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Instituto Superior de Transportes e Comunicações Hidráulica I Docentes: Engº. António Da Rocha Engª. Farida Alli lecthidraulica@gmail.com Engº A. Rocha LECT – 3º Ano Ano: 2021 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Programa (1º Semestre) 1. Introdução à Hidráulica - Evolução Histórica da Hidráulica - Propriedades Físicas dos Fluídos 2. Hidrostática - Lei Hidrostática de Pressões - Pressões Absolutas e Pressões Relativas - Manómetros - Impulsão Hidrostática Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 3. Hidrocinemática - Trajectória e Linhas de Corrente - Escoamentos Variáveis, Permanentes e Uniformes - Caudal, Velocidade Média numa Secção - Equação de Continuidade - Escoamentos Laminares e Turbulentos 4. Hidrodinâmica -Teorema de Bernoulli - Linha Piezométrica e Linha de Energia - Tubo Piezómetrico ou Tubo de Prandtl e Tubo de Pitot - Aplicação do Teorema de Bernoulli a um Tubo de Fluxo Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5. Escoamentos Sob Pressão - Potência Hidráulica. Bombas e Turbinas - Aplicação do Teorema de Euler – Quantidade de Movimento - Escoamentos Laminares e Turbulentos. Experiência de Reynolds - Rugosidade Absoluta e Relativa - Ábaco de Moody e Lei de Escoamento de Colebrook-White - Leis de Escoamento de Manning-Strickler, de Chezy e Tipo Monómias - Escoamentos Permanentes Sob Pressão - Perdas de Carga Contínuas e Localizadas - Escoamentos Variáveis Sob Pressão - Golpe de Aríete - Análise Qualitativa - Elementos de Análise Quantitativa do Golpe de Aríete Engº A. Rocha 6. Redes prediais de abastecimento de água e de drenagem de águas residuais domésticas - Sistemas prediais de distribuição de água - Sistemas prediais de drenagem de águas residuais - Redes prediais de drenagem de águas pluviais Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha Bibliografia básica 1. Quintela, António de Carvalho, Hidráulica 4ª e 5ª Edições: Lisboa, Janeiro de 1981; 2. Lencastre, Armando, Hidráulica Geral, Edição Luso-Brasileira, 1700 Lisboa; 3. Matsinhe, Nelson e Rietveld, Luuk. (1992). Abastecimento de água, Maputo 4. Lei de água e Regulamento dos Sistemas Públicos/Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais 5. Sousa, Eduardo Ribeiro, Manual de Saneamento Básico (Volumes I e II) – IST, Lisboa Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Evolução Histórica da Hidráulica O termo “Hidráulica”, é originário das palavras gregas “hydros” e “aulos”, respectivamente “Água” e “Condução”, é utilizado para designar o conjunto de técnicas ligadas ao transporte de fluídos (Gases e Líquidos), em geral e da água em particular. Engº A. Rocha Evolução Histórica da Hidráulica A Hidráulica esteve presente ao longo de praticamente toda a história da humanidade, em função da necessidade essencial da água para a vida humana. Evolução Histórica da Hidráulica Até o século VI a.C., as actividades humanas produtivas estavam ligadas apenas à obtenção de alimentos directamente a partir da natureza, através da caça, pesca e extravismo vegetal. Não havia, portanto, actividades agrícolas e pecuárias organizadas e a população, extremamente dispersa, vivia de forma nómada. A engenharia em geral, e a Hidráulica, em particular , não desempenhava nenhum papel significativo, sendo que os homens se deslocavam até pontos onde suas demandas em relação à água fossem atendidas. Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha Engº A. Rocha Evolução Histórica da Hidráulica A água sempre foi utilizada pelos seres humanos como recurso, seja para o próprio consumo ou fonte de alimentos. O estabelecimento de um grupo de pessoas em um local era determinado em grande parte pela presença de água nas proximidades. É por isso que algumas cidades, nasceram nas margens dos rios que lhe forneciam água para beber e fazer a sua higiene, o peixe para fazer a alimentação, servindo também como meio de transporte das suas produções. Nem sempre a água estava disponível em qualidade e quantidade que pudesse atender a demanda. Instituto Superior de Transportes e Comunicações Evolução Histórica da Hidráulica Engº A. Rocha Deste modo, tornou-se essencial a implantação dos primeiros artefactos e obras de condução de água, que estão na base do que conhecemos hoje como “Engenharia Hidráulica”. Engº A. Rocha O avanço da tecnologia possibilitou a utilização da água, em grande quantidade, para a produção