quaisquer meios, independentemente de fronteiras” (ORGANIZAÇÃO 
DAS NAÇÕES UNIDAS, [1948] 2009, s.p., grifo nosso). Desse aspecto, pode-se 
entender que é a partir do acesso à informação que surgirá uma conscientização 
crítica sobre a realidade, pois, pelo intercâmbio de informações, os sujeitos 
sociais se comunicam, tomam conhecimento de seus deveres e direitos e 
também tomam decisões sobre suas vidas em todos os níveis (educacional, 
profissional, coletivo, individual, econômico etc.) (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, [1948] 2009).
Após essa Assembleia Geral da ONU, foi solicitado aos países-membros 
que os mesmos publicassem o texto da Declaração para que ele fosse disseminado, 
lido e explicado, em especial nas escolas e demais instituições educacionais, sem 
distinção política ou econômica dos Países ou Estados (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, [1948] 2009).
Quarenta anos após, na Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988, artigo 5º, inciso XIV, passa a ser “assegurado a todos o acesso à informação 
e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional” 
(BRASIL, 1988, s.p., grifo nosso). Ainda no artigo 5º, no inciso XXXIII, a 
Constituição afirma que:
TÓPICO 2 | PANORAMA DAS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO
19
todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu 
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado (BRASIL, 1988, s.p., grifo nosso).
Sobre o item, a Constituição traz um regulamento identificado pela 
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que vigora para os órgãos públicos 
integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário 
e do Ministério Público, além das autarquias, fundações públicas, sociedades 
de economia mista, empresas públicas e demais entidades que sejam direta ou 
indiretamente controladas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
(BRASIL, 2011). Conhecida desde sua implementação como Lei de Acesso à 
Informação, a lei e seus procedimentos buscam assegurar ao cidadão o direito 
fundamental de acesso à informação. A Lei traz ainda as diretrizes para que seja 
executada:
I- observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como 
exceção;
II- divulgação de informações de interesse público, independentemente 
de solicitações;
III- utilização de meios de comunicação viabilizados pela tecnologia 
da informação;
IV- fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência na 
administração pública;
V- desenvolvimento do controle social da administração pública 
(BRASIL, 2011, s.p.).
Com relação aos conceitos, a Lei aborda os conceitos de:
 
a) Informação: refere-se a dados, processados ou não, contidos em determinado 
meio, suporte ou formato, que podem ser usados para produção e transmissão 
de conhecimento;
b) Documento: refere-se à unidade de registro de informações em quaisquer 
formatos ou suportes;
c) Informação sigilosa: refere-se àquela informação submetida de forma 
temporária para restrição de acesso público em razão de ser imprescindível à 
segurança da sociedade e do Estado;
d) Informação pessoal: refere-se à informação relacionada à pessoa natural 
identificada ou identificável;
e) Tratamento da informação: refere-se ao conjunto de ações relacionadas 
à produção, recepção, classificação, acesso, uso, reprodução, transporte, 
transmissão, distribuição, arquivamento, armazenamento, eliminação, 
avaliação, destinação ou controle da informação;
f) Disponibilidade: a qualidade da informação que pode ser usada e conhecida 
pelos indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados;
g) Autenticidade: refere-se à qualidade da informação produzida, expedida, 
recebida ou modificada por determinada pessoa, equipamento ou sistema;
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
20
h) Integridade: refere-se à qualidade da informação não modificada, incluindo a 
sua origem, trânsito e destinação;
i) Primariedade: relaciona-se à qualidade da informação que foi coletada 
na fonte, com o máximo de detalhes possíveis, sem nenhuma modificação 
(BRASIL, 2011).
Com relação ao acesso à informação e à divulgação, a Lei infere que cabe 
aos órgãos e às entidades do poder público o seguinte:
a) A gestão transparente da informação, de forma a propiciar o amplo acesso à 
mesma e a sua divulgação;
b) A proteção da informação, de forma a garantir a sua disponibilidade, 
autenticidade e integridade;
c) A proteção das informações sigilosas e da informação pessoal, observadas a 
disponibilidade, autenticidade, integridade e a restrição ao acesso (BRASIL, 
2011). 
