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Teoria das Estruturas (38-202) Prof.: Gilson Soares E-mail: gilsonfps@uricer.edu.br Cap. 1 – Introdução à Teoria das Estruturas URI - Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus de Erechim Curso de Engenharia Civil Cap. 1 – INTRODUÇÃO À TEORIA DAS ESTRUTURAS 2 1.1 Conceito geral de estruturas 1.2 Conceito específico de estruturas 1.3 Tipos de elementos estruturais 1.4 Esforços ou ações Cap. 1 – INTRODUÇÃO À TEORIA DAS ESTRUTURAS 3 1.5 Forças aplicadas 1.6 Objetivos da Análise Estrutural 1.7 Estruturas reticulares 1.8 Equilíbrio estático 1.9 Estaticidade das estruturas 1.1 Conceito geral de estruturas 4 Uma estrutura pode ser definida como uma composição de uma ou mais peças, ligadas entre si e ao meio exterior, de modo a formar um sistema em equilíbrio. Tal equilíbrio pode ser estático ou dinâmico. Uma estrutura é, portanto, um conjunto capaz de receber solicitações externas, denominadas ativas, absorvê-las inteiramente e transmiti-las até seus apoios ou vínculos, onde elas encontram um sistema de forças externas equilibrantes, denominadas forças reativas. 1.1 Conceito geral de estruturas 5 Alguns exemplos gerais de estruturas: corpo humano, mesa e cadeira. Alguns exemplos de estruturas nas engenharias: • Engenharia Naval: navios; • Engenharia Aeronáutica: aviões; • Engenharia Mecânica: veículos automotores e máquinas; • Engenharia Civil: viadutos, passarelas, edificações, barragens, rodovias e ferrovias; 1.2 Conceito específico de estruturas 6 Na Engenharia Civil, a estrutura é a parte resistente de uma edificação: vigas, lajes, paredes, pilares, sapatas e blocos. Na Engenharia Mecânica, os elementos de máquinas, como eixos, engrenagens, correias, correntes e parafusos são peças que devem resistir aos carregamentos. Os elementos estruturais, assim como qualquer estrutura, devem apresentar propriedades de resistência e de rigidez, isto é, serem capazes de resistir cargas, dentro de certos limites, sem se romperem e sem sofrer grandes deformações ou variações de suas dimensões originais. 1.2 Conceito específico de estruturas 7 Resistência: é a capacidade de transmitir as forças internamente, molécula por molécula, dos pontos de aplicação aos apoios, sem que ocorra a ruptura da peça. Para analisar a capacidade resistente de uma estrutura, é necessário a determinação: • dos esforços solicitantes internos: que é feito na Análise Estrutural ou Estática das Construções; • das tensões internas: que é feito na Resistência dos Materiais (Mecânica dos Sólidos). 1.2 Conceito específico de estruturas 8 Rigidez: é a capacidade de não deformar excessivamente, para o carregamento previsto, o que comprometeria o funcionamento e o aspecto da peça. O cálculo das deformações é feito na Resistência dos Materiais (Mecânica dos Sólidos). 1.3 Tipos de elementos estruturais 9 Estruturas unidimensionais (ou reticulares) 10Estruturas tridimensionais Estruturas bidimensionais 1.4 Esforços ou ações 11 Solicitantes (Análise Estrutural) Externos Internos Diretos Indiretos Temperatura, recalque e variação de comprimento Forças e momentos (ativos e reativos) Forças: N, V Momentos: M, T Resistentes (Resistência dos Materiais) Tensões normais σ e tangenciais Ƭ 1.4 Esforços ou ações 12 O objetivo do engenheiro estrutural é garantir, por meio do cálculo estrutural, que os esforços resistentes internos sejam maiores que os esforços solicitantes internos 1.5 Forças aplicadas 13 As cargas externas atuantes em uma estrutura classificam- se da forma: • Quanto à posição: fixas (telhado, viga...) e móveis (veículos em uma ponte...); • Quanto à duração: permanentes (peso próprio, revestimento...) e acidentais (mobilia, vento...); • Quanto à forma de aplicação: concentradas (viga apoiada em outra viga...) e distribuídas (parede ao longo de uma viga); • Quanto à variação com o tempo: estáticas (não variam com o tempo), dinâmicas (vento, correntes marítimas, explosões, terremotos...) e pseudo- estáticas (ação do vento em estruturas que permitam um cálculo simplificado desta ação). 1.6 Objetivos da Análise Estrutural 14 Uma vez conhecida a estrutura e determinadas as ações estáticas e/ou dinâmicas que atuam sobre ela, os objetivos da Análise Estrutural são: a) Determinação dos Esforços Solicitantes Internos Necessária para o posterior dimensionamento dos elementos estruturais nas disciplinas de: • Estrutura de Concreto Armado, Concreto Protendido, Estrutura de Aço e Madeira (na Engenharia Civil); • Elementos de Máquinas, Dinâmica das Máquinas (na Engenharia Mecânica). 15 b) Determinação das reações de apoio Necessária, na própria Análise Estrutural (Estática), para a consideração da ação mútua entre os diversos elementos estruturais; c) Determinação do deslocamento em alguns pontos Às vezes necessária para a própria resolução da estrutura (Método dos Deslocamentos para a análise das estruturas hiperestáticas). A limitação da flecha máxima nas vigas é uma verificação exigida pelas normas para evitar a deformação excessiva. Em algumas situações, tal limitação é necessária por questões funcionais, como, por exemplo, acima de janelas com esquadrias, cujo empenamento comprometeria a utilização, podendo levar as vidraças à ruptura. 