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1 Resposta Temporal Sistema de 1 ◦ ordem Daremos inicio pelo estudo da Resposta temporal, que nos permitirá a partir de uma função no domı́nio da freqüência visualizar sua resposta no domı́nio do tempo, sem cálculos matemáticos com- plexos. Sistemas de controle independentes da sua ordem (número de raı́zes da equação caracterı́stica), obe- decem sempre seu(s) pólo(s) dominante(s), de forma que podemos sempre considerar que um sistema possui 1 ou 2 pólos dominantes. Quando as raı́zes de um sistema se apresentam complexas e conju- gadas, teremos dois pólos dominantes e quando o sistema apresentar uma raiz real, naturalmente este será o pólo dominante. Consideramos o pólo dominante sempre a aquele que no plano s se apresentar mais a direita de todos, veja exemplo que segue. - 6 ........... ............................... ........... ............................... ........... ............................... ........... ............................... ........... ............................... ........... ............................... b b b b @ @ @I pólo dominante Im Re Plano s b b b.......................................... ........... ............................... ........... ............................... ........... .......... ..................... - 6 � � � � ��� ��* ........... .......... pólo dominante Im Re Plano s ..................... Observe que zeros não interferem no conceito de pólos dominantes, pois estes não levam sis- temas a perda de estabilidade, que será visto mais adiante. Portanto baseado no conceito de pólos dominantes, deveremos estudar sistemas de 1o e 2o or- dem que permitem compreender as respostas temporais obtidas em sistemas de controle. A resposta de um sistema qualquer sempre apresenta dois componentes, que somados comple- tam a resposta total. São eles a resposta natural e a resposta forçada. A resposta natural esta ligada a função de transferência do sistema enquanto a resposta forçada é ligada a excitação de entrada. 2 Exemplo 0.0.1. Dada a função de transferência abaixo de um sistema de 1o ordem, obter sua resposta temporal e analisar seu resultado. - -(s+ 2) (s+5) G(s) R(s)= 1 s C(s) Plano s Im Re-2-5 Calculando sua transformada inversa, temos; C(s) = R(s)G(s) = 1 s (s+ 2) (s+ 5) = K1 s + K2 (s+ 5) calculando K1 e K2, resulta: K1 = �s (s+ 2) �s (s+ 5) ∣∣∣∣ s=0 = (s+ 2) (s+ 5) ∣∣∣∣ s=0 = 2 5 K2 = ��� �(s+ 5) (s+ 2) s��� �(s+ 5) ∣∣∣∣ s=−5 = (s+ 2) s ∣∣∣∣ s=−5 = 3 5 Finalizando em: c(t) = 2 5 + 3 5 e−5t Podemos interpretar a resposta como segue abaixo. Im Re-5 Im Re-2 Im Re 0 Pólo de entrada Zero do sistema Pólo do sistema Transformada de Saída Resposta no domínio do tempo Resposta forçada Resposta natural ( ) 32 5 5 ( ) 5 C s s s = + + 2 3 5 ( ) 5 5 t c et -= + 3 A partir dos resultados, concluı́mos. • A função de entrada, impõe um pólo na origem e origina a resposta forçada. Em outras palavras o pólo devido ao sinal de entrada gerou o degrau de saı́da. • O pólo da função de transferência gera a resposta natural do sistema (o pólo em s = −5, gerou e−5t) • O pólo da função de transferência em −a, gera uma resposta da forma e−at, onde a é a posição do pólo sobre o eixo real e determina a velocidade de resposta do sistema. • A composição entre pólos e zeros definem as amplitudes das respostas natural e forçada. 