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Os primórdios do Pensamento Administrativo

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/
DEFINIÇÃO
Apresentação do desenvolvimento da Revolução Industrial desde a pré-revolução até a sua
conformação completa.
PROPÓSITO
Compreender os primórdios do pensamento administrativo em toda a sua extensão por meio dos
antecedentes históricos e principais influências, da Revolução Industrial ao pensamento dos
economistas liberais.
OBJETIVOS
/
MÓDULO 1
Descrever os antecedentes históricos e principais influências do pensamento da Administração
como ciência
MÓDULO 2
Descrever a Revolução Industrial e a revolução do pensamento administrativo
MÓDULO 3
Descrever o pensamento dos economistas liberais e os primeiros grandes empreendedores
INTRODUÇÃO
Dentro do estudo da teoria organizacional ou da teoria geral de administração, conhecer a sua
origem e as influências que sofreu até a sua formação como ciência independente é de extrema
importância.
A Administração como ciência independente só foi reconhecida na virada do século XIX para o
XX, com autores como Taylor, Fayol, Ford etc. Esses pensadores escreveram suas teorias
especificamente voltadas para a administração de empresas.
No entanto, antes desse estabelecimento, diversos autores criaram teorias e desenvolveram
estudos que formaram a base para esses primeiros autores, gerando grandes conhecimentos que
são empregados até hoje em diversas áreas, inclusive na Administração.
É sobre esses autores e pensamentos anteriores ao surgimento da Administração como um
campo da ciência, estudado em separado, que iremos tratar em nosso estudo.
/
MÓDULO 1
 Descrever os antecedentes históricos e principais influências do pensamento da Administração
como ciência
ANTECEDENTES HISTÓRICOS
 
Fonte: Everett Collection / Shutterstock.com
A Revolução Industrial do século XVIII, que teve seu início e força motriz na Inglaterra, não
aconteceu sem um longo desenvolvimento das bases que proporcionaram condições favoráveis a
essas mudanças. No início do século XV, as condições para essa revolução simplesmente não
existiam.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Comentário do texto
motor
/
 
Fonte: Everett Collection / Shutterstock.com
A partir desse século, com pequenas mudanças no cotidiano das pessoas, na formação das
cidades e no desenvolvimento de novas tecnologias, foram criadas as bases para a instalação das
grandes mudanças que geraram a revolução ocorrida durante o século XVIII. Todo um processo
de evolução de comportamento gerou uma mudança drástica nas relações do homem com o
trabalho.
/
 
Fonte: Everett Collection / Shutterstock.com
Ele deixou de produzir apenas para a sobrevivência, para as trocas locais na comunidade, por
meio de escambo e de pequenas compras e vendas, deslocando-se para uma produção cada vez
em maior quantidade e com vendas a localidades cada vez mais distantes. O comércio deixou de
ser local para se tornar global ao final da Revolução Industrial.
rolisson
Sublinhado
/
 
Fonte: Everett Collection / Shutterstock.com
Esse processo levou alguns séculos para acontecer e foi permeado por avanços tecnológicos,
mudanças e desenvolvimento de novas formas de pensar e encarar o mundo, guerras e grandes
infortúnios com avanços e retrocessos nas relações humanas. Além disso, todo esse processo foi
conduzido de forma compartilhada entre cidadãos e Estado, resultando em uma verdadeira
mudança das funções de cada um na sociedade e de suas relações.
O DESENVOLVIMENTO DAS CONDIÇÕES
PARA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NO
CAMPO
ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
NA INGLATERRA
/
O período pré-industrial, que vai do século XV ao século XVII, trouxe grandes transformações na
forma de organização no campo, no espaço rural. Durante o século XV e anteriores, os campos
eram compartilhados entre os diversos agricultores e pecuaristas, quase que em cooperativas, em
que esses eram usados de forma comum.

Já ao final do século XVII, os campos já tinham donos e o “movimento das cercas” garantiam a
propriedade a grandes senhores de terras, que as arrendavam ou trabalhavam em regime de
meeiros com seus arrendatários, resolvendo, assim, o problema rural sem grandes revoluções ou
solavancos históricos.
Essa transformação gerou uma massa de desempregados nos campos, o que impulsionou a sua
migração para as cidades. Essa condição não foi imediata e o deslocamento de algumas
indústrias das cidades para o interior e o desenvolvimento de pequenas indústrias nessas
localidades impulsionaram o trabalho de parte da população.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
 
Fonte: Everett Collection/Shutterstock
 
Fonte: Everett Collection/Shutterstock
Para além da agricultura, esses camponeses começaram a se dedicar à indústria têxtil e à de
fundição, em trabalhos desenvolvidos em suas casas, em horários alternativos ao trabalho nos
rolisson
Sublinhado
/
campos. Isso foi possível, pois o trabalho no campo era sazonal e, em tempos de baixa, esses
trabalhadores podiam se dedicar a novos trabalhos.
Essa forma de organização foi a precursora das indústrias que se desenvolveram por diversos
pontos da Inglaterra e garantiram a abrangência do desenvolvimento por grande parte do território.
MÃO DE OBRA
PRODUÇÃO RURAL
REVOLUÇÃO AGRÁRIA
Esses negócios foram beneficiados pela grande abundância de mão de obra e pelo crescimento
demográfico ocorrido nesse período. No final do século XVII, a população tinha mais que
triplicado, gerando, dessa forma, as premissas básicas para a Revolução Industrial que se
seguiria.
A densificação da população só foi possível porque o sistema de produção rural anterior ao século
XVI era tão precário que pequenas mudanças e introdução de técnicas mais eficientes trouxeram
grandes ganhos de produtividade, garantindo, assim, o abastecimento dessa população
crescente.
O simples estabelecimento de uma nova técnica de utilização das terras, o revezamento das
safras, a fertilização das terras e outras pequenas inovações trouxeram grandes incrementos para
a produção de alimentos. Tudo isso gerou uma revolução agrária, produzindo um ganho
desproporcionalmente grande na produtividade dos campos cultiváveis.
Contudo, esse incremento na produção não gerou ganhos para todos, pelo contrário ficaram
concentrados nos grandes donos de terras, que eram poucas pessoas, já no início do século XVIII,
e na mão de uns poucos arrendatários.
A grande massa de trabalhadores acabou em um estado de pobreza quase extremo, ocasionando
o deslocamento de grandes massas de migrantes para as cidades, onde se pagavam melhores
salários.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Comentário do texto
Pioneiro
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
 
Fonte: Everett Collection/Shutterstock
 
Fonte: verett Collection/Shutterstock
Para ajudar esses camponeses, alguns sistemas públicos foram tentados durante esse período de
desenvolvimento, mas não foram eficientes para evitar o empobrecimento desses trabalhadores.
/
ESSE MÉTODO TEVE GRANDE ÊXITO EM AUMENTAR A
PRODUTIVIDADE E MANTER OS CUSTOS DE
PRODUÇÃO BAIXOS O SUFICIENTE PARA O
DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES E DAS INDÚSTRIAS,
MAS, EM TERMOS HUMANOS, ELE FOI UM TOTAL
DESASTRE.
HOBSBAWN, 1979.
Esse desastre foi o que impulsionou a migração e era necessário para criar as condições que se
tornaram a base para a Revolução Industrial. Em outros países em que as condições nos campos
eram mais favoráveis, as indústrias não tiveram a disponibilidade de mão de obra necessária para
seu desenvolvimento.
 EXEMPLO
Esse é o caso da França, que — mesmo tendo uma tecnologia mais avançada e condições
técnicas superiores, como melhor educação — não conseguiu desenvolver sua indústria no
mesmo ritmo que a Inglaterra.
Os camponeses franceses dispunham de uma condição mais favorável e não tinham o incentivo
de migrarem para as cidades ou de trocarem os meios tradicionais de abordagem nas produções,
tanto rurais quanto industriais. Isso atrasou o processode industrialização, que dependia desse
impulso de fartura de mão de obra para acontecer.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
O DESENVOLVIMENTO DAS CIDADES E SEU
CRESCIMENTO ENTRE OS SÉCULOS XV E
XVII
As razões que impulsionaram as pessoas a saírem do campo e migrarem para as cidades são as
mesmas que fizeram as cidades crescerem de forma abrangente desde antes da Revolução
Industrial.
Já no final da Idade Média, as cidades possuíam pequenas indústrias, normalmente formadas por
artesãos. Pequenos grupos possuíam os monopólios de certos tipos de produção, denominados
guildas, e formavam as primeiras forças propulsoras da industrialização nas cidades.
No entanto, com o passar do tempo, elas se tornaram empecilhos para a industrialização
generalizada, sendo, aos poucos, suplantadas por indústrias não mais monopolizadas. Uma das
primeiras indústrias a se desenvolver, de forma mais homogênea, foi a ligada ao beneficiamento
do algodão, ou seja, a indústria têxtil.
GUILDAS
Associação existente na Europa durante a Idade Média, reunindo trabalhadores com
interesses em comum, que prestavam assistência mútua.
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rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
 
Fonte: Everett Collection/Shutterstock
Esse tipo teve um fator muito importante que o impulsionou. E foi a existência de um mercado
consumidor anterior à Revolução Industrial, sendo grande o suficiente para gerar ganhos
crescentes nos investimentos.
O que realmente impulsionou o acúmulo de capital por parte dos comerciantes e indústrias desse
setor foram os grandes lucros proporcionais aos custos de produção e aos retornos sobre o capital
investido.
No início dessa indústria, os lucros chegavam a 12 vezes o custo de produção. Além disso, o
investimento inicial era bastante baixo, pois com poucas máquinas era possível construir um
parque fabril. O trabalho era distribuído entre os trabalhadores que o faziam em suas casas e
depois os enviavam aos seus contratantes.
A construção de uma fábrica e compra dos equipamentos necessários necessitavam, dessa
forma, de baixo investimento; e a grande acumulação de capital proporcionava um rápido
enriquecimento de seus investidores.
Com isso, as cidades que comportavam essas indústrias, inicialmente as que faziam os fios e, por
fim, as fábricas de tecido, foram inundadas de pessoas buscando trabalho. Com o declínio e a
precarização do trabalho no campo, essa migração foi incentivada. E com os grandes lucros e
rolisson
Sublinhado
/
retornos dos capitais dos industriais, os salários nessas indústrias eram mais atraentes que os
pagos no campo.
Além dessa atração por salários, períodos de quebra de safra, como os que aconteceram em
diversos locais durante o final do século XVII e início do século XVIII, criaram as condições ideais
para a atração das pessoas para as cidades.
 
