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Introdução à Estatística Aplicada

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Prévia do material em texto

Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretaria de Educação a Distância
SEED
Carlos Eduardo Bielschowsky
CEFET-PE 
Centro Federal de Educação 
Tecnológica de Pernambuco
Diretor Geral
Sérgio Gaudêncio Portela de Melo
Direção de Ensino
Maria Tereza Duarte Dutra
Gerente de Ensino Superior
Elba Maria Nogueira Ferraz Ramos
Coordenação de Tecnologias 
Educacionais e Educação 
a Distância
Coordenação do Núcleo
Maria das Graças Costa Nery da Silva
Suplente Coordenador
Rosângela Maria Barbosa
Coordenação do Curso
José Severino Bento
Conteudistas
Sivaldo Souza Silva
Suzene Izídio da Silva
Elcida de Lima Araújo
Alcides Militão
Elizete da Silva Coelho
Eduardo Fernandes Araújo
Projeto Gráfico e 
Editoração Eletrônica
Eliana Virgínia Vieira de Melo
Josinaldo Barbosa da Silva
Bolsistas
Luciano Aguia Santosr
João Paulo Angelim
Revisão Ortográfica
Leoana Maria de Sá
Fátima Suassuna
Ilustração
Luciano Aguiar Santos
Sumário
Módulo 1 Relações Interpessoais-Sócio-Ambientais ..........................25 
Estatística Aplicada ............................................................. 05
 Expressão Gráfica Aplicada ............................................... 55
Fundamentos da Geologia .................................................. 41
Disciplina: Estatística Aplicada
Módulo 1
�
Objetivos
Apresentar resumos históricos relevantes no desenvolvimento 
da Estatística;
Entender as fases do método estatístico;
Entender os conceitos e definições básicas de estatística;
Apresentar dados em tabelas e gráficos.
Aula I
1 - Panorama Histórico da Estatística
Caro aluno, todas as ciências têm suas raízes na história do homem.
Vejamos, por exemplo, a Matemática, que se originou do convívio social, das 
trocas, da contagem com caráter prático, utilitário e empírico.
E a Estatística, que é um ramo da Matemática Aplicada, teve origem seme-
lhante.
Na antiguidade, diversos povos já registravam o número de habitantes, de 
nascimentos, de óbitos, faziam estimativas das riquezas individual e social, 
cobravam impostos e realizavam inquéritos quantitativos por processos que, 
hoje, chamaríamos de “estatísticos”.
E a partir do século XVI, surgem as primeiras análises sistemáticas (de 
batizados, casamentos, funerais, etc.), as primeiras tabelas e os números 
relativos.
A partir do século XVIII, a Estatística passa a ter uma “feição” científica, e é 
batizada por GODOFREDO ACHENWALL. As tabelas ficam mais completas, 
surgem as primeiras representações gráficas e os cálculos de probabilida-
des. A Estatística deixa de ser uma simples tabulação de dados numéricos 
para se tornar “O estudo de como se chegar à conclusão sobre uma popula-
ção, partindo da observação de partes dessa população (amostra)”
Há quem diga que a palavra estatística – statistik -, utilizada pela primeira 
vez pelo Prof. Godofredo, vem do grego statizein (verificar). Outra versão é 
a de que a palavra tem origem na palavra estado, do latim status, pelo apro-
veitamento que dela tiravam os políticos e o Estado.
1)
2)
3)
4)
SUMÁRIO DO CURSO
Módulo I - Panorama Histórico 
da Estatística; Fases do 
Método Estatístico; Conceitos e 
Definições Básicas: População, 
Amostra, Freqüência Absoluta 
e Relativa, Variável, Séries 
Estatísticas Tabelas e Gráficos.
Módulo II - Medidas de 
Tendência Central: Média 
Aritmética; Moda; Mediana e 
outras Separatrizes
Módulo III - Medidas de 
Dispersão: Amplitude Total, 
Desvio Médio e Variância, Desvio 
Padrão, Coeficiente de Variação..
Módulo IV - Probabilidade: 
Definições e Propriedades; 
Probabilidade Condicional e 
Independência.
Módulo V – Amostra e 
distribuição de amostras; noções 
de estimação e testes de 
hipóteses..
Módulo VI- Testes de hipóteses 
e aplicação da estatística 
paramétrica e não-paramétrica 
em pesquisa ambiental.
�
Na Estatística, a coleta, organização e a descrição dos dados estão a cargo 
da Estatística Descritiva. Enquanto a análise e a interpretação dos dados 
ficam a cargo da Estatística Indutiva ou Inferencial.
Europa no Séc XVI - Fonte: www.historianet
2. Fases do Método Estatístico:
As fases do método estatístico consistem em:
2.1.Coleta de Dados: Após cuidadoso planejamento e a devida determina-
ção das características mensuráveis do que se quer pesquisar, damos início 
à coleta dos dados necessários à sua descrição.
2.2.Crítica dos Dados: Obtidos os dados, eles devem ser criticados à pro-
cura de possíveis falhas e imperfeições, a fim de não incorrermos em erros 
grosseiros ou de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados.
2.3.Apuração dos Dados: Processamento dos dados obtidos e a disposição 
mediante critérios de classificação.
2.4.Apresentação dos Dados: Tabelas ou gráficos - para tornar-se mais fácil 
o exame daquilo que está sendo objeto de tratamento estatístico e ulterior 
obtenção de medidas típicas.
2.5.Análise dos Resultados: O objetivo último da Estatística é tirar conclu-
sões sobre o todo (população) a partir de informações fornecidas por parte 
representativa do todo (amostra).
RELATOS ESTATÍSTICOS:
Estatua de Moisés de Miguel Ángelo
Os censos realizados por Moisés 
e David A.C. com o propósito 
de quantificar os guerreiros 
disponíveis nas tribos de Israel;
A recontagem agrícola, industrial 
e comercial levantada na China, 
segundo afirmações feitas por 
Confúcio, e que foi levada a 
cabo a baixo as ordens de um rei 
chamado Yao, A.C.
Confúcio 
Fonte: educaterra.terra.com.br
�
3. Conceitos e Definições Básicas:
3.1.População: Conjunto de entes portadores de, pelo menos, uma carac-
terística comum; ou ainda, coleção de unidades individuais, que podem ser 
pessoas ou resultados experimentais, com uma ou mais características 
comuns, que se pretendem estudar.
Fonte: www.geografiaparatodos.com.br
Exemplos:
um conjunto das notas de certa avaliação;
uma população de pingüins em determinada região;
o nível de precipitação em Itabaiana (PB) em determinado mês, etc.
Na maioria das vezes, por impossibilidade ou inviabilidade econômica ou 
temporal, limitamos as observações referentes a uma determinada pesquisa 
a apenas uma parte da população, chamada de amostra.
3.2. Amostra: É uma parte da população que se quer estudar, ou seja, é um 
subconjunto finito de uma população.
Para as análises (Inferências) sobre a população serem corretas é necessá-
rio garantir que a amostra seja representativa da população. A amostra deve 
possuir as mesmas características básicas da população no que diz respeito 
ao fenômeno que desejamos pesquisar.
Existe uma técnica especial – Amostragem – para recolher amostras garan-
tindo tanto quanto possível o acaso na escolha.
3.3.Variáveis: São características que são medidas, controladas ou manipu-
ladas em uma pesquisa. Diferem em muitos aspectos, principalmente no papel 
que a elas é dado em uma pesquisa e na forma como podem ser medidas.
»
»
»
Os estudos chamados “Rentas 
Vitalícias” para determinar a 
média de vida dos habitantes 
realizados durante a época do 
Império Romano..
Fonte: www.cpad.com.br
PANORAMA HISTÓRICO 
DA ESTATÍSTICA
A Expansão 
religiosa no século XVI
Desde a Idade Média a Igreja 
Católica havia consolidado seu 
predomínio sobre a Europa 
Ocidental. 
No século XI (1054) ocorrera o 
Cisma do Oriente, fazendo com 
que o Império Bizantino ficasse 
sob influência da Igreja Ortodoxa 
Grega. 
Iniciou-se o movimento 
reformista, primeiro a partir 
do Sacro Império Romano 
Germânico, com a doutrina 
luterana.
Após uma longa Guerra, foi 
assinada a Paz de Augsburgo 
(1555), permitindo que cada 
príncipe definisse a religião a ser 
adotada em seu território.
Na década de 30, Calvino 
estabeleceu uma nova doutrina 
cristã, segundo a qual a salvação 
depende da vontade de Deus, 
manifestada no momento em que 
cada homem nasce. 
10
A Teoria da Predestinação” 
-considerava que existiam 
alguns indícios que poderiam 
mostrar quem Deus havia 
escolhido: a dedicação ao 
trabalho, oprogresso e a 
acumulação de capitais. 
Normalmente a teoria 
calvinista é associada 
ao desenvolvimento do 
capitalismo;
Na Inglaterra, o rei Henrique 
VIII rompe com o Papa e cria 
no país uma nova Igreja. 
Através do Ato de Supremacia, 
o Parlamento reconhece a 
Igreja Anglicana como sendo a 
Igreja Nacional da Inglaterra e 
que o rei é seu chefe supremo. 
A cada fenômeno corresponde um número de resultados possíveis.
Exemplos:
Para o fenômeno “número de filhos” há um número de resultados possíveis 
expressos através dos números naturais 0,1,2,3,...n;
Para o fenômeno “estatura” os resultados podem tomar um número infinito de 
valores numéricos dentro de certo intervalo.
3.3.1. Variável Qualitativa: São as variáveis que não possuem valores quan-
titativos, e são definidas por várias categorias, ou seja, representam uma 
classificação dos indivíduos. Podem ser nominais ou ordinais.
Variáveis Qualitativas Nominais – Não existe ordenação entre as 
categorias.
Exemplos: cor dos olhos; fumante/não fumante; doente/sadio, etc.
Variáveis Qualitativas Ordinais – Existe uma ordenação entre as cate-
gorias.
Exemplos: grau de escolaridade (fundamental, médio, superior); estágio da 
doença (inicial, intermediário, final); mês de observação da pesquisa (janeiro, 
fevereiro, março,....,novembro, dezembro), etc.
3.3.2. Variável Quantitativa: São variáveis que podem ser medidas em uma 
escala quantitativa, ou seja, quando seus valores são expressos em núme-
ros.
Exemplos: salários dos operários, idade dos alunos de uma escola, 
quantidade de leitos de um hospital.
A Variável Quantitativa se divide em:
Discreta (ou descontínua);
Contínua.
Variável Quantitativa Discreta ou Descontínua: Seus valores são expres-
sos geralmente através de números inteiros não negativos.
Exemplos:
Número de filhos (Ex.: 4 filhos, 5 filhos, 2 filhos, etc.);
Número de alunos da UAB presentes às aulas de Estatística na primeira 
semana de aula (Ex.: 30 alunos, 28 alunos, etc.).
