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QUEM AMA EDUCA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM

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Clélia Mancio Kemper, Juliana Bento Kobczinski, Patrícia Fischer Cardoso, Rosana Somokovitz 
Roberta de Oliveira Silveira 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso 23000/4 – Prática do Módulo I - 02/12/2019 
QUEM AMA EDUCA NO PROCESSO ENSINO 
APRENDIZAGEM 
 
Clélia Mancio Kemper 
 Juliana Bento Kobczinski 
 Patrícia Fischer Cardoso 
 Rosana Somokovitz 
 Roberta de Oliveira Silveira 
 
RESUMO 
 
Na busca de saber a importância do afeto na relação entre aluno e professor, descobriu-se que a 
afetividade já foi bastante estudada e considerada como um dos fatores a ser desenvolvido nessa 
relação, pois é através das interações sociais que se constrói a aprendizagem. De fato, para que a 
aprendizagem ocorra, pela importância que tem a afetividade, é necessário que se crie à volta de 
um clima de segurança, de cuidado e de conforto. Só num clima de segurança afetiva o cérebro 
humano funciona perfeitamente, só assim as emoções abrem caminho às cognições e para a 
aprendizagem. Esse trabalho tem como objetivo pesquisar a relação de afetividade entre professor 
e aluno e sua relevância como fator motivacional no processo de ensino e aprendizagem na escola. 
O professor é responsável por estabelecer uma mediação entre o aluno e o conhecimento de 
maneira atuante e prazerosa, pois é nessa relação que o aluno deve adquirir a maior gama de 
conhecimento de forma que possa aplicá-la na sua vida futura. Quando o educador trabalha com 
afetividade o processo ensino aprendizagem se torna muito mais prazeroso e dessa forma mais 
interessante para o educando. 
 
 
Palavras-chave: Afetividade. Relação Professor e Aluno. Motivação, Ensino-Aprendizagem. 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
 
 A cultura, a educação, os hábitos e a família mudaram, se adequando a um novo mundo 
movido à tecnologia, à corrida contra o tempo e à busca de superações. Em decorrência desses 
novos processos, todas as formas de relacionamento passam por transformações incluindo escola, 
educadores e estudantes. 
 O professor dos tempos atuais tem como desafio ajudar o aluno a construir um sentido para 
a vida. Para isso ser alcançado, é preciso que cada um lance fora todas as ações que dificultem a sua 
prática docente. 
 O presente trabalho vai abordar a importância da afetividade no processo de ensino-
aprendizagem e as consequências que a ausência da mesma traz para a relação entre professor e 
aluno. 
2 
 
 
Clélia Mancio Kemper, Juliana Bento Kobczinski, Patrícia Fischer Cardoso, Rosana Somokovitz 
Roberta de Oliveira Silveira 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso 23000/4 – Prática do Módulo I - 02/12/2019 
 
 Uma das questões que envolvem as discussões da relação professor e aluno diz respeito aos 
laços de afetividade construídos nesse processo relacional. Muitas vezes a afetividade não é vista 
como uma temática importante, e muitos educadores não entendem a relevância que a mesma tem 
para sua prática pedagógica, uma vez que esta relação afetiva está inteiramente ligada ao 
desenvolvimento do aluno. 
 A afetividade constitui-se como facilitadora do processo de ensino aprendizagem, em que o 
aluno passa a ser alvo da empatia do professor, que, ao apoderar-se desse recurso, sente-se 
estimulado a desenvolver uma prática pedagógica direcionada à plena realização do aluno. 
 No transcorrer do trabalho, afirmamos que o afetivo também exerce forte influência sobre o 
cognitivo, pois quando uma criança sente-se amada, querida, respeitada, pelo professor que mostra 
tal atitude, com certeza este aluno sentirá desejo de aprender. 
 Precisamos refletir sobre a nossa prática, se queremos tanto a atenção de nossos alunos, bem 
como controle de uma turma, temos que conhece-los, procurar entender suas particularidades, 
mostrarem-lhes que são importantes para nós e que desejamos manter um convívio harmonioso. 
 Enfatiza-se também a importância de abordar este tema tendo em conta os benefícios que a 
afetividade traz para o processo de ensino-aprendizagem, pois uma educação que não aborda nem 
trabalha, seja em sala de aula ou fora dela, com a afetividade pode acarretar prejuízos para a ação 
pedagógica. 
 Hoje as crianças precisam muito de carinho, de afeto. O educador precisa ter um olhar 
diferente para as crianças que estão em suas mãos. Aprendemos com a cognição, mas sem dúvida 
alguma, aprendemos pela emoção, o desafio é unir conteúdos coerentes, desejos, curiosidades e 
afetos para uma prazerosa aprendizagem. 
 Assim entendemos que o compromisso afetivo ultrapassa limites conceituais, mas 
atinge esferas profundas de comprometimento e responsabilidade com aqueles que necessitam 
desenvolverem-se integralmente como seres atuantes do mundo em que habitam. Auxiliar o ser em 
seu desenvolvimento é dar-lhe subsídios concretos de mundo, de vida, de emoções articuladas na 
parceria, solidariedade, compreensão, autonomia e respeito com e pelo outro. 
 