0.1 Sistema de 1o ordem A partir de um sistema de 1o ordem sem zeros, com uma entrada a degrau unitário e com pólo em −a, podemos calcular. ( ) a s a+ Plano s Im Re -a C(s) = R(s)G(s) = a s(s+ a) Aplicando a transformada inversa de Laplace, obtemos a resposta temporal que segue: c(t) = cf(t)︸︷︷︸ forçada + cn(t)︸︷︷︸ natural = 1− e−at Onde o pólo situado na origem s = 0, gerou a resposta forçada c(t) = 1 e o pólo do sistema s = −a, gerou a resposta natural e−at A única variável que um sistema de primeira ordem apresenta é a posição do pólo da função de trans- ferência −a. 4 Desta forma vamos analisar alguns casos particulares do valor de a. para formar importantes conceitos de controle. Fazendo t, valores múltiplos de a o valor de c(t) será. t c(t) t = 1 a c(t) = 1− e−1 = 1− 0, 368 = 0, 632 t = 2 a c(t) = 1− e−2 = 1− 0, 135 = 0, 865 t = 3 a c(t) = 1− e−3 = 1− 0, 05 = 0, 95 t = 4 a c(t) = 1− e−4 = 1− 0, 02 = 0, 98 1/a 2/a 3/a 4/a t(s) C(final) tr ts(5%) ts(2%) 0 1 0,95 0,98 0,9 0,86 0,62 0,1 Figura 1: Resposta temporal de um sistema de 1o ordem 5 Tempo de acomodação ts [seg] Um conceito bastante importante é o tempo de acomodação de um sistema. Podemos observar pelo gráfico que, com 3 constantes de tempo (3/a), o sistema atinge 95% de seu valor final e com 4 con- stantes de tempo (4/a) temos 98% do valor final. Portanto definimos o conceito de precisão de um sistema como sendo: Precisão Constante de tempo 2% 4 cte. de tempo (4/a) 5% 3 cte. de tempo (3/a) Embora este conceito seja definido para um sistema de 1o ordem, ele será válido para sistemas de qualquer ordem, onde a constante de tempo é definida pela parte real do pólo dominante complexo conjugado. Para o sistema de 1o ordem em estudo, temos: ts(2%) = 4 a e ts(5%) = 3 a Tempo de subida tr [seg] O mesmo conceito utilizado em técnicas digitais onde o tempo de subida é o tempo que um sinal demora para ir de 10% a 90% de seu valor final, é utilizado em controle, logo podemos calcular: tr = t90% − t10% p/ t90% p/ /t10% 0, 9 = 1− e−at 0, 1 = 1− e−at −0, 1 = −e−at −0, 9 = −e−at ln 0, 1 =��ln e−at ln 0, 9 =��ln e−at −2, 31 = −at −0, 11 = −at t90% = 2, 31 a t10% = 0, 11 a tr = 2, 31 a − 0, 11 a ⇒ tr = 2, 2 a 6 Método prático para obtenção de uma função de 1o Ordem. Muitas vezes, na pratica não existe disponibilidade de tempo para modelar matematicamente um pro- cesso e obter sua função de transferência. O método que segue é uma aproximação que permite sua obtenção através da resposta temporal do sistema em estudo, balizando inclusive um possı́vel mode- lamento efetuado. Exemplo 0.1.1. Consideraremos um ensaio prático de um forno de aquecimento. Apenas dois pares de valores foram apontados, no experimento. Após 10 minutos de trabalho registramos a temperatura de 150oC e uma nova medida após 4 horas de trabalho, registrou 800oC. A partir da equação temporal não normalizada, mas ajustada para um valor final ̸= 1, temos: c(t) = cmax ( 1− e−at ) ⇒ 150 = 800 ( 1− e−600a ) 1− 150 800 = e−600a 0, 8125 = e−600a ln 0, 8125 = ln e−600a −0, 2076 = −600a ⇒ a = 3, 46x 10−4 ⇔ cte de tempo = 1 a = 2.900 Reescrevendo nossa equação temporal e a função de transferência, vem: c(t) = cmax ( 1− e−at ) = 800 1− e− t2900 e C(s) = a(s+ a) = 3, 46x 10−4(s+ 3, 46x 10−4)
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