Buscar

PETIÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO - caso 04 (1)


Continue navegando


Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 2º VARA CÍVEL DA COMARCA DE 
FLORIANÓPOLIS/ SC 
 
 
 
 
Distribuído por dependência ao processo de nº XXXX 
 
 
 
 
 
PEDRO CASTRO​, nacionalidade, profissão, estado civil, RG, CPF, domiciliado na rua 
Nóbrega Nº 36,sala 801, Centro, Florianópolis/SC, cep, bairro, cidade/UF, endereço 
eletrônico, neste ato representado por seu patrono, conforme procuração em anexo (doc. 1), 
com endereço profissional na rua xxx, cep, bairro, cidade/UF, para onde deverão ser 
remetidas todas as intimações, com fulcro no art​. 77, V; 6° e 914 do CPC, vem com a 
máxima vênia, perante Vossa Excelência, propo​r 
 
EMBARGOS À EXECUÇÃO 
 
Em face de ​LAURA​, nacionalidade, profissão, estado civil, RG, CPF, residente e domiciliada 
na rua xxxxx,endereço eletrônico, cep, bairro, cidade/UF, endereço eletrônico; e ​BANCO 
QUERO O SEU DINHEIRO S/A​, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ nº 
XXX, situada no endereço, cep, bairro, Rio de Janeiro/ RJ, neste ato representado por seu 
diretor FULANO DE TAL, nacionalidade, profissão, estado civil, residente e domiciliado, 
bairro, cep, cidade/UF, endereço eletrônico, pelas razões e fundamentos a seguir expostos: 
 
 
1. DA TEMPESTIVIDADE 
 
A considerar que o caput do art. 915 do CPC trata da tempestividade quando da oposição de 
embargos à execução, pode-se asseverar que o ora embargante está dentro do prazo de 15 
dias úteis para ajuizar os referidos embargos, demonstrando, dessa forma, respeito ao 
requisito da tempestividade. 
 
2. DOS FATOS 
 
O embargante, em 2015, firmou contrato de avalista de um empréstimo de mútuo, no valor de 
R$ 300.000,00 mil reais, por meio de uma nota promissória, em benefício da sra. Laura junto 
ao Banco Quero o seu dinheiro S/A, que seria pago em 30 parcelas mensais e sucessivas. 
Em março de 2016 foi informado pelo Banco que a sra. Laura estava em mora desde a quarta 
parcela. Temendo por consequências negativas, o embargante como garantidor da dívida, 
 
dirigiu-se à instituição financeira e quitou o aludido débito em 03/04/16, porém, por um 
deslize, não solicitou de volta, para si, a nota promissória que havia assinado. 
No entanto, há poucos dias, o embargante foi informado que o mesmo Banco ajuizou ação de 
execução fundada em título extrajudicial em face do embargante e da sra. Laura, em razão de 
um outro empréstimo, no valor de R$ 150.000,00 mil reais, que aquela havia feito sem 
garantia alguma. Ademais, a nota promissória do empréstimo anterior feito por Laura, 
quitado em abril/2016, fora utilizada como título executivo extrajudicial para a propositura da 
referida ação. Ocorre que diante de tais circunstância o magistrado deferiu a penhora do 
consultório do embargante, sito à rua Nóbrega nº 36, sala 801, Centro, Florianópolis- SC. 
 
3. PRELIMINARMENTE 
 
Com fulcro no art. 337, XI do CPC, pode-se asseverar que o ora embargante não pode figurar 
como parte no pólo passivo, tendo em vista que ele nunca foi avalista da primeira embargada 
no que tange o segundo empréstimo feito por aquela, no valor de R$ 150.000,00 mil reais. 
Acrescente-se, ainda, a cristalina inexistência de título executivo que possa corroborar tal 
obrigação e, por conseguinte, suposta relação jurídica. Desta feita, requer, de plano, que o 
embargante seja declarado parte ilegítima passivamente na presente lide. 
 