»
»
I)
II)
»
»
11
Variável Quantitativa Contínua: A variável assume valores pertencentes a 
um intervalo do conjunto dos reais – provenientes de medidas. Usualmente 
devem ser medidas através de algum instrumento (Ex.: peso – balança, 
altura – régua, tempo – relógio, etc.)
Exemplos:
Medida de estatura (Ex.: 1,65├1,80 variam de 1,65m até 1,80 m);
Medida de massa (Ex.: 55├ 95 variam de 55 kg até �5 kg);
Variação da pluviometria na cidade de Ipojuca (PE) no mês de maio;
Escalas de Medidas
3.4. Escalas de medidas: Existem 4 (quatro) escalas de medidas que 
podem ser consideradas:
Escala Nominal: Com esta escala somente podemos afirmar que uma 
medida é diferente ou não de outra. É usada para categorizar indivíduos de 
uma população. (Não realizamos operações aritméticas )
Escala Ordinal: Com esta escala podemos dizer que uma medida é dife-
rente e maior do que outra. Temos a situação anterior, mas as categorias são 
ordenadas, e a ordem dos numerais associados ordena as categorias.
Escala Intervalar: Nesta escala podemos afirmar que uma medida é igual 
ou diferente, maior e quanto maior do que outra. Podemos quantificar a dife-
rença entre as categorias da escala ordinal. Necessitamos de uma origem 
arbitrária e de uma unidade de medida. Podemos realizar operações aritmé-
ticas.
Escala Razão: Dadas duas medidas nessa escala, podemos dizer se são 
iguais, ou se uma é diferente, maior, quanto maior e quantas vezes a outra. 
A diferença com a escala intervalar é que agora existe um zero absoluto.
Exercícios:
1. Classifique as variáveis em qualitativas (nominal ou ordinal) ou quantitati-
vas (discreta ou contínua):
Medida de estatura:____________________________________
Medida de massa: _____________________________________
»
»
»
a)
b)
POPULAÇÃO
Se você medir as alturas de 
todos os colegas da sua sala de 
aula, esses resultados consistem 
numa população.
Variável Quantitativa Discreta
Número de leitos de um hospital
Variável Quantitativa Continua
Os pesos são dados num 
intervalo. Ex.: de 50 kg até 95 kg.
12
Cor dos olhos das alunas da turma: _______________________
Quantidade de chuvas (pluviometria) que caiu na sua cidade no mês de 
maio: ____________________________________________________
Número de acidentes ecológicos no seu estado: __________________
_________________________________________________________
2. Para cada uma das variáveis abaixo, indique a escala usualmente adotada 
para resumir os dados em tabelas de freqüências:
Salários dos empregados de uma indústria.
Opinião de consumidores sobre determinado produto.
Número de respostas certas de alunos num teste com dez itens.
Temperatura diária da cidade de Manaus.
Porcentagem da receita de municípios aplicados em educação.
Opinião dos empregados da companhia MB sobre a realização ou não 
de cursos obrigatórios de treinamento.
QI de um indivíduo.
____________________________________________________________ 
___________________________________________________________ 
_____________________________________________________________
Mas muita atenção!!
Pois as distinções são menos rígidas do que a descrição acima insinua.
Uma variável originalmente quantitativa pode ser coletada de forma quali-
tativa.
Exemplo:
1) A variável idade, medida em anos completos, é quantitativa (contínua); 
mas, se for informada apenas a faixa etária (de 0 a 5 anos, de 6 a 10 anos, 
etc.) passa a ser qualitativa (ordinal).
2) O peso dos lutadores de boxe, se for considerado o valor obtido na balança, 
é uma variável quantitativa (contínua), mas, se classificarmos nas catego-
rias do boxe (peso-pena, peso-leve, peso-pesado, etc.), passa a ser uma 
variável qualitativa (ordinal).
Obs.: Uma variável representada por números nem sempre é quantitativa.
Ex.: O número do telefone de uma pessoa, o número da casa, o número de 
sua identidade, etc.
c)
d)
e)
a)
b)
c)
d)
e)
f)
g)
Exemplos de variáveis 
expressas na escala nominal: A 
cor dos olhos; sexo; estado civil, 
etc.
Exemplos de variáveis 
expressas na escala Ordinal: 
nível salarial; escalas usadas na 
medida de opiniões, etc.;
A Escala intervalar pode ser 
considerada uma escala métrica, 
onde é possível quantificar as 
distâncias entre as medições, 
mas não existe um ponto zero 
(inicial). Exemplo: Escalas de 
temperatura.
A Escala de Razão é a mais 
completa das escalas. Nesta 
escala, um valor “2” indica uma 
quantidade duas vezes maior 
do que o valor “1”, fato que não 
ocorre necessariamente nas 
outras escalas.
13
Uma variável que é em geral 
quantitativa pode ser coletada de 
forma qualitativa.
O peso, se classificado por 
categoria (peso-pena, peso-leve, 
etc.), passa a ser qualitativa 
ordinal.
4. Estatística Descritiva
“Consiste no recolhimento, análise e interpretação de dados numéricos atra-
vés da criação de instrumentos adequados: quadros, gráficos e indicadores 
numéricos” (Morais, 2005, apud Reis, 1996: 15).
Fonseca (1996:101) define Estatística Descritiva como “conjunto de técni-
cas que objetivam descrever, analisar e interpretar os dados numéricos de 
uma população ou amostra”.
Com essas técnicas pretende-se obter relatórios que apresentem informa-
ções sobre a tendência central e a dispersão de dados, evidenciando-se o 
valor mínimo, o valor máximo, a soma dos valores, contagens, média, moda, 
mediana, variância e desvio padrão.
4.1 Coleta e Organização de Dados
Tabelas e Gráficos
No estudo estatístico, é importante definir a pesquisa que será feita, que 
dados serão recolhidos, como serão organizados (tabelas, gráficos) e como 
serão analisados.
Tabelas
São quadros que resumem um conjunto de observações e que obedecem 
à Resolução no 886, de 26 de outubro de 1966, do Conselho Nacional de 
Estatísticas, as quais são editadas pela Fundação Brasileira de Geografia e 
Estatística (IBGE).
Representação esquemática
Elementos essenciais de uma tabela
Título: uma indicação que antecede a tabela e explique tudo referente 
à tabela (O quê? Onde? e Quando?);
Cabeçalho: colocadona parte superior da tabela, especificando o con-
teúdo das colunas;
»
»
14
Corpo: parte da tabela composta por colunas e linhas que contêm infor-
mações sobre o fenômeno estudado;
Linhas: parte do corpo que contém uma seqüência horizontal de infor-
mações.
Colunas: parte do corpo que contém uma seqüência vertical de infor-
mações.
Coluna indicadora: é a parte da tabela que tem por fim especificar o 
que contém nas linhas.
Casa ou célula: parte da tabela formada pelo cruzamento de uma linha 
com uma coluna.
Exemplo:
TABELA 1 – Número e porcentagem de causas de morte de residentes de 
Londrina, no período de 10 de agosto a 31 de dezembro de 1��3.
Causas da morte Freqüência %
Doenças do aparelho circulatório 2�1 33,5
Neoplasias 115 13,�
Causas externas �2 11,0
Doenças do aparelho respiratório �� 10,4
Doenças das glând. endóc./transt. imunitários 56 6,7
Doenças do aparelho digestivo 54 6,4
Doenças e infecção e parasitárias 46 5,5
Afecções do período perinatal 26 3,1
Demais grupos �2 �,�
TOTAL �3� 100,0
Fonte: www.inf.ufsc.br
Elementos complementares da tabela
Fonte: é a indicação do órgão ou entidade responsável pelo forneci-
mento dos dados ou pela sua elaboração. É colocada no rodapé da 
tabela;
Notas: são informações destinadas a esclarecer o conteúdo das tabe-
las, ou indicar a metodologia adotada na coleta ou preparo dos dados;
Chamadas: são informações de natureza específica referindo-se a um 
item específico da tabela, colocado no rodapé da página.
»
»
»
»
»
»
»
»
15
Exemplo:
TABELA 2 – Distribuição percentual da população residente, em relação à 
utilização de serviços de saúde. Brasil, 1���.
Serviço de saúde Percentual (%)
Posto ou centro de saúde 41,�
Ambulatório de hospitais 21,5
Consultório particular 1�,�
Ambulatório ou consultório de clínica �,3
Pronto socorro 4,�
Farmácia 2,2
Ambulatório de empresa ou sindicato 1,5
Agentes comunitários 0,1
Fonte: IBGE
Nota: Utilizou-se uma amostragem estratificada por região do país.
Tabelas de contingência
Uma tabela de contingência é uma tabela de dupla entrada, em que os 
elementos da amostra ou da população são classificados de acordo com 
dois fatores.
TABELA 3 – Mortalidade segundo a faixa etária e região dos residentes de 
Londrina, no período de 10 de agosto a 31 de dezembro de 1��3.
 
Região
Faixa etária
< 1 ano 1 a 4 
anos
5 a 19 
anos
20 a 49 
anos
50 anos 
ou +
Centro 4,54 - 2,02 14,65 ��,��
Norte 6,45 1,61 2,42 26,61 62,91
Sul �,2� 4,55 5,45 22,�3 60,00
Leste 3,36 - 4,03 24,16 68,45
Oeste 4,5� 1,14 3,43 1�,2� �2,5�
Rural 15,�1 4,2� 4,2� 14,2� 61,43
LONDRINA 5,�3 1,42 3,3� 20,61 68,77
FONTE: www.inf.ufsc apud Relatório do período de 10 de agosto a 31 de dezembro, 
do Núcleo de Informação em Mortalidade – PML.
16
4.2 Séries Estatísticas
Uma série estatística é um conjunto de dados ordenados segundo uma carac-
terística comum, a qual servirá, posteriormente, para se fazerem análises e 
inferências.
Série Temporal ou Cronológica: é a série cujos dados estão dispostos em 
correspondência com o tempo (varia o tempo e permanecem constantes o 
fato e o local).
Produção de Petróleo Bruto no Brasil de 1976 a 1980 (x 1000 m3)
Anos Produção
1976 � �02
1��� � 332
1��� � 304
1��� 9 608
1��0 10 562
Fonte:Conjuntura Econômica (fev. 1983)
Fonte: www.saladomestre.com
Série Geográfica ou Territorial: é a série cujos dados estão dispostos em 
correspondência com o local (varia o local e permanecem constantes a época 
e o fato).
População Urbana do Brasil em 1��0 (x 1000)
Região População
Norte 3 03�
Nordeste 17 568
Sudeste 42 �10
Sul 11 ���
Centro-Oeste 5 115
Total �0 40�
Fonte:Anuário Estatística (1984)
Fonte: www.saladomestre.com
Série Específica ou Qualitativa: é a série cujos dados estão dispostos em 
correspondência com a espécie ou qualidade, ou seja, varia o fato e perma-
necem constantes a época e o local.