Fonte: Everett Collection/Shutterstock
Outra indústria que se fortalecia era a de construção de navios e demais insumos, para a
exportação e importação de produtos acabados e insumos para a indústria têxtil, pois esta crescia
cada vez mais e necessitava de uma frota abundante e bem estruturada para dar conta de todo o
trabalho.
A interiorização de parte dessa indústria também impulsionou a criação de novos centros
industriais e gerou o crescimento de novas cidades. Essas indústrias, com o tempo, começaram a
atrair cada vez mais trabalhadores, levando ao seu crescimento e, por consequência, ao das
cidades onde estavam instaladas.
 SAIBA MAIS
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
Com esse crescimento, é importante destacar que as condições de trabalho precárias se
estenderam à moradia e a toda infraestrutura básica que não existia. Essas cidades não estavam
capacitadas a receberem um grande fluxo de pessoas e tiveram grandes problemas, que foram
regiamente identificados por estudiosos posteriores à Revolução Industrial, como Karl Marx (1999,
1995, 1995a) em seu livro O Capital.
Sua análise e descrição das condições degradantes dos trabalhadores durante a Revolução
Industrial na Inglaterra demonstra como as cidades cresceram de forma desordenada e geraram
grande pobreza em todo esse processo.
O DESENVOLVIMENTO DO MERCADO
INTERNO
O desenvolvimento do mercado interno — que sustentou o início do desenvolvimento industrial
inglês — passou tanto pelo crescimento da cidade, por meio da migração de grandes massas de
trabalhadores rurais que perderam seus meios de subsistência, como pela necessidade de mão
de obra barata para o início e acúmulo de capital por parte dos empresários.
Conseguir que uma grande quantidade de pessoas estivesse disposta a trabalhar nas indústrias
era apenas parte da solução. Era necessário que esses trabalhadores fossem treinados e
qualificados para desenvolverem com habilidade as tarefas dentro do processo produtivo.
Como demonstrado por estudos desenvolvidos durante o século XX, em países que estavam
tentando se desenvolver, ter a mão de obra disponível é apenas parte do problema, e o mais fácil
de resolver.
Para que as indústrias se desenvolvessem, era necessário que todos os seus trabalhadores
fossem qualificados e pudessem desenvolver seu trabalho com eficiência, ou seja, em um ritmo
ininterrupto de trabalho durante todo o ano. Isso era um sistema bem diferente do que acontecia
no campo, em que existiam grandes oscilações, seguindo as estações de plantio.

rolisson
Comentário do texto
Realmente
Magestosamente
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
Esse trabalhador que migrava do interior para as cidades não estava acostumado ao novo ritmo e
tinha dificuldades em se adaptar, levando muitos industriais a considerá-los preguiçosos.

Essa necessidade de mão de obra fez crescer as cidades, e essa migração transformou a antiga
forma de comércio local, em que todos compravam de seus vizinhos, para um comércio mais
distante, em que se produzia em um local, no campo, e esses produtos eram comercializados nas
cidades.
Além disso, os produtos industrializados eram inicialmente produzidos nas cidades e vendidos aos
camponeses em suas aldeias ou pequenas cidades. Esse fluxo de comércio foi se desenvolvendo
e criando um mercado consumidor interno que foi a base para o início da Revolução Industrial.
EXCEDENTE DE MÃO DE OBRA
Como o excedente de mão de obra era extenso, as novas empresas podiam ser intensivas no uso
de mão de obra, sem, com isso, inflacionar os salários, gerando menor necessidade do emprego
de grandes inovações. Isso porque os custos de produzir com um tear manual eram tão baixos
que não valeria a pena investir em novas tecnologias.
REDUÇÃO DE MARGEM DE LUCRO
Essa mudança só aconteceu quando a redução nas margens de lucro com a venda dos produtos
caiu a um nível tão baixo, que inviabilizou a manutenção dessa forma de organização do trabalho.
Além disso, houve a redução dos valores pagos aos trabalhadores que chegaram a um nível de
não subsistência.
Nesse ponto, os mercados internacionais dos produtos têxteis da Inglaterra já estavam
consolidados e o mercado interno de consumo já tinha perdido parte de sua importância no
desenvolvimento da industrialização.
Essa importância inicial do mercado interno foi a força motriz do início da Revolução Industrial e as
condições e mudanças durante os séculos XV ao XVII geraram as condições ideais para que essa
revolução ocorresse.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Comentário do texto
Um aparelho mecânico ou eletrônico para tecelagem
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Comentário do texto
Que se mantem
Sobrevivência
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
O DESENVOLVIMENTO DO MERCADO
EXTERNO
O mercado externo teve função primordial na Revolução Industrial, pois sem o seu consumo de
produtos, importação por mercados consumidores e exportação de matérias-primas para as zonas
em industrialização,essa não poderia ter acontecido.
Esse movimento de mercadorias possibilitou a expansão do mercado consumidor e a
incorporação de locais de produção que não existiam na Inglaterra, proporcionando o ganho de
escala necessário para o desenvolvimento da Revolução Industrial.
 
Fonte: Dmitr1ch/shutterstock
No início do século XV, e em toda a Idade Média, esse comércio exterior não existia. O arranjo de
produção e comercialização de bens e produtos era basicamente local. Todo esse processo e
demanda foram desenvolvidos durante as grandes navegações, inicialmente por Portugal e
Espanha, que começaram a buscar especiarias e demais produtos nas Índias e, após os
descobrimentos, nas colônias americanas.
A Inglaterra entrou nesse comércio posteriormente, fornecendo os produtos acabados que os
povos do Continente Europeu precisavam, dominando, em seguida, o comércio marítimo por meio
de sua frota de guerra e comercial.
Essa mudança de sistema aconteceu de forma gradativa e foi impulsionada por mudanças
internas, como as enfrentadas pela agricultura e pelo desenvolvimento de indústrias navais por
necessidades de guerras e de comércio.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
 
Fonte: Caleb Holder/Shutterstock
 
Fonte: Trudy Simmons/Shutterstock
O ápice desse processo ocorreu um pouco antes da Revolução Industrial, com a Revolução
Francesa e o surgimento de um espírito revolucionário, que tomou conta dos países americanos,
que — aos poucos — foram se libertando de suas colonizadoras e se tornando independentes.
rolisson
Sublinhado
/
Durante esse período, a Inglaterra entrou na era elisabetana e começou a expandir o seu império,
chegando a localidades distantes e gerando os mercados consumidores necessários ao seu
desenvolvimento. Esse foi um processo longo e que gerou todo o comércio exterior que veio
impulsionar e garantir o volume de produção necessário para o desenvolvimento da Revolução
Industrial.
O PENSAMENTO INTELECTUAL DO
PERÍODO PRÉ-INDUSTRIAL
AS GRANDES INFLUÊNCIAS INTELECTUAIS DA
MUDANÇA DE PENSAMENTO DURANTE OS SÉCULOS
XV A XVIII FORAM O ILUMINISMO E A REFORMA
PROTESTANTE. O ILUMINISMO TEVE MAIOR IMPACTO
NA FRANÇA E EM PAÍSES DE DOGMA CONFESSIONAL
CATÓLICO.
Já nos países com dogma confessional protestante — como Alemanha, Holanda, Escócia e partes
da Inglaterra —, o pensamento dominante foi o Calvinismo, uma vertente do protestantismo que
se originou dos escritos de João Calvino, teólogo francês que desenvolveu praticamente todos os
seus estudos em Genebra, na Suíça.
O PROTESTANTISMO SURGIU NA ALEMANHA COM AS
93 TESES DE LUTERO, MAS FOI JOÃO CALVINO QUE O
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Comentário do texto
 doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutíve
rolisson
Sublinhado
rolisson
Comentário do texto
é tanto um movimento religioso protestante quanto um sistema teológico bíblico com raízes na Reforma Protestante, tendo o seu maior expoente no reformador francês João Calvin
rolisson
Comentário do texto
que é objeto de discussão
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
ESTRUTUROU E LHE DEU OS CONTORNOS QUE SE
SEGUIRAM E QUE MOLDARAM O PENSAMENTO PRÉ-
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.
GONZALES, 2011.
Diversos pontos teológicos foram reinterpretados por Calvino e os reformadores, criando as
condições para a revolução acontecesse. Como colocado, posteriormente, por Max Weber (2004)
em seu Livro Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, foram as mudanças trazidas pela
reforma protestante que possibilitaram e que lançaram as bases para o capitalismo que cresceria
nos séculos seguintes.
Os principais pontos nessa discussão são:
O DEVOTO NÃO PRECISA SE ISOLAR
Se trancar em um convento para viver a sua vida de santidade. Ele poderia viver essa vida em
sociedade, sendo um representante de Deus na sociedade para os outros. A vida austera e
metódica poderia ser vivida cotidianamente em sociedade.
Esse ideal é anterior à Reforma Protestante e foi desenvolvido em contraponto ao monasticismo,
mas foi incorporada de forma integral ao movimento protestante da reforma. Tanto Lutero quanto
os outros líderes defendiam que era preciso estar em sociedade para viver de forma plena a sua
salvação e o relacionamento com Deus, servindo aos outros e levando o evangelho a todos.
O TRABALHO NÃO É UM CASTIGO IMPOSTO AO
HOMEM
Mais importante do que o primeiro ponto é a noção de que o trabalho não é um castigo imposto ao
homem pela queda no jardim do Éden, mas uma forma de glorificar a Deus. Isso foi o que causou
a maior revolução no pensamento medieval que defendia o trabalho como castigo.
Isso era levado tão a sério que os nobres não o faziam em hipótese alguma, indicando sua
superioridade espiritual em relação aos plebeus. Com essa mudança, a pessoa que não se
esforçasse de forma integral no trabalho era taxada de pecadora e não eleita.
Com o tempo, esse pensamento levou as pessoas a avaliarem se eram ou não eleitas por sua
prosperidade no trabalho. Uma pessoa era próspera se recebesse o favor de Deus, e esse favor
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
só era dado aos eleitos por sua presciência e controle absoluto de todos os aspectos desse
mundo.
 SAIBA MAIS
Essa é outra doutrina importante para os protestantes, Deus tem um povo eleito desde antes da
fundação do mundo e, dessa forma, os escolhe e abençoa com bens materiais, em detrimento dos
outros não eleitos, que além de irem para o inferno, não recebiam esse favor enquanto estão aqui
na terra. Todos esses pontos foram levantados por Weber (2004) e, segundo ele, são a base para
o desenvolvimento do capitalismo.
Nessa ótica de Weber, para que uma pessoa seja bem-sucedida, é importante observar seus
ganhos, lucros sobre o capital, e que estes não advenham da usura.
ESSE É O PRINCIPAL PONTO DE TRANSFORMAÇÃO
ENTRE O PENSAMENTO MEDIEVAL E O PROTESTANTE.
NO PENSAMENTO MEDIEVAL, O LUCRO ERA
CONSIDERADO COMO PECADO E SUA ACUMULAÇÃO
ERA SINAL DE TROCA DO CÉU PELAS COISAS
TERRENAS.
Esse pensamento levou toda a parte financeira da população para a mão dos judeus, pois crendo
de forma diversa, podiam trabalhar com o dinheiro emprestando e capitalizando suas posses.
Essa crença era tão forte que, no Brasil, de origem católica, a lei da usura impedia que o Estado
cobrasse ou pagasse juros superiores a 12% ao ano até a década de 1980.
A mudança de olhar sobre a usura propiciou o crescimento de mercados de capitais em diversos
países protestantes, sendo o mais famoso o mercado de capitais holandês, que possibilitou o
crescimento de empresas que exploraram grandes áreas da Ásia e das ilhas Polinésias.
rolisson
Comentário do texto
dano moral ou material; prejuízo, perda.
rolisson
Comentário do texto
juro, renda ou rendimento de capital
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/

