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SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 2 de 13www.grancursosonline.com.br Texto 1 – Para os itens de 1 a 12. 1 Há uma discussão pelo mundo afora sobre a “sociedade do cansaço”. Seu formulador principal é um coreano que ensina filosofia em Berlim, Byung- Chul Han, cujo livro com o mesmo título acaba de ser lançado no Brasil. Independentemente das teorizações, vivemos numa sociedade do cansaço. 5 Efetivamente, a aceleração do processo histórico e a multiplicação de sons, de mensagens, o exagero de estímulos e comunicações, especialmente pelo marke- ting comercial, pelos celulares com todos os seus aplicativos, a superinformação que nos chega pelas mídias sociais, nos produzem doenças neuronais: causam depressão, dificuldade de atenção e síndrome de hiperatividade. 10 Efetivamente, chegamos ao fim do dia estressados e desvitalizados. Nem dormimos direito, desmaiamos. Acresce ainda o ritmo do produtivismo neoliberal que se está impondo aos trabalhadores no mundo inteiro. Especialmente o estilo norte-americano que cobra de todos o maior desempenho possível. Isso é regra geral também entre nós. Tal cobrança desequilibra emocionalmente as pessoas, 15 gerando irritabilidade e ansiedade permanente. O número de suicídios é assus- tador. Ressuscitou-se o dito da revolução de 68 do século passado, agora radi- calizado. Então se dizia: “metrô, trabalho, cama”. Agora se diz: “metrô, traba- lho, túmulo”. Quer dizer: doenças letais, perda do sentido de vida e verdadeiros infartos psíquicos. (Leonardo Boff, texto adaptado) 1. A principal finalidade do texto é divulgar o livro do filósofo coreano Byung- -Chul Han, A sociedade do cansaço. Por essa razão, o texto pertence à tipolo- gia informativa. SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 3 de 13www.grancursosonline.com.br 2. Na linha 1, a palavra “Seu” é um pronome possessivo adjetivo e funciona como mecanismo de coesão textual por retomar o referente “uma discussão sobre a ‘so- ciedade do cansaço’”. 3. A causa do estresse e da ansiedade a que o autor se refere no último parágrafo é o excesso de informação e de estímulo decorrente das inovações tecnológicas. 4. Infere-se do texto que depressão e déficit de atenção são doenças que surgem em função do excesso de estímulos da sociedade atual. 5. Na linha 17, a palavra “Então” é um marcador linguístico de conclusão, como na frase Penso, então existo. 6. Em “se está impondo” (l. 12), a colocação do “se” em posição enclítica ao verbo principal (está impondo-se) prejudicaria a correção gramatical do texto, visto que, neste caso, a próclise ao verbo auxiliar é obrigatória. 7. Na linha 7, a inserção de uma vírgula imediatamente após “superinformação”, ainda que preservasse a correção gramatical, prejudicaria o sentido original do texto. 8. A supressão da vírgula empregada após “teorizações” (l. 4) prejudicaria a corre- ção gramatical do período, mas preservaria a coerência e o sentido original do texto. 9. Sem prejuízo à correção e aos sentidos do texto, o trecho “Acresce ainda o ritmo do produtivismo neoliberal que se está impondo aos trabalhadores no mundo inteiro.” (l. 11-12) poderia ser reescrito da seguinte forma: Acrescenta-se, também, no mundo inteiro, o ritmo do neoliberalismo produtivista que se está impondo a quem trabalha. SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 4 de 13www.grancursosonline.com.br 10. Em “Ressuscitou-se” (l. 16), o “se” é um recurso de impessoalização da ação verbal. 11. No trecho “ritmo do produtivismo neoliberal” (l. 11), como tanto ‘do produtivismo’ quanto ‘neoliberal’ referem-se ao termo “ritmo”, esses termos podem ser intercambia- dos (ritmo neoliberal do produtivismo) sem prejuízo às relações semânticas do texto. 12. O adjetivo “permanente” poderia ser flexionado no plural sem que houvesse prejuízo à correção gramatical da frase. Texto 2 – Para os itens de 13 a 24. 