de energia eléctrica nas centrais hidroeléctricas, isso quando o homem percebeu que as quedas de água possuíam energia potencial para movimentar as turbinas das centrais eléctricas, surgiram as barragens para acumular as águas dos rios e canalizar o fluxo de água, além de formar potentes quedas de águas. E para a irrigação de grandes áreas agrícolas aprendeu-se a desviar os cursos de rios e foram construídos grandes açudes. Evolução Histórica da Hidráulica Encontram-se vestígios de obras hidráulicas dotados de 4000 a 3000 a.C. no Egipto, Iraque, Índia, Paquistão, Turquia, China etc. Instituto Superior de Transportes e Comunicações Evolução Histórica da Hidráulica Engº A. Rocha Saimel (Pombalino) Cascões 1755 –colectores unitários em malha. Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 100 d.C. –Aquedutos romanos 1237 – Primeiro sistema de abastecimento de água encanada de Londres, Inglaterra 1455 – Primeira tubagem em ferro fundido no Castelo de Dillenburgh, Alemanha 1652 – Adutora de ferro fundido em Boston, Estados Unidos Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 1664 – Palácio de Versailles na França – Adutora em ferro fundido com mais de 22 km 1754 – Pennsylvania - Primeiro sistema de abastecimento de água nos Estados Unidos Estações Elevatórias de águas com bombas tocadas a vapor Engº A. Rocha Um dos vestígio conhecidos mais antigo de obras hidráulicas - sistemas de canais de irrigação e de navegação, construídos pelos Sumério, na Mesopotâmia. Estes canais constituíram o marco fundamental da civilização Suméria e, pode-se dizer, também da Engenharia Hidráulica. Instituto Superior de Transportes e Comunicações Evolução Histórica da Hidráulica Em todo este período da História não havia grandes preocupações relativa às obras executadas; conheciam-se e desenvolveram-se algumas técnicas que permitiam apenas a execução das obras necessárias. Não havia um processo institucionalizado de formalização, transmissão e desenvolvimento técnico e científico. Em suma, havia “técnica” e não “engenharia”, no sentido actual do termo. Instituto Superior de Transportes e Comunicações Evolução Histórica da Hidráulica Engº A. Rocha Os primeiros pensamentos efectivamente científicos relativos à Hidráulica são devidos aos Gregos. Estas realizações ficaram no plano intelectual, e as actividades manuais eram atribuídas principalmente aos escravos (obras de engenharia). Instituto Superior de Transportes e Comunicações Evolução Histórica da Hidráulica Engº A. Rocha Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Instituto Superior de Transportes e Comunicações CONCEITO DE HIDRÁULICA CONCEITO: é o ramo da mecânica que estuda o comportamento da água em equilíbrio ou em movimento HIDROSTÁTICA – Estudo do comportamento do líquido em repouso HIDRODINÂMICA – Estudo das leis e dos princípios que regem o movimento do líquido em carga (pressão) e em superfície livre (Ex.: rios) Engº A. Rocha A Hidráulica, “aplica” as referidas leis e princípios a diversos ramos da engenharia como: Hidráulica urbana – (1) Sistemas de Abastecimento de Água, (2) Sistemas de Drenagem de Águas Residuais Doméstica e de Águas Pluviais; (3) Sistemas Prediais de Abastecimento de Água e de Drenagem de Águas Residuais;Aproveitamentos Hidráulicos: (1) Barragens e Respectivos Órgãos de Segurança (Descarregadores, Descargas, Tomadas de Água) e Açudes; Hidráulica Agrícola – (1) Sistema de Rega e (2) Sistemas de Drenagem Agrícola; Etc… Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha CONCEITO DE HIDRÁULICA Engº A. Rocha SISTEMA DE UNIDADES Na Hidráulica o profissional irá trabalhar com inúmeras grandezas, portanto o domínio das unidades e dos factores de conversão é requisito básico para a elaboração dos projectos. As principais grandezas são: Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha Na maioria das aplicações Hidráulicas e Recursos Hídricos, o fluído utilizado é a água. Entretanto, o profissional pode vir a trabalhar com outros tipos de fluídos, como por exemplo: óleos, mercúrio, glicerina, mercúrio, Butano, Propano etc. Os fluídos podem ser caracterizados pelas suas propriedades. As principais são: Massa Específica ou Volúmica; Peso Específico ou Volúmico; Densidade; Viscosidade Tensão de Saturação do Vapor de Água Propriedades Físicas dos Fluídos Instituto Superior de Transportes e Comunicações Instituto Superior de Transportes e Comunicações Massa Volúmica, Peso