 
 
 
 
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Clélia Mancio Kemper, Juliana Bento Kobczinski, Patrícia Fischer Cardoso, Rosana Somokovitz 
Roberta de Oliveira Silveira 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso 23000/4 – Prática do Módulo I - 02/12/2019 
 
 
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
1.1 AFETIVIDADE 
 
 
 A educação afetiva deveria ser a primeira preocupação dos educadores, porque é um 
elemento que condiciona o comportamento, o caráter e a atividade cognitiva da criança. E o amor 
não é contrário ao conhecimento podendo torna-se lucidez, necessidade e alegria de aprender. 
Quando se ama o mundo, esse amor ilumina e ajuda a revela-lo e descobri-lo. (SNYDERS, 1986). 
 Trabalhar com emoções e sentimentos como energia é um aprendizado para o educador e 
educando, e também para os pais, essenciais parceiros na construção desse sujeito. De acordo com 
Velanga (2004), é importante ter como base o estudo teórico de estudiosos como Piaget, Wallon e 
Vygotsky que incluem a afetividade explicita ou implicitamente para defender a necessidade de os 
educadores transformarem sua prática pedagógica em prática reflexiva. 
 As teorias de Henri Wallon e Vygotsky tem como base o caráter social da aprendizagem, 
destacando o papel das relações sociais. Wallon (1978), afirmou que a primeira relação do ser 
humano ao nascer é com o ambiente social, ou seja, com as pessoas ao seu redor. As manifestações 
iniciais de uma criança assumem um caráter de comunicação entre ele e o outro. Os estudos de 
Wallon contribuíram para a compreensão da afetividade com o entendimento reflexivo sobre o 
desenvolvimento humano, especialmente no que se concerne ao educando na escola e fora dela, 
como pessoa integral, completa. 
 Ao estudar os fenômenos pedagógicos e psicológicos que ocorrem na família e na escola, 
Wallon se distingue como marco referencial ao agregar os dois polos entre os quais oscila a escola: 
a formação do humano e sua inserção na sociedade. 
 Para Wallon, o afetivo tem origem na sensibilidade interior e na que vem de fora do 
organismo, e que vão se transformando em sinalizações afetivas cada vez mais específicas, como a 
raiva, o medo, a alegria, a serenidade. Compreende que as emoções tem por função garantir as 
necessidades básicas, no início da vida de uma pessoa. Contudo, pontua que essas emoções vão se 
modificando em movimentos expressivos, por meio da convivência com outas pessoas. “Ao 
educador, diante desta teoria, importa saber que a presença do outro é o que vai garantir nãosomente a sobrevivência física do indivíduo, mas até mesmo a sobrevivência cultural por meio da 
transmissão de valores, crenças, ideais, técnicas e afetos que são predominantes em cada cultura” 
(VELANGA, 2004). 
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Clélia Mancio Kemper, Juliana Bento Kobczinski, Patrícia Fischer Cardoso, Rosana Somokovitz 
Roberta de Oliveira Silveira 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso 23000/4 – Prática do Módulo I - 02/12/2019 
 