1 Qual acha que é a principal característica deste início de século 21? � Zygmunt Bauman: Este século é diferente do século 20. Se compararmos o que eu vivenciei quando jovem, cheio de expectativas, com o que vivencio agora, diria que estamos num estado de interregno. No “interregno", não somos uma coisa 5 nem outra. As formas como aprendemos a lidar com os desafios da realidade não funcionam mais. Mas as novas formas, que substituiriam as antigas, ainda estão engatinhando. Não temos ainda uma visão de longo prazo [...]. Hoje, vivemos na sociedade pós-industrial do consumismo, e a passagem da socie- dade de produção para a sociedade de consumo foi muito poderosa. Mudamos 10 o foco da construção das bases do poder da sociedade para a cultura do ime- diatismo, do prazer, da identificação da felicidade com o aumento do consumo. Acha correto dizer que hoje recebemos informação demais? � � Zygmunt Bauman: Como E. O. Wilson, grande biólogo, expressou de forma � muito sucinta: “Estamos nos afogando em informações e famintos por sabedoria". SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 5 de 13www.grancursosonline.com.br 15 Não temos tempo de transformar fragmentos de informações em algo que podemos chamar de sabedoria. A sabedoria nos mostra como prosseguir. Como Ludwig Wittgenstein dizia: “Compreender é saber como seguir adiante". É isso que estamos perdendo. Neste mundo hiperconectado, qual é o papel da educação? 20 Zygmunt Bauman: O sistema educacional atual é uma das vítimas da cul- tura do imediatismo. Educação e imediatismo são termos contraditó- rios. Certas capacidades psicológicas (como atenção, concentração e o chamado pensamento linear) estão sendo destruídas. Há mudanças na psique humana. E isso coloca os educadores numa posição muito difícil. 25 Que iniciativas e projetos lhe dão esperança no futuro da humanidade? � Zygmunt Bauman: Sou pessimista em relação ao curto prazo e otimista em relação ao longo prazo. Quando analisamos a história da humanidade, vemos que ela é menos cruel e sórdida agora, apesar de tudo de ultrajante que acon- tece. Houve muitas crises na história, mas as pessoas sempre acharam um 30 caminho. Minha preocupação é o tempo que levarão para achar o caminho agora. Quantas pessoas se tornarão vítimas até que a solução seja encontrada? (Adaptado da entrevista de: Zygmunt Bauman ao jornalista Marcelo Lins. Disponível em: http://www.conjur.com.br) 13. De acordo com Bauman, há um contraste entre a cultura do imediatismo e a hedonista sociedade de consumo. 14. Segundo o texto, a destruição de capacidades psicológicas resulta em um olhar de imediatismo aplicado à educação. SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 6 de 13www.grancursosonline.com.br 15. Na linha 28, a substituição de “apesar de” por não obstante preservaria a correção gramatical e as relações de sentido entre as partes do texto. 16. O trecho “Quando analisamos a história da humanidade, vemos que ela é me- nos cruel e sórdida agora, apesar de tudo de ultrajante que acontece” (l. 27-29) po- deria, sem prejuízo à correção e ao sentido, ser reescrito da seguinte forma: Não se pode negar que se vê ainda hoje muitos acontecimentos cruéis e sórdidos, mas são mais ultrajantes do que os do passado, quando se analisa a história da humanidade. 17. O que Bauman classifica como estado de “interregno” refere-se à mudança de paradigma cultural decorrente da passagem da sociedade de produção para a so- ciedade de consumo. 18. Entre os recursos argumentativos empregados por Bauman encontram-se a comparação histórica e a citação de autoridade. 19. Feitos os devidos ajustes de emprego de maiúsculas, a palavra “Certas” (l. 22) poderia ser empregada imediatamente após “psicológicas” sem prejuízo às rela- ções de sentido do período. 20. Como o “Se” empregado na linha 2 introduz ideia de condição, sua substituição por Caso preservaria as relações semânticas e a correção gramatical do texto. 21. A supressão da preposição “de” no trecho “algo que podemos chamar de sa- bedoria” (l. 15-16) preservaria a correção gramatical da frase, visto que, nestecontexto, seu uso é facultativo. SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 7 de 13www.grancursosonline.com.br 22. Preservaria o sentido original do texto a substituição de “estão engatinhando” (l. 7) por são incipientes. 