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Leishmaniose LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA) 1)INTRODUÇÃO -Dividida em tipos: cutânea (causada por todas), cutaneomucosa (causada exclusivamente pela Leishmania braziliensis), cutânea disseminada (+20 lesões) e cutânea difusa (causada exclusivamente pela Leishmania amazonensis). Contudo, 95% dos casos possuem como agente etiológico a Leishmania braziliensis. Provocada por protozoários, e repassada pelo vetor- mosquito fêmea do mosquito palha, do gênero Lutzomya, ao exercer o hematofagismo. Sua forma infectante é a promastigota metacídica, ao entrar no corpo, precisa encontrar rapidamente uma célula (preferência por macrófagos, formando vacúolos parasitários) para se proteger do sistema imune e passar para fase amastigota - podendo ficar livre no sangue ou preso ao trato digestório. Não tem febre. 2)FORMAS CLÍNICAS • Leishmaniose Cutânea -Mais comum, no inicio da parasitose vê-se uma pápula vermelha no local da picada, caracterizada por ser INDOLOR e INODORA e possível aumento dos linfonodos. Logo, há formação de ulceras na pele que podem evoluir para formas vegetantes verrucosas e framboesiformes. -Aspecto da úlcera de bordas emolduradas/salientes, onde os parasitas se concentram, no centro há apenas tecido granulomatoso (cor de framboesa) e sem parasitas. Lesões não cicatrizam, podendo estar presente até 6 meses – 10% tem involução, mas não significa cura. Obs.: Terá secreções centrais se houver infecções oportunistas na lesão. A pápula avermelhada inicial pode levar de 2 a 3 meses para evoluir. • Leishmaniose Cutâneomucosa -Se difere por começar com a lesão primária (forma cutânea) e posteriormente cursa com lesões secundária envolvendo mucosas e cartilagens (nariz, faringe, boca, laringe). Forma grave, tendo destruição de todo septo nasal. • Leishmaniose Cutânea Difusa -É rara, presente em pacientes imunodeprimidos e com HIV, c/ forma clinica sem lesões, e sim erupções nodulares não-ulceradas por toda a pele, principalmente extremidades e partes mais expostas. 3)DIAGNÓSTICO -Laboratorial: Exame direto de esfregaços corados – raspado das bordas da ulcera até sair linfa, faz um esfregaço + cora e observa-se presença de amastigotas se +. *PADRÃO OURO Histopatológico – retirar fragmentos da lesão e faz o estudo patológico, identificando espécie. Cultura – difícil acesso, identifica espécie. Reação em cadeia de polimerase (PCR) – é feito a biologia molecular, custo alto. Teste de Montenegro – aplicação subcutânea do antígeno, se positivo, com 48h tinha formação de pápula. RIFI – sorologia (IgG e IgM). Popularmente: ÚLCERA DE BAURU -Clínico: Anamnese; características da lesão e dados epidemiológicos. Em diagnósticos diferenciais, procurar linfonodos, pápulas satélites e fazer perguntas como: mora em área endêmica? Com arborização? Teve lesão anterior que cicatrizou? Há quanto tempo a lesão existe? -Teste p/ identificar a LTA Difusa: PCR, RIFI e ELISA. Obs.: após 6 meses p/ casos cutâneo e cutâneo mucosa faz RIFI ou ELISA, pois a carga parasitaria na lesão será muito baixa para o exame direto. 4)TRATAMENTO Imunoterapia com Leishvacin Seriado; Imunoterapia com Leishvacin associado ao BCG; Imunoquimioterapia com Leishvacin Seriado associado ao Glucantime; Imunoquimioterapia com Leishvacin Seriado associado ao BCG e ao Glucantime -Imunoterapia não é usado na rotina devido alto custo, usa-se no SUS o Glucantime (intravenoso durante 20 dias) que tem grande efetividade, mas tem alta toxicidade (cuidado c nefropatas, cardiopatas, hepatopatas – monitoramento c ECG, enzimas hepáticas, ureia e creatinina), não sendo indicada p/ gestantes, crianças de 1 ano e pacientes HIV positivos (substitui por Anfotericina B lipossomal – baixa toxicidade, poucos efeitos colaterais tratamento rápido). -Só medicação faz a cicatrização, não se deve usar cremes pois pode espalhar a lesão. LEISHMANIOSE VISCERAL AMERICANA (LVA) 1)INTRODUÇÃO -Conhecida popularmente conhecida por calazar, tem como agente etiológico a Leishmania infantum chagasi, e vetor de gênero Lutzomya longipalpis ou Lutzomya cruzi, chamado mosquito-palha, é uma doença sistêmica e fatal (Cura no período de estado). -Chamada antigamente de febre negra, uma vez que era constante e provocava escurecimento da pele. Ocorrem mais casos em crianças e no sexo masculino, sendo possível a cura feita no ¨período de estado¨ da doença. Obs.: maior dificuldade é o diagnóstico cedo! -A transmissão é feita em maior número pela picada da fêmea do mosquito, e raramente por compartilhar seringas e transfusão sanguínea. Forma infectante também são as promastigotas metacíclicas. CICLO: hospedeiro (homem) reservatório (cachorro, raposa, gambá) vetor agente. Obs2.: pessoas c/ imunidade padrão de linfócitos T CD4 TH1 ficam assintomática, e c/ TH2 adoecem. 