Entre os direitos observados, encontra-se o direito da obtenção à:
a) Orientação quanto aos procedimentos para a consecução de acesso, assim 
como a localização da informação parasua obtenção e uso;
b) Informação contida em registros ou documentos que tenham sido produzidos 
ou acumulados por órgãos ou entidades, recolhidos ou não aos arquivos 
públicos;
c) Informação que tenha sido criada ou custodiada por pessoa física ou alguma 
entidade privada decorrente de vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo 
que esse vínculo não exista mais;
d) Informação primária, íntegra, autêntica e atual;
e) Informação referente às atividades exercidas por órgãos e entidades, incluindo 
aquelas relativas à política, organização e serviços;
f) Informação relacionada à administração do patrimônio público, utilização de 
recursos de ordem pública, licitação de contratos administrativos;
g) Informação relativa à implementação, acompanhamento e resultados de 
projetos, programas e ações de órgãos e entidades públicas, além de metas e 
indicadores. Ainda, informações relativas ao resultado de auditorias, prestações 
e tomadas de contas, inspeções feitas por órgãos de controles interno e externo, 
inclusive prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
Com relação às informações que não são compreendidas pelas Lei de 
acesso à informação, estão aquelas que fazem parte de projetos de pesquisa e 
desenvolvimento científicos ou tecnológicos onde o sigilo é necessário para a 
segurança da sociedade e do país.
TÓPICO 2 | PANORAMA DAS POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO
21
 Sobre as informações parcialmente sigilosas, a lei afirma que está 
assegurado ao cidadão o acesso à parte não sigilosa por intermédio de certidão, 
extrato ou cópia com as partes sob sigilo ocultadas do documento apresentado.
Como podemos observar, a Lei de acesso à informação tem propiciado ao 
cidadão a oportunidade de obter maior controle sobre as informações públicas. 
Assim, consegue participar dos processos de tomada de decisão de forma mais 
crítica e exigir ações do Estado, assim como o monitoramento para ações de 
combate à corrupção (FERREIRA; SANTOS; MACHADO, 2012).
Acesse o site da Organização das Nações Unidas (ONU) e leia na íntegra a 
Declaração Universal: https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf.
DICAS
22
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• As sociedades têm criado historicamente seus próprios parâmetros para 
institucionalizar as informações que produzem buscando que estas sejam mais 
ou menos dependentes da ação do Estado.
• Os Estados estão buscando reestruturar suas políticas de informação e as 
substituindo por programas de curto prazo como solução de emergência.
• A política de informação emerge como tema e domínio relativamente 
autônomo, em nível nacional e internacional, no cenário do pós-guerra, 
associada às políticas de ciência e tecnologia.
• A Ciência da Informação tem discutido sobre política de informação, embora 
ainda precise de maior aprofundamento em seus aspectos teóricos e contextuais, 
como elencam os autores Frohmann (1995), McClure e Jaeger (2008) e Silva e 
Pinheiro (2011).
• A sociedade contemporânea passa a possuir uma nova configuração e a dar 
uma nova dimensão à política da informação.
• As transformações ocorridas na sociedade fazem com que ocorra um 
deslocamento dos discursos sobre as políticas de informação.
• Frohmann (1995) aborda a política pública como área da pesquisa dentro da 
Ciência da Informação. Para o autor, existiram muitos debates sobre o tema, 
não havia sinais de que as políticas de informação tenham sido implementadas. 
Considera que o tema política da informação possui um leque de problemas 
devido às diferentes concepções trazidas.
• Para Frohmann (1995), existem limitações do tema política de informação 
dentro da CI.
• Na evolução do tema política da informação, a conexão entre tecnologia e 
seus papéis humano e social vinculados à preocupação com as políticas de 
informação e o privilégio dado a determinados campos conceituais e teóricos 
passaram a ser o foco de pesquisas da área a partir da década de 1970.
• Dentro do Estado Brasileiro, as atividades informacionais sempre estiveram 
ligadas à figura gestora do país.