23. Depreende-se do texto um ceticismo do entrevistado quanto à capacidade de as pessoas, no curto prazo, enfrentarem as doenças psíquicas que as afeta na so- ciedade contemporânea. 24. No trecho “Como Ludwig Wittgenstein dizia: ‘Compreender é saber como seguir adiante’” (l. 16-17), os termos destacados introduzem a mesma relação de sentido. Texto 3 – Para os itens de 25 a 40. 3/5/2018 – Câmara dos Deputados 1 O relator da Comissão Especial sobre a Unificação das Polícias Civil e � Militar, deputado Vinicius Carvalho (PRB-SP), informou que vai apresentar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) com normas genéricas pre- vendo a unificação das forças policiais. Segundo ele, caberá a cada estado, 5 individualmente, decidir se fará a mudança de imediato ou não. � “Ao apresentarmos o relatório, no final de junho ou início de julho, podemos deixar na regra geral a possibilidade para que o estado que se sentir apto possa fazer o processo de unificação imediatamente”, disse. “Já aqueles estados que não se sentirem preparados, poderão analisar mais um pouco essa possibilidade.” 10 O parlamentar lembrou que a Constituição Federal permite a cada � estado definir como será o seu sistema de segurança pública. Ele disse acreditar que as unidades da Federação se convencerão da necessidade da unificação. SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 8 de 13www.grancursosonline.com.br “Na Alemanha, houve o convencimento de cada ente. É o que pretendemos tra- zer para a nossa realidade”, comentou. 15 A unificação das polícias foi discutida, nesta quinta-feira (3), em seminário internacional na Câmara dos Deputados. Parlamentares e representantes das corporações de vários estados brasileiros ouviram as experiências de quatro países: Alemanha, Áustria, França e Chile. � A Alemanha e a Áustria unificaram as polícias – a França e o Chile não. 20 No entanto, todas essas nações apresentam o ciclo completo das polícias, com as corporações podendo atuar desde o policiamento ostensivo até a investiga- ção dos crimes, o que não ocorre no Brasil. Há uma pequena diferença no Chile, pois lá cabe ao Ministério Público decidir qual polícia, se civil ou militar, dará continuidade à investigação. 25 O capitão Felipe Joaquim, da Gendarmerie (uma das forças militares encar- regada da segurança do Estado) da França, trabalha na embaixada francesa em Brasília. Ele destacou que, em seu país, há uma competição entre as duas polí- cias em busca de um bom resultado nas investigações: “Quem ganha com essa disputa saudável é a população, a segurança nacional”. A respeito das ideias e das estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens seguintes. 25. Os vocábulos “que” (linha 2) e “se” (linha 5) pertencem à mesma classe gramatical. 26. A oração “decidir” (linha 5) funciona, no período em que se insere, como com- plemento da forma verbal “caberá” (linha 4). SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 9 de 13www.grancursosonline.com.br 27. Considerando-se as regências do verbo lembrar prescritas para o português, estaria correta a seguinte reescrita para o trecho “O parlamentar lembrou que a Constituição Federal permite a cada estado definir como será o seu sistema de se- gurança pública” (linha 10-11): O parlamentar lembrou-se de que a Constitui- ção Federal permite...” 28. Na linha 18, os dois-pontos introduzem uma enumeração explicativa. 29. A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados caso a conjunção “No entanto” (linha 20) fosse substituída por Mas. 30. Mantêm-se a correção gramatical e o sentido original do período ao se substi- tuir o conectivo “pois” (linha 23) por qualquer um dos seguintes termos: porque, porquanto, por conseguinte. 31. A correção gramatical e o sentido original do texto seriam preservados se o trecho “Já aqueles estados que não se sentirem preparados” (l. 8-9) fosse reescrito assim: Já aqueles estados que se não sentirem preparados. 