1�
Produção Urbano e Rural no Brasil em 1��0 (x 1000)
Localização Produção
Urbana �0 40�
Rural 38 566
Total 11� ��4
Fonte:anuário Estatístico (fev. 1984)
Fonte: www.saladomestre.com
Série Mista ou Composta: A combinação entre duas ou mais séries cons-
titui novas séries, denominadas compostas e apresentadas em tabelas de 
dupla entrada. O nome da série mista surge de acordo com a combinação 
de, pelo menos, dois elementos.
Local + Época = Série Geográfica Temporal
Anos
Regiões
N NE SE S CO
1�40 406 3 3�1 � 232 1 5�1 2�1
1�50 5�1 4 �45 10 �21 2 313 424
1960 �5� � 51� 17 461 4 361 1 00�
1��0 1 624 11 �53 28 965 � 303 2 43�
1��0 3 03� 17 567 42 �10 11 ��� 5 115
Fonte: anuário Estatístico (1984)
AULA II
5. Gráficos
São representações visuais dos dados estatísticos que devem refletir uma 
tabela, mas nunca substituí-las. O gráfico estatístico tem por objetivo produzir, 
no pesquisador e no público em geral, uma impressão rápida e consistente 
sobre os dados pesquisados.
1�
5.1 Elementos de um gráfico
Todo gráfico deve ter título, escala e fonte de dados, de forma a dis-
pensar qualquer esclarecimento adicional.
A numeração dos gráficos é feita utilizando-se algarismos arábicos.
As escalas devem crescer da esquerda para a direita e de baixo para 
cima.
As distâncias que indicam as unidades devem ser rigorosamente uni-
formes.
5.2 Classificação dos Gráficos
Diagramas, Estereogramas e Pictogramas
I - Diagramas – São gráficos geométricos dispostos em duas dimensões. 
São os mais usados na Estatística. Podem ser:
Gráficos em barras horizontais ou gráficos em barras verticais 
(colunas) – Neste gráfico, representam-se os dados por meio de 
retângulos (verticalmente – colunas, horizontalmente – barras).
Exemplo: Valores em R$ dos ICMS arrecadados nas regiões brasilei-
ras em Setembro de 2006.
Gráficos em linhas (ou curva) – São muito utilizados na identifica-
ção de tendências de aumento ou diminuição dos valores numéricos 
de uma dada informação. São muito utilizados para representar séries 
cronológicas com um grande número de períodos de tempo.
»
»
»
»
»
»
ICMS Região Norte – Total (R $ -
ICMS Região Centro-Oeste – Tot -
ICMS Região Nordeste – Total ( -
ICMS Região Sul – Total (R$ m) –
ICMS Região Sudeste – Total (R - 7.240.685
0
1�
Exemplo:
Fonte:darwin.futuro.usp.br
Gráfico em setores – É um gráfico construído com base em um círculo, 
utilizado sempre que desejamos comparar partes dos dados com o total 
deles. O total é representado pelo círculo, que fica dividido em tantos 
setores quantas são as partes.
Obs.: As séries temporais, geralmente, não são representadas por este 
tipo de gráfico.
Obs.: Deve-se utilizar esse gráfico com, no máximo, sete dados.
Finalidade dos abastecimentos dos poços no município de Pesqueira 
(PE) em 2005.
Fonte: CPRM, 2005
II – Estereogramas – São gráficos geométricos dispostos em três dimen-
sões, usados, geralmente, para tabelas de dupla entrada.
»
20
Exemplo:
Relação entre os poços tubulares em operação e inativos no município de 
Pesqueira (PE) em 2005.
III – Pictogramas – Gráficos que usam desenhos relacionados ao tema da 
pesquisa para representar seus dados. São representações interessantes 
por despertarem a atenção do público em geral.
Fonte: www.ai.com.br
IV – Cartogramas – São gráficos utilizados para mostrar dados sobre uma 
base geográfica. O objetivo é o de figurar os dados estatísticos diretamente 
relacionados com áreas geográficas.
Exemplo:
Bacia hidrográfica do rio Ipojuca (PE)
21
V – Dispersogramas – São gráficos que se constroem no sistema carte-
siano, onde cada ponto corresponde a um par de valores de dados (x e y) de 
um mesmo elemento.
6. Freqüência Absoluta e Freqüência Relativa
Freqüência Absoluta (f)
É o número de vezes que a variável estatística assume determinado valor.
Freqüência Relativa (fr)
É o quociente (divisão) entre a freqüência absoluta (f) e o número de elemen-
tos (n) da amostra.
Exemplo: O Tutor de Gestão Ambiental resolveu fazer uma pesquisa para 
verificar a origem (região do Brasil) dos pais dos alunos. Os dados constam 
no quadro abaixo.
Local de NascimentoNúmero de pais (f) (fr)= f/ n
Nordeste 10 10 10/42
Norte 2 2 2/42
Sudeste 24 24 24/42
Sul 6 6 6/42
Centro-Oeste 4 4 4/42
Total (n) 42
 
22
Construa um Gráfico de Freqüência Absoluta (no Excell), seguindo a 
seqüência abaixo:
1) Selecione o quadro acima 6) clique em série;
2) Copie e cole no Excell �) Onde consta valores=plan1...(copie)
3) Selecione as colunas (com valores 
numéricos) número de pais e f
8) Cole em: Rótulos do eixo das 
categorias (x);
4) Clique no assistente gráfico do Excell �) Onde consta remover, clique para remover série 1;
5) Clique em colunas (ou barras), 
depois em avançar.
10) Onde consta Nome: Dê um Título 
a sua tabela. 
 
7. Resumo de Dados
A organização e a apresentação de informações numéricas são a primeira 
etapa para entendermos um problema. Tudo começa com a localização dos 
valores extremos, em seguida, com a disposição dos dados em ordem cres-
cente ou decrescente.
7.1 Técnica ramo-e-folhas - Essa técnica oferece uma boa visualização glo-
bal dos dados.
Ex.: Consideremos as seguintes notas de um teste de coordenação física, 
aplicado a 20 estudantes, após terem ingerido uma quantidade de álcool igual 
a 0,1% de seu peso:
69 84 52 93 61 74 79 65 88 63 57 64 67 72 74 55 82 61 68 77
Decompondo-se cada número em seus algarismos das dezenas e das unida-
des, marcando juntos os valores que têm o mesmo algarismo das dezenas. 
Os algarismos das dezenas ficarão alinhados verticalmente, com os algaris-
mos das unidades apresentados ao lado. Para o conjunto dos 20 escores de 
coordenação física, a apresentação é:
23
Observe que: números começando por 5 são: 5 /2/7/5, ou seja, 52, 57, 55.
Observe que: números começando por 8 são: 8 /4/8/2/, ou seja, 82, 84, 88., 
etc.
Conseguimos perceber, dessa forma, que a maioria dos dados está naca dos 
660.
Exercícios:
1) A seguir estão as alturas, em centímetros, de 16 alunos de curso secun-
dário:
172 182 177 174 166 158 170 178 163 161 191 167 171 201 166 
1�2.
Construa uma apresentação ramo-e-folhas para esses dados.
2) As idades de 30 chefes de família em uma comunidade de aposentados 
são:
81 66 61 76 65 69 73 66 68 71 74 70 68 73 64 66
82 79 63 69 66 66 73 74 77 80 73 66 67 81 77
a) Construa uma apresentação ramo-e-folhas.
b) Determine a idade mínima e a idade máxima.
c) Calcule a amplitude da amostra.
d) Qual a idade mais freqüente?
3) Marque as questões corretas:
( ) A série Estatística é chamada cronológica quando o elemento que não 
varia é o tempo.
( ) Numa rodovia na Bahia, passam, em média, 600 veículos das 11:00 
h às 12:00 h, em determinado ponto. Para uma amostra de 20 % , numa 
determinada pesquisa, o método mais prático e eficaz seria parar e pesqui-
sar os primeiros 120 veículos que passarão naquele ponto durante o prazo 
previsto.
5 2 7 5
6 9 1 5 3 4 7 1 8
7 4 9 2 4 7
8 4 8 2
Disciplina Relações Interpessoais Sócio-Ambientais 
Módulo 1
2�
Disciplina Relações Interpessoais 
Sócio-Ambientais 
 
Capítulo 1: Aula introdutória 
Caro(a) Aluno(a), 
bem-vindo(a) à disciplina Relações Interpessoais Sócio-Ambientais do 
Curso de Educação a Distância de Gestão Ambiental. Esta disciplina está 
dividida em seis módulos, contendo sete capítulos. Cada módulo terá dura-
ção de uma semana e você receberá um texto impresso no pólo presencial 
de seu município sobre o assunto que será tratado no mesmo. Lembre-se 
de sempre consultar o espaço reservado para esta disciplina na plataforma 
Moodle. Nela, estará sendo disponibilizada para você uma aula on-line que 
complementará o módulo, conforme necessário. Ao final de cada módulo 
(escrito e/ou na aula on-line), você será orientado como proceder para resol-
ver as atividades do mesmo. Mantenha as atividades em dia, enviando-as 
semanalmente via internet, através da Plataforma Moodle, pois estas farão 
parte de sua avaliação. 
O arquivo plano de ensino fará uma apresentação geral dos tópicos que 
serão abordados em cada módulo, bem como da ementa da disciplina, da 
estratégia didática, da avaliação e da bibliografia recomendada. Você con-
tará com um tutor presencial no pólo em que estiver matriculado. O tutor vai 
auxiliar no entendimento das atividades que você terá que realizar. Também, 
estaremos durante todo o semestre a sua disposição para tirar dúvidas rela-
tivas a esta disciplina. Esperamos interagir com você para que nosso curso 
seja bem sucedido. 
Na aba lateral deste texto, você encontrará informações complementares 
aos tópicos de cada módulo. Também estaremos apresentando o perfil 
profissional da equipe de professores responsáveis e/ ou colaboradores 
pela construção dos conteúdos desta disciplina e que deverão estudar com 
você durante este semestre. Aproveite para observar e desenvolver a(s) 
atividade(s) solicitada(s). Vamos, então, começar a nos interrelacionar! 
POR QUE ESTUDAR 
RELAÇÕES INTERPESSOAIS 
SÓCIO-AMBIENTAIS? 
As relações interpessoais 
ocorrem naturalmente nos 
mais diversificados espaços 
sociais, tendo início na família, 
passando pela escola e trabalho 
até níveis organizacionais mais 
complexos, como o das relações 
entre as cúpulas do Governo 
internacional. 
 Relação familiar (Foto: Paulo 
Carvalho). 