23
• O Estado informacional se refere a uma “fase da evolução humana em que o 
poder informacional é fator decisivo para os Estados, em seus processos de 
disputa e controle”.
• Para Braman (2006), o Estado sabe muito mais sobre indivíduos do que os 
indivíduos sobre o Estado.
• Com o estado informacional, no entanto, aumenta a capacidade estatal 
de reunir e processar informações sobre seus cidadãos. Em contrapartida, 
a capacidade de o cidadão aprender sobre o que o governo tem realizado, 
investido, decidido ou exterminado tem diminuído.
• Há uma demanda da sociedade para que o Estado aumente a sua transparência.
• Entre as informações governamentais que mais causam interesse nos cidadãos, 
estão as informações legislativas e as informações que embasam a construção 
de políticas públicas.
24
1 Conforme o material estudado, identifique quais as limitações elencadas 
por Frohmann sobre o tema da política de informação na Ciência da 
Informação.
I. A interpretação da questão da política de informação sob o foco da 
produção documental governamental, ou seja, como política do governo 
para os documentos do governo;
II. A restrição do foco da pesquisa em política de informação diante dos 
problemas de produção, organização e disseminação das informações 
científica e tecnológica;
III. O foco epistemológico estreito da Ciência da Informação sobre política de 
informação;
IV. O caráter instrumental da pesquisa, com ênfase na maximização técnica 
e gerencial do fluxo da informação (ênfase para a implementação de 
tecnologias, aprimoramento da comunicação entre departamentos no 
âmbito da administração pública, aumento do acesso aos documentos 
governamentais) e;
V. A ausência de ênfase na relação entre informação e poder. 
Após a leitura das sentenças, marque a resposta correta:
a) ( ) As respostas I e II estão corretas.
b) ( ) As respostas III e IV estão corretas.
c) ( ) As respostas I, II e III estão corretas.
d) ( ) As respostas III, IV e V estão corretas.
e) ( ) Todas as alternativas estão corretas.
2 Leia a sentença a seguir:
Nas décadas após o estabelecimento de agências reguladoras e de 
programas de redes de segurança, as leis e os regulamentos foram também 
criados para aumentar a simetria entre o conhecimento do cidadão sobre o 
Estado e do Estado sobre o cidadão (BRAMAN, 2006). Para Braman (2006), 
nunca houve de fato uma simetria absoluta ou a completa transparência, 
visto que:
a) ( ) O comportamento informacional se refere ao modo como os indivíduos 
lidam com a informação, o que inclui a busca, o uso, a alteração, a troca 
e o acúmulo.
b) ( ) A necessidade de proteção da segurança nacional manteve em sigilo as 
informações críticas sobre o governo e as leis de privacidade buscam 
proteger algumas informações pessoais do governo. 
c) ( ) É necessário entender que mudar a maneira como as pessoas usam 
a informação e construir uma cultura informacional são desafios da 
gestão da informação nas organizações.
AUTOATIVIDADE
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d) ( ) A necessidade de formação e capacitação continuada dos recursos 
humanos para o uso adequado dessas ferramentas e para o 
desenvolvimento das potencialidades das aplicações em prol das 
atividades desempenhadas pelo Centro de Pesquisa.
e) ( ) Uma organização processa a informação para dar sentido a seu ambiente, 
para criar novos conhecimentos e para tomar decisões.
3 Conforme a Lei de Acesso à informação, existe um tipo de informação que 
se refere àquela informação submetida de forma temporária à restrição de 
acesso público em razão de ser imprescindível à segurança da sociedade e 
do Estado. Marque a resposta em que aparece a qual tipo de informação o 
conceito se refere:
a) ( ) Informação pessoal.
b) ( ) Informação sigilosa. 
c) ( ) Informação primária.
d) ( ) Informação de organizações não-governamentais.
e) ( ) Informação relacionada ao patrimônio público.
4A lei de acesso à informação aborda as informações que não são 
contempladas por sua implementação. Quais tipos de informação são 
excluídos da referida lei?
