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Instituto Superior de Transportes e Comunicações Disciplina: Hidráulica I Engº A. Rocha LECT – 3º Ano HIDRODINÂMICA 1 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Objectivo Perceber a dedução do Teorema de Bernoulli e a sua aplicação ao estudo do escoamento dos fluidos. Aplicações A Equação de Bernoulli é utilizada para, entre outras aplicações em hidráulica, quantificar velocidades de escoamentos estacionários de descarga de reservatórios, estimar a velocidade de um escoamento através de restrição à sua passagem e medir velocidades de escoamentos e os correspondentes caudais. A aplicação da Equação de Bernoulli está portanto presente quer nas operações de previsão feitas pelo Engenheiro, quer nas Correspondentes operações de verificação e experimentação em geral. Aspectos estes que constituem as duas faces do mundo em que um Engenheiro se movimenta. 4/1/2012 Engº A. Rocha 3 Escoamentos Laminares e Turbulentos Escoamentos Laminares Em regime laminar a perda de carga unitária é função da velocidade média, do diâmetro da conduta e das caracteristicas físicas do fluido, não se manisfesta a influência da rugosidade do tubo. Esta relação é representada pela Formula de Hagen- Poiseulle que, para o caso particular das secções circulares, se representa através da equação seguinte: Instituto Superior de Transportes e Comunicações 4/1/2012 Engº A. Rocha 4 No caso de escoamentos laminares em tubos de secção não circular, a equação acima, é diferente no valor da constante. A equação de Hagen – Poiseuille pode ser representada de um modo adimensional através da introdução do factor de resistência (f), e do número de Reynolds, obtendo-se a equação de Hagen-Poiseuille adimensional : Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Fórmula universal - Obtida através de fundamentos teóricos e análise dimensional. Instituto Superior de Transportes e Comunicações g U D L fH 2 2 Onde: ΔH – Perda de carga (mc.a.) L – Comprimento da Tubagem (m) D – Diâmetro do tubo (m) g – Aceleração de gravidade (m/s2) f – Coeficiente de atrito O coeficiente de atrito depende do Re e da rugosidade relativa (ε/D) ε– é rugosidade absoluta (tabelado) Darcy-Weisbach 5/4/2020 Engº A. Rocha EXPERIÊNCIAS DE ATRITO EM TUBOS A análise dimensional do problema do atrito em tubos indica que o factor de atrito (f) depende de dois factores adimensionais (i) do Número de Reynolds (que engloba o diâmetro do tubo, D, a velocidade, V, e a viscosidade cinemática, ν, do fluido) e (ii) da denominada rugosidade relativa do tubo (k/D), que representa a razão entre a rugosidades nas paredes dos tubos e o seu diâmetro interno. Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Perda de Carga Distribuída/Contínua Engº A. Rocha 8 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº A. Rocha 10 Escoamento Turbulento em Tubos Circulares Os primeiros trabalhos experimentais e analíticos desenvolvidos para o cálculo das perdas de carga unitárias em escoamentos turbulentos, foram realizados em tubos de rugosidade uniforme. Os tubos comerciais não apresentam rugosidade uniforme e por isso foi necessário adaptar as equações desenvolvida para tubos de rugosidade uniforme. Para tal, foi introduzido o parâmetro rugosidade absoluta equivalente (k ou ɛ). Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha AS EXPERIÊNCIAS DE NIKURADSE Para avaliar o efeito da rugosidade relativa (k/D) das paredes dos tubos sobre o factor de atrito (f), Nikuradse, em 1933, decidiu colar grãos de areia de tamanho uniforme na parede de tubos lisos de vidro. Desta forma, Nikuradse pode determinar o fator de atrito, sob condições controladas e bem determinadas de k/D. Os resultados obtidos nesta experiência são ilustrados abaixo: Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Exemplo: 1. Usando o diagrama de Moody, determinar ΔH da água que se escoa numa tubagem de ferro fundido novo à 20ºC, sabendo que: Q = 350 m³/h; L = 500 m; D = 240 mm; Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha 2. Considere o circuito hidráulico da figura, assim como os dados nela indicados. Todos os reservatórios são de grandes dimensões e ligados entre si por condutas de ferro fundido. Determine: a) O comprimento da conduta AB; b) O caudal do troço CB; c) A cota da superfície livre da água no reservatório R2. Instituto Superior de Transportes e Comunicações Nota: Despreze as perdas