32. Na linha 4, o emprego do sinal indicativo de crase no “a” em “a unificação das forças policiais” não prejudica a correção gramatical, visto que a forma verbal “pre- vendo” possui dupla regência. 33. A estrutura “foi discutida” (linha 15) constitui uma forma de se omitir o agente de uma ação verbal. SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 10 de 13www.grancursosonline.com.br 34. A correção gramatical e as informações do texto seriam preservadas caso o pe- ríodo “Ao apresentarmos o relatório, no final de junho ou início de julho, podemos deixar na regra geral a possibilidade para que o estado que se sentir apto possa fazer o processo de unificação imediatamente” (linhas 6 a 8) fosse assim reescri- to: Ao apresentarmos o relatório – no final de junho ou início de julho –, podemos deixar, na regra geral, a possibilidade para que o estado que se sentir apto possa fazer imediatamente o processo de unificação. 35. O texto pertence à tipologia textual informativa, visto que não há, por parte do seu autor, análise dos fatos apresentados. 36. A palavra “Já” (l. 6) exprime uma circunstância temporal. 37. Segundo o deputado Vinícius Carvalho, a unificação das polícias no Brasil de- pende da adesão dos entes a um pacto federativo que uniformize esse processo. 38. Infere-se do texto que o capitão Felipe Joaquim é favorável à unificação das polícias, uma vez que isso recrudesce a força da atividade policial e beneficia o ci- dadão na área de segurança pública. 39. Infere-se, da leitura do texto, que, no Brasil, a polícia militar não tem prerro- gativa de investigação, ficando esta reservada à polícia civil. 40. A substituição de “Segundo” (l. 4) por “Consoante” preservaria a correção gra- matical e as relações semânticas do texto. SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 11 de 13www.grancursosonline.com.br Considerando a edição de 2018 do Manual de Redação Oficial da Presidência da República (MRPR), julgue os itens a seguir. 41. Sendo a publicidade, a impessoalidade e a eficiência princípios fundamentais de toda a Administração Pública, devem igualmente nortear a elaboração dos atos e das comunicações oficiais. 42. As locuções pronominais de tratamento com “Vossa” levam a concordância verbal para a segunda pessoa do plural, de acordo com o que preconiza a regra gramatical. 43. Em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder, utiliza-se a expressão Ilus- tríssimo Senhor ou Ilustríssima Senhora e o cargo respectivo, seguidos de vírgula. 44. Em comunicações oficiais enviadas por correio eletrônico, em função de sua in- formalidade, pode-se empregar, como fecho, a abreviação de Atenciosamente: At.te. 45. A mensagem, como os demais atos assinados pelo Presidente da República, não traz identificação de seu signatário. 46. Nos casos em que o assunto tratado envolva mais de um ministério, a expo- sição de motivos será assinada por todos os ministros envolvidos, sendo, por essa razão, chamada de multiministerial. 47. Nos ofícios, a impressão pode ocorrer em ambas as faces do papel. Nesse caso, as margens esquerda e direita terão as distâncias invertidas nas páginas pares. SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 12 de 13www.grancursosonline.com.br 48. O fecho dos ofícios deve ser centralizado, antes da identificação do signatário. 49. O ofício conjunto é emitido quando mais de um órgão envia, conjuntamente, o mesmo expediente para um único órgão receptor. 50. O pronome de tratamento no endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência terá a seguinte forma: “A Sua Excelência o Senhor” ou “A Sua Excelência a Senhora”. SIMULADO – LÍNGUA PORTUGUESA 13 de 13www.grancursosonline.com.br GABARITO 1. E 2. C 3. E 4. E 5. E 6. E 7. C 8. C 9. E 10. C 11. E 12. C 13. E 14. E 15. C 16. E 17. E 18.C 19. E 20. E 21. C 22. C 23. C 24. E 25. C 26. E 27. C 28. C 29. E 30. E 31. C 32. E 33. C 34. C 35. C 36. E 37. E 38. E 39. E 40. C 41. C 42. E 43. E 44. E 45. C 46. E 47. C 48. E 49. C 50. C
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