 Relação escolar (Foto: Suzene 
I. Silva). 
 Relações de Trabalho (Foto: 
2�
Capítulo 2. A Sociedade e Suas Relações 
no Sistema Produtivo
1. Apresentação 
O capítulo que iremos trabalhar, neste momento, refere-se a uma compreen-
são do que vem a ser sociedade e a sua relação com o trabalho. Inicialmente 
vamos revisar alguns conceitos importantes para a compreensão da socie-
dade e seu sistema produtivo, porém vamos procurar nos focar nos problemas 
mais comuns à realidade da região nordeste do Brasil, de forma a habilitar o 
Gestor Ambiental a uma atuação contextualizada. 
Para isto, primeiro vamos definir o termo sociedade e o termo relação e dis-
cutir o trabalho no ambiente rural e urbano, bem como as características da 
sociedade rural e urbana. 
2. A sociedade e o trabalho
A sociedade do ponto de vista da Sociologia é definida como o conjunto de 
pessoas que compartilham costumes, ideais e propósitos, que permitem que 
as pessoas possam interagir constituindo uma comunidade. A sociedade tem 
sido objeto de estudo das Ciências Sociais (Sociologia). 
Toda a humanidade pode ser considerada como uma única sociedade. No 
sentido sociológico, fala-se de sociedade como um sistema funcional abs-
trato, sem identificação com um determinado país ou cultura, ou, então, de 
forma plural, no tempo (sociedade antiga, medieval, moderna, etc.) e no 
espaço (sociedade brasileira, portuguesa, americana, entre outras).
Na Economia, alguns estudiosos, como Karl Marx, admitem que, dentro da 
sociedade, exista um complexo de fatores que envolvem interações relati-
vas ao Direito, à Economia, à Moral e à Religião, entre outros interagindo. 
O pensamento marxista admite que a posição do indivíduo na sociedade é 
definida pelo seu papel no sistema produtivo, que, por sua vez, condiciona o 
seu conjunto de idéias.
Como assim, professora? O que é uma relação, o que é um sistema 
produtivo? 
Bem, relação é uma palavra que apresenta múltiplos sentidos nas várias 
ciências e nas diferentes situações do dia-a-dia. Por exemplo, na Ecologia, 
Marcelle Almeida). 
Essas interrelações ocorrem 
em decorrência da tendência à 
conectividade que é própria do 
ser humano em relação. 
As relações são construídas 
na dependência de inúmeras 
interações entre os participantes 
de um grupo ou comunidade, 
em função de comportamentos 
e valores que vão se 
estabelecendo e tomando lugar 
ao longo das interações. 
Uma construção em termos de 
relacionamento é o resultado de 
interlocuções e outras formas de 
auto-expressão e intercâmbio 
que se dão através de gestos, 
modos de vestir-se e apresentar-
se, movimentos corporais, 
bem como movimentos de 
aproximação e distanciamento no 
espaço virtual que se estabelece 
entre as pessoas.
Sendo assim,considerando 
as diferentes relações a que 
um Gestor Ambiental estará 
suscetível a estabelecer, para 
discutir os problemas e soluções 
ambientais que o auxiliem na 
realização de suas atividades, é 
que essa disciplina foi planejada. 
2�
ouvimos falar em relações bióticas e energéticas; na Matemática,em rela-
ções de dois números ou de duas grandezas; na sociedade,em relações 
pais e filhos e entre gerações, relações sociais e relações sexuais; no 
governo, em relações exteriores, relações de trabalho, relações comerciais 
e relações culturais. Assim, podemos nos perguntar por que tanta variedade 
no sentido das relações?
A explicação pode ser encontrada na própria origem do vocábulo latino, pois 
o substantivo relação provém do particípio passado do verbo reférre, que é 
relatum, do qual provém relátio. O prefixo RE indica movimento e repetição. 
O verbo FERRE tem uma grande gama de significados, como levar, trazer, 
propor, guiar, encaminhar-se, etc. REFÉRRE significa trazer de novo, resti-
tuir, trazer, levar, propor, encaminhar e muitas outras ações.
O substantivo relação origina-se do verbo referir e por isso tem tantos sentidos 
diferentes e palavras correlatas, como: preferência, deferência, inferência, 
delação, prolação, ilação, relatar, referir, relacionar. Assim, relacionar-se 
quer dizer referir-se. A relação assume papel decisivo na estruturação do 
mundo. A relação é o cordão umbilical que prende o homem à terra mãe. 
É também o canal que faz circular a vida, a energia e os recursos entre a 
sociedade humana e o meio ambiente.
E sistemas produtivos? 
Já sistemas produtivos são aglomerados de agentes econômicos, políticos 
e sociais, localizados em um mesmo território, com foco em um conjunto 
específico de atividades produtivas e que apresentam vínculos expressivos 
de interação, cooperação e aprendizagem. 
O termo sistema refere-se a um conjunto interrelacionado de coisas, liga-
das e dependentes umas das outras, todas com sua função determinada, 
formando uma unidade específica e completa, fechada sobre si mesma. 
Tudo o que existe dentro de tal sistema possui sua função e não há nada 
sobrando. 
Quando trazemos o conceito de sistema para o âmbito social, admitimos 
a sociedade como sistemas sociais específicos, determinados por diferen-
tes fatores que distinguem, dessa maneira, um sistema social do outro. 
Podemos, assim, considerar a sociedade como uma máquina, onde tudo 
que existe tem sua função. Ao reconhecer a sociedade como um sistema, 
admitimos junto o pressuposto de se descrever a sociedade como ela é aqui 
e agora, no momento presente. 
Um outro termo utilizado mais recentemente para designar uma sociedade 
ou um determinado sistema social é a expressão “modo de produção”. O 
 PERFIL DA EQUIPE QUE IRÁ 
MINISTRAR A DISCIPLINA 
Suzene Izídio da Silva 
Bióloga, com mestrado em 
Botânica pela Universidade 
Federal Rural de Pernambuco 
(UFRPE) e doutora em Ciências 
pela Universidade de São Paulo 
(USP), atuando, principalmente, 
nas áreas de Botânica Econômica 
e Fitoquímica. Atualmente é 
professora e pesquisadora da 
UFRPE, onde orienta alunos de 
graduação, de mestrado e de 
doutorado em estudos de plantas 
com potencial econômico. Tem 
vasta experiência em atividades de 
Extensão, incluindo trabalhos em 
comunidades rurais e indígenas. A 
produção de trabalhos científicos 
encontra-se disponibilizada na 
Plataforma Lattes do CNPq (www.
cnpq.br). 
30
uso desse termo está baseado em pressupostos específicos, e um dos prin-
cipais é o de que nenhuma sociedade pode existir e se estruturar a não ser a 
partir de sua sobrevivência, isto é, de sua produção. Ou seja, isto quer dizer 
que as formações sociais se desenvolvem a partir do modo como se obtêm 
as condições para viver (comida, bebida, vestimenta, moradia, etc.), já que 
as condições de sobrevivência representam a característica fundamental de 
qualquer sociedade. 
Um outro pressuposto implícito no conceito “modo de produção” é ligado ao 
histórico do mesmo. Quem usa o conceito “sistema”, restringe-se ao momento 
atual. Quem usa conceito “modo de produção” admite que, para compreender 
uma sociedade em sua essência e profundidade, é preciso conhecer as suas 
origens, isto é, o seu histórico. 
Vamos, abaixo, comentar um pouco sobre o trabalho e o sistema produtivo 
no âmbito rural. 
2.1. O trabalho no meio rural 
O trabalho no ambiente social pode ser entendido como qualquer ocupa-
ção remunerada através de dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios 
(moradia, alimentação, roupas, etc.), exercido no ambiente rural, industrial, 
comercial e domiciliar. O trabalho também pode ser realizado sem que ocorra 
a remuneração através do dinheiro. O termo trabalho vem do latim opus, 
operis, que quer dizer trabalho ou ofício. 
No meio rural, as populações tidas como rurais são as que se localizam nos 
núcleos de colonização, em pequenas aldeias, roças, sítios, ocorrendo de 
forma esparsa em zonas de baixa densidade demográfica. A distância e a 
dificuldade de transporte isolam parcialmente as populações rurais de outros 
núcleos e dos centros urbanos, mas não impedem que contatos possam ser 
feitos com certa freqüência. 
A pecuária e agricultura são os principais sistemas produtivos no meio rural 
nordestino. Isto, em parte, deve-se às características climáticas da região. No 
nordeste brasileiro, o principal tipo vegetacional é denominado de caatinga. 
Esta vegetação é sujeita a um período de estiagem, conhecida como estação 
seca. Nesta época, a maioria das plantas perde suas folhas. As plantas deste 
tipo de ecossistema são, em geral, mais baixas que aquelas de ambientes 
úmidos e existe um extenso pasto nativo. A precipitação anual varia de 250 
a 1.100 mm. 
Já na zona costeira, a vegetação predominante pertence ao domínio atlântico. 
A precipitação anual varia de 1.200 a 2.500 mm ano, sendo as características 
 Elcida de Lima Araújo 
Bióloga, com mestrado em 
Botânica pela Universidade 
Federal Rural de Pernambuco 
(UFRPE) e doutorado 
em Biologia Vegetal pela 
Universidade Estadual de 
Campinas (UNICAMP), atuando, 
principalmente, nas áreas de 
Ecologia dos Ecossistemas do 
Nordeste e de Ecofisiologia 
Vegetal. Atualmente é 
professora e pesquisadora da 
UFRPE, onde orienta alunos 
de graduação, de mestrado e 
de doutorado em estudos de 
Ecologia de Comunidades e 
Populações Vegetais, Dinâmica 
de Populações e Ecofisiologia 
Vegetal. Atualmente é bolsista 
produtividade em pesquisa 
do CNPq e sua produção de 
trabalhos científicos encontra-se 
disponibilizada na Plataforma 
Lattes do CNPq (www.cnpq.br). 
31
climáticas também favoráveis à agricultura. Atualmente, esta região encon-
tra-se densamente povoada, cerca de 15.000.000 habitantes, e predomina 
o cultivo da cana-de-açúcar (Sacharum sativum L.)(Figura 1). Além da 
cana-de-açúcar, são também cultivadas, em larga escala, a banana (Musa 
paradisiaca L.) e o cacau (Theobroma cacao L.). Essa agricultura é com-
plementada por outras fruteiras, como manga (Mangifera indica L.), caju 
(Anacardium occidentale L.) e jaca (Artocarpus integrifolia L.), muito comuns 
de serem visualizadas nas paisagens nordestinas. 
 Figura 1. Vista de trecho de mata atlântica onde foi estabelecido o cultivo 
da cana-de-açúcar (Foto: Suzene I. Silva). 
Já no ambiente rural, as principais culturas são milho (Zea mays L.), fei-
jão (Phaseolus vulgaris L.), algodão (Gossipyum hirsutum L.), mandioca 
(Manihot esculenta Crantz), mamona (Ricinus communis L.) e agave (Agave 
sisalana L.), além de algumas fruteiras, como a pinha (Annona squamosa 
L.) e a goiaba (Psidium guajava L.) (Figura 2). 