5 Conforme a Lei de Acesso à informação, quais os conceitos de autenticidade, 
integridade e primariedade?
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TÓPICO 3
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE 
INFORMAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A sociedade da informação tem sido discutida desde o final do século 
XX, início do século XXI. Tal termo foi criado para tentar explicar de uma forma 
mais fácil sobre constituição da sociedade pós-industrial e do paradigma técnico-
econômico (WERTHEIN, 2000). Dentro das transformações que fazem parte da 
sociedade da informação está a constituição de sociedades menos industrializadas 
e onde o paradigma da tecnologia da informação e da comunicação está presente 
nas transformações existentes dentro das sociedades. Dentro deste contexto da 
sociedade da informação, a informação é a matéria-prima, na qual as tecnologias 
penetram e afetam as atividades humanas (tanto individual ou coletivas) sob o 
predomínio da sociedade em rede (CASTELLS, 2000; WERTHEIN, 2000).
Atrelado ao desenvolvimento da sociedade da informação, encontram-se 
as ações realizadas pelo governo que se destinam a resolver obstáculos presentes 
dentro dos setores (saúde, educação, economia etc.) daquele país. Tais ações são 
as conhecidas políticas públicas, criadas pelos governos em forma de atividades 
que são elaboradas visando agir e influenciar na vida dos cidadãos. 
Neste tópico será apresentado o conceito de políticas públicas, além das 
políticas públicas de informação, alguns tipos de políticas públicas no contexto 
da gestão da informação, assim como, uma breve contextualização sobre políticas 
nacionais de informação, os conceitos de “infraestrutura de informação” e da 
“sociedade da informação”.
2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO: O QUE SÃO?
As políticas públicas de informação têm sido estudadas dentro da 
Ciência da Informação juntamente com os esforços para a compreensão do papel 
do Estado e suas implicações na sociedade atual. Dessa forma, o estudo das 
políticas públicas tem buscado observar qual a lógica existente entre o Estado e a 
Sociedade, identificando as relações existentes entre seus atores e compreendendo 
as dinâmicas da ação pública (JARDIM; SILVA; NHARRELUGA, 2009).
28
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
Para saber um pouco mais sobre o conceito de política pública, acesse e leia o 
Diccionario Crítico de Ciencias Sociales.
DICAS
As políticas públicas são compreendidas como o “Estado em ação” e, 
conforme Muller e Surel (2004, p. 11), 
a ação do Estado pode ser considerada como o lugar privilegiado em 
que as sociedades modernas, enquanto sociedades complexas, vão 
colocar o problema crucial de sua relação com o mundo através da 
construção de paradigmas ou referenciais, sendo que o conjunto de 
matrizes cognitivas e normativas intelectuais determina, ao mesmo 
tempo, os instrumentos graças aos quais as sociedades agem sobre 
elas mesmas.
Quanto ao conceito, este encontra-se entre os interesses e as metas políticas 
e burocráticas, mas não necessariamente de forma congruente, manifestando-se 
como algo além do aparato governamental. Dessa forma, a política de informação 
se expressa para além do campo formal das leis e dos regulamentos, incluindo 
práticas e ações informacionais de determinados contextos em que se integram 
sujeitos, instituições e interesses, cujas manifestações nem sempre são reveladas 
por mecanismos formais (SILVA, 2011; PEREIRA; SILVA, 2015; BARCELOS; 
PEREIRA; SILVA, 2017).
FONTE: FERRI DURÁ, J. Políticas públicas. In: REYES, R. Diccionario crítico de ciencias sociales. 
2004. Disponível em: http://www.ucm.es/info/eurotheo/diccionario. Acesso em: 1° out. 2019.
TÓPICO 3 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
29
Dessa forma, assim como as “políticas públicas são desenvolvidas para 
serem implementadas em contextos específicos de informação, as políticas 
de informação também dependem dos diversos segmentos e contextos 
comunitários para se desenvolverem no cotidiano das pessoas” (PEREIRA; 
SILVA, 2015, p. 7-8). Desse modo, as políticas de informação são elaboradas e 
direcionadas com o intuito de atender às demandas, suprir as necessidades e 
atender às exigências das comunidades. Portanto, encontram-se além do que o 
aparato governamental engloba. De fato, pelo caráter público dessas políticas, 
há a multiplicação de seu desempenho e a inter-relação com o governo e a 
sociedade (PEREIRA; SILVA, 2015).