Essa nova forma de pensar possibilitou, com o tempo, o acúmulo de capital por parte dos
comerciantes, o que foi essencial para o desenvolvimento da Revolução Industrial.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (AMAN-2015 ‒ ADAPTADA) O ACÚMULO DE CAPITAIS, A
MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA, A DISPONIBILIDADE DE MÃO DE
OBRA E DE RECURSOS NATURAIS, E A FORÇA DO PROTESTANTISMO
CALVINISTA AJUDAM A EXPLICAR O PIONEIRISMO DA __________ NA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. 
 
DAS OPÇÕES ABAIXO LISTADAS, O PAÍS QUE MELHOR PREENCHE O
ESPAÇO ACIMA É:
A) Alemanha
B) Holanda
C) Itália
D) Inglaterra
2. (PUC-CAMPINAS) O NOVO PROCESSO DE PRODUÇÃO INTRODUZIDO
COM A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, NO SÉCULO XVIII, CARACTERIZOU-SE
PELA:
A) Implantação da indústria doméstica rural em substituição às oficinas.
B) Realização da produção em grandes unidades fabris e intensa divisão do trabalho.
/
C) Mecanização da produção agrícola e consequente fixação do homem à terra.
D) Facilidade na compra de máquinas pelos artesãos que conseguiam financiamento para isso.
GABARITO
1. (Aman-2015‒ Adaptada) O acúmulo de capitais, a modernização da agricultura, a
disponibilidade de mão de obra e de recursos naturais, e a força do protestantismo
calvinista ajudam a explicar o pioneirismo da __________ na Revolução Industrial. 
 
Das opções abaixo listadas, o país que melhor preenche o espaço acima é:
A alternativa "D " está correta.
 
Por conta de todas essas condições listadas que a Inglaterra apresentou as condições para a
ocorrência da Revolução Industrial. Mesmo estando em desvantagem em outros aspectos em
relação aos países europeus continentais, que tinham melhores conhecimentos técnicos e
científicos, essas condições não se apresentavam nesses países, demonstrando que foram
essenciais para o início da revolução.
2. (PUC-Campinas) O novo processo de produção introduzido com a Revolução Industrial,
no século XVIII, caracterizou-se pela:
A alternativa "B " está correta.
 
Durante os lançamentos das bases da Revolução Industrial, começaram a surgir as grandes
fábricas e a organização da produção de forma dividida e não mais por meio de artesãos que
faziam todo o trabalho.
MÓDULO 2
 Compreender a Revolução Industrial e a revolução do pensamento administrativo
/
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A
REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO
ADMINISTRATIVO
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial teve início na Inglaterra devido às condições ideais para tal. Contudo,
poderia ter acontecido em qualquer outra parte do mundo, como na França ou na Alemanha.
Esses países tinham melhores condições técnicas e intelectuais para essa empreitada, no
entanto, suas condições sociais não geraram esse impulso.
Segundo Hobsbawm (1979):
QUALQUER QUE TENHA SIDO A RAZÃO DO AVANÇO
BRITÂNICO, ELE NÃO SE DEVEU À SUPERIORIDADE
TECNOLÓGICA E CIENTÍFICA. NAS CIÊNCIAS
rolisson
Sublinhado
/
NATURAIS, OS FRANCESES ESTAVAM SEGURAMENTE
À FRENTE DOS INGLESES, VANTAGEM QUE A
REVOLUÇÃO FRANCESA VEIO ACENTUAR DE FORMA
MARCANTE, PELO MENOS NA MATEMÁTICA E NA
FÍSICA, POIS ELA INCENTIVOU AS CIÊNCIAS NA
FRANÇA ENQUANTO QUE A REAÇÃO SUSPEITAVA
DELAS NA INGLATERRA. 
 
ATÉ MESMO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS, OS BRITÂNICOS
AINDA ESTAVAM MUITO LONGE DAQUELA
SUPERIORIDADE QUE FEZ — E EM GRANDE PARTE
AINDA FAZ — DA ECONOMIA UM ASSUNTO
EMINENTEMENTE ANGLO-SAXÃO; MAS A REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL COLOCOU-OS EM UM INQUESTIONÁVEL
PRIMEIRO LUGAR. O ECONOMISTA DA DÉCADA DE
1780 LIA ADAM SMITH, MAS TAMBÉM — E TALVEZ COM
MAIS PROVEITO — OS FÍSIOCRATAS E OS
CONTABILISTAS FISCAIS FRANCESES, QUESNAY,
TURGOT, DU-PONT DE NEMOURS, LAVOISIER, E TALVEZ
UM OU DOIS ITALIANOS. 
 
OS FRANCESES PRODUZIRAM INVENTOS MAIS
ORIGINAIS, COMO O TEAR DE JACQUARD (1804) — UM
APARELHO MAIS COMPLEXO DO QUE QUALQUER
OUTRO PROJETADO NA GRÃ-BRETANHA — E
MELHORES NAVIOS. OS ALEMÃES POSSUÍAM
INSTITUIÇÕES DE TREINAMENTO TÉCNICO, COMO A
rolisson
Comentário do texto
 significa “alto”, “elevado”, “importante” ou “superior
/
BERGAKADEMIE PRUSSIANA, QUE NÃO TINHAM
PARALELO NA GRÃ-BRETANHA, E A REVOLUÇÃO
FRANCESA CRIOU UM CORPO ÚNICO E
IMPRESSIONANTE, A ÊCOLE POLYTECHNIQUE. 
 
A EDUCAÇÃO INGLESA ERA UMA PIADA DE MAU
GOSTO, EMBORA SUAS DEFICIÊNCIAS FOSSEM UM
TANTO COMPENSADAS PELAS DURAS ESCOLAS DO
INTERIOR E PELAS UNIVERSIDADES DEMOCRÁTICAS,
TURBULENTAS E AUSTERAS DA ESCÓCIA CALVINISTA,
QUE LANÇAVAM UMA CORRENTE DE JOVENS
RACIONALISTAS, BRILHANTES E TRABALHADORES,
EM BUSCA DE UMA CARREIRA NO SUL DO PAÍS:
JAMES WATT, THOMAS TELFORD, LOUDON MCADAM,
JAMES MILL. 
 
OXFORD E CAMBRIDGE, AS DUAS ÚNICAS
UNIVERSIDADES INGLESAS, ERAM
INTELECTUALMENTE NULAS, COMO O ERAM TAMBÉM
AS SONOLENTAS ESCOLAS PÚBLICAS, COM A
EXCEÇÃO DAS ACADEMIAS FUNDADAS PELOS
‘DISSIDENTES’ (DISSENTERS) QUE FORAM EXCLUÍDAS
DO SISTEMA EDUCACIONAL (ANGLICANO). ATÉ MESMO
AS FAMÍLIAS ARISTOCRÁTICAS QUE DESEJAVAM
EDUCAÇÃO PARA SEUS FILHOS CONFIAVAM EM
TUTORES E UNIVERSIDADES ESCOCESAS. 
 
rolisson
Comentário do texto
duras, austeros, difíceis, insuportáveis
rolisson
Comentário do texto
também chamado de Tradição Reformada, Fé Reformada ou Teologia Reformada) é tanto um movimento religioso protestante quanto um sistema teológico bíblico com raízes na Reforma Protestante, tendo o seu maior expoente no reformador francês João Calvino.
rolisson
Comentário do texto
Em política, uma dissidência é o ato de discordar de uma política oficial, de um poder instituído ou de uma decisão coletiva. Os indivíduos e grupos que optam pela dissidência são denominados dissidentes. O termo é aplicado particularmente às dissidências ocorridas em regimes autoritários e totalitários
rolisson
Comentário do texto
Que expressa nobreza; elegante ou refinado. Que se comporta de maneira distinta e sofisticada: comportamentos aristocráticos
/
NÃO HAVIA QUALQUER SISTEMA DE EDUCAÇÃO
PRIMÁRIA ANTES QUE O QUAKER LANCASTER (E,
DEPOIS DELE, SEUS RIVAIS ANGLICANOS) LANÇASSE
UMA ESPÉCIE DE ALFABETIZAÇÃO EM MASSA,
ELEMENTAR E REALIZADA POR VOLUNTÁRIOS, NO
PRINCÍPIO DO SÉCULO XIX, INCIDENTALMENTE
SELANDO PARA SEMPRE A EDUCAÇÃO INGLESA COM
CONTROVÉRSIAS SECTÁRIAS. TEMORES SOCIAIS
DESENCORAJAVAM A EDUCAÇÃO DOS POBRES.
Portanto, a Revolução Industrial foi, basicamente, social em seu início, vindo a revolução
tecnológica na sequência, pela necessidade imposta por crises posteriores.
 ATENÇÃO
Nessa ótica, é importante salientar que a educação na Inglaterra era uma das mais precárias de
toda a Europa, suas universidades eram quase nulas, em termos de gerarem conhecimento e
inovação. Todo o avanço da Revolução Industrial na Inglaterra não foi baseado em uma tecnologia
de ponta ou em grandes avanços científicos, mas em comportamentos e condições singulares,
que levaram ao crescimento exponencial de todo o seu parque fabril.
O INÍCIO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Seu início é marcado entre os anos de 1780 e 1830. Pode-se dizer que ele se deu praticamente
apenas na Inglaterra. Esse país era o único que tinha as condições necessárias para que isso
acontecesse. É importante frisar que esse processo de geração das condições foi lento e teve
diversas influências e condições para que acontecesse. Todo esse processo de mudanças
começou com a religião, passando pelos costumes e visões de mundo, seguindo com uma
rolisson
Comentário do texto
adjetivo Que não se conseguiu prever com antecedência; acidental. Que não possui importância; de caráter secundário; incidente.
rolisson
Comentário do texto
 amiga, companheira, adepta, admiradora, aliada
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
mudança das formas e arranjos nos campos e culminando com a urbanização e o acúmulo de
capital de uma classe de comerciantes bem-sucedidos.