Estas culturas são realizadas com a utilização de técnicas rudimentares, 
pois boa parte dos agricultores não possui equipamentos para trabalhar 
a terra. O preparo das lavouras é muitas vezes feito com a utilização de 
enxada. As técnicas de cultivo são rústicas e inadequadas ao tipo de solo 
e relevo da região, provocando, em poucos anos de exploração, o esgota-
mentoda terra. 
No período da estação seca, a deficiência alimentar é muito grande, com 
uma grande escassez de alimentos básicos, sendo por isso necessário 
comprá-los. Grandes áreas são cultivadas com a palma forrageira (Opuntia 
fícus-indica Mill.) para alimentação de animais. Além disso, muitos se dedi-
cam ao trabalho externo à propriedade, através da produção de lenha e 
carvão. 
Escreva seu perfil, diga por 
que escolheu tornar-se um 
Gestor Ambiental, o que espera 
encontrar nesta disciplina. 
Se possível, coloque sua foto 
e disponibilize este perfil na 
Plataforma Moodle, no fórum de 
nossa disciplina, para que todos 
possam se conhecer. 
 AMBIENTE RURAL 
 Veja, na foto acima, trecho 
de vegetação de caatinga 
modificado para a atividade 
agrícola, um dos principais tipos 
de trabalho no meio rural (Foto: 
Suzene I. Silva). 
 A pecuária é outra atividade 
que marca o trabalho no meio 
rural. A vegetação herbácea 
nativa é fonte de alimento para 
a pecuária (Foto: Edison de 
Piracicaba, epiazza@terra.com.
br) 
32
Figura 2. Vista de um cultivo de milho consorciado com feijão 
em uma área de caatinga de Pernambuco. 
2.2 Características da sociedade rural
Cerca de 30% da população nordestina encontra-se habitando a zona rural. A 
sociedade rural nordestina pode ser caracterizada em relação ao seu desen-
volvimento econômico. Como a população se distribui de forma esparsa, em 
pequenos lugarejos, muitos deles, ainda hoje, não têm acesso à utilização 
de luz elétrica, saneamento básico, serviços escolares adequados, etc., de 
forma diferente do que ocorre nas sociedades urbanas. Assim, os agricul-
tores vivem apenas em função da fazenda e mantêm a tradição da roça de 
subsistência e do cultivo da lavoura do dono da fazenda, de pai para filho, 
etc. Ou seja, na sociedade rural, as relações de produção estão, sobretudo, 
vinculadas ao uso e exploração da terra.
Em cidades onde a pobreza é generalizada e o povo vive, principalmente, 
de escassos produtos produzidos nas fazendas vizinhas, a população, na 
estação seca, passa a depender de políticas emergenciais que lhe forneçam 
alimento e água. 
2.3 O trabalho no meio urbano 
O trabalho no meio urbano é caracterizado por uma extrema divisão de tare-
fas, traduzida em profissões especializadas marcadas por forte competição. O 
processo de competição atua como forma de seleção dos indivíduos e de sua 
inserção no mercado de trabalho. A necessidade de controle nas empresas, 
na administração pública e nas inumeráveis instituições (esportivas, políticas, 
profissionais, religiosas, etc.) confere à sociedade urbana um caráter iminen-
temente burocratizado. 
 CURIOSIDADE D0 CAMPO 
Durante muito tempo a 
população da zona rural utilizou 
o carro de boi e a tração animal 
para auxiliar o trabalho agrícola. 
Esta prática ainda é mantida 
em várias cidades interioranas. 
(Foto: Suzene I. Silva) 
 SAIBA MAIS 
Por que após o nome de 
plantas e animais aparecem 
dois nomes escritos em latim? 
É porque toda espécie tem 
um nome científico, o qual é 
escrito em latim. Após o nome 
da espécie, sempre existe a 
abreviatura do nome do autor 
da espécie, porém a população 
conhece melhor as espécies 
pelo nome vulgar, sobretudo, 
aqueles relacionados que são 
de interesse econômico. 
33
No meio urbano, o trabalho é bastante diversificado, envolvendo diferentes 
linhas de ação nos setores industrial e comercial. Historicamente, o traba-
lho urbano é resultado da revolução industrial, representando um marco da 
indústria capitalista, capitaneada pelo empresário capitalista que foi pouco 
a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob seu 
controle, convertendo grandes massas humanas em simples trabalhadores 
sem posses. 
Assim, o trabalho urbano resultou do processamento de matéria-prima e 
consumo da mesma (Figura 3), e não de produção, ocorrendo a transfor-
mação da atividade artesanal em manufatureira e, por último, em atividade 
fabril. 
Figura 3. Mulheres trabalhando em uma indústria têxtil 
(Fonte: www.pr.gov.br/ipem/Notícias_2006/imagens/Visita_Indústrias_Têxteis). 
2.4 Características da sociedade urbana 
A sociedade urbana concentra-se na cidade, que é tida como um centro 
de troca, de comércio, de recepção, transformação e armazenamento. Por 
conta disso, a cidade distanciou-se dos ecossistemas naturais, porque, por 
definição, tudo que é produto da invenção e engenho humano é artificial, 
opondo-se, portanto, ao que é natural (Figura 4). 
PLANTAS DE INTERESSE 
ECONÔMICO CULTIVADAS 
O feijão (Phaseolus vulgaris L.), 
uma das principais espécies 
cultivadas para alimento e 
apreciada pela maioria dos 
brasileiros (Foto: Suzene I. Silva). 
 O milho (Zea mays L.), espécie 
cultivada em toda América e muito 
apreciada pelos nordestinos, 
sobretudo, no período das festas 
juninas (Foto: Suzene I. Silva). 
34
Figura 4. Aspecto de um trecho urbano da cidade de Recife (Foto: Elcida L. Araújo). 
A cidade tem recebido inúmeras definições as quais refletem os diferentes 
pontos de vista sobre sua formação ou função social. Alguns urbanistas con-
ceituam a cidade dentro de um enfoque estrutural, considerando-a como uma 
obra de arte sujeita à contínua modificação pelos seres que nela habitam, os 
quais são considerados seres coletivos. Sob ótica histórica, a cidade pode ser 
entendida como o produto da evolução de aglomerados nascidos da necessi-
dade de autodefesa de grupos sociais. 
A sociedade urbana apresenta elevada densidade demográfica, diversidade 
de profissões e desigualdades na distribuição de renda que promovem uma 
profunda divisão de classes com interesses conflitantes. Os conflitos de clas-
ses da sociedade urbana conduziram à formação de grupos de interesse 
(associações profissionais, sociedades agrárias, etc.). Estes grupos propor-
cionaram, mais tarde, a formação de elites representativas das comunidades 
(sindicato, partido político, raça, etc.). Essas elites lutam entre si, atuando 
como pivôs de seus respectivos grupos de interesse, conduzindo esses gru-
pos a um posicionamento de contínuo conflito na atual organização social 
urbano-tecnológica. 
A sociedade urbana, na atualidade, tem passado por um processo de 
modernização, envolvendo os avanços tecnológicos. Assim, na sociedade 
tecnológica moderna, o ser humano não vive mais num meio natural, e sim 
num meio técnico, onde uma rede de máquinas e técnicas apuradas se inter-
põe entre o homem e a natureza. O homem explora a natureza, domina-a e 
utiliza-a para seus fins. Em decorrência da expansão dos recursos técnicos, 
a estrutura da sociedade tecnológica torna-se mais complexa do que a da 
sociedade tradicional, outrora vinculada ao meio rural. 
Quatro fatores contribuíram para essa mudança social tão profunda: a tec-
nologia, o avançado sistema monetário e creditício, a crescente divisão do 
 PLANTAS NATIVAS DE 
INTERESSE ECONÔMICO 
A Caesalpinia ferrea Mart, 
conhecida como jucá, é uma 
árvore da caatinga que é 
utilizada pela população rural 
como planta medicinal, sendo 
também aproveitada em áreas 
urbanas como uma planta 
ornamental (Foto: Suzene I. 
Silva). 
 A Caesalpinia pyramidalis Tul, 
conhecida como catingueira, 
é uma árvore muito comum na 
paisagem da caatinga, sendo 
sua madeira utilizada pela 
população para produção de 
lenha e carvão. Suas flores são 
apreciadas pelas abelhas e, por 
isso, os apicultores costumam 
conservar essa espécie no pasto 
apícola (Foto: Suzene I. Silva). 
35
trabalho e a migração em massa da mão-de-obra do setor primário de pro-
dução (agricultura, caça, pesca e mineração) para os setores secundário 
(indústria) e terciário (comércio, transportes, profissões liberais, etc.). 
Em conseqüência da ruptura entre as funções de produtor e consumidor, 
desempenhadas no passado pelos mesmos indivíduos, e da multiplicação 
artificial das necessidades de consumo (e por isso esse tipo de sociedade é 
denominado “sociedade de consumo” ), a organização social desdobrou os 
papéis sociais atribuídosa uma mesma pessoa. Um indivíduo é, ao mesmo 
tempo, pai de família, empregado de uma fábrica, membro de um clube, 
filiado a um partido político, sócio de um sindicato, membro de uma igreja, 
etc. Por conseguinte, os riscos de conflito entre os papéis são muito maiores 
do que na sociedade tradicional. 
Acompanhando o desenvolvimento dessa sociedade urbana, instalou-se 
uma mentalidade sensivelmente diferente daquela que predominava na 
sociedade rural, ocorrendo uma substituição da tradição por elementos de 
racionalidade. Na sociedade urbana, costumes e valores tradicionais foram 
substituídos por uma valorização da instrução formal, que se vincula dire-
tamente ao progresso. Como conseqüência de tudo isso, a racionalidade 
científica desmistificou a ética e a moral tradicional, alterando profunda-
mente as crenças religiosas, num processo denominado “secularização”. 
2.5 Implicações dos sistemas produtivos no meio rural e urbano 
Os sistemas produtivos trazem implicações tanto positivas quanto negativas 
ao meio e à sociedade que nele vive. Desde o princípio da colonização 
brasileira, a agropecuária é de reconhecida importância para a economia 
nacional, destacando-se, na História do Brasil, os ciclos da cana-de-açúcar, 
do algodão e do café, além de outros, como o da mandioca, o do milho e, 
mais recentemente, o da soja. 
Para o desenvolvimento da agricultura foi necessária a desapropriação de 
terras que resultou em modificações das paisagens naturais, redução do 
tamanho das populações de plantas e de animais e perda de biodiversidade. 
A modernização da agricultura deu-se com a mecanização e com o aumento 
do uso de insumos agrícolas, como adubos e defensivos contra pragas. A 
mecanização e o uso desses insumos geraram problemas, como compac-
tação e salinização dos solos, contaminação do ambiente, sobretudo, do 
próprio solo e dos alimentos cultivados. 