Entre os tipos de Políticas Públicas de Educação no contexto da gestão da 
informação, podemos citar como exemplos:
a) Sistema Integrado de Gestão Educacional (SIGE): o sistema é o de 
gerenciamento de informações da Secretaria de Educação do Estado do Ceará-
SEDUC. Desenvolvido em parceria com o CETREDE da Universidade Federal 
do Ceará, objetiva a otimização e modernização dos processos administrativos 
e de compartilhamento e integração de informações entre as instituições de 
ensino e a SEDUC (PEREIRA; SILVA, 2015).
FIGURA 3 – SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EDUCACIONAL
FONTE: <https://docs.google.com/file/d/0B6WATAW0l5S9alM0OXEzcVQ5aWs/edit>. 
Acesso em: 17 jun. 2019.
30
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
b) Sistema de Acompanhamento das Ações do Paic (SAAP): é um sistema 
informatizado de gerenciamento de informações desenvolvido visando à 
coleta de informações para o município poder entender a sua rede escolar, 
direcionar e acompanhar as ações de gestão e das práticas educacionais do 
Programa de Alfabetização na Idade Certa – PAIC (PEREIRA; SILVA, 2015).
c) Plano de Ações Articuladas (PAR): o planejamento multidimensional da 
política de educação colocou à disposição dos municípios, estados e do Distrito 
Federal, instrumentos para avaliação e de implementação de políticas de 
melhoria da qualidade da educação, em especial da educação básica pública 
(BRASIL, 2007). Desse modo, o PAR “apresenta o detalhamento das ações e 
subações selecionadas por cada estado ou município” (BRASIL, 2007, s.p.) e 
é coordenado pelas secretarias municipais e estaduais de educação, contando 
com a participação de gestores, de professores e da comunidade local em seu 
processo de elaboração (PEREIRA; SILVA, 2015).
FIGURA 4 – PLANO DE AÇÕES ARTICULADAS (PAR)
FONTE: <https://www.fnde.gov.br/images/headers/par-1240-247.jpg>. Acesso em: 17 jun. 2019.
Para aprender mais sobre o Plano de Ações Articuladas (PAR) do Ministério 
da Educação, visite o Relatório Público disponibilizado no site: http://simec.mec.gov.br/cte/
relatoriopublico/principal.php.
DICAS
3 POLÍTICA NACIONAL DE INFORMAÇÃO E OS CONCEITOS 
DE INFRAESTRUTURA DE INFORMAÇÃO E DA “SOCIEDADE 
DA INFORMAÇÃO 
Política e informação se relacionam, dentro do escopo e abrangência do 
paradigma de soberania da atualidade, por uma duplicada referência ao Estado e 
a uma constituição de comunicação flexível e desigual. A partir da década de 1950, 
essa relação começa a ser explicitada em programas de governos e de políticas 
públicas. Entre os fatos que demarcaram a construção do campo das políticas de 
TÓPICO 3 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
31
informação, encontra-se o “Weinberg Report” (U.S. President’s Science and Advisory 
Commitee, 1963) dos EUA – que define o escopo e a abrangência de uma política de 
informação - além das agendas internacionais da ONU para a Educação, Cultura 
e Ciência (UNESCO). Com suas ações, o objetivo era o estabelecimento de um 
programa intergovernamental e cooperativo visando à promoção e otimização 
do acesso e do uso da informação. Dessa forma, objetivava-se a superação de 
lacunas científicas e informacionais entre os mais diversos países de diferentes 
graus de desenvolvimento (GONZÁLEZ DE GOMÉZ, 2002).
