Buscar

RELATÓRIO - SP3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MINEIROS 
UNIDADES BÁSICA DAS BIOCIÊNCIAS 
CURSO DE MEDICINA 
 
 
 
 
SP3: “ DOR QUE NÃO PARA ” 
 
 
 
Edson Alfonso Junior 
Fernanda Oliveira Carrijo 
Flávia de Melo Carvalho 
Isadora Fernandes Andrade 
Lavínia de Souza Teles 
Letícia Queiroz Faria Martins da Silva 
Lucas Ferreira Oliveira 
Marcelo Paiva Silva 
Marcos Coelho de Oliveira 
Maria Fernanda Atavila Nogueira 
Matheus de Moraes Cestari 
Mila Alves Souza 
Nicole Cerveny Lima 
Palloma Loyanne Pereira Santana 
 
 
 
 
 
MINEIROS/GO 
2021 
 
OBJETIVO GERAL: 
 
Compreender a fibromialgia e síndrome miofascial 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
 
1. Conceituar fibromialgia e síndrome miofascial. 
2. Identificar as características propedêuticas da dor (tipo, intensidade, origem, 
frequência, qualidade, irradiação e referência, fatores de alívio, piora e concomitantes). 
3. Caracterizar a dor profunda (músculo, articulações e fáscias). 
4. Descrever a ação farmacológica e a classificação geral dos antinflamatórios não 
esteroidais (AINES). 
5. Descrever a ação farmacológica dos anestésicos locais, as indicações e 
contraindicações 
6. Justificar farmacologicamente o uso de antidepressivos para o tratamento da dor 
7. Elaborar um planejamento terapêutico global para o paciente com fibromialgia. 
8. Descrever as indicações e vias de infiltração articular. 
9. Descrever a ação de medicação tópica para dor crônica. 
10. Caracterizar a importância da abordagem integral, multidisciplinar e 
multiprofissional no tratamento da dor crónica no SUS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Neste relatório será discutido o que é a dor profunda e sobre as Síndromes Miofascial e 
Fibromialgia que ambas são consideradas dores crônicas. A fibromialgia tem características 
marcantes de dor generalizada, pontos dolorosos, distúrbios do sono e fadiga extrema. A dor é 
percebida na musculatura e está relacionada com a sensibilização das vias de transmissão da dor no 
sistema nervoso central, mesmo sua patogenia não estando muito definida. O elemento mais 
importante para o diagnóstico de SFM é a dor musculoesquelética crônica generalizada de origem 
desconhecida, que provoca limitação funcional ou angústia. A dor deve ser relatada em todos os 
quatro quadrantes do corpo e na região lombar (VON ROENN; PAICE; PREODOR, 2008). Já a 
síndrome dolorosa miofascial (SDM) é uma condição de dor que atinge o músculo, fáscias e junções 
ligamentares, acomete principalmente região cervical, cintura escapular e lombar. A SDM é 
caracterizada por pontos de irritabilidade no músculo conhecido como pontos de gatilho (PG), o PG 
em repouso causa dor espontânea e quando provocados causam dor referida (NETO, 2009). Diante 
disso é necessário ser analisado sistematicamente em qualquer paciente, as características 
semiológicas da dor, como: localização, irradiação, qualidade ou caráter, duração, evolução, 
intensidade, relação com funções orgânicas, fatores de melhora e piora fatores desencadeantes e 
manifestações concomitantes e as diferenças das propedêuticas tanto da fibromialgia como da 
síndrome miofascial (PORTO, 2017). Como tratamentos para essas duas síndromes serão abordadas 
a questão dos anti-inflamatórios não esteroides (AINES), antidepressivos e dos anestésicos na ajuda 
de combater essas dores intensas, descrevendo seus mecanismos de ação, também será abortada a 
questão de infiltrações com suas principais indicações e os tratamentos não farmacológicos para a 
fibromialgia (BATLOUNI, 2010; MORENO, 2016; NETO, 2009). Para a finalização do conteúdo 
será discutida a participação do Sistema Único de Saúde (SUS) e sua equipe multidisciplinar para 
o tratamento dessas dores crônicas, além dos medicamentos e apoio oferecido aos pacientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Conceituar fibromialgia e síndrome miofascial. 
 