 O afeto é um ato indispensável para boas relações humanas, eficaz para reforçar 
potencialidades podendo ser entendido como a energia necessária para que a estrutura cognitiva 
passe a operar. Além disso, o afeto estimula a velocidade com que se constrói o conhecimento, pois, 
quando as pessoas se sentem seguras, aprendem com mais facilidade. 
 A escola de hoje deve vir de encontro aos anseios dos educandos, estes na fase mais ativa de 
suas vidas buscam um caminho para chegar a um ponto chave: a aquisição do conhecimento que 
será o passaporte para o futuro. Por esta razão é de suma importância que haja um bom 
relacionamento afetivo entre educadores e educandos. (VASCONCELOS, 1994). 
 Entende - se que a escola é a continuação do lar, sendo que esta não pode se limitar a 
fornecer somente conhecimentos conceituais, mas contribuir para o desenvolvimento da 
personalidade de seus alunos em sua totalidade. A maior influência no processo escolar é exercida 
pelo professor que precisa ter o desenvolvimento emocional e comportamental da criança em todas 
as suas manifestações. 
 A afetividade é vista hoje como o ponto chave nas relações produtivas entre o professor e o 
aluno, quando o aluno sente-se motivado, seu comportamento muda positivamente, e seu interesse 
em aprender cada vez mais, logo aumenta, levando-o a uma melhor aprendizagem de tal forma que 
o aluno acaba tendo uma escolha por algumas disciplinas e passa a gostar mais de determinados 
professores que o faz aprender com alegria e entusiasmo o conteúdo da sua disciplina aliado aos 
conhecimentos prévios que os alunos carregam consigo. 
 Dessa forma, a prática educativa na escola deve primar pelas relações de afeto e 
solidariedade proporcionando situações que dê prazer ao aluno de construir conhecimentos e de 
crescer junto com o outro. No relacionamento professor-aluno, há trocas de experiências e de 
conhecimentos, no qual o professor, estando no lugar de que deve ensinar, também aprende com a 
realidade de cada aluno, e o aluno no lugar de quem recebe ensinamentos também ensina e aprende 
mesmo sem intencionalidade. 
 Para Freire (1996, p.52) “saber que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as 
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. Podemos assim afirmar então que 
a afetividade presente na relação professor e aluno é um elemento indispensável para a construção 
do conhecimento. 
 A educação afetiva ela é dinâmica, flexível e democrática. É tratar o educando com a mesma 
reciprocidade a que damos a um adulto, levar em consideração a sua opinião. Buscar maneiras de 
partilhar a afetividade de uma forma lúdica, entender que temos indivíduos diferentes em sala, e que 
absorve informação de formas distintas. 
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Clélia Mancio Kemper, Juliana Bento Kobczinski, Patrícia Fischer Cardoso, Rosana Somokovitz 
Roberta de Oliveira Silveira 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso 23000/4 – Prática do Módulo I - 02/12/2019 
 
2. RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO NO ATO DE MOTIVAR 
 
 
 No contexto da educação escolarizada, as condições para o professor atuar como recurso 
de desenvolvimento para a criança dependem muito das características e necessidades dela e dos 
significados que um e outro emprestam a situação vivida, geralmente muito pouco concordantes. 
Muitas vezes, tais condições referem-se à capacidade do professor de estabelecer relações com as 
crianças pelo uso de diferentes canais expressivos e linguísticos. 
 O estabelecimento de vínculos entre a criança, o professor, os colegas e os objetos de 
conhecimento é possibilitado ou dificultado pelo afeto, que suscita motivos para a ação. A 
motivação para aprender surge à medida que a criança busca dominar algo como meio de satisfazer 
certas necessidades. Ser colocada em um ambiente que não lhe desperte medo, mas a incentive a 
explorá-lo, ter sua atenção dirigida a aspectos significativos para si mesma são elementos que 
ampliam o sucesso da criança na grande aventura de conhecer. 
 Carvalho e Gil Perez (1993), ao abordar em o que deverá saber e fazer os professores 
apresenta como elementos fundamentais: conhecer a matéria a ser ensinada; conhecer e questionar o 
pensamento docente espontâneo; adquirir conhecimentos teóricos sobre a aprendizagem e 
especificamente sobre a aprendizagem de Ciências; saber analisar criticamente o ensino habitual; 
saber preparar atividades; saber dirigir a atividade dos alunos; saber avaliar; utilizar a pesquisa e a 
inovação. Em nossa análise, os elementos destacados colocam bastante peso em aspectos puramente 
racionais. Já na perspectiva de outros autores, existe uma relevância muito grande no que se refere 
aos aspectos afetivos em sala de aula que contribuem na aprendizagem do aluno. 
 Wallon (1992) defende que a afetividade que se manifesta na relação professor-aluno 
constitui-se elemento inseparável do processo de construção do conhecimento. A qualidade da 
interação pedagógica vai conferir um sentido afetivo para o objeto de conhecimento. E muitas vezes 
a relação entre o ensinar e aprender inicia-se no ambiente familiar, na qual a base da relação é 
afetiva, e no decorrer do desenvolvimento os vínculos afetivos vão ampliando-se e a figura do 
professor surge com grande importância na relação de ensino e aprendizagem. 
 Conhecer o universo sociocultural do aluno é muito importante para que o trabalho do 
professor seja eficaz, e dessa forma, que ele possa proporcionar aos seus alunos maneiras diferentes 
de aprender com prazer. Sobre esta temática, Cortella nos faz refletir quando diz: 
 