Com a organização da definiçãoda política de informação, haveria o 
Estado como agente privilegiado de sua elaboração e implantação, e a ciência 
e a tecnologia estariam sob o seu domínio. Além disso, a convicção do papel da 
informação no desenvolvimento de um mundo moderno não se mostrou eficaz 
para a formulação de estruturas institucionais, informação científico-tecnológica 
e em parâmetros tecnológicos e organizacionais (GONZÁLEZ DE GOMÉZ, 2002).
O que acontece de fato é que os sistemas nacionais de informação científica 
e tecnológica não conseguem ser expressos em um domínio que seja estável e 
transparente dentro de instituições, pautas como agendas de elaboração de 
políticas públicas. Isso acontece porque a informação é objeto de políticas tácitas e 
indiretas, ou porque o escopo e a abrangência dessas políticas, quando colocados 
juntos ao grande volume de políticas públicas, são deslocados, reformulados 
ou realocados conforme as prioridades dadas pela conjuntura e que estão em 
constante mudança (GONZÁLEZ DE GOMÉZ, 2002).
No final da década de 1970, começou a construção de um cenário com a 
unificação das novas tecnologias da informação e da comunicação, denominadas 
TICs. Passaram a ser utilizados recursos diferenciados, assim como diferentes 
abordagens para o estudo das relações entre as TICs e as transformações culturais 
nos processos de trabalho, nas práticas e nos modelos de gestão (GONZÁLEZ 
DE GOMÉZ, 2002). Assim, deu-se a passagem para o que para alguns chamou-se 
de mudança revolucionária nos modos de produzir, e para outros concretizou 
a ruptura na passagem de uma sociedade industrial para uma pós-industrial 
(BELL, 1976 apud GONZÁLEZ DE GOMÉS, 2002). Para outros, tratou-se de uma 
ruptura estabelecida na passagem de uma sociedade focada no modo fordista 
para um modo pós-fordista de produção. 
Esses novos arranjos relacionados ao Estado encontram-se expressos 
pelos intelectuais Manuel Castells (1999) e Bruno Latour (2000) ao utilizarem o 
conceito de rede para a sua representação.
Para Castells, o Estado-rede representa uma nova fórmula político-
institucional, caracterizada pela redistribuição de competências 
e recursos de coordenação entre distintos atores, jurisdições e 
níveis institucionais e organizacionais governamentais e não-
governamentais, compondo os processos decisórios contemporâneos. 
As novas tecnologias de comunicação e informação forneceriam 
32
UNIDADE 1 | POLÍTICAS DE INFORMAÇÃO: CONCEITUAÇÃO, PANORAMA E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
os meios para manter ativas as relações entre os agentes e as 
instituições envolvidos nas novas cadeias decisionais e acionais, com 
diversas modalidades de complexidade e extensão: locais, regionais, 
transnacionais (CASTELLS, 1999; JESSOP, 1998). Sem entrar neste 
momento na discussão dos grandes quadros teóricos ou históricos, 
interessa-nos resgatar enunciados e acontecimentos mais específicos 
que contribuam para o reconhecimento do estatuto atual da relação 
entre política e informação (GONZÁLEZ DE GOMÉZ, 2002, p. 29).
No final da década de 1970 que começaram a se desenvolver atividades 
econômicas com a principal função de produção, processamento ou distribuição 
da informação. Isso acontecia de forma diferente daquelas atividades em que a 
informação era colocada como secundária ou subordinada à função principal, 
conforme afirma Porat (1977) citado por González de Goméz (2002). A partir 
disso, estabeleceu-se o que hoje se chama de quarto setor, que era um pouco mais 
autônomo que os sistemas anteriores e que afetou a economia como um todo.
Assim, os discursos sobre os sistemas nacionais de informação científico-
tecnológica enquanto algo do Estado passaram a ser substituídos por um discurso 
focado no econômico. González de Goméz (2002, p. 29) traz como exemplo:
Zurkowski (1984), presidente da Associação das Indústrias da 
Informação, usa o conceito de ‘infoestrutura’ como uma composição 
dos termos ‘informação’ e ‘estrutura’ para designar “a miríade de 
elementos necessários para sustentação da sofisticada capacidade 
de manipulação da informação”. Ao mesmo tempo em que procura 
mapear essa “infoestrutura” em suas crescentes complexidade e 
expressão, Zurkowski se pergunta pelas possibilidades de integração 
das tecnologias, dos mercados e dos diferentes segmentos das indústrias 
da informação como o caminho de sobrevivência e oportunidade de 
fortalecimento do setor, superando suas atuais segmentações, suas 
justaposições e conflitos, suas formas oportunistas e imprevisíveis de 
agregação e de expansão.