2)PATOGENIA NO PERCURSO DA DOENÇA -Sintomas iniciais: febre diária, fraqueza e perda de peso/emagrecimento (devido inflamação sistêmica nos órgãos que causa redução do apetite), esplenomegalia e hepatomegalia discreta (aumento do baço e fígado), palidez de mucosa (anemia), leucopenia, plaquetopenia. Fase evoluída: alterações renais (glomeronefrite proliferativa, nefrite intersticial) e pulmonares (pneumonite intertiscial, broncopneumonia). Pós-tratamento: alterações cutâneas (descamação e queda dos cabelos; lesões nodulares; leishmaniose dérmica pós-calazar). -Parasitas geralmente localizados na medula, baço, fígado, intestino. 3)FORMAS CLÍNICAS -Assintomática: se houver, sintomas leves pouco específicos, como febre baixa recorrente, tosse seca, diarreia, sudorese, prostração. Nessa condição, o paciente pode apresentar cura espontânea ou apresentar o parasito sem nenhuma evolução clínica por toda a vida. -Aguda: febre alta e diária, palidez das mucosas, hepatoesplenomegalia discreta, altos títulos de IgG anti-Leishmania. O paciente pode vir a apresentar, ainda, tosse e diarreia. -Sintomática Crônica (calazar clássico): febre irregular, emagrecimento progressivo levando à desnutrição proteico-calórica, hepatoesplenomegalia de grande proporção associada à ascite (acúmulo de liquido no abdômen rígido e globoso), edema generalizado, pancitopenia (queda de todos os parâmetros do hemograma), dispneia, cefaleia, dores musculares, perturbações digestivas, epistaxes, retardo da puberdade. -Nesse estágio da doença, o paciente fica suscetível à infecções bacterianas como pneumonia, broncopneumonia, tuberculose. Fase inicial Fase de estado Fase final -Leishmaniose dérmica pós-calazar: manifestação cutânea que ocorre após o tratamento da leishmaniose visceral 4)DIAGNÓSTICO -Laboratorial: INESPECÍFICO (inicial) HEMOGRAMA e PCR (proteína C reativa), podendo mostrar anemia, plaquetopenia, leucopenia, provas inflamatórias-ELEVAÇÃO, hipoalbuminemia e/ou hiper(gama) globulinemia, elevação de enzimas hepáticas (transaminase TGO e TGP, gama e fosfatase), icterícia pela elevação de bilirrubinas na fase final. DEFINITIVO (confirmação parasitológica) por exame direto ou cultura Aspirado esplêcnico – desaconselhável devido risco de hemorragia. Aspirado de medula óssea (mielograma) – coleta licor e manda para análise. Biópsia hepática – evasivo e sem sensibilidade Aspirado ganglionar – 30% de sensibilidade ESPECÍFICO Imunocromatogáfico (K39) – baixo custo, sensível e especifico para leishmaniose visceral. *PADRÃO OURO Sorologia por ELISA, RIFI ou RFC. PCR – biologia molecular Obs.: Pode ter leucócitos normais e PCR elevado, tem processo infeccioso c/ sistema imune ineficiente (pacientes imunodeprimidos). -Clínico: sintomas e epidemiologia (histórico de residência em área endêmica). 5)TRATAMENTO Antimoniais pentavalentes- GLUCANTIME; Anfotericina B desoxicolato – alta toxicidade, é a 1ª escolha ao ter sinais de gravidade (baseadona tabela de escores). Anfotericina B lipossomal- desoxicolato possui benefícios de redução da toxicidade com aumento da eficácia em menor tempo de tratamento (5-7 dias). Indicado para: idade <1 e >50, pacientes com diabetes mellitus, rim único, insuficiência renal, insuficiências cardíacas III e IV, gestantes e HIV+. Obs.: Leishmaniose visceral canina -Primeiros sinais: lesão no focinho, olhos remelando, abdômen globoso, emagrecimento, fraqueza, unhas com crescimento anormal como defesa orgânica. -NÃO se deve tratar com sorologia reagente, tendo melhora do estado clinico (mascara sintomas), mas continua como reservatório.
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