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Clélia Mancio Kemper, Juliana Bento Kobczinski, Patrícia Fischer Cardoso, Rosana Somokovitz 
Roberta de Oliveira Silveira 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso 23000/4 – Prática do Módulo I - 02/12/2019 
 
A busca do prazer e do gostar do que está fazendo integra prioritariamente o 
universo discente e o universo da criatividade. Assim, a criação e recriação 
do conhecimento na escola não estão apenas em falar sobre coisas 
prazerosas, mas, principalmente, em falar prazerosamente sobre as coisas; ou 
seja, quando o educador exala gosto pelo que está ensinando, ele interessa 
nisso também o aluno. Não necessariamente o aluno vai apaixonar-se por 
aquilo, mas aprender o gosto é parte fundamental para passar a gostar 
(CORTELLA,1999). 
 
 
 Fernández (1991) sustenta que para aprender, necessitam-se dois personagens educador e 
educando e um vínculo que se estabelece entre ambos. Completando seu raciocínio o autor 
argumenta que não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança 
e direito de ensinar. 
 Para Freire (1996), a prática educativa deve ser entendida como um exercício constante em 
favor da produção e desenvolvimento da autonomia dos educandos, que perde completamente o 
sentido sem o querer bem por aqueles e sem o gosto da alegria por sua prática. Nesse mesmo 
sentido Corrêa (1995) afirma que na arte especial de ensinar, métodos não bastam, pois é preciso 
interesse pelos alunos e muito afeto para temperar as relações em sala de aula e ajudar no 
desenvolvimento cultural e afetivo dos educandos. A aprendizagem está relacionada a educação e 
ao desenvolvimento pessoal, pois requer envolvimento e iniciativa. 
 O professor tem hoje uma árdua tarefa, a de saber lidar com uma geração muito acelerada, 
impaciente querem tudo pra ontem, afirma Tágides (2019, p.29) que“os alunos não sabem interagir, 
dividir brinquedos, ouvir não, esperar sua vez, lidar com suas emoções. Mas uma criança que desde 
pequena é ouvida, observada e valorizada vai ser mais autônoma, crítica e segura em relação ao que 
pensa”. Quando doamos nosso tempo para ouvi-los, não estamos perdendo tempo e sim ganhando, 
mostrando que nos importamos, e se sentirão importantes e valorizados, tornando eles mais 
confiantes, e se os deixarmos com mais participação durante a aula deixaremos eles mais críticos, 
responsáveis e autônomos. 
 Outra questão igualmente importante no processo de ensino-aprendizagem é nunca rotular o 
aluno, porque esse "rótulos" são internalizados pelo aluno o que o leva a acreditar que são 
verdadeiros. O professor é parte fundamental no processo de construção da autoestima e 
autoimagem, e rótulos só dificultarão essa construção. Aceitar as diferenças, respeitar e valorizar 
sem discriminação e comparações, fará com que esse aluno se aceite a si mesmo e valorize as suas 
habilidades e desenvolva seu potencial. 
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Clélia Mancio Kemper, Juliana Bento Kobczinski, Patrícia Fischer Cardoso, Rosana Somokovitz 
Roberta de Oliveira Silveira 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso 23000/4 – Prática do Módulo I - 02/12/2019 
 