Todo esse processo culminou com a criação de condições para que a produção inglesa, que em
1760 era por volta de 1,5 a 2% da produção mundial, se expandisse em 1000%, chegando a um
patamar de 20 a 25% da produção mundial em 1850. Levou apenas um século para que todo esse
incremento acontecesse.
 
Fonte: Everett Collection/shutterstock
Todo esse processo teve origem com o desenvolvimento da indústria têxtil e do domínio de novos
mercados pela coroa inglesa por meio de sua frota naval, tanto de guerra quanto comercial. Isso
se reflete em um fato importante, pois cerca de um terço da frota de navios existentes no mundo
na década de 1850 pertenciam aos ingleses, que podiam utilizá-los de forma exclusiva, garantindo
um fluxo de mercadorias aos seus mercados consumidores de forma contínua e segura.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
 
Fonte: zhao jiankang/shutterstock
As grandes mudanças ocorridas no início da Revolução Industrial foram o desenvolvimento de
novas formas de fundir o ferro, com os fornos por explosão, a troca do uso do carvão vegetal para
o carvão mineral, o que diminuiu substancialmente o custo da fundição, e a invenção da máquina
de fiar, que eliminava a necessidade das rocas e gerava enormes ganhos na confecção de fios.
Toda essa tecnologia era de fácil operação e não envolvia grandes necessidades técnicas para a
sua operação.É importante frisar que esses inventos não dispunham de nenhuma engenharia
complexa, pelo contrário, eram invenções modestas e dispunham da necessidade de capacidades
técnicas modestas disponíveis em qualquer artesão serralheiro, carpinteiro ou moleiro.
PASSO 01
PASSO 02
PASSO 03
No início, esses fornos de explosão e os teares manuais foram instalados nas residências das
pessoas, que podiam operá-los de forma artesanal e com isso aumentarem suas rendas. Essa
renda servia para complementar a do trabalho no campo.
Um empregador, normalmente comerciante, adquiria os fios e distribuía o serviço aos artesãos,
que fazia seu serviço e o entregava ao contratante. Esse era também o processo com a fundição
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
de metais.
Esse processo dava ao comerciante enormes lucros, pois o retorno sobre o custo de produção, ou
seja, o lucro, era de 11 a 12 vezes. Além disso, uma inflação constante levava os comerciantes a
investirem cada vez mais, pois existia a expectativa de venderem com preços maiores que os
praticados durante a produção.
Todo esse processo inicial proporcionou o acúmulo de grande capital, que podia ser empregado
na expansão da produção e, com isso, gerar mais ganhos.
 ATENÇÃO
Outro ponto importante desse início é que os trabalhadores eram submetidos a jornadas de mais
de 12 horas de trabalho, incluindo mulheres e crianças. Essa forma de organização do trabalho e
a exploração extremada da capacidade de produção da mão de obra disponível e treinada
potencializaram esse acúmulo de capital por parte do empresário.
Um jovem empreendedor poderia, com pouco capital, muitas vezes emprestado, investir em uma
fábrica e, em menos de 20 anos, se tornar uma pessoa rica, dona de grande fortuna.
TODA ESSA FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
SÓ COMEÇOU A TER ALGUMA REGULAÇÃO A PARTIR
DE 1833, COM A LEI DA FÁBRICA, QUE PROIBIA O
TRABALHO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE
MENOS DE 13 ANOS POR JORNADAS SUPERIORES A
NOVE HORAS POR DIA .
Antes disso, diversos movimentos se instalaram nas cidades inglesas, procurando melhorar as
condições dos trabalhadores.
LUDISMO
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
Em resumo, procurava quebrar as máquinas, pois via nelas a causa da precarização das
condições de vida das pessoas.
CARTISMO
Ainda nessa questão dos movimentos de trabalhadores, o Cartismo não via as máquinas como
problema, mas a falta de direitos trabalhistas que assegurassem condições dignas aos
trabalhadores urbanos e rurais.
TRADE OF UNIONS
Todos esses movimentos culminaram com a criação de Trade of Unions, ou seja, os sindicatos
que seriam a base para a disseminação de ideais socialistas nas décadas seguintes. O
sindicalismo foi o movimento mais duradouro da história da industrialização e ainda tem grande
força em alguns centros, como a França e a Alemanha.
Outras leis foram sendo aprovadas e, com isso, as condições dos trabalhadores foram
melhorando, contudo, com o passar do tempo, os retornos dos capitalistas também foram
diminuindo. Isso levou os empresários a reduzirem, inicialmente, os salários dos empregados e,
em um segundo momento, as suas margens de lucro.
Por fim, uma maior mecanização da produção foi sendo inserida nas fábricas e aquela, mais
esparramada pelas residências, foi deixando de acontecer. Esse processo levou ao aumento da
precarização das condições nos campos e aumentou a pressão já existente para a migração para
as cidades.
 SAIBA MAIS
A concentração da produção em grandes fábricas foi uma solução para tentar manter a margem
de lucro dos empresários e garantir a expansão da produtividade incorporando novas tecnologias,
muitas vezes desenvolvidas em outros países, como a França, por exemplo.
Antes disso, a Inglaterra já havia substituído o poder absoluto do rei pelo do parlamento e já tinha
engatado as posições políticas ao lucro, sendo o Estado um promotor da produção e guardião do
lucro.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
Pela primeira vez, o ser humano tinha conseguido ultrapassar as fronteiras impostas pela fome,
falta de tecnologia e de recursos que seguravam o crescimento sustentável por um longo período
de tempo, sem que as pestes e as mortes impedissem esse desenvolvimento.
Essas mudanças levaram a revolução para outro patamar, deixando de consistir, basicamente, de
fábricas em pequenas cidades para se tornarem enormes complexos fabris.
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
Nas últimas décadas do século XVIII, a Revolução Industrial já estava em andamento, mas foi no
século XIX que ela tomou a forma que conhecemos hoje.
 
Fonte: weera sreesam/Shutterstock
Foi nesse período que a Inglaterra e alguns outros países menores ultrapassaram a condição de
países rurais, tornando-se industrializados. Isso ocorreu devido ao crescimento vertiginoso,
alcançando quantidades de produção nunca antes imaginadas.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
 
Fonte: David Whitemyer/Shutterstock
A grande expansão da indústria aconteceu por meio da exportação e foi fortemente ajudada pelo
Governo, que garantiu as condições para que isso acontecesse. No final do século XVIII, a
Inglaterra aumentou em 10 vezes a sua exportação de têxteis.
 
Fonte: Intheicewetrust/Shutterstock
rolisson
Sublinhado
/
Esse movimento fez com que o mercado externo superasse o interno. Na década de 1920 do
século XIX, a produção para exportação já representava 2/3 da produção nacional. Durante as
décadas seguintes, a exportação inglesa para a América já representava mais da metade da
exportação para a Europa Continental, demonstrando a importância desse novo continente para a
indústria inglesa.
LANCASHIRE
A região de Lancashire se destacou desde o início do movimento de interiorização das indústrias e
foi a primeira a superar a importação de tecidos vindos da Índia. Desde o fim da Idade Média, os
tecidos de algodão vindos da Índia ganharam grande fama na Europa e dominaram esse mercado
até a Revolução Industrial.
GUERRAS NAPOLEÔNICAS
Foi durante as guerras napoleônicas que esse comércio foi interrompido e, após a batalha de
Waterloo, a Inglaterra procurou não deixar que ele voltasse, mas ocupou esse espaço comercial,
interrompendo séculos de comércio entre as Índias e a Europa.
INDIA
Ao final desse processo, era a Inglaterra quem estava exportando tecido para a Índia, que teve a
sua indústria têxtil destruída e seu povo empobrecido. Com esse desenvolvimento, a cidade de
Lancashire se tornou um dos maiores polos fornecedores de têxteis do mundo.
Esses polos produtores necessitavam de matérias-primas em grande quantidade e com baixo
valor. Essa demanda foi suprida, principalmente, pela grande expansão das lavouras no sul dos
EUA, que, com seu sistema escravocrata, garantia esse fornecimento.
 ATENÇÃO
Esse processo de exportação era possibilitado pela grande frota de navios britânicos, que podiam
levar os tecidos prontos e trazer as matérias-primas necessárias. Esse volume de produção não
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rolisson
Riscado
rolisson
Texto digitado
rolisson
Texto digitado
Penso que é 1820
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
teria sido possível se fosse desenvolvido apenas em território inglês. Faltariam alimentos para os
trabalhadores, mesmo com os ganhos advindos das novas técnicas de plantio e mecanização dos
campos.
EM MEADOS DO SÉCULO XIX, A COROA BRITÂNICA JÁ
DOMINAVA TODO O COMÉRCIO COM AS AMÉRICAS,
CAUSANDO GRANDE POBREZA NESSAS REGIÕES.
MESMO COM O DOMÍNIO DA INDÚSTRIA TÊXTIL NA
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, NÃO SE DEVE SUBESTIMAR
O DESENVOLVIMENTO DE OUTRAS INDÚSTRIAS, COMO
AS DE ALIMENTOS, BEBIDAS E UTENSÍLIOS
DOMÉSTICOS, FORTEMENTE IMPULSIONADAS PELO
CRESCIMENTO DAS CIDADES.
No entanto, elastiveram pouco impacto em gerar grandes transformações, pois uma grande
cervejaria, que foi montada em Dublin, causou tanto impacto quanto o seu parque fabril causou na
localidade em que foi instalada, não se alastrando para nenhum outro setor da economia.
 