de carga localizadas 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 4/1/2012 Engº A. Rocha 17 Equação de Colebrook-White (Escoamento Turbulento ) Com base nos estudos realizados por Nikuradse em tubos de rugosidade uniforme, nas equações de Karman-Prandtl para tubos lisos, e para tubos rugosos, e em trabalho experimental com tubos comerciais, Colebrook e White deduziram uma equação que permitiu relacionar a J com o Q ou U, o D e a k dos tubos, designada por Equação de Colebrook-White. A equação é implícita, relativamente à perda de carga unitária, obrigando à aplicação de um método numérico para a sua resolução (ex: Método das Substituições Sucessivas). Instituto Superior de Transportes e Comunicações 4/1/2012 Engº A. Rocha 18 Instituto Superior de Transportes e Comunicações fRD k f e 51.2 7.3 log2 1 4/1/2012 Engº A. Rocha 19 A equação de Colebrook-White pode ser apresentada na forma adimensional através da introdução de três parâmetros adimensionais: o factor de resistência (f), o nº de Reynolds e a rugosidade relativa (k/D), equação. Instituto Superior de Transportes e Comunicações nnn n gJDDD k gJ Q D 2 51.2 7.3 log 2 2 5/2 5/2 1 fRD k f e 51.2 7.3 log2 1 4/1/2012 Engº A. Rocha 20 A equação de Colebrook-White pode ser explicitada em ordem à velocidade média. Instituto Superior de Transportes e Comunicações O valor da rugosidade absoluta equivalente de cada material comercial está disponível no catálogo do fabricante (Ver Tabela 32 – A. Lencastre). 5/4/2020 Engº A. Rocha Equação de Hazen-Williams 87.4 85.1 65.10 D L C Q H w Instituto Superior de Transportes e Comunicações CW – é o coeficiente de rugosidade de Hazen‐Williams que depende da natureza das paredes do tubo. Use apenas unidade do sistema internacional (SI) na fórmula anteriror. Algumas Equações para a Determinação de Perda de carga Contínua 5/4/2020 Engº A. Rocha MATERIAL C Aço Corrugado (Chapa ondulada) 60 Aço com Juntas “Look-Bar” Novas 130 Aço Galvanizado (Novo e em Uso) 125 Aço Rebitado Novo 110 Aço Rebitado em Uso 85 Aço Soldado Novo 120 Aço Soldado em Uso 90 Aço Soldado c/ Revestimento Esp. Novo e em Uso 130 Chumbo 130 Cimento Amianto 140 Cobre 130 Concreto bem Acabado 130 Concreto Acabamento Comum 120 Ferro Fundido Novo 130 Ferro Fundido em Uso 90 Ferro Fundido Revestido de Cimento 130 Grés Cerâmico Vidrado (Manilha) 110 Latão 130 Madeira em Aduelas 120 Tijolos Condutos bem Executados 100 Vidro 140 Plástico 140 Valores do Coeficiente C de Hazen -Willians 5/4/2020 Engº A. Rocha Equação de Manning-Strickler n – Coeficiente de rugosidade de Manning (s/m^1/3) Ks – Coeficiente derugposidade de Manning-Strickler (m^1/3/s) Rh – Raio Hidráulico (m) 2/13/2 JSRKQ hS n K s 1 MolhadoPerímetro MolhadaÁrea Rh _ _ 4 D Rh Condutas Circulares Instituto Superior de Transportes e Comunicações Onde 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações5/4/2020 Engº A. Rocha Perdas de carga contínua (Δh) Equação de Chézy JRCSQJRCU hh O valor de C pode ser calculado pela fórmula de: Bazin RK R C B 87 Kutter RK R C K 100 Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Engº. A. Rocha 27 Perdas de carga contínua (Δh) Fórmulas Monómias 1. Tubagem de Fibrocimento 56.068.028.64 JDU 56.068.25.50 JDQ 2. Tubagem em Ferro Fundido Novo não revestido 535.0625.015.44 JDU 535.0625.235 JDQ 3. Tubagem de Betão bem Liso 53.075.04.42 JDU 53.075.23.33 JDQ 4. Tubagem de Plástico 56.069.00.75 JDU 56.069.29.58 JDQ Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Recordar Número de Reynolds O número de Reynolds (abreviado como Re) é um número adimensional usado em mecânica dos fluídos para o cálculo do regime de escoamento (Laminar ou Turbulento) de determinado fluido dentro de um tubo ou sobre uma superfície. É utilizado, por exemplo, em projectos de tubagens industriais e asas de aviões. O seu nome vem de Osborne Reynolds, um físico e engenheiro irlandês. O seu significado físico é um quociente entre as forças de inércia e as forças de viscosidade. Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Número de Reynolds em Tubos Re ≤ 2000 – Escoamento Laminar. 2000 < Re <4000 – Escoamento de Transição. Re ≥ 4000 – Escoamento Turbulento. ρ = massa específica do fluido μ = viscosidade dinâmica do fluido v = velocidade do escoamento D = diâmetro da tubageem DU Re 5/4/2020 Engº A. Rocha Resumo: Energia Associada a um Fluido a) Energia Potencial: É o estado de energia do sistema devido a sua posição no campo da gravidade em relação a um plano horizontal de referência. b) Energia Cinética: É o estado de energia determinado pelo movimento do fluido. c) Energia de Pressão: Corresponde ao trabalho potencial das forças de pressão que atuam no escoamento do fluído. Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Linha de Energia ou de Carga – LE É a representação gráfica da energia em cada seção de um escoamento. A energia total, medida em relação a um plano de referencia para cada seção do escoamento define uma linha que se denomina linha de energia ou de carga. Esta linha , normalmente se inclina na direção do escoamento . Linha Piezometrica-LP É uma linha que situa abaixo da linha de energia separada por uma distancia igual a energia cinética para cada secção considerada. É uma linha que também , geralmente se inclina na direção do escoamento. Ela juntamente com a linha de energia é bastante útil na resolução de problemas de escoamentos. soma das energias de pressão e posição em cada secção denomina-se Cota Piezométrica(CP). Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Equação de Bernoulli Hipóteses de Simplificação (Líquidos Perfeitos): • Regime permanente. • Sem a presença de máquina (bomba/turbina). • Sem perdas por atrito. • Fluído incompressível. • Sem trocas de calor. • Propriedades uniformes nas seções. Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Tubo de Pitot É um tubo aberto dirigido contra a corrente do fluido, tendo na outra extremidade, um manómetro que indica directamente a pressão total. Instituto Superior de Transportes e Comunicações Tubo Piezómetrico ou Tubo de Prandtl e Tubo de Pitot 5/4/2020 Engº A. Rocha Tubo de Prandtl Consta de um tubo de Pitot unido a outro que o envolve, e possui uma aberturas que permitem medir a pressão estática. Vêm acoplados na extremidade de um manómetro que indica a diferença entre ambos; ou seja a pressão dinámica. Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha A associação do Tubo de Pitot com o tubo piezométrico permite a determinação experimental da altura cinética e indirectamente da velocidade de escoamento, no ponto da linha de corrente em que os dois tubos foram instalados. Instituto Superior de Transportes e Comunicações Tubo Piezómetrico ou Tubo de Prandtl e Tubo de Pitot Associação do Tubo Piezométrico com o Tubo de Pitot para determinação do diagrama de velocidades numa secção transversal de um tubo de fluxo 5/4/2020 Engº A. Rocha O tubo piezométrico instalado perpendicularmente à linha de corrente, de modo a não alterar o comportamento do fluido, numa dada posição dessa linha de corrente permite medir, através da cota da superfície livre, a cota piezométrica da partícula localizada na base do tubo piezométrico. Figura. Tubo de Pitot. Transferência de energia Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Tubo de Venturi O Tubo de Venturi é usado para calcular o caudal num troço de um tubo de fluxo. É constituído por um tubo de secção menor e um manómetro diferencial que permite determinar a diferença entre a cota piezométrica na secção do tubo de fluxo em estudo, S1 e a cota piezométrica numa secção do tubo de menor área, S2. 5/4/2020 Engº A. Rocha Determinada a diferença de cotas piezométricas entre as secções S1 e S2, a aplicação do Teorema de Bernoulli ao longo do tubo de fluxo permite determinar uma relação entre as velocidades médias nas duas secções que, em conjunto com a equação da continuidade, as permite calcular (resolução de um sistema de duas equações a duas incógnitas). Calculada a velocidade média numa das secções é possível calcular o caudal escoado. Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Exercício: Para o Tubo de Venturi representado na figura, admitindo que não há perdas de carga entre A e B, e sabendo que o líquido manométrico é mercúrio e o líquido escoado é água, determine o caudal escoa de A para B. Sol.:172 l/s Instituto Superior de Transportes e Comunicações 5/4/2020 Engº A. Rocha Instituto Superior de Transportes e Comunicações Exerc. Água escoa em regime permanente através do tubo de Venturi mostrado. Considere no trecho mostrado que as perdas são desprezíveis. A área da seção (1) é 20cm² e a da seção (2) é 10cm². Um manómetro de mercúrio é instalado entre as seções (1) e (2) e indica o desnível mostrado. Determine a vazão de água que escoa pelo tubo. (Sol: 5.8 l/s)
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