 Por tanto, a afetividade é um fator importantíssimo na relação professor-aluno, pois é o 
começo de uma relação social. A criança precisa se sentir segura diante do professor, tem que ter 
carinho, afeto. E no caso da educação, em que o centro é o aprendizado, o carinho físico, (beijos, 
abraços, cafunés) é substituído pelo carinho psicológico: um elogio depois de uma atividade feita, 
por exemplo, (Leite e Tassoni, 2002). 
 A afetividade é um componente importante para que haja equilíbrio e harmonia de 
personalidade. Uma criança bem estimulada afetivamente ao chegar à vida adulta, terá maior 
capacidade para conviver com fases negativas da vida com determinação e confiança. A afetividade 
tem de vir da família e também da escola. Para Ferreira afetividade significa: 
 
Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de 
emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre dá impressão de dor 
ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria 
ou tristeza. O afeto é essencial para todo o funcionamento do nosso corpo. 
Ele nos dá coragem, motivação, interesse, e contribui, para o 
desenvolvimento do ser. Durante toda nossa existência, muitos 
acontecimentos fazem parte de nossa consciência; são as nossas experiências 
de vida. Essas experiências podem ser agradáveis ou não e é por meio do 
afeto que aprendemos essas informações. Todas as relações familiares, 
profissionais ou pessoais são permeadas pela afetividade, em qualquer idade 
ou nível sociocultural (FERREIRA, 1999). 
 
 
 Dessa forma, a prática educativa na escola deve primar pelas relações de afeto e 
solidariedade proporcionando situações que dê prazer ao aluno de construir conhecimentos e de 
crescer junto com o outro. 
 
 
 
3. AFETO NO PROCESSO ENSINO – APRENDIZAGEM 
 
 
Entende-se que o professor necessita ter habilidades e conhecimentos teóricos para 
perceber e intervir em situações que envolvam conflitos e crises emocionais, deve ter consciência 
do poder do contágio emocional entre as crianças e atuar nessas situações, promovendo 
intervenções que possam ser administradas de forma significativa e, possivelmente, benéfica para 
o grupo. 
Há uma necessidade de renovação dos processos de ensino-aprendizagem que devem 
levar em conta a renovação também das estruturas organizacionais. Essa renovação deve ser 
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Clélia Mancio Kemper, Juliana Bento Kobczinski, Patrícia Fischer Cardoso, Rosana Somokovitz 
Roberta de Oliveira Silveira 
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pautada nos direitos humanos, e contemplar temas como estilo de direção, comunicação, sistema 
de relações, tratamento dos conflitos, avaliação institucional, normas disciplinares. É necessário 
construir estratégias que gere, tanto na sala de aula como na escola, um clima de segurança, 
confiança e respeito a individualidade de cada indivíduo que, por consequência, trará liberdade de 
expressão emocional, física e criativa. 
 A qualidade da interação pedagógica vai conferir um sentido afetivo para o objeto de 
conhecimento. E muitas vezes a relação entre o ensinar e aprender inicia-se no ambiente familiar, 
na qual a base da relação é afetiva, e no decorrer do desenvolvimento os vínculos afetivos vão 
ampliando-se e a figura do professor surge com grande importância na relação de ensino e 
aprendizagem. 
Deve ser questionada a separação entre racionalidade e afetividade, e valorizado os 
sentimentos que estão presentes em todas as relações humanas. A razão não nega a emoção. A 
educação escolar tem que estar preparada para desenvolver a construção equilibrada da 
personalidade como um todo. 
Vygotsky e Wallon (1992), afirmam que a relação afetividade-inteligência possui um 
caráter social e fundamental para todo o processo de desenvolvimento do ser humano. E cabe ao 
educador integrar o que amamos com o que pensamos, trabalhando razão e emoção. De modo que 
todo indivíduo tenha condições de usar tanto a razão quanto os sentimentos, e aprenda a conhecer-
se a si mesmo e a seus semelhantes. 
Para Mello et al (2013), a aprendizagem está associada a fatores que vão além do ato de 
ensinar, de aplicar metodologias novas e criativas, para estes autores o afeto é determinante para a 
aprendizagem e que o papel do educador é também fazer com que o aluno tome consciência de si 
mesmo diante a sociedade, sabendo aceitar-se e aceitar o outro. 
Existem diversos pensadores, livros, vídeos e outros materiais que podem ajudar os 
professores a ensinar levando em consideração o afeto, mas o mais importante é que sua formação 
humana esteja adequada ao trabalho com crianças. “O professor que se coloca no lugar de seu 
aluno, que aceita os desafios que a profissão oferece, que tem um olhar diferenciado para a criança, 
que sabe a hora certa de comunicar pais e coordenação sobre eventuais problemas, que ouve a 
criança, que não oprime ninguém, que respeita ao próximo, esse sim é um profissional que faz a 
diferença em uma escola”, cita a coordenadora Tágides Mello (2019). “Afetividade é afetar o meu 
próximo, então é preciso se perguntar: como eu, professor, estou afetando meus alunos?”. 
 