A síndrome da fibromialgia (FM) é uma síndrome clínica que se manifesta com dor no 
corpo todo, principalmente na musculatura. Junto com a dor, a fibromialgia cursa com 
sintomas de fadiga (cansaço), sono não reparador (a pessoa acorda cansada) e outros sintomas 
como alterações de memória e atenção, ansiedade, depressão e alterações intestinais. Uma 
característica da pessoa com FM é a grande sensibilidade ao toque e à compressão da 
musculatura pelo examinador ou por outras pessoas. ( TEIXEIRA, 2009 )A fibromialgia é um 
problema bastante comum, visto em pelo menos em 5% dos pacientes que vão a um 
consultório de Clínica Médica e em 10 a 15% dos pacientes que vão a um consultório de 
Reumatologia. ( TEIXEIRA, 2009 ) 
De cada 10 pacientes com fibromialgia, sete a nove são mulheres. Não se sabe a razão 
porque isto acontece. Não parece haver uma relação com hormônios, pois a fibromialgia afeta 
as mulheres tanto antes quanto depois da menopausa. Talvez os critérios utilizados hoje no 
diagnóstico da FM tendam a incluir mais mulheres. A idade de aparecimento da fibromialgia 
é geralmente entre os 30 e 60 anos. Porém, existem casos em pessoas mais velhas e também 
em crianças e adolescentes. ( TEIXEIRA, 2009 ). O diagnóstico da fibromialgia é clínico, isto 
é, não se necessitam de exames para comprovar que ela está presente. Se o médico fizer uma 
boa entrevista clínica, pode fazer o diagnóstico de fibromialgia na primeira consulta e 
descartar outros problemas. ( TEIXEIRA, 2009 ) 
Na reumatologia, são comumente usados critérios diagnósticos para se definir se o 
paciente tem uma doença reumática ou outra. Isto é importante especialmente quando se faz 
uma pesquisa, para se garantir que todos os pacientes apresentem o mesmo diagnóstico. 
Muitas vezes, entretanto, estes critérios são utilizados também na prática médica. ( 
TEIXEIRA, 2009 ) 
Os critérios de diagnóstico da fibromialgia são: 
a) dor por mais de três meses em todo o corpo; 
b) presença de pontos dolorosos na musculatura (11 pontos, de 18 que estão pré-
estabelecidos). 
Deve-se salientar que muitas vezes, mesmo que os pacientes não apresentem todos os 
pontos, o diagnóstico de FM é feito e o tratamento iniciado. ( TEIXEIRA, 2009 ).Estes 
critérios são alvo de inúmeras críticas – como dissemos anteriormente, quanto mais pontos se 
exigem, mais mulheres e menos homens recebem o diagnóstico. Além disso, esses critérios 
não avaliam sintomas importantes na FM, como a alteração do sono e fadiga. ( TEIXEIRA, 
2009 ). Provavelmente o médico pedirá alguns exames de sangue, não para comprovar a 
fibromialgia, mas para afastar outros problemas que possam simular esta síndrome. O 
DIAGNÓSTICO DE FIBROMIALGIA É CLÍNICO, NÃO HAVENDO EXAMES QUE O 
COMPROVEM. ( TEIXEIRA, 2009 ) 
O sintoma mais importante da fibromialgia é a dor difusa pelo corpo. Habitualmente, 
o paciente tem dificuldade de definir quando começou a dor, se ela começou de maneira 
localizada que depois se generalizou ou que já começou no corpo todo. O paciente sente mais 
dor no final do dia, mas pode haver também pela manhã. A dor é sentida “nos ossos” ou “na 
carne” ou ao redor das articulações. ( TEIXEIRA, 2009 ). Existe uma maior sensibilidade ao 
toque, sendo que muitos pacientes não toleram ser “agarrados” ou mesmo abraçados. Não há 
inchaço das articulações na FM, pois não há inflamação nas articulações. A sensação de 
inchaço pode aparecer pela contração da musculatura em resposta à dor. ( TEIXEIRA, 2009 
). A alteração do sono na fibromialgia é frequente, afetando quase 95% dos pacientes. No 
início da década de 80, descobriu-se que pacientes com fibromialgia apresentam um defeito 
típico no sono – uma dificuldade de manter um sono profundo. O sono tende a ser superficial 
e/ou interrompido. ( TEIXEIRA, 2009 ). 
 