A indústria da informação desde seu início busca a integração econômica 
no polo da produção. Assim, passaram a existir duas tendências: a primeira 
tendência indicava uma crescente importância e a autonomia nos campos 
econômicos, políticos e sociais dos fenômenos comunicacionais e informativos, 
onde os novos modelos tecnológicos e econômicos passam a ser estruturais e 
estruturantes das atividades sociais. A segunda “sustentando a constituição 
de um setor diferenciado das atividades, da indústria e dos mercados de 
informação, “o quarto setor”, diferenciado do setor de serviços” (GONZÁLEZ 
DE GOMÉZ, 2002, p. 30). No entanto, houve, ao que parece, uma interceptação 
do desenvolvimento da segunda tendência por parte da primeira, em que, 
segundo Maria Nélida Gonzaléz de Goméz (2002), os fenômenos, os processos 
e as atividades informacionais passaram a ser identificados como planos de 
construção das atividades e manifestações sociais, econômicas e culturais.
Para a autora, isso se deve à sociedade da informação e à infraestrutura da 
informação. Há o que a autora chama de “deslocamento discursivo” no campo 
TÓPICO 3 | SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO
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estratégico do Estado para o campo da economia, onde ocorre a passagem do 
modelo do ‘quarto setor’ à ‘infraestrutura de informação’, perpassando todas 
as atividades sociais. Assim, ocorre uma profunda alteração nos “cenários da 
informação e a reformulação dos agregados de atores políticos, econômicos e 
sociais que deveriam compor os novos arranjos organizacionais do domínio” 
(GONZÁLEZ DE GOMÉZ, 2002, p. 30). Castells esclarece o ponto principal dessa 
mudança ao inferir que:
O termo sociedade da informação destaca o papel desta última na 
sociedade. Sustentarei, porém, que a informação, em seu sentido 
mais amplo, ou seja, como ‘comunicação do conhecimento’, tem sido 
fundamental em todas as sociedades, incluída a Europa medieval, 
que estava estruturada e em certa medida unificada em torno do 
escolasticismo, isto é, em conjunto, um marco intelectual... Em 
contraste, o termo informacional indica o atributo de uma forma 
específica de organização social na qual a geração, processamento e 
transmissão da informação convertem-se em fontes fundamentais da 
produtividade e do poder, devido às novas condições tecnológicas que 
surgem no período histórico (CASTELLS, 1997, p. 47 apud GONZÁLEZ 
DE GOMÉZ, 2002, p. 30).
Em 1994, um dos carros-chefes da política norte-americana do governo 
Clinton foi o programa da Global Information Infrastructure (GII), apresentado em 
1994 na reunião Internacional Telecommunication Union naquele ano em Buenos 
Aires. Al Gore, vice-presidente dos Estados Unidos, consolidou, na reunião de 
apresentação, a associação entre infraestruturas e informação ao conceito de rede, 
mercado e globalização.
A ruptura paradigmática ocorreu a partir do conceito de infraestrutura 
ser anexado juntamente com o termo informação. Infraestrutura é genericamente 
atribuída como um conjunto de instalações, recursos, meios que são requeridos 
para que uma atividade, organização ou sociedade funcione (GONZÁLEZ DE 
GOMÉZ, 2002).
A infraestrutura de informação propõe-se como comunicacional e 
produtiva, nela acontece tanto a transmissão como a geração de valor. 
Liderando um modelo aberto e expansivo da “pax” globalizada, 
lançava-se uma convocatória de investimento nesse novo tipo de 
infraestrutura que, diferentemente das redes

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