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4. CONCLUSÃO 
 
 
 Diante do exposto e de todas as colocações foi possível identificar que toda aprendizagem 
está impregnada de afetividade, visto que a partir das interações sociais, e culturais entre professor e 
aluno, estas contribuem para que haja uma aprendizagem escolar mais significativa para o aluno, na 
qual a trama que se tece entre alunos, professores e conteúdo escolar não acontece puramente no 
campo cognitivo. Existe uma base afetiva permeando essas relações. 
 Quando há um laço entre educador e educando todo o processo de ensinar e aprender se 
torna muito fácil e prazeroso, pois temos facilidade de aprender o que temos mais afinidade e vindo 
de alguém para quem temos afeto fica muito mais interessante. 
 O afeto é sim a base do aprendizado, afirma Tágides (2019.p.29) “quando a relação afetiva 
entre o professor e sua turma é positiva, as crianças desenvolvem melhor sua memória, autoestima, 
vontade e pensamento. 
 Deve ser questionada a separação entre racionalidade e afetividade, e valorizado os 
sentimentos que estão presentes em todas as relações humanas. A razão não nega a emoção. A 
educação escolar tem que estarpreparada para desenvolver a construção equilibrada da 
personalidade como um todo. 
 Aprender a conviver em sociedade é um dos objetivos da educação escolar. Para isso, é 
necessário ensinar a conciliar a relação igualdade e diferença, paz e violência, aceitação e 
preconceito, sendo que esse processo exigirá dos professores uma postura democrática e não 
autoritária onde trabalha a criatividade e liberdade de expressão, que são contrários ao modelo atual 
onde é esperado o mesmo comportamento para todos, como se fosse possível colocar uniformes no 
interior dos alunos. Até mesmo o modelo de avaliação da aprendizagem deve ser revisto, pois não 
aprendemos da mesma forma e não nos comunicamos no mesmo nível de linguagem, o que não 
quer dizer que não somos capazes de aprender, mas sim que todo ser humano é único. 
 Ficou evidenciado que o processo de ensino-aprendizagem não ocorre de maneira isolada, 
uma vez que professor e aluno estão em constante interação, o afeto presente na relação professor-
aluno foi considerado um agente motivador que permeia todo este processo tornando-se um 
coadjuvante fazendo reforçar as potencialidades. 
 Por meio da pesquisa realizada pode-se constatar que a afetividade é imprescindível para o 
desempenho educacional. 
 Hoje é possível encontrar vários trabalhos na área educativa que procuram discutir a 
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necessidade da afetividade no processo educacional, porém a afetividade não se restringe somente à 
escola, ela também está inserida dentro do ambiente familiar, o qual igualmente precisa desenvolver 
laços de afeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação – 
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Editorial Summus, 2003. 
 
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de out.de 2019. 
 
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<www.focomagazine.com.br>. Acesso em: 02 de out. de 2019. 
 
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KAAM, Tágides Renata de Mello. Competências midiáticas na formação de professores, São 
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