Se por um lado a agricultura gerou transtornos ao meio ambiente, por outro, 
proporcionou uma diversificação de alimentos necessários para a sobrevi-
A Anadenanthera colubrina 
(Benth.) Brenam, conhecida como 
angico de caroço, é uma árvore 
da caatinga usada há séculos 
para curtição do couro, devido 
aos elevados teores de tanino 
existentes em suas cascas (Foto: 
Suzene I. Silva). 
 
PRODUTOS PROVENIENTES DO 
TRABALHO ARTESANAL 
Balaios e cestos que foram 
confeccionados com caules de 
gramíneas e cipós da vegetação da 
caatinga (Foto: Suzene I. Silva). 
36
vência da crescente sociedade, bem como geração de renda para melhoria 
da qualidade de vida, considerando moradia, saúde e educação. 
Já a indústria e a tecnologia, por sua vez, apesar de gerarem emprego e 
desenvolvimento social e tecnológico, têm trazido sérias conseqüências ao 
meio ambiente. Nas cidades, o lixo proveniente das atividades humanas 
(indústria, comércio, escola, hospitais, residências) tem ocasionado trans-
tornos ambientais de grande escala. Hoje, o lixo é um problema social, 
econômico e ecológico e tem mobilizado a sociedade e o governo para refle-
xão, busca de soluções e tomadas de decisões que minimizem os impactos 
dos resíduos, provenientes do consumo e atividades nos centros urbanos. 
A evolução dos sistemas produtivos proporcionou uma intensa migração da 
mão-de-obra da zona rural para a zona urbana, tornando-se um problema 
social, caracterizado pelo inchamento das cidades e deficiente oferta de 
emprego. A maciça migração do campo para a cidade gerou um excedente 
de mão-de-obra de mulheres e crianças que acabaram sendo envolvidas em 
longas jornadas de trabalho, sem férias nem feriados, ganhando um salário 
de subsistência. 
As desigualdades na distribuição de renda e a intensa competição para inser-
ção no mercado de trabalho geraram conseqüências visíveis e trágicas, tais 
como: aumento da prostituição (inclusive infantil), do suicídio, do alcoolismo, 
da criminalidade, da violência, de surtos de epidemia que dizimaram e dizi-
mam parte da população, etc. 
Embora estes fatos estejam suscetíveis de ocorrerem no meio rural, eles têm 
sido observados de forma mais contundente nas megametrópoles. Somente 
nas últimas décadas é que se tem registrado o seu avanço na direção do 
meio rural. 
5. Atividade a ser desenvolvida pelo aluno 
Caro(a) aluno(a), após leitura do texto abaixo, faça uma reflexão sobre as 
ações do homem em seu meio de trabalho e escreva sua opinião sobre o 
texto lido. Coloque a crítica no fórum desta disciplina, na Pataforma Moodle. 
“Medidas Práticas Rumo a Cidades Mais Saudáveis e a um Meio Ambiente 
Global mais Limpo 
David F. Hales - Vice-Administrador Adjunto, Centro de Meio Ambiente Global 
Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional. 
Colheres de pau produzidas 
artesanalmente, a partir da 
madeira de espécies da floresta 
atlântica e da caatinga, tais 
como cedro (Cedrela odorata 
L.) e imburana de cambão 
(Commiphora leptophloeos Gillet) 
(Foto: Suzene I. Siva). 
 
PRODUTOS MANUFATURADOS 
O óleo de pequi é obtido dos 
frutos do pequizeiro (Cariocar 
brasiliensis L.), espécie do 
cerrado brasileiro que ocorre 
na Chapada do Araripe. O 
óleo é extraído através do 
cozimento dos frutos, sendo, 
posteriormente, envasados. 
É comercializado tanto para 
alimentação quanto para fins 
medicinais (Foto: Suzene I. 
Silva). 
3�
Os programas dos Estados Unidos ajudam as cidades de todo o mundo 
em seu trabalho para a redução da poluição. Um alto funcionário da USAID 
explica como e por que os Estados Unidos apóiam essas iniciativas.
As preocupações com a deterioração das condições ambientais urbanas 
e suas implicações de longo prazo tornaram-se componente crítico das 
iniciativas de política externa dos Estados Unidos. As cidades do mundo 
em desenvolvimento estão crescendo rapidamente. Nessas emergentes 
áreas urbanas, a velocidade e a escala de crescimento ultrapassaram a 
capacidade de manutenção de padrões aceitáveis de saúde pública, segu-
rança ambiental e crescimento econômico sustentável. Enormes prejuízos 
na forma de doenças e redução da qualidade de vida afetam os cidadãos 
dessas cidades. Além disso, essas condições exacerbam os problemas 
ambientais globais e interpõem ameaças muito reais aos interesses nacio-
nais norte-americanos. 
Os efeitos imediatos sobre as comunidades locais são severos. Alta inci-
dência de problemas respiratórios, doenças ligadas às más condições 
sanitárias e da água e doenças resultantes da exposição a substâncias tóxi-
cas reduzem a saúde, o vigor e a dignidade das famílias. A qualidade de 
vida é reduzida. A capacidade de ganhar a vida é comprometida. As crian-
ças aprendem menos, mais devagar e perdem muito da sua escolaridade. 
Os gastos em assistência médica e remédios são excessivos. A perda de 
vidas, danos e prejuízos às residências e propriedades são maiores quando 
atingidas por desastres naturais. Todas as famílias estão em risco, em graus 
variáveis, mas eles afetam mais severamente as famílias mais pobres, que 
moram em áreas urbanas superpovoadas e comunidades residentes em 
terras alheias. 
As cidades mal administradas contribuem cada vez mais com as severas pre-
ocupações ambientais globais. As economias em crescimento necessitam 
de fornecimentos cada vez maiores de energia e combustível, mas setores 
energéticos ineficientes e poluentes, má política de transporte e desperdício 
de energia lançam desnecessariamente grandes quantidades de gases do 
efeito estufa para a atmosfera. A falta de infra-estrutura ambiental urbana 
básica na maior parte das cidades do mundo em desenvolvimento canaliza 
uma torrente de dejetos e esgotos não tratados para os rios, lagos e zonas 
costeiras, prejudicando os ecossistemas e ameaçando a produtividade e 
segurança dos corpos d’água. 
Esses problemas são mais intensos nas cidades em que se originam, mas 
também prejudicam os interesses norte-americanos de várias e diferentes 
formas. Os problemas ambientais urbanos minam a expansão econômica 
sustentável. Economias instáveis podem levar a uma ondacrescente de 
 O óleo de Copaíba é extraído 
do caule da árvore Copaifera 
langsdorffii Desf.. Esta espécie 
ocorre na floresta atlântica 
e amazônica e seu óleo é 
comercializado para fins 
medicinais. (Foto: Suzene I. 
Silva). 
COMÉRCIO 
A feira livre de frutas e verduras 
é um tipo de atividade do setor 
de produção primária que ocorre 
no comércio da sociedade rural 
e urbana (Foto: Suzene I. Silva). 
3�
refugiados econômicos. As cidades cada vez mais inabitáveis são mais sus-
ceptíveis a agitações sociais e instabilidade política. Fortes correntes novas 
de doenças “exóticas”, que apareceram primeiramente nas ruas sujas e 
superpovoadas de cidades mal administradas no exterior, vêm aparecendo, 
com crescente freqüência, nas comunidades norte-americanas, importadas 
inadvertidamente por visitantes, viajantes de retorno, ou pelo número formi-
dável de refugiados ambientais que abandonam suas cidades cada vez mais 
inabitáveis. 
Preocupações humanitárias e a necessidade de proteger os cidadãos 
dos Estados Unidos motivam o alto interesse deste país em ajudar outras 
nações a aprimorar a administração do seu crescimento urbano e das suas 
condições ambientais. Esse esforço de apoio funciona através de diversos 
canais governamentais, com a USAID manipulando a maior parte das inicia-
tivas ambientais urbanas no exterior. ” (Fonte: Revista Eletrônica: Assuntos 
Globais, março de 2000, volume 5, número 1. http://usinfo.state.gov/journals/
itgic/0300/ijgp/ijgp0300.pdf - acesso 9.06.2007)”. 
Agora, caro(a) aluno(a), identifique os principais problemas do sistema pro-
dutivo de seu município, apresentando os mesmos no fórum desta disciplina, 
na Plataforma Moodle, para uma maior discussão. 
AMBIENTE URBANO 
Vista de um aspecto de um 
centro urbano na sociedade 
rural. Observe que os elementos 
presentes no ambiente da 
cidade no meio rural são menos 
complexos que os do meio 
urbano. As famílias moram em 
casas e não estão submetidas a 
um tráfego intenso em suas ruas 
(Foto: Suzene I. Silva). 
Já na sociedade urbana, as 
cidades são marcadas pela 
presença de um complexo 
conjunto de edifícios e o tráfego 
é intenso. Estes são fatores que 
afetam tanto o ambiente quanto 
o comportamento social das 
pessoas nas cidades (Fotos: 
Elcida L. Araújo e Elba M.N. 
Ferraz). 
3�
6. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
ÁVILA-PIRES, F. 15�p. Princípios da ecologia humana. Editora da 
Universidade. Porto Alegre. 
BARBIERI, J.C. 1997. Desenvolvimento e Meio Ambiente: as estratégias de 
mudança da AGENDA 21. Rio de Janeiro, Ed. Vozes.
BOCK, A.; BAHIA, O. 2000. Psicologias: uma introdução ao estudo da 
Psicologia. 1 ª ed. Saraiva, São Paulo.
BRAGHIROLLI, M. E.; BISI, G. P.; RIZZEN, L. A.; NICOLETTO, U. 2000. 
Psicologia Geral. 1ª ed. Vozes, Petrópolis- RJ.
CAMPBELL, B. 1983. Ecologia Humana. Edições 70. Lisboa. 260p. 
DIAS, G.F. 1992. Educação Ambiental: princípios e práticas. Ed. Gaia, São 
Paulo. 
HALL, C.S; LINDZEY, G. 1���. Teoria da Personalidade SP, EPU.
RICKLEFS, R. E. 1996. A economia da natureza. 3a. ed. Editora Guanabara 
Koogan. Rio de Janeiro. 469p.
ROGERS, C. 1���. Psicologia e pedagogia sobre o poder pessoal. São 
Paulo, Martins Fontes, 3ª ed.
ZIMERMAN, D.; OSÓRIO, L. C. 1���. Como trabalhamos em grupo. 1 ª ed. 
Artes-Médicas, Porto Alegre.
Disciplina: Fundamentos da Geologia
Módulo 1
Geologia
É a ciência que estuda a evolução e a constituição da Terra. A Geologia se 
divide em Geologia Física e |Geologia Histórica.
A Geologia Física estuda o subsolo da Terra e analisa as transformações 
provocadas pelos agentes internos e externos do relevo.
A Geologia Histórica, representada pela Paleontologia, estuda o desenvol-
vimento dos vegetais e animais,através dos fósseis, e a Estratigrafia, que 
estuda a seqüência das rochas no tempo.