Fonte: Roy Hinchliffe/shutterstock
Todo o crescimento de diversos setores impulsionados pelo crescimento da indústria têxtil, como a
indústria química, de equipamentos, de eletricidade, de navios mercantes e uma grande
quantidade de outras atividades, que passaram a ser consideradas no desenvolvimento da
revolução industrial inglesa.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
 
Fonte: Lexanda/shutterstock
Contudo, o crescimento da indústria têxtil foi tão amplo e vasto que sua participação na expansão
do comércio exterior se tornou a principal força para o desenrolar da Revolução Industrial.
 
Fonte: AnotherPerfectDay/shutterstock
Com o passar do tempo, diversos booms e crises foram se sucedendo, como os acontecimentos
nos anos de 1825-26, 1836-37, 1839-42 e 1846-48. Todo esse movimento de altos e baixos foi
considerado por alguns economistas como meros fatos ocasionais. Mas, para os críticos do
sistema capitalista, elas eram parte do sistema e representavam um problema inerente e
insanável.
Com o tempo, esse processo foi suprimindo a taxa de retorno dos investimentos feitos na indústria
têxtil. O declínio aconteceu, pois a concorrência aumentou, provocando a diminuição dos preços
dos produtos acabados, mas não dos insumos de produção.
No início desse processo, como as vendas agregadas cresceram exponencialmente, os retornos
decrescentes foram compensados, mas, com o tempo, ele se tornou insustentável. Esse problema
foi se agravando, levando os detentores dos capitais a buscarem novos pontos para investir seus
capitais.
A siderurgia, inicialmente, estava em desvantagem com a tecelagem e só ganhou maior impulso
com inovações simples, como a pudelagem e a laminação, por volta de 1780. No entanto, sua
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rolisson
Comentário do texto
uma característica essencial de alguém ou de algo.
"função i. ao cargo de subprefeito"
rolisson
Comentário do texto
que não pode ser sanado; incurável
rolisson
Sublinhado
/
demanda era modesta tendo um impulso durante as guerras de 1756 e 1815.
PUDELAGEM
Técnica que consiste em descarbonizar o ferro fundido, retirando as impurezas e o
transformando em aço.
Após o fim dessas guerras, a produção teve um decréscimo e só não afundou a mineração porque
a escassez de florestas na Inglaterra levou as famílias a usarem o carvão mineral nas residências.
Mesmo com esse declínio, a capacidade de produção da siderurgia inglesa já era enorme,
beirando os 90% da produção mundial. Essa indústria só foi ter seu grande boom com a queda do
retorno sobre os investimentos na indústria têxtil.
A busca por novos investimentos encontrou sua estação nas novas ferrovias, que estavam
nascendo como meio de transporte de grandes quantidades de matérias-primas, principalmente
carvão mineral, mas, também, produtos e alimentos para as cidades.
 
Fonte: voylodyon/shutterstock
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
rolisson
Sublinhado
/
Inicialmente, foram colocados trilhos apenas para o deslocamento interno nas minas de carvão,
todavia, com o passar do tempo, esses trilhos foram sendo prolongados e passaram a ser
operados por grandes locomotivas a vapor.
 
Fonte: Arcansel/shutterstock
A primeira linha de ferro moderna data de 1825 e ligava Durham ao litoral. Esse novo foco de
desenvolvimento atraiu grandes somas de capital, que perdiam o seu interesse por investimentos
na indústria têxtil, garantindo uma expansão muito rápida dessas linhas.
Toda essa expansão das linhas férreas criou uma demanda por siderurgia, o que expandiu esse
setor de forma exponencial, gerando as condições necessárias para a transformação maciça na
indústria de bens de capital.
Todo o setor de siderurgia foi impactado e começou a gerar grandes fábricas de trilhos, de
locomotivas e de vagões que serviam para o transporte dos produtos da região produtora para o
porto e para as demais regiões do país. Fora da Inglaterra, esse movimento ainda era insípido e
demorou algum tempo para começar a se expandir e ganhar força.
 ATENÇÃO
rolisson
Sublinhado
rolisson
Comentário do texto
que não tem gosto
 (SENTIDO)•FIGURADAMENTE
desprovido de interesse, de atrativos; sem graça, monótono
rolisson
Sublinhado
/
Esse movimento dos capitais financeiros para a aplicação nas ferrovias foi um tanto irracional, pois
os retornos desses investimentos foram muito baixos, nulos ou até mesmo negativos. Esse
processo foi bom apenas para os agentes financeiros, que se saíram muito bem, mas foi um
desastre para os investidores.
No final, grandes investidores perderam suas fortunas, levando alguns a entrarem no século XX
com grandes dívidas. Pessoas que tinham ganho grandes fortunas com o início da Revolução
Industrial perderam quase tudo nesses novos tipos de investimento.
Apesar dessa constatação, o que possibilitou a Revolução Industrial foi que a classe rica da
Inglaterra acumulava riqueza durante esses anos, o que impossibilitava a existência de
oportunidades de investimento e gasto de todo esse capital acumulado.
UMA SOCIEDADE MODERNA TERIA DISTRIBUÍDO UM
POUCO DESSES GANHOS ACUMULADOS, NO
ENTANTO, NÃO É O QUE ACONTECIA NESSA ÉPOCA. A
CLASSE MÉDIA, LIVRE DE IMPOSTOS, CONTINUAVA A
ACUMULAR, TORNANDO A CLASSE MAIS POBRE CADA
VEZ MAIS FAMINTA, SENDO ESSA POBREZA O
REVERSO DESSA ACUMULAÇÃO SEM LIMITES.
MARX, 1999, 1995, 1995ª.
Esse foi o principal diagnóstico feito por Karl Marx (1999, 1995, 1995a) em seu livro O Capital.
A EXPANSÃO DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
PARA A EUROPA CONTINENTAL E A
/
AMÉRICA
A expansão da Revolução Industrial fora da Inglaterra demorou um pouco a acontecer. Como já
escrito, mesmo tendo tecnologia e condições científicas superiores, países como França e
Alemanha não possuíam as condições sociais para que esse desenvolvimento acontecesse.
A grande questão que desencadeou a Revolução Industrial, que foi a migração forçada das
pessoas para as cidades, não aconteceu com a mesma intensidade da Inglaterra em outros
países.

A falta de condições sociais levou esses países a atrasarem o início de suas revoluções
industriais, o que, em muitos lugares, levou a uma condição posterior que impossibilitou esse
desenvolvimento natural. Países como França e Rússia tiveram esse início fomentado diretamente
pelo Estado, que interferiu e fomentou o início de uma industrialização.

As condições rurais em outros países eram muito mais confortáveis do que na Inglaterra, o que
não gerou o incentivo para a migração. Na França, por exemplo, os camponeses tinham uma
situação confortável, pois as revoluções francesas tinham gerado algum bem-estar e possibilitado
alguma distribuição das terras entre os camponeses.
Além disso, eles tiveram ganhos e adquiriram alguma prosperidade. Nos anos seguintes, com as
guerras napoleônicas, a Europa se viu envolvida em um conflito continental que inibiu qualquer
iniciativa mais consistente de um desenvolvimento industrial.
COM O FIM DO CONFLITO, A INGLATERRA RETOMOU
SEU COMÉRCIO COM A EUROPA CONTINENTAL,
TORNANDO AINDA MAIS DIFÍCIL O FLORESCIMENTO DE
UMA INDÚSTRIA LOCAL, DEVIDO À CONCORRÊNCIA E
/
AO GANHO DE ESCALA JÁ ADQUIRIDO PELAS
INDÚSTRIAS INGLESAS.
Essa indústria local só começou a florescer com a intervenção do Governo, que começou a buscar
uma industrialização local e com o acúmulo de capital por parte de uma elite inglesa, que não
conseguia achar oportunidades suficientes de investimento na Inglaterra para o seu acúmulo de
capital, começando a buscar oportunidades fora do país.
 
Fonte: Vlad Antonov/Shutterstock
/
 
Fonte: rawf8/Shutterstock
Esse capital inglês, na busca por uma remuneração mais atraente, começou a fomentar o
desenvolvimento de indústrias locais. Esse movimento acelerou o processo em vários países,
sendoos EUA um dos mais beneficiados.
Pelo lado dos governos, estes começaram a levantar barreiras à entrada de alguns produtos
estrangeiros, procurando fomentar o desenvolvimento de uma indústria nacional. Países como
França e Rússia optaram por esse tipo de postura frente ao atraso que tinham no desenvolvimento
de sua indústria nacional.
Os EUA são um caso à parte, se tornam o lugar ideal para a produção das matérias-primas
básicas e dos produtos manufaturados. Isso se explica por conta das grandes extensões de terras
cultiváveis ao Sul e um sistema já adaptado ao modelo capitalista inglês de produção agrícola,
com largo uso de mão de obra escrava nas lavouras de algodão e uma região mais ao Norte, que
não tinha essa possibilidade por ter um clima muito frio.
rolisson
Comentário do texto
cercar de cuidados para criar ou fazer crescer; estimular.
rolisson
Sublinhado
rolisson
Comentário do texto
aquecer tmb
/
 
Fonte: Everett Collection/Shutterstock
Em um primeiro momento, ainda durante o período colonial, ele foi utilizado pela Inglaterra como
uma extensão de seus campos cultiváveis, principalmente a parte Sul do país.
No entanto, com as dificuldades impostas, na região Norte do país, que não podia se desenvolver
por restrições impostas pela Inglaterra, começaram a surgir movimentos republicanos
separatistas, os “jacksonianos”, que culminaram com a independência das 13 colônias inglesas na
América.
/
 
