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REDAÇÃO 2º ano turma 201 Profª: Thereza Sodré Descrição - O texto descritivo é um tipo de texto que apresenta, com palavras, a imagem de seres, objeto, pessoa, animal, lugar, paisagem, situação, acontecimento, etc., explorando os sentidos (visão, tato, paladar e olfato). O objetivo da descrição é a elaboração de uma fotografia revelada por meio das palavras. Para tanto, alguns aspectos são de suma importância para a elaboração desse tipo textual, desde as características físicas e/ou psicológicas do que se pretende analisar, a saber: cor, textura, altura, comprimento, peso, dimensões, função, clima, tempo, vegetação, localização, sensação, localização, dentre outros. Descrição é o mesmo que detalhar, mostrar ou tornar conhecidas as características de algo ou alguém, o que pode ser feito por via oral, textual ou visual. A descrição pode estar presente numa conversa, num texto ou numa imagem. Descrição Oral — Podemos nos encontrar amanhã às 10h00 em frente aquele restaurante que abriu no centro da cidade, que fica ao lado da biblioteca. O que acha? — Sim, pode ser. Mas, como saberei quem é você? — Bem, como você sabe, sou de média estatura, magro e tenho cabelos escuros. Vou vestir calças jeans e uma camisa verde escura. Terei uma maleta preta nas mãos. Descrição eSCRITA João trabalha no departamento comercial há 1 ano. Sua mesa fica ao lado da minha. O João vem para o trabalho de ônibus e chega à empresa antes da 9h00. Costuma almoçar no restaurante da esquina e sai às 18h00. No final do dia, vai para casa de carona com o primo. Descrição Visual Tipos de Descrição Não há apenas uma forma de descrever algo. A descrição está sujeita ao conhecimento e às próprias impressões de quem descreve. Há dois tipos: Descrição Objetiva e Descrição Subjetiva. Descrição Objetiva A descrição objetiva transmite de forma imparcial as características de algo, se limita aos fatos da forma mais objetiva possível. Exemplo: "A cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas se conhecem. O que há na cidade se resume em praticamente algumas lojas, uma escola, uma igreja e uma praça." Importa referir que mesmo que se trate de uma descrição objetiva, o que é descrito depende da escolha do descritor. Assim, o descritor acima optou por falar do tamanho e do que havia na cidade. Mas podia ter escolhido falar do número e do costumes dos seus habitantes. Descrição Subjetiva A descrição subjetiva transmite a opinião do descritor. Por esse motivo, é corrente o uso de adjetivos. Exemplo: "A bonita cidade é pequena e pacata. Lá todas as pessoas se conhecem. O que há na cidade se resume em praticamente algumas poucas lojas, uma escola muito boa, uma igreja lindíssima e uma praça muito florida." O Leão Dalton Trevisan A menina me leva diante do leão ,esquecido por um circo de passagem. Velho e doente, não está preso em grades de ferro. Foi solto no gramado e a tela fina de arame é escarmentoao rei dos animais. Não mais que um caco de leão: pernas reumáticas ,juba emaranhada e sem brilho. Os olhos globulosos fecham-se cansados sobre o focinho contei nove ou dez moscas ,que não tinha ânimo de espantar. Das grandes narinas escorriam gotas e pensei, por um momento ,fossem lágrimas. Observei em volta: todos adultos, sem contar a menina. Apenas para nós o leão conserva o antigo prestígio as crianças ao redor dos macaquinhos. Um dos presentes explica que o bicho tem as pernas entrevadas, a vida inteira na minúscula jaula. Derreado, não pode sustentar-se de pé. Chega-se um piá e, desafiando com olhar selvagem o leão, atira-lhe um punhado de cascas de amendoim. O rei sopra pelas narinas, ainda é um leão: estremece a grama a seus pés. Simula ignorara a provocação e mastiga com dificuldade, no canto da boca, um pedaço de carne. Um de nós protesta que deviam servir-lhe a carne em pedacinhos. - Ele não tem dente? - Tem sim, não vê? Não tem a força de morder. Continua o moleque a jogar amendoim na cara devastada do leão. Ele nos olha e um brilho de compreensão nos faz baixar a cabeça: é conhecido o travo amargoso de derrota. Está velho, artrítico, não se aguenta das pernas, mas é um leão. De repente, sacudindo a juba, põe-se a mastigar o capim. Ora ,leão come verde! Lança-lhe o guri uma pedra: acertou no olho lacrimoso e doeu. O leão abriu a bocarra de poucos dentes amarelos, não era um bocejo. Entre caretas de dor elevou-se aos tracos nas pernas tortas. Sem sair do lugar, ficou de pé. Escancarou penosamente os beiços moles e negros, ouviu-se a rouca buzina de fordeco antigo. Por um instante o rugido manteve suspensos os macaquinhos e fez bater mais depressa o coração da menina. O leão trovejou seis ou setes urros. Exausto, deixou-se cair de lado e fechou os olhos para sempre. Fonte: Livro: Deixa que eu conto. Coleção: Literatura em minha casa.