1.2 Origem da Terra
Muitos cientistas e físicos, ao longo do tempo, têm formado teorias para 
explicar a origem da Terra. Os mais notáveis físicos são de acordo com uma 
teoria, que é a que se segue:
1. Há cerca de 4,6 bilhões de anos, originou-se primeiro o sol através de uma 
densa nuvem de poeira e gás que se contraiu, formando não só o sol, mas 
outros planetas.
2. Com a radioatividade das rochas, algumas partes da Terra se derreteram. 
O níquel e o ferro se fundiram, formando o núcleo, enquanto, na superfície, 
ficou um oceano de rochas incandescentes.
3. A Terra primitiva sofreu um resfriamento, os vulcões entraram em erupção, 
emitindo gases que formaram a atmosfera, por sua vez originando matéria 
orgânica e água.
4. Há cerca de 3,5 bilhões de anos, grande parte da crosta terrestre já estava 
formada, mas bem diferente da atual. Para a formação atual, continentes e 
ilhas, foram necessários milhões de anos, pois, por volta de 3,5 bilhões de 
anos atrás, a Terra estava dividida em um só continente.
A Figura 1.1 apresenta algumas etapas da História da Terra. A ilustração 
representa as transformações ocorridas na formação do Planeta: o surgi-
mento dos continentes, a evolução das células, o surgimento dos mamíferos, 
das aves e do homem.
44
FIGURA 1.1: História da Origem da Terra
Fonte: Universidade de Coimbra (2002)
1.3 Escala Geológica do Tempo
O que pensaria uma borboleta, que possui uma vida de apenas um dia, sobre 
uma sequóia que perdura por milhares de anos? Provavelmente acreditaria 
que a sequóia esteve sempre ali, imutável, estática e sem vida. Já um outro 
observador, de vida mais longa, poderia acompanhar diversas etapas da vida 
da sequóia, ver seu nascimento e seu crescimento, apenas porque vive em 
uma escala de tempo mais compatível com as taxas dos processos vitais 
dessa árvore. Nós, humanos,estamos para a Terra, assim como a borboleta 
está para a sequóia, ou seja, de modo geral, não somos capazes de abstrair 
o significado da escala de tempo dos processos geológicos. O intervalo de 
tempo que compreende toda a história da Terra, desde sua formação até o 
período atual, é o que denominamos de Tempo Geológico, isto é, o Tempo 
Geológico que corresponde aos 4,6 bilhões de anos da Terra.
Para se entender a estrutura da Terra é necessário, também, o conhecimento 
do tempo geológico.
A Escala Geológica do Tempo está dividida em Eons que se dividem em 
Eras, que se dividem em Períodos, e estes se dividem em Épocas (ver Figura 
1.2).
45
Era Pré-cambriana
A primeira Era, chamada Pré-cambriana, divide-se em três períodos:
Azóica: por volta de 4,5 bilhões de anos atrás. Este período é marcado 
pela não existência de vida e durou bilhões de anos.
Arqueozóica e Proterozóica: nestes períodos passaram a surgir os 
seres unicelulares e invertebrados (algas e bactérias). Formação das 
rochas magmáticas. Existência de dois continentes: Árqueo-ártico e 
Indo-afro-brasileiro.
Era Paleo zóica
A Era Paleozóica está dividida nos períodos: Permiano, Carbonífero, 
Devoniano, Siluriano, Ordoviciano e Cambriano.
Nestes períodos, houve a existência de rochas sedimentares e metamórfi-
cas. Existência de cinco continentes: Indo, Afro, Brasileiro (Gondwana), Terra 
Canadense e Terra Siberiana. Surgiram os peixes e os primeiros répteis.
Era Mesozóica
A próxima Era foi a Mesozóica, dividida pelos períodos Cretáceo, Jurássico 
e Triássico. Surgiram mamíferos e aves, répteis gigantescos (dinossauros), 
grandes florestas e rochas sedimentares e vulcânicas.
Era Cenozóica
Nesta Era existem dois períodos, Terciário e Quaternário.
O período Terciário tem cinco épocas: Plioceno, Mioceno, Oligoceno, 
Eoceno e Paleoceno. Neste período, houve o desenvolvimento dos mamí-
feros e fanerógamos. Os répteis gigantes foram extintos. Formaram-se as 
bacias sedimentares.
No período Quaternário, existem duas épocas: Holoceno e Pleistoceno. 
Houve, neste período, a glaciação no hemisfério norte, delineamento dos 
atuais continentes, formação das bacias sedimentares recentes, apareci-
mento do homem.
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46
EON ERA PERÍODO ÉPOCA
Fanerozóico
Cenozóico
Quaternário
Pleistocênico
Holocênico
Pleistocênico
Terciário
Neogênico
Pliocênico
MiocênicoPaleogênico
Oligocênico
Eocênico
Paleocênico
Mesozóico
Cretácico
Jurássico
Triásico
Paleozóico
Pérmico
Carbônico
Devônico
Silúrico
Ordovícico
Câmbrico
Pré-câmbrico
FIGURA 1.2: Tempo geológico.
Na Figura 1.3, é apresentado o tempo geológico e variações do nível do mar 
durante o Cenozóico. Estas informações são importantes e utilizadas no 
estudo da Estrutura da Terra. Este tipo de informação está sendo utilizado 
em estudos de mudanças climáticas, onde a variação do nível do mar é asso-
ciada ao Aquecimento Global, conseqüentemente, às mudanças na Estrutura 
do Planeta.
Figura 1.3: Tempo geológico e variações do nível do mar durante o Cenozóico.
Fonte:CENPES/PETROBRAS - Tecnologia de Rochas (modificado).
4�
Estrutura da Terra
2. Estrutura da Terra
A Terra é constituída por materiais sólidos, líquidos e gasosos, que se acham 
dispostos em camadas concêntricas.
De dentro para fora, as camadas da estrutura da Terra são:
Núcleo ou Barisfera;
Manto;
Sima ou Sial que forma estrutura interna;
Litosfera;
Hidrosfera;
Atmosfera.
2.1 Estrutura Interna
Considera-se que o planeta Terra tenha-se formado no interior de uma nebu-
losa solar quente (composta por gases e sólidos na forma de poeira), a 
partir de componentes químicos mais refratários, que se condensaram em 
temperaturas muito altas.
Assim, os elementos químicos mais abundantes do planeta são bastante 
restritos, a saber: Ferro (que pode existir como metal, óxido, ou silicato, ou 
sulfeto), Oxigênio (geralmente, combinado com outros elementos, especial-
mente com o silício), Silício, Magnésio (geralmente como óxido ou silicato), 
Níquel (como liga junto ao ferro, silicato junto ao magnésio, ou sulfeto junto 
ao ferro), Enxofre (nos sulfetos), Cálcio (como óxido ou silicato) e Alumínio 
(como óxido ou silicato). Estes oito elementos, juntos, compõem cerca de 
90% da massa do nosso planeta.
A estrutura interior da Terra é formada por três camadas principais:
camada externa (crosta terrestre)
manto (ou camada intermediária)
o núcleo
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4�
Figura 2.1: estrutura interior da Terra
Núcleo ou barisfera (bari = pressão)
Parte mais interna do planeta. Pode ser dividida em núcleo externo e interno. 
O núcleo externo comporta-se como líquido. Apesar de sua composição metá-
lica, admite-se que seus componentes estão em estado de fusão. Estende-se 
de 2.�00 km até 5.100 km. O núcleo interno vai desde 5.100 km até o centro 
da Terra. O núcleo da Terra é constituído por ferro e níquel. A temperatura 
atinge a 4.000/5.000 C.
Manto ou pirosfera (piro = fogo)
Trata-se de uma camada intermediária situada acima do núcleo. Tem uma 
espessura aproximada de 2.�00 km, sua composição é de rochas ultrabási-
cas. Boa parte dos fenômenos que afetam a crosta terrestre tem origem na 
parte superior do manto.
O Magma é uma matéria em estado de fusão (pastoso), que constitui boa 
parte do núcleo e do manto.
FIGURA 2.2: estrutura concêntrica da Terra. O centro fica a uma pofundidade de 6.400 km. O 
manto extende-se em torno de 2.900 Km. A crosta é pouco expessa: 5-10 km nos oceanos e 
30-�0 km nos continentes
4�
Crosta terrestre
Representa apenas 1% da massa do planeta. Sua origem ocorreu a par-
tir do resfriamento do magma, sendo, portanto, a camada superficial. 
Podemos dividir a crosta terrestre (litosfera) em três camadas diferentes:
camada sedimentar superficial: constituída por rochas sedimentares 
que, em certos lugares, pode atingir vários metros de espessura, já em 
outros desaparece.
camada granítica intermediária: é constituída por rochas cuja com-
posição é semelhante ao granito. Esta camada também é chamada de 
Sial.
camada basáltica inferior: é bastante semelhante ao basalto. É tam-
bém chamada de Sima.
2.2 Estrutura Externa
É formada pela Biosfera. A Biosfera (bio = vida), a nossa “esfera de vida”, 
é o ambiente onde vivemos, onde a vida surge e se mantém, brotando dos 
solos, penetrando nas águas e flutuando no mar. Ela é formada por três 
grandes porções: 
Litosfera, Hidrosfera e Atmosfera.
Litosfera (lito = pedra) ou crosta terrestre é formada por rochas e minerais. 
As montanhas, os desertos, as planícies, outras áreas de terra firme e até 
alguns quilômetros abaixo da superfície do solo fazem parte da litosfera. É 
todo estrato e substrato rochoso, que constitui o relevo submarino e os con-
tinentes e ilhas. Nossas riquezas naturais (ex: ouro, ferro, alumínio, petróleo, 
etc.) e outras matérias-primas, para diversos fins, nas indústrias, são retira-
das desta porção.
FIGURA 2.3: A Terra considerando apenas a Litosfera.
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50
Hidrosfera (hidro = água) é formada por grandes quantidades de água na 
forma líquida: os rios, lençóis de água subterrâneos, lagos e oceanos. Esta 
porção fornece a água de que tanto precisamos. A hidrosfera apresenta, 
também, água no estado sólido (gelo), localizada nas regiões, onde a tempe-
ratura é abaixo de zero grau Celsius, como nos pólos.
Atmosfera (atmo = gás, vapor) é uma grossa camada de ar que abriga as 
nuvens e dá calor ao céu. Fornece o ar que respiramos e atua como um 
“cobertor”, protegendo e cobrindo a Terra.
FIGURA 2.4: A Terra considerando a Litosfera, Hidrosfera e Atmosfera.
No entanto, o ar, a água e o solo não são suficientes para nos manter vivos. 