Fonte: Everett Collection/Shutterstock
Com a riqueza gerada pelo comércio, era impossível evitar a criação de uma elite local, que via na
colonizadora um entrave ao seu maior crescimento econômico.
Com a independência, os EUA entraram definitivamente na corrida pela industrialização, que já se
desenhava na região Norte do país e com a fartura de terras cultiváveis e um sistema de produção
agrícola já resolvido.
O principal motivo era a questão da terra, que na Europa continental ainda levou alguns anos para
ser resolvida, e que na França persiste até hoje (grandes subsídios governamentais aos produtos
agrícolas franceses). Os EUA tinham, portanto, as condições básicas para o desenvolvimento de
sua própria Revolução Industrial.
Foi por meio dessas condições que sua industrialização começou e seguiu o modelo inglês,
primeiramente com fábricas têxteis e, em seguida, com construção de grandes ferrovias.
AS TRANSFORMAÇÕES NO PENSAMENTO
ADMINISTRATIVO
/
Quando olhamos para o pensamento administrativo anterior à Revolução Industrial, principalmente
na Inglaterra dos séculos XV e XVI, vemos ainda uma influência forte do pensamento medieval de
produção comunitária, campo coletivo e pequenas cidades manufatureiras. Ou seja, aquelas
pequenas indústrias que formavam guildas com monopólio sobre determinados produtos.
Com o alastramento do pensamento protestante, principalmente por meio do puritanismo,
elementos como a propriedade privada, base para a Revolução Industrial, foram se espalhando
pela população, gerando, em longo prazo, a mudança no formato da produção, tanto rural quanto
urbana.
 ATENÇÃO
Toda essa mudança na forma de organizar a produção gerou mudanças na forma de gerir os
campos. Portanto, em vez de se produzir coletivamente e repartir essa produção entre todos os
trabalhadores da localidade, essas pessoas passaram a ser empregadas ou meeiras dos
proprietários das terras, gerando, assim, excedentes que podiam ser vendidos.
Esse foi o princípio do acúmulo de capital e que, posteriormente, foi investido na produção ainda
rudimentar nas casas dos próprios trabalhadores rurais.
 SAIBA MAIS
Outro aspecto que ajudou o surgimento desse capital foi a ideia de uma vida austera, como forma
de demonstrar sua devoção a Deus. Esse ponto é tão importante que os ingleses anglicanos que
se juntaram o movimento de John Wesley, durante o século XVIII, foram chamados de metodistas,
devido a sua postura de vida austera, regrada e metódica.
Essa forma de se comportar chegou a provocar o fechamento de todos os pubs de algumas
cidades escocesas durante o início do século XIX (GONZALES, 2011). Essa postura teve grande
impacto na forma de administrar as propriedades e, mais adiante, as empresas que surgiam.
rolisson
Comentário do texto
Traduzido do inglês-Uma guilda é uma associação de artesãos e mercadores que supervisionam a prática de seu artesanato / comércio em uma determinada área.
rolisson
Comentário do texto
O puritanismo designa uma concepção da fé cristã desenvolvida na Inglaterra por uma comunidade de protestantes radicais depois da Reforma.
rolisson
Comentário do texto
Austeridade é um conjunto de políticas político-econômicas que visam reduzir os déficits orçamentários do governo por meio de cortes de gastos, aumento de impostos ou uma combinação de ambos.
rolisson
Comentário do texto
dura
/
AS PESSOAS QUE NÃO SE ENCAIXAVAM NESSE
MODELO E QUE AINDA VIVIAM SOB O MODELO
MEDIEVAL, DE MAIOR LICENCIOSIDADE NA POSTURA
COM O TRABALHO, ERAM TAXADAS DE PREGUIÇOSAS.
Com esse primeiro desenvolvimento e o acúmulo de capital, as pessoas passaram a investir na
produção de produtos que já tinham um mercado formado, outro ponto importante na mudança do
pensamento medieval, pois, nessa época, apenas a terra tinha valor.
Adam Smith (2010) concluiu que:
[...] APENAS A TERRA, SEM O TRABALHO, NÃO TEM
VALOR, POIS NÃO PODE GERAR GANHOS E SE
AUTORRENTABILIZAR.
Marx vai construir toda a sua teoria no livro O Capital (1999, 1995, 1995a) com esse princípio,
apenas deslocando-o da terra para o capital financeiro.
Para a administração, o impacto dessa nova mentalidade é essencial, pois é a partir dessa ideia
que surge a necessidade de gerenciar essa mão de obra, que é o principal elemento formador do
lucro e da rentabilidade, tanto da terra quanto do capital.
Os fundamentos da administração moderna remontam a essa época e são catalisados por Taylor
e seus sucessores, em uma ciência da administração autônoma da ciência econômica da qual se
originou. Taylor é um verdadeiro representante desse metodismo que surge com Wesley, ao
aplicar na administração do chão de fábrica a ideia de racionalização das ações.
Outros elementos também ajudaram a mudar a forma de administrar da Idade Média para a
indústria nascente, mas tiveram menos impacto e agiram de forma mais difusa ou indireta, como
todos os pontos levantados por Weber (2004) ou outros autores que trataram do tema.
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (PUC-SP) PARA O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO NA INGLATERRA
DO SÉCULO XVIII, FOI DECISIVO(A):
A) A relação colonial, mantida com a Índia e a América do Norte, que possibilitou um grande
acúmulo de recursos financeiros.
B) O estímulo ao desenvolvimento inglês, promovido pela concorrência tecnológica com os
americanos.
C) A união dos interesses nacionais em torno de um esforço de desenvolvimento, logo após a
expulsão das tropas napoleônicas do território inglês.
D) O incentivo à inovação tecnológica como resultado da ação dos ludistas que destruíram as
máquinas consideradas obsoletas.
2. (VINESP – 2019 – ADAPTADA) AS EXPORTAÇÕES DE ALGODÃO
AUMENTARAM DE MANEIRA VERTIGINOSA DE 1790 A 1860. EM 1820, OS
EUA JÁ HAVIAM SE CONVERTIDO NO MAIOR PRODUTOR MUNDIAL DE
ALGODÃO E UNS DEZ ESTADOS E TERRITÓRIOS DEPENDIAM EM GRANDE
MEDIDA DO SISTEMA DE PLANTAÇÕES. 
(JENKIS, P. BREVE HISTÓRIA DOS ESTADOS UNIDOS. 2017. ADAPTADO). 
 
O AUMENTO DA PRODUÇÃO DE ALGODÃO NOS EUA FOI CONDICIONADO
POR ALGUNS FATORES, ENTRE OS QUAIS:
A) A natureza da colonização inglesa e a manutenção do pacto colonial.
B) A unificação do país pelo governo central e a abolição da escravidão.
C) A Revolução Industrial e o aumento da exploração da mão de obra escrava.
D) A anexação de mercados no Oeste e o emprego massivo da mão de obra imigrante.
/
GABARITO
1. (PUC-SP) Para o processo de industrialização na Inglaterra do século XVIII, foi
decisivo(a):
A alternativa "A " está correta.
 
Os ingleses, ao dominarem a Índia por meio de guerra e imposição de colonização, puderam
controlara produção de tecido local e impor sua produção quebrando as indústrias indianas. Já
para os EUA, em uma condição de colônia, foi utilizada como extensão de suas terras cultiváveis
na produção de algodão, principalmente na região Sul, por meio de um sistema escravocrata de
mão de obra.
2. (VINESP – 2019 – Adaptada) As exportações de algodão aumentaram de maneira
vertiginosa de 1790 a 1860. Em 1820, os EUA já haviam se convertido no maior produtor
mundial de algodão e uns dez estados e territórios dependiam em grande medida do
sistema de plantações. 
(JENKIS, P. Breve história dos Estados Unidos. 2017. Adaptado). 
 
O aumento da produção de algodão nos EUA foi condicionado por alguns fatores, entre os
quais:
A alternativa "C " está correta.
 
Os EUA foram utilizados como extensão das terras cultiváveis da Inglaterra. Além disso, durante a
era colonial, o desenvolvimento de uma indústria local foi inibido, por meio de proibição oficial e
repressão policial.
MÓDULO 3
 Descrever o pensamento dos economistas liberais
/
O LIBERALISMO INGLÊS
A TEORIA DA MÃO INVISÍVEL DE ADAM SMITH
O LIBERALISMO INGLÊS ESTÁ BASEADO NA FORMA
COMO A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL OCORREU NA
INGLATERRA NOS SÉCULOS XVIII E XIX, EM QUE AS
REGULAÇÕES ERAM INEXISTENTES DEVIDO A UMA
LEGISLAÇÃO RUIM E OMISSA. ALÉM DISSO, HAVIA
UMA CRESCENTE FORÇA DA BURGUESIA INGLESA,
QUE CRESCERA POR MEIO DE UM COMÉRCIO LIVRE E
SEM IMPOSTOS.
Desde a revolução Gloriosa, o parlamento já tinha controlado o poder absoluto do rei e, com isso,
regulado a ânsia deste por impostos e pelo controle estatal sobre a economia.
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Comentário do texto
que é dado ao esquecimento ou não faz o que deveria
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 ATENÇÃO
Outro ponto importante para a formação desse liberalismo foram as ideias calvinistas que forjaram
a base para o surgimento do capitalismo, como o valor do trabalho, a não culpabilidade pelo lucro
e, pelo contrário, a sua exaltação e a do enriquecimento (WEBER, 2004), além da austeridade e
do metodismo de uma grande parcela da população.
Essas duas particularidades vão se refletir mais intensamente a partir de Taylor e seu homem
economicus (TAYLOR, 1911) da virada do século XIX para o XX, já nos EUA.
Para os economistas liberais, é na ausência dos controles do Estado e na própria força de
autorregulação do mercado que está a grande força motriz do desenvolvimento e da criação de
riquezas para as nações.
Esse será, inclusive, o título principal da obra do autor mais conhecido do liberalismo inglês, Adam
Smith (2010), que escreve o livro Investigação da natureza e causas da riqueza das nações,
apresentando as suas teorias da formação do valor dos bens.
 
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Comentário do texto
[Figurado] Mentir; inventar de maneira mentirosa
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 um movimento religioso protestante quanto um sistema teológico bíblico com raízes na Reforma Protestante, tendo o seu maior expoente no reformador francês João Calvino
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O PENSAMENTO DE ADAM SMITH
 
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Adam Smith foi o economista mais influente da história do liberalismo inglês. Seus estudos sobre
microeconomia são louvados até os dias de hoje. Em seu livro sobre as riquezas das nações,
Smith (2010) discute a formação dos preços buscando teorizar uma construção para a formação
de um preço padrão para as trocas de mercadorias.
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Ele chamou essa ideia de teoria do valor trabalho, sendo ela que determinava o valor do bem ou
de sua troca. Nela, o principal fator que determina o preço do bem é o valor da mão de obra
demandada, pois determinará se uma mercadoria deve ter um preço maior ou menor que outra,
criando, assim, um valor padrão para a construção dos preços dos produtos.
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David Ricardo foi um dos autores liberais que não concordaram com essa forma de conceituar o
valor padrão de construção do preço dos bens. Karl Marx (1999, 1995, 1995a), por sua vez, irá
utilizar essa mesma medida de valor para construir suas teorias, indicando concordância parcial
com essa forma de pensamento.
PARA SMITH, ESSE VALOR PADRÃO SE PROJETARIA
NA ECONOMIA E SERIA A BASE DE TODOS OS PREÇOS
DO MERCADO, SERVINDO COMO O VALOR MÍNIMO DOS
BENS E GARANTINDO UMA ESTABILIDADE DE LONGO
PRAZO NA ECONOMIA.
A partir dessa premissa, ele desenvolve a teoria da oferta e da procura, em que uma mão invisível
levaria os preços sempre ao equilíbrio, em uma economia sem restrições como as impostas pelo
Estado.
TEORIA DA OFERTA E DA PROCURA
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A teoria da oferta e da procura, como pensada por Smith, garantiria que, se um preço subisse
acima de um certo patamar, esse bem voltaria naturalmente ao seu valor de equilíbrio, como se
uma “mão invisível” o levasse a esse comportamento e ao novo equilíbrio. 
 