1.7 Estruturas reticulares 16 São constituídas por elementos unidimensionais, denominados elementos ou barras, interconectados por nós. As barras (ou elementos) são definidos por um nó inicial e um nó final. Elas podem ser de eixo reto ou curvo e de seção transversal constante ou variável. Os nós que permitem rotação relativa de elementos a eles conectados são denominados nós articulados, e os que não permitem rotação relativa são denominados nós rígidos. 17 O ângulo formado por barras interconectadas por nós rígidos é o mesmo antes e depois da deformação da estrutura. No nó articulado, a ocorrência de rotação relativa faz com que o ângulo na configuração deformada seja diferente do originalmente definido na configuração indeformada. Tipos de estruturas quanto às barras e nós. 1.8 Equilíbrio estático 18 Grandezas fundamentais: força e momento. a) Deslocamentos associados Deslocamento associado à força: translação (Di) Deslocamento associado ao momento: rotação (θi) 19 b) Graus de liberdade ● No espaço (A), são seis os graus de liberdade que definem o movimento de um ponto ou nó da estrutura ou da estrutura como um todo. ● No plano (B), a análise fica reduzida a três graus de liberdade. 20 Para se ter o equilíbrio estático, ou seja, para se impedir o movimento imposto à estrutura pelos sistemas de forças externas ativas, é necessário restringir os seus seis graus de liberdade. b) Graus de liberdade 1.8 Equilíbrio estático c) Apoios Os apoios, ou vínculos, servem para estabelecer a restrição ao movimento de uma estrutura. São classificados em função do número de graus de liberdade impedidos. Nos apoios, nas direções dos deslocamentos impedidos, surgem as forças reativas ou reações de apoio. 21 1.8 Equilíbrio estático d) Equações de equilíbrio estático 22 Cargas externas ativas: F e M Reações de apoio: F e M Formam um sistema de forças externas em equilíbrio 1.8 Equilíbrio estático e) Cargas em estruturas reticulares Em geral, as cargas são concentradas e/ou distribuídas. A resultante de uma carga distribuída a o longo de um comprimento L, expressa pela função q(x), é igual à área delimitada pela função q(x) neste intervalo, ou seja, 𝑅 = න 0 𝐿 𝑞(𝑥) ⅆ𝑥 Sendo o ponto de aplicação da resultante R coincidente com o CG do diagrama de q(x). 23 24 f) Representação dos apoios 25 1.8 Equilíbrio estático g) Reações de apoio Uma vez conhecidos os apoios em uma estrutura submetida a um sistema de forças, as reações de apoio podem ser calculadas. As reações de apoio são forças ou momentos, com pontos de aplicaçãoe direção conhecidos e de intensidade e sentidos tais que equilibram o sistema de forças ativas aplicado à estrutura. Os sistemas de forças externas, formadas pelas forças ativas e reativas, têm que estar em equilíbrio. 26 27 Viga biapoiada 28 Pórtico plano 29 Carregamentos distribuídos 30 31 Momentos concentrados Nesse caso, as forças reativas formam um binário que equilibra o momento aplicado M. Esse binário será sempre o mesmo, independente do ponto de aplicação do momento. 1.9 Estaticidade das estruturas Esta classificação irá levar em consideração os sistemas de equações que iremos dispor para determinarmos os esforços externos e internos de uma estrutura, de modo compatível com a natureza de seus vínculos e ligações; daí então termos três tipos de estruturas: isostática, hiperestática e hipostática. 32 Estrutura isostática É quando, para uma estrutura, apenas a utilização das equações da mecânica racional é suficiente para se determinar os esforços internos e externos desta estrutura. É, portanto, quando o número de incógnitas de reações é igual ao número de equações de equilíbrio da estática. 33 Estrutura hiperestática É quando, para uma estrutura, as equações de equilíbrio da estática não são suficientes para determinar os esforços da mesma. Portanto, é quando o número de incógnitas de reações é maior do que o número de equações de equilíbrio, sendo necessário recorrer a equações de compatibilidade das deformações para completarmos este sistema de equações. As estruturas hiperestáticas são estaticamente indeterminadas, sendo também conhecidas como estruturas de vínculos superabundantes. 34 Estrutura hipostática É quando uma estrutura está dotada por um número de vínculos insuficiente, de modo a caracterizar uma estrutura instável, desequilibrada e, portanto, que não pode existir em liberdade. É quando o número de incógnitas de reações é menor que o número de equações de equilíbrio. 35 Exercício de revisão - Reações de apoio Calcular as reações de apoio da viga biapoiada da figura. 36 Dados: q1 = 5 tf/m, q2 = 2 tf/m M = 18 tfm L = 6 m, l1 = 1,5 m Resposta: RAy = 15 tf RB = 6 tf RAx = 0 37 Referências Bibliográficas Para a elaboração deste material, foi utilizada a seguinte referência bibliográfica: ALMEIDA, M. C. F. de. Estruturas: isostáticas. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. 38
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