Há outros fatores importantes para a vida, como a temperatura, a luz, a 
salinidade, a pressão, etc. É importante saber que a quantidade de cada 
um desses fatores e o tempo de exposição aos mesmos variam em cada 
ambiente da Terra, proporcionando as mais variadas formas de vida. É só 
imaginar os animais ou plantas que vivem em um deserto e compará-los com 
os que vivem nas florestas, que você notará grandes diferenças de hábitos e 
características.
Os líquidos produzidos (ou seja, os magmas) migram e consolidam-se como 
componentes da crosta terrestre. Como compensação do processo de ascen-
são do material quente e menos denso, ocorre descida de material mais frio 
e mais denso que retorna, ao interior da Terra, parte dos componentes mate-
riais da crosta e do manto superior raso. Os movimentos tridimensionais de 
ascensão e descida de matéria rochosa podem abranger toda a extensão do 
manto, como deve ocorrer, por exemplo, embaixo da ilhas Havaí,no meio do 
Oceano Pacífico, ou podem envolver apenas a parte do manto raso, como 
deve acontecer embaixo do Oceano Atlântico.
Os movimentos de fluxo térmico e materiais verticais são acompanhados 
por movimentos laterais que movimentam as placas litosféricas, que consti-
tuem os diversos segmentos da crosta da Terra (Figura 2). Esta diferenciação 
secundária começou logo após a diferenciação primária da Terra, e continua 
até hoje.
51
 
FIGURA 2.5: Movimentos de fluxos Térmicos Dinâmicos
Assim, tanto o manto quanto a crosta terrestre representam sistemas quími-
cos dinâmicos. Por enquanto, não se sabe se o núcleo pode representar um 
sistema fechado, que não interage quimicamente com as outras camadas do 
planeta, ou se existe troca de componentes químicos com o manto, acompa-
nhando a evolução dinâmica da Terra.
2.3 Agentes Estruturais
As modificações que ocorrem no relevo terrestre têm origem na ação de 
poderosas forças que podem vir do interior, como da própria superfície do 
planeta. Estas forças são chamadas de agentes do relevo.
Os agentes do relevo, dependendo da origem, podem ser:
internos ou estruturais, pois modificam a superfície, alterando a sua 
estrutura.Estes agem esporadicamente, mas com grande intensidade. 
São causados pelos movimentos da tectônica de placas.
externos ou esculturais, pois modificam a superfície sem alterar a sua 
estrutura. Estes são de menor intensidade, mas atuam com mais fre-
qüência.
Falaremos um pouco sobre os agentes estruturais.
Tectônica de placas
Atualmente a Crosta da Terra está dividida em doze placas tectônicas. A pala-
vra tectônica vem do radical grego tektoniké, que significa arte de construir. 
Esta teoria tem por objetivo demonstrar que a crosta terrestre se movimentasobre o magma. 
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52
As Placas Tectônicas movimentam-se em diversas direções, numa veloci-
dade de poucos centímetros por ano. Elas podem-se agrupar (colidindo entre 
si) ou quebrar em pedaços. As placas continentais (mais leves) flutuam sobre 
as oceânicas (mais pesadas) e, assim, os continentes são “carregados” sobre 
os oceanos, como se fossem objetos em uma esteira rolante. Essas placas 
acabaram por se “chocar” em certos pontos, fazendo alterações no relevo ao 
longo de milhares de anos.
Tectonismo pode ser dito como os movimentos longos e prolongados da 
crosta terrestre, em virtude dos movimentos das placas tectônicas. 
FIGURA 2.6: Mapa Múndi com a distribuição dos continentes, das placas tectônicas 
(limites em azul), vulcões (triângulos vermelhos) e terremotos (pontos amarelos).
Fonte: National Aeronautics and Space Administration (NASA)
2.4 Mapeamento Geológico
Em um mapeamento geológico, tem- se por objetivo: 
determinar os conjuntos litológicos por meio de técnicas de campo da 
estratigrafia, geologia estrutural e petrografia, com o apoio de técnicas 
e dados do sensoriamento remoto, microscopia ótica, geocronologia, 
geoquímica e geofísica;
estabelecer o empilhamento e o arranjo lateral dos conjuntos litológicos 
em unidades, com hierarquia estratigráfica;
identificar a distribuição espacial e relações cronoestratigráficas das 
rochas;
descrever o acervo estrutural e metamórfico dos conjuntos litológicos;
descrever as ocorrências e depósitos minerais, destacando seus con-
troles lito-estruturais,como base para avaliação do potencial mineral da 
área;
interpretar a evolução geológica da região.
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53
FIGURA 2.7: mapa geológico do Brasil Escala 1: 2.500.000
Fonte CPRM (2004)
Disciplina: Expressão Gráfica Aplicada
Módulo 1
5�
Expressão Gráfica para Gestão Ambiental 
1. Desafio SEMANA 1
A expectativa social lança sobre o Gestor Ambiental uma função por exce-
lência que é, acima da importância de todas as outras, a educação pública 
para o bom convívio com o meio ambiente e demais indivíduos. Nessa pers-
pectiva, o Gestor Ambiental chama para si o compromisso de informar e 
formar cidadãos conscientes de sua responsabilidade com a terra-pátria.
Para sensibilizar as pessoas de seu papel na sustentabilidade do planeta, 
o Gestor Ambiental precisa ter domínio do vocabulário de vida dessas pes-
soas às quais se dirige, ao transmitir uma mensagem, uma informação. Não 
é apenas uma questão de falar o idioma de uma população; existem aspec-
tos específicos da linguagem nos diversos âmbitos do intercâmbio social. 
A estética dos adultos não é a mesma dos adolescentes; profissionais da 
medicina têm hábitos de linguajar distintos daqueles da informática; o voca-
bulário de uma mesa de bar pode não ser adequado a uma sala de aula, 
que, por sua vez, usa um repertório oral inapropriado para um texto filosófico 
bem escrito. É preciso ser “poliglota”, mesmo dentro da própria cultura.
Querer dizer é o ponto de partida, mas, se a partida fosse suficiente, não 
haveria o drama da chegada. Partir é necessário, porém não basta: a reali-
zação de uma chegada eficiente é o desejo que imagina, antecipa e justifica 
todo ato de partir, sair de si, tecer contatos com os demais. Somos o con-
junto dos laços que construímos com os outros. Ao receber uma mensagem, 
qualquer pessoa experimenta diante de si um convite a ter algo em comum. 
Portanto, não basta querer dizer; é preciso saber o que dizer, e também 
quando (por que e para que), e onde, e como, e com que irá realizar a 
proeza, quase mágica, de tornar algo comum a outro, no sucesso de com-
preender e de se fazer compreender.
Como Gestor Ambiental e, acima de tudo, Educador Ambiental, você preci-
sará conhecer bem os modos de vida e linguagem das pessoas com quem 
estabelecerá vínculos comunicativos. Será você o responsável por propiciar 
lugares e momentos destinados à convergência harmônica da diversidade 
de valores, idéias, crenças e opiniões de seu público-alvo acerca do mundo 
ao redor, cada vez mais complexo. Lidamos com informações de diversas 
naturezas: sonoras, visuais, gustativas, olfativas, textuais, etc. Dentre elas, 
a visualidade é uma das mais solicitadas no cotidiano, e não apenas hoje 
5�
nos circuitos teledigitais, mas desde sempre, desde as cavernas. Saber dizer 
visualmente requer aprendizado e prática constantes, assim como qualquer 
outro sistema comunicativo.
Esta disciplina de Expressão Gráfica é destinada à construção desse conhe-
cimento: os fundamentos da comunicação visual. Aqui você terá disponível 
o período de seis semanas para efetivar algumas tarefas, mediante as quais 
seu conhecimento de comunicação visual será estabelecido e, naturalmente, 
apreciado pelos formadores autorizados a qualificar o grau de conquista de 
sua construção. Serão seis desafios ou tarefas dimensionados para realiza-
ção semanal; seis tarefas totais, portanto. Todas programadas em cadeia, ou 
seja, a adequada conclusão dos sucessivos desafios demanda a boa conclu-
são dos precedentes, em pré-requisito rigorosamente linear.
Nesta semana inaugural, você freqüentará os primeiros conceitos da comu-
nicação visual, os princípios e elementos compositivos de sua linguagem, 
bem como os fundamentos do projeto gráfico e fechamento de briefing e pes-
quisa do público-alvo. Tomando como aceitável a máxima dos escolásticos 
medievais, que diziam que “tudo que é digno de ser feito é digno de ser 
bem feito”, é crucial compreender que a qualidade dos resultados das demais 
tarefas desta disciplina dependerá da mais dedicada e adequada conclusão 
desta primeira tarefa: definir o conteúdo de sua mensagem e conhecer seu 
público-alvo. Somente assim você estará apto a proceder numa análise grá-
fica (ler imagens), projetar uma peça gráfica (por ex.: um panfleto ou cartaz) 
e planejar os recursos visuais de uma aula de Educação Ambiental. Essas 
decisões são cumulativas e devem, desde já, ser pensadas com seriedade. 
Seja realista em sua pesquisa. O exemplo do relatório final desta pesquisa 
será demonstrado no estudo de caso que segue.
2. Etapas 
1. Comunicação visual: o que é comunicação / as funções da linguagem/ 
comunicação visual / a linguagem visual.
2. Linguagem visual: aparato comunicativo / princípios de composição / ele-
mentos compositivos do projeto visual.
3. Projeto gráfico: levantamento das necessidades / determinação do pro-
blema / definição de público-alvo / pesquisa de campo e fechamento de 
briefing e relatório de público-alvo.
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2.1. A comunicação visual
Comunicar significa pôr em comum; partilhar experiências, sentimentos, pen-
samentos; confrontar idéias, desejos, valores e crenças; entrar em acordo 
promovendo compreensão mútua. A sociedade humana se forma, neces-
sariamente, mediante essa “praça” chamada comunicação. Sem ela não 
há possibilidade de convivência. O isolamento faz murchar a vida humana, 
ou, ainda, inviabiliza em definitivo sua permanência. Sociabilização é, por-
tanto, a primeira característica do ato de comunicar, tornar algo acessível a 
outros.
A segunda característica é a Troca ou Transferência. Cada vivência que 
adquirimos é oferecida como atitude relativamente eficiente acerca do con-
tato necessário que temos com o entorno. Nenhum humano começa sua 
vida exatamente em grau zero de inexperiência. Desde pequeno, cada um 
de nós vai recebendo dos adultos aquelas instruções tidas como bem-suce-
didas sobre os aceitáveis comportamentos de autopreservação.
A terceira característica é a Influência. A capacidade de impor ou conquis-
tar o respeito e confiança dos outros integrantes de nosso circuito social é 
prerrogativa determinante de sobrevivência. A hierarquia de influências ou 
persuasões é forçosa no sentido de garantir a aceitação mútua das tomadas 
de decisão.
Enfim, ao estabelecer comunidade (o social), ao garantir a transferência de 
experiências (a troca) e ao conquistar a confiança alheia pela persuasão (a 
influência), dá-se cumulativamente

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