Essa lei da oferta e da procura postula que o preço de um produto é o valor que equilibra a
disposição dos consumidores em comprarem certa quantidade por um preço pelo qual os
vendedores estão dispostos a venderem a mesma quantidade de produtos.
 EXEMPLO
Se o preço de um produto é de R$10,00, os compradores estarão dispostos a adquirir 1000
unidades dele. Entretanto, para que isso aconteça, os vendedores devem deter os 1000 produtos
para serem vendidos por R$10,00 cada. 
 
Se uma das partes quiser algo diferente, um novo equilíbrio entre valor e quantidade será criado
no encontro entre as disposições de cada parte. Vale dizer que o ponto de equilíbrio é onde o valor
e a quantidade garantirão o maior lucro para o vendedor e a maior quantidade e menor preço para
o comprador.
Resumindo, em um mercado de concorrência perfeita, os compradores tomarão decisões que, ao
final, levarão ao equilíbrio entre a quantidade ofertada pelo vendedor e a quantidade procurada
pelos compradores. Cessando, com isso, o incentivo a mudanças de preço e quantidades.
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Fonte: www.dicionariofinanceiro.com
 Como funciona a lei da oferta e da procura
Utilizando essa lei e o seu pensamento sobre a mão invisível, Smith defendia que o mercado se
autorregulava, não necessitando da interferência do Estado, que apenas causaria o desequilíbrio
dessa balança, provocando mais desequilíbrios que solução de problemas.
Os problemas de trabalhadores e empregadores seria resolvido de forma automática por essa
mão invisível, gerando ganhos muito maiores para ambos se o Estado não interferisse nesse
processo.
 ATENÇÃO
O que se observa é que, para o seu funcionamento perfeito, são necessárias a livre concorrência
e a total difusão das informações dentro dos mercados. Se existe assimetria de informações entre
as partes, esse processo já não acontece.
Além disso, existem outras questões que devem ser levadas em consideração na lei da oferta e da
procura, como a elasticidade do produto, os desejos e as necessidades dos consumidores, o
poder de compra da sociedade, a livre concorrência, entre outros fatores.
Na teoria da mão invisível, é importante salientar que esta acontece independentemente da
vontade dos indivíduos, pois estes, na busca por seus interesses particulares — como o lucro e o
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separação
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seu bem-estar, ou seja, seus desejos individualistas e egoístas — estão, na realidade,
contribuindo para a ação dessa mão invisível.
 
Fonte: Sira Anamwong/Shutterstock
ESSA VISÃO ESTÁ TOTALMENTE ALINHADA COM AS
IDEIAS CALVINISTAS DE SALVAÇÃO INDIVIDUAL E
INDIVIDUALISMO TÃO FORTEMENTE PRESENTES NA
BASE DO CAPITALISMO. MUITO CLARA
PRINCIPALMENTE NA CULTURA ANGLO-SAXÃ QUE
FORMARA A INGLATERRA E, POSTERIORMENTE, OS
EUA.
WEBER, 2004.
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O PENSAMENTO DE DAVID RICARDO
David Ricardo foi um dos pensadores ingleses que moldou os conceitos de economia liberal. Ele
desenvolveua teoria da vantagem competitiva em comércio exterior das nações em seu livro
Princípios de economia política e tributação, de 1813. Nele, o autor apresenta seu diagnóstico e
sua teoria sobre a forma como cada nação deveria se comportar frente ao desafio imposto por
outras nações na forma de comercializar os seus produtos.
QUAL ERA A TEORIA DE DAVID RICARDO?
RESPOSTA
QUAL ERA A TEORIA DE DAVID RICARDO?
A teoria de David Ricardo (2001) indicava que, em comércio exterior, os países deveriam
escolher o produto que tivesse a maior vantagem competitiva e investir todos os seus
esforços para a sua produção e comercialização.
Assim, deixaria os outros países fazerem o mesmo com os seus próprios produtos, o que
proporcionaria maior ganho para todos. Mesmo se dois países tivessem produções iguais,
esses deveriam escolher apenas um produto e investir nesse.
Para formular essa hipótese, Ricardo considerou que todas as nações têm possibilidades
finitas de volume de produção e que, ao escolher produzir o que trazia maior ganho, estava
maximizando sua produção, e com isso, obtendo a maior vantagem possível.
Se cada país se comportasse assim, todos sairiam ganhado e o comércio mundial poderia
suprir as necessidades de todas as pessoas com o menor custo possível.
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Além dessa questão, temos ainda que, mesmo se um país tiver vantagem de produção em todos
os bens sobre o outro país, ao se especializar na produção e exportação de apenas um, todos os
países envolvidos nesse comércio sairiam ganhando.
Para que esse ganho seja possível, basta que cada país exporte o bem em que tem vantagem
comparativa. Isso implica dizer que cada país irá escolher um bem no qual seu valor seja,
comparativamente ao outro país, mais vantajoso, mesmo que, no todo, sua economia seja menos
eficiente.
 VOCÊ SABIA
Outras questões tratadas por Ricardo, que era corretor de bolsa e membro do parlamento inglês,
foram as questões da moeda e do câmbio, além de questões de formação de preço, da mesma
forma que Smith.
MOEDA
Na questão da moeda, ele encampou uma teoria quantitativa restrita da moeda, em que o lucro
era o fundamento de sua teoria, relacionando esse com os salários e o custo da produção e da
subsistência do empregado. Cada um desses elementos funcionava de forma interligada, gerando
a base monetária de um país, e consistia na quantidade de moeda que deveria circular em uma
economia.
DISTRIBUIÇÃO
Outro ponto importante modificado por Ricardo foi o olhar da economia para a questão da
distribuição, algo bem diferente dos pensamentos econômicos anteriores. Para ele, a ênfase nos
aspectos relacionados a esse tema poderia gerar mudanças positivas na sociedade.
Isso deveria ser feito por meio das leis que modificariam a forma como a distribuição dos recursos
seria feita, gerando, com isso, as transformações necessárias, o que o torna um precursor das
ideias de Karl Marx.
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Em contrapartida à teoria de valor de Smith, Ricardo acreditava que o valor das mercadorias era
determinado por três elementos, sendo eles: utilidade, escassez e trabalho. Essa mudança de
olhar enriqueceu os estudos sobre o valor dos bens, pois incorporou à análise outros elementos
não considerados por Smith.
UTILIDADE
A utilidade de um bem tem impacto em seu preço, pois pode aumentar a sua capacidade de
atração de consumidores, gerando maior demanda.
ESCASSEZ
A escassez, na outra ponta do pêndulo, impacta na oferta de produtos, reduzindo esta e elevando
o preço do produto.
TRABALHO
Por fim, o elemento trabalho, pois ele limita o valor mínimo que o produto pode ter, baseando-se
na ideia de custo da produção, devido ao custo de sobrevivência do trabalhador.
Ricardo rejeitou as conclusões de Smith da “medida padrão de valor” (mão de obra demandada),
pois, para ele, existe um segundo tipo de medida que é o trabalho incorporado.
Isso porque os trabalhadores podem estar na empresa e, simplesmente, não produzirem, o que
torna a mão de obra demandada extremamente variável, não podendo ser usada como medida
padrão de valor para a construção dos valores dos bens.
A grande dificuldade é que a mão de obra não é homogênea e, além disso, tem a diferença nas
quantidades de capital empregada para a produção da mesma quantidade de produtos,
dependendo de diversos fatores, como equipamentos, treinamento da mão de obra, sistemas de
produção, entre outros.
O retorno sobre o capital investido, pago aos aplicadores, também impacta na formação do preço
dos produtos, gerando mais variáveis nessa composição.
Os bens poderiam ter seus preços marcados nas quantidades de trabalho incorporado, desde que
todos os outros elementos fossem iguais. O capital e o trabalho teriam de ser combinados sempre
de forma igual, os capitais investidos em ativos fixos precisariam ter sua vida útil em igual tamanho
e o capital circulante teria de ser uniforme em toda a economia.
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Fonte: pathdoc/Shutterstock
No entanto, como esses elementos não são uniformes, variações em um deles alteram o custo de
troca de um produto. Essa dificuldade é que levou Ricardo a mudar seu foco e observar os três
elementos descritos como críticos para a formação dos preços dos produtos.
Com essa crítica e sua contínua busca por uma medida padrão de valor dos produtos, que não
pode ser encontrada, ele juntou a teoria do valor com a teoria da distribuição, tornando-se um dos
temas que mais preocupou os economistas durante todo o século XIX.
O PENSAMENTO DE THOMAS MALTHUS
Um dos pensadores liberais do século XIX foi Thomas Malthus, amigo de David Ricardo e com
pensamento fortemente calvinista. Acreditava que o homem não podia atingir a perfeição,
questionando de forma direta as ideias do Iluminismo.
Seu pensamento de que o homem recebe de Deus uma habilidade natural e que esta não pode
ser alterada está baseada na ideia calvinista da predestinação, listada por Weber (2004) como
uma das bases que formou o capitalismo.
rolisson
Comentário do texto
O Iluminismo. Chamado de “século das luzes”, o iluminismo trouxe ideias voltadas à razão para deslegitimar o modelo de estado predominante na época. Seu ideal era defender a liberdade, progresso, tolerância, fraternidade, governo constitucional e afastamento entre igreja e estado
rolisson
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Para Malthus (1798), “o ser humano é imperfeito”, refutando diretamente o pensamento de
Rousseau do “bom selvagem”, onde o homem é, em essência, bom e é a sociedade que o tona
mal.
ESSE PENSAMENTO DE ROUSSEAU LEVOU À
CONSOLIDAÇÃO DO HUMANISMO E SE TORNOU A
BASE DE DIVERSAS REVOLUÇÕES, COMO A
FRANCESA, QUE TENTAVA MUDAR A SOCIEDADE E,
COM ISSO, AFLORAR ESSA BONDADE HUMANA. EM
CONTRAPONTO COM ESSE PENSAMENTO, MALTHUS
ACREDITAVA QUE O SER HUMANO ERA
ESSENCIALMENTE MAL E, POR ISSO, A SOCIEDADE
TINHA TAL CONFORMAÇÃO.
Para ele, essa sociedade disforme era o melhor que o ser humano poderia fazer. A única forma de
o ser humano vencer a sua maldade inerente era a dádiva divina, dada aos eleitos, ou seja, era
intrínseca ao ser humano eleito e só este poderia exercer essa virtude.
 SAIBA MAIS
Malthus teorizou muito sobre o crescimento populacional e da produção de alimentos, e isso foi
devido a toda a construção da natureza do homem e a visão do crescimento demográfico ocorrido
durante a Revolução Industrial.
Para além disso, os problemas de produção nos campos, devido à sua proprietização, passaram a
ter único dono, a crescente inflação de preços e a falta de leis sobre a regulação em geral do
trabalho também o levaram a indicar que a população cresceria de forma geométrica e a produção
de forma aritmética.
rolisson
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Fonte: Felipe Teixeira/shutterstock
Para Malthus, a população não poderia crescer de forma indiscriminada,como vinha acontecendo,
pois a produção de alimentos não conseguiria acompanhar o crescimento, e isso levaria ao maior
empobrecimento da população pela escassez de alimentos.
Ele colocava que existiam dois tipos de obstáculos que impediam o homem de atingir esse
patamar insustentável.
DESTRUTIVO
O primeiro, chamado de destrutivo, vem da natureza, como as pestes, e os provocados pelo
homem, como as guerras. Os obstáculos destrutivos, como as guerras com grandes mortandades,
reduzem a população de tal forma que os remanescentes têm grande abundância de alimentos,
optando pela geração de um grande boom de novos nascimentos, como os ocorridos após a
Segunda Guerra Mundial.
PRIVATIVOS
Já os obstáculos privativos levam, em longo prazo, à diminuição na natalidade e, com isso, a uma
possível estabilidade entre a produção de alimentos e o crescimento demográfico. O privativo, ou
voluntário, é quando o homem observa e passa a ter medo de não conseguir alimentar os seus
filhos, reduzindo a taxa de natalidade das famílias.
Para Malthus, no curto prazo inglês, o problema do crescimento demográfico não tinha solução,
mas, em longo prazo, se equacionaria com a diminuição natural do crescimento demográfico ou
por algum outro tipo de restrição natural ou voluntária do mesmo.
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A teoria/profecia de Malthus foi adiada e, por fim, não aconteceu, pois, por um lado, o
desenvolvimento tecnológico possibilitou o incremento da produtividade de alimentos de forma
exponencial, acompanhando o crescimento populacional; por outro, as pessoas começaram a
controlar a fecundidade das famílias.
A questão dos ganhos tecnológicos não foi considerada por Malthus, mas teve enorme impacto na
produtividade dos anos seguintes e até hoje.
A outra ponta da teoria de Malthus sobre o crescimento populacional foi em parte cumprida, sendo
verificada, principalmente, na Europa continental, com as duas grandes guerras mundiais. E, nos
últimos tempos, com a redução da natalidade nos países desenvolvidos e nas populações mais
abastadas dos grandes centros urbanos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. “[...] JÁ TIVE A OCASIÃO DE VER DIVERSOS RAPAZES COM MENOS DE
20 ANOS DE IDADE QUE NUNCA TINHAM FEITO QUALQUER TRABALHO
ALÉM DE PRODUZIR PREGOS E QUE, QUANDO SE ESFORÇAVAM,
CONSEGUIAM FAZER MAIS DE DOIS MIL E TREZENTOS PREGOS POR DIA.
A FABRICAÇÃO DE UM PREGO, PORÉM, NÃO É DE FORMA ALGUMA UMA
DAS TAREFAS MAIS SIMPLES. A MESMA PESSOA ACIONA O FOLE, AGITA
OU CORRIGE O FOGO SE TAL FOR NECESSÁRIO, AQUECE O FERRO E
FORJA TODAS AS PARTES DO PREGO; PARA FORJAR A CABEÇA É AINDA
OBRIGADA A MUDAR DE FERRAMENTAS. AS DIFERENTES OPERAÇÕES
EM QUE A FABRICAÇÃO DE UM PREGO, OU DE UM BOTÃO METÁLICO, SE
SUBDIVIDE SÃO MUITO MAIS SIMPLES DO QUE A TOTALIDADE DAS
OPERAÇÕES E, POR CONSEGUINTE, É MUITO MAIOR A DESTREZA DO
OPERÁRIO QUE DURANTE TODA A SUA VIDA HAJA TIDO SEMPRE A
MESMA FUNÇÃO. A RAPIDEZ COM QUE ALGUMAS DAS OPERAÇÕES
DESSAS INDÚSTRIAS SÃO EFETUADAS EXCEDE AQUILO QUE SE PODE
IMAGINAR E QUE NUNCA TINHA SIDO VISTO SOBRE A DESTREZA DO
TRABALHO HUMANO.” 
(SMITH, A. INVESTIGAÇÃO SOBRE A NATUREZA E AS CAUSAS DA
/
RIQUEZA DAS NAÇÕES. IN: SMITH, A.; RICARDO, D. OS PENSADORES.
TRAD. DE CONCEIÇÃO JARDIM MARIA DO CARMO CARY E EDUARDO
LÚCIO NOGUEIRA, SÃO PAULO: ABRIL, 1974.) 
 