4. DO DIREITO 
 
Inicialmente é importante ressaltar, conforme já exposição dos fatos, que no empréstimo de 
R$ 300.000,00 mil reais a primeira embargada incorreu em mora, porém o embargante, 
respeitando os seus compromissos como avalista, cumpriu com a obrigação no dia 03/04/16, 
extinguindo qualquer possibilidade de cobrança acerca de tal dívida, tendo, doravante, a 
inexistência de obrigação. Ocorre, que, no que se refere ao empréstimo de R$ 150.000,00 mil 
reais o embargante nada tem a ver como a nova obrigação contraída pela primeira 
embargada, tendo vista que o embargante não figura como avalista, o que por si só, já o 
excluiria de toda essa celeuma, com base no art. 337, XI do CPC. Ademais, nesta segunda 
obrigação de pagar não há nenhum título de crédito em nome do embargante que comprove 
que há um título executivo extrajudicial que possa ser executado. Dessa forma, além da 
segunda embargada violar o princípio da cartularidade, que sustenta que só há processo de 
execução mediante a existência de um título executivo; o art. 917, I ampara o embargante 
quando da inexigibilidade da obrigação, tendo em vista que para o embargante não há 
obrigação no que tange o segundo empréstimo, que, diga-se de passagem foi feito sem 
garantia. É importante destacar também, Excelência, a má-fé do segundo embargado ao 
utilizar uma nota promissória, referente a uma obrigação que já foi cumprida, portanto, 
inexistente e que nada tem a ver com esta obrigação que está sendo objeto desta execução, 
utilizando, assim, um título executivo pertencente a uma outra obrigação, para dessa forma 
imputar ao embargante uma responsabilidade que não lhe compete. Por fim, sr. Juiz, repise-se 
a ilegitimidade passiva do embargante, com fulcro no art. 337, XI do CPC; a violação ao 
princípio da Cartularidade, nos moldes do art. 783 do CPC e a inexigibilidade da obrigação, 
conforme o art. 917, I. 
 
 
5. DA CONCESSÃO DO EFEITO SUSPENSIVO À EXECUÇÃO 
 
Em referência ao art. 919, § 1º tem-se que: 
 
 ​Art. 919 (...) 
§ 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito 
suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a 
concessão da tutela provisória e desde que a execução esteja garantida 
por penhora, depósito ou caução suficientes. 
 
Não há o que se discutir, sr. Juiz, quanto à probabilidade do direito do ora embargante no que 
diz respeito a sua exclusão da referida relação jurídica bem como da inexistência de 
responsabilidade de sua parte quando do cumprimento da obrigação, objeto deste processo. 
Ademais, não há título executivo extrajudicial que comprove a obrigação por parte do 
embargado. No entanto, diante de toda essa injustiça, foi decretado por esse juízo a penhora 
do consultório do embargante o que evidencia um grande perigo de dano, inclusive 
irreversível, quando das consequências de tal penhora. Diante de tais fatos e estando 
legalmente amparado pelo art. 300 do CPC, requer que seja concedida a suspensão da 
execução, tendo em vista que já se tem uma penhora realizada. 
 
 
6. DAS PROVAS 
 
Requer a produção de todas as provas admitidas em direito. 
 
 
7. DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto nesta peça requer desse juízo: 
 
a. Citação e intimação do executado para integrar a lide e querendo se manifestar no prazo 
legal, sob pena de serem considerados verdadeiros os fatos aqui alegados, conforme o art. 
246, I do CPC; 
 
b. Que seja concedido o efeito suspensivo à presente execução, nos moldes do art. 919, § 1º 
do CPC; 
 
c. Que seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva, com fulcro no art. 337, XI do 
CPC; 
 
d. Que o executado seja condenado ao pagamento das custas processuais e dos honorários de 
sucumbência, nos moldes do art. 85 doCPC. 
 
 
 
8. VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se a presente causa o valor de R$ 150.000,00 mil reais 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
 
 
____________________ 
Advogado 
OAB/UF 
 
 
 
Local, dia, mês, ano.