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Victoria Karoline Libório Cardoso Leishmaniose Introdução São doenças causadas por um protozoário do gênero Leishmania. Reservatório: homem e vários animais. Manifestações clínicas: dependem da patogenicidade do parasita. Ag. etiológico mais comum: Leishmania chagasi (infantum). Fatores de risco: ● < 5 anos. ● Coinfecção por HIV ou outra imunodeficiência. ● Desnutrição. Infecção/ciclo de vida 1. Mosquito infectado pica um reservatório, como o homem ou o cachorro, transmitindo-o promastigotas de Leishmania. 2. Os promastigotas invadem macrófagos e sobrevivem dentro deles. 3. Nos macrófagos, os promastigotas mutam para amastigotas, iniciando um ciclo de replicação e posterior infecção de outros macrófagos. Obs: o flebotomíneo, ao picar um reservatório infectado, ingere macrófagos com amastigotas que serão liberados no intestino do mosquito, onde voltam à forma de promastigotas e o ciclo se reinicia. Diagnóstico Hemograma TGO e TGP Biópsia: exame molecular pela extração de DNA das amostras de biópsia e swab salivar, seguidas da reação de PCR convencional (cPCR) e PCR em tempo real (qPCR). Raspado: faz-se uma raspagem da borda da ferida para procurar o parasita. O material colhido é colocado em uma lâmina de microscópio e examinado. Sorologia para leishmaniose: IgM, apenas casos agudos Intradermorreação de Montenegro. Lesões até 2 meses possuem maior sensibilidade. Limitações: 4 meses após o início da lesão; não distingue doença atual ou pregressa. Profilaxia Controle dos reservatórios e do mosquito vetor. Medidas de proteção individual caso a pessoa precise estar em local de risco. Inseticidas e medidas educativas. Leishmania Tegumentar Endêmica na América Latina (90% dos casos: Brasil, Peru e Bolívia). No Brasil, a maior incidência ocorre nas regiões norte e nordeste. Transmissão: picada pela fêmea do mosquito “flebótomo” (palha/birigui). Fisiopatologia Ao exame histopatológico: inflamação crônica e aguda, com alterações granulomatosas. Células mononucleares do sangue periférico de pacientes infectados com leishmaniose cutânea típica produzem um interferon-y, causando uma hipersensibilidade do tipo tardia. Lesão: equilíbrio entre uma imunidade celular protetora e uma exacerbada. Aspectos clínicos Quando pensar em L. Tegumentar? lesões cutâneas localizadas e crônicas. Victoria Karoline Libório Cardoso Leishmaniose mucosa: ● Denomina-se espúndida: manifestação secundária, com lesão primária de úlcera cutânea - 80% dos casos. ● Surge na atividade da lesão ou após a cicatrização, por fatores como a demora de cicatrização. ● Comprometimento da mucosa nasal (principalmente), oral, lesões em palato, faringe, laringe, lábios e às vezes traquéia. ● Evolução: perfuração ou destruição total do septo, ulceração nas asas do nariz. Quadro clínico Período de incubação: 1-3 meses. L. cutânea difusa: lesões nodulares disseminadas que não evoluem para úlcera. L. cutânea disseminada: L. cutânea típica: úlceras indolores únicas. Tratamento Glucamina - 1° escolha. Anfotericina - falta de resposta ao glucamina. Pentamidina - falta de resposta aos anteriores. Critério de cura: critério clínico e cicatrização da lesão. ● De qualquer forma o acompanhamento é por no mínimo 1 ano. Leishmaniose Visceral Tem origem indiana, conhecida como “calazar” no Brasil. É endêmica em 88 países, incluindo a África, a Ásia, a Europa e a América Latina. Predominante em meio periurbano. Transmissão: ● Picada pela fêmea do mosquito longipalpis. ● Parenteral - agulhas. ● Congênita e ocupacional. Prevalência no Brasil: Minas Gerais, Bahia, Ceará, Piauí e Maranhão. Sintomas no cachorro: emagrecimento, queda dos pelos, paralisia dos membros inferiores e cegueira. Quadro clínico Pode ser subclínica/ oligossintomática ou clássica. Casos sintomáticos agudos: febre alta, calafrios, diarreia (pode ser do tipo disenteria) e esplenomegalia. Forma clínica: (trata-se do “calazar clássico”) febre insidiosa, palidez cutânea, tórax e braços emagrecidos, cabelo quebradiço, cílios longos, membros inferiores edemaciados, mal estar, aumento do volume abdominal, esplenomegalia, hepatomegalia, epistaxe (sangramento de nariz), edema e ascite. ● Principal achado: esplenomegalia. Diagnóstico Exames inespecíficos: hemograma (queda de eosinófilos), inversão albumina/globulina, USG abdominal, transaminases, EAS (exame de urina). Exames específicos: ● Sorologia para Leishmaniose. ● Aspirado de medula: identificação de amastigota. ● Exame direto de aspirado esplênico. ● Biópsia hepática ou de linfonodos. ● Teste de Montenegro. ● Isolamento em meio de cultura - pouco usado pela demora Victoria Karoline Libório Cardoso Quando pensar em L. visceral? sempre que houver febre associada à esplenomegalia. Confirmação: presença de amastigotas em tecidos ou com o isolamento de promastigotas em cultura. Biópsia/aspirado de tecido: baço (padrão ouro), medula óssea (70% sensível), fígado e linfonodos (quando aumentados). Tratamento L. tegumentar: antimonial pentavalente; anfotericina B; isetionato de pentamidina. L. visceral: antimonial pentavalente; anfotericina B.
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