Volúmico e Densidade Fluido é qualquer substância não sólida capaz de escoar e assumir a forma do recipiente que o contém. Os fluidos podem ser divididos em líquidos e gases. Os líquidos são aqueles que, quando colocados num recipiente, tomam o formato deste, apresentando porém uma superfície livre; enquanto que os gases preenchem totalmente o recipiente, sem apresentar nenhuma superfície livre. Engº A. Rocha Massa Volúmica ou Específica - É a sua massa por unidade de volume. ρ: massa específica; m : massa; V : volume As unidades mais usuais são: S.I- kg/m³, kg/dm³, g/cm³ e lb/ft³. Instituto Superior de Transportes e Comunicações V m Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Peso Específico ou Volúmico - É o seu peso por unidade de volume. γ: peso específico P : peso V : volume As unidades mais usuais são: S.I. - N/m³ ; kgf/m³; kgf/dm³; e lbf/ft³. V P Densidade Relativa – d ou É a relação entre seu peso específico e o peso específico de uma substância padrão. d : densidade γ: peso específico γágua : peso específico da água A densidade assim definida é adimensional e é também denominada POR peso específico relativo. Engº A. Rocha OH d 2 OH d 2 Para líquidos, em geral toma- se a água como referência Engº A. Rocha Como o peso específico de uma substância é o produto de sua massa pela constante aceleração da gravidade, resulta a seguinte relação entre peso específico e massa específica: γ: peso específico ρ: massa específica g : aceleração da gravidade gg V m V P ** Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha Viscosidade Representação da viscosidade. Engº A. Rocha • Viscosidade Dinâmica (μ) - A viscosidade dinâmica representa a força por unidade de área necessária ao arrastamento de uma camada de um fluído em relação à outra camada do mesmo fluído; - Unidade: N.s/m2; - Água (20ºC): 1,01 x 10-3 N.s/m2. • Viscosidade Cinemática (ν) - A viscosidade cinemática representa a razão entre a viscosidade dinâmica e a massa específica do fluído; V -Viscosidade cinemática ρ μ ν Engº A. Rocha VISCOSIDADE DINÂMICA OU ABSOLUTA: A viscosidade dinâmica ou absoluta exprime a medida das forças internas de atrito do fluido e é justamente o coeficiente de proporcionalidade entre a tensão de cisalhamento e o gradiente de velocidade da Lei deNewton. O símbolo normalmente utilizado para indicá-lo é a letra “μ” e as unidades mais usuais são o Centipoise(cP), o Poise(1P = 1dyn.s/m²), kgf.s/m², o segundo pascal (s.Pa). Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha VISCOSIDADE CINEMÁTICA: A viscosidade cinemática leva também em consideração a inércia e é definida como o quociente entre a viscosidade dinâmica e a massa específica, ou seja: : viscosidade cinemática μ: viscosidade dinâmica ρ: massa específica Como indicado acima, o símbolo normalmente utilizado para Viscosidade Cinemática é a letra “ ” e a unidades, no S.I. é o m²/s, e as mais usuais são o Centistoke(cSt) e o Stoke (1St = 1cm²/s). Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha Tensão/Pressão de Saturação do Vapor de um Líquido Instituto Superior de Transportes e Comunicações A pressão à qual um líquido entra em ebulição, em linguagem comum ferve, é designada por pressão de vapor (tV). Esta pressão é uma função da temperatura. Exemplo: a água entra em ebulição quando a sua temperatura é elevada de modo a que a pressão de vapor atinja o valor da pressão atmosférica do local. Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha Engº A. Rocha Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Problema: Um líquido tem viscosidade igual a 0,06 kg/m.s e massa volúmica igual a 950000 g/m³, calcule: a) o seu peso volúmico b) a sua densidade; c) a sua viscosidade cinemática. Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Dados Importantes 3/9810 1 2 2 mN d OH OH Exercícios 1 Se 5600 litros de óleo pesam 46803.51 N, calcule o seu peso volúmico, a sua massa específica e a sua densidade relativa. Nota: As unidades devem estar no SI Exercício 2 Se 5800 litros óleo pesam 48.72 KN, calcule o seu peso volúmico, a sua massa específica, a sua densidade relativa e viscosidade Cinemática sabendo que o líquido tem viscosidade 0,039 Kg/m.s. Nkgf mKgOH 81.91 /1000 3 2 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Exercício 3: Sabendo-se que 5 m³ de um óleo combustível , a 27ºC pesam 250 kgf, calcular o peso específico e sua densidade.
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