COM BASE NO TEXTO, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTEMPLE
CORRETAMENTE O PENSAMENTO DE ADAM SMITH ACERCA DA DIVISÃO
DO TRABALHO E SUAS IMPLICAÇÕES SOCIAIS.
A) A divisão do trabalho não distribui naturalmente bem-estar às camadas mais pobres, porque,
ao consumir uma mercadoria, um trabalhador especializado consome menos trabalho
desempenhado por outros trabalhadores do que aquele que ele mesmo efetivou em sua atividade
específica.
B) A divisão do trabalho não distribui naturalmente bem-estar às camadas mais pobres porque
produz desigualdades “justificáveis” e “injustificáveis”, sendo as primeiras de estatuto econômico e
as segundas de características políticas e impeditivas da liberdade.
C) A divisão do trabalho distribui naturalmente bem-estar entre todos e não pode, por isso, nas
relações entre explorados e exploradores, receber interferências da política, a mão invisível do
mercado resolve os desequilíbrios mediante a autorregulação da oferta e da demanda.
D) A divisão do trabalho distribui naturalmente bem-estar entre todos. Contudo, além da
autorregulação pela oferta e pela demanda, conta com a colaboração da política, uma vez que a
mão invisível do mercado elimina apenas as desigualdades “justificáveis” e não as “injustificáveis”.
2. (TJ-PR – 2013) SOBRE O LIBERALISMO, QUE TINHA COMO BASE A
PROPRIEDADE PRIVADA, O INDIVIDUALISMO ECONÔMICO, A LIBERDADE
DE COMÉRCIO, DA PRODUÇÃO E DE CONTRATO DE TRABALHO SEM
CONTROLE DO ESTADO OU PRESSÃO DOS SINDICADOS, É CORRETO
AFIRMAR:
A) Karl Marx, influenciado por economistas liberais, criticou as políticas adotadas por modelos
conservadores e combateu a ideologia comunista.
B) Thomas Malthus entendia que a pobreza e o sofrimento eram inerentes à sociedade humana,
de modo que as guerras e as epidemias ajudariam muito no equilíbrio temporário entre a produção
/
e a população.
C) Adam Smith, economista norte-americano, defendia que o Estado deveria intervir sobre a
iniciativa privada, de modo a possibilitar a livre concorrência.
D) David Ricardo demonstrou em suas teorias liberais que as nações devem manter sua
soberania e priorizar o comércio de seus produtos antes de importar de outros países.
GABARITO
1. “[...] Já tive a ocasião de ver diversos rapazes com menos de 20 anos de idade que nunca
tinham feito qualquer trabalho além de produzir pregos e que, quando se esforçavam,
conseguiam fazer mais de dois mil e trezentos pregos por dia. A fabricação de um prego,
porém, não é de forma alguma uma das tarefas mais simples. A mesma pessoa aciona o
fole, agita ou corrige o fogo se tal for necessário, aquece o ferro e forja todas as partes do
prego; para forjar a cabeça é ainda obrigada a mudar de ferramentas. As diferentes
operações em que a fabricação de um prego, ou de um botão metálico, se subdivide são
muito mais simples do que a totalidade das operações e, por conseguinte, é muito maior a
destreza do operário que durante toda a sua vida haja tido sempre a mesma função. A
rapidez com que algumas das operações dessas indústrias são efetuadas excede aquilo
que se pode imaginar e que nunca tinha sido visto sobre a destreza do trabalho humano.” 
(SMITH, A. Investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. In: SMITH, A.;
RICARDO, D. Os pensadores. Trad. de Conceição Jardim Maria do Carmo Cary e Eduardo
Lúcio Nogueira, São Paulo: Abril, 1974.) 
 
Com base no texto, assinale a alternativa que contemple corretamente o pensamento de
Adam Smith acerca da divisão do trabalho e suas implicações sociais.
A alternativa "C " está correta.
 
A teoria defendida por Adam Smith identifica que a mão invisível agiria reconduzindo os
desequilíbrios momentâneos a um equilíbrio de longo prazo, mesmo com a ação egoísta dos
agentes econômicos, desde que o Estado não interferisse nesse encontro.
2. (TJ-PR – 2013) Sobre o liberalismo, que tinha como base a propriedade privada, o
individualismo econômico, a liberdade de comércio, da produção e de contrato de trabalho
/
sem controle do Estado ou pressão dos sindicados, é correto afirmar:
A alternativa "B " está correta.
 
Segundo a teoria de Thomas Malthus, com o crescimento desigual entre a produção e a
natalidade humana, faltariam alimentos em longo prazo, sendo uma das possíveis soluções a
diminuição da população por meio de guerras e pestes. Essa era, contudo, uma forma não
voluntária de controle populacional.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o estudo deste tema, compreendemos as principais mudanças na organização e no
pensamento administrativo antes e depois da Revolução Industrial.
Conceitos como os de Adam Smith — da mão invisível — ou de David Ricardo — dos elementos
que formam os preços dos produtos — são revisitados pela

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