Sindrome dolorosa miofascial 
 
Síndrome Dolorosa Miofascial (SDM) é uma condição musculoesquelética 
caracterizada por dor local e referida percebida como profunda e dolorida, e pela presença de 
pontos-gatilho em qualquer região do organismo.( TEIXEIRA, 2009 ) 
A dor musculoesquelética é um evento comum na população geral e, de acordo com 
dados da Organização Mundial de Saúde, representa, neste início de século, o principal motivo 
da procura por atendimento médico pela população mundial. Pode ser aguda ou crônica 
(definida como aquela de duração maior do que 3 a 6 meses), regional (localizada) ou 
disseminada (caracterizada pela presença de dor difusa pelo corpo). ( TEIXEIRA, 2009 ) 
O termo dor miofascial é utilizado para descrever uma condição clínica específica de 
dor muscular regional, muito frequentemente associada à presença de um ou mais pontos 
dolorosos, que nessas circunstâncias são denominados pontos-gatilho. A dor é profunda e mal 
localizada, e não está aparente o diagnóstico de um reumatismo de partes moles, como uma 
tendinite ou bursite, ou qualquer outra causa identificável de dor. Podem vir associados 
fenômenos motores, sensoriais ou autonômicos, justificando-se, desta maneira, a designação 
de síndrome miofascial. ( TEIXEIRA, 2009 ) 
É a causa mais frequente de dor musculoesquelética, devendo sempre ser pesquisada 
a sua presença na avaliação das dores regionais orofaciais (cefaleias tensionais, dor temporo-
mandibular), cervicais, dorsais e lombares, incluindo as dores pélvicas de origem 
desconhecida. É mais comum em indivíduos do sexo feminino, de meia-idade e com hábitos 
sedentários. Pode, no entanto, ocorrer em qualquer idade, apresentando uma maior prevalência 
do sexo masculino quando presente em idade mais avançada. ( TEIXEIRA, 2009 ) 
Poucos estudos epidemiológicos têm investigado a prevalência ou incidência de pontos 
de gatilho na SDM. Um estudo encontrou pontos-gatilho em 30 % dos pacientes que 
consultaram o atendimento primário por causa da dor e um segundo estudo relatou pontos de 
gatilho em 85 % dos pacientes que visitaram o atendimento terciário por queixas dolorosas. ( 
TEIXEIRA, 2009 ) 
Pesquisas tem demonstrado que os pontos-gatilho estão associados a outras condições 
dolorosas, incluindo enxaqueca, cefaleia tensional, disfunções da articulação têmporo-
mandibular, cervicalgias, dores em ombros, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, 
lombalgias, dores pélvicas e lesões pós-traumáticas ( TEIXEIRA, 2009 ). 
 
2. Identificar as características propedêuticas da dor (tipo, intensidade, origem, 
frequência, qualidade, irradiação e referência, fatores de alívio, piora e concomitantes). 
 
Tipo → Considerando-se o seu sítio de origem, a dor pode ser classificada em: 
somática (superficial e profunda), visceral e irradiada. 
Dor somática superficial: É a forma de dor nociceptiva decorrente da estimulação de 
nociceptores do tegumento. Tende a ser bem localizada e se apresentar de maneira bem 
distinta (picada, pontada, rasgando, queimor), de acordo com o estímulo aplicado (PORTO; 
VILELA FILHO; CARNEIRO, 2014). 
Dor somática profunda: É a modalidade de dor nociceptiva consequente à ativação 
de nociceptores dos músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações. Suas principais 
causas são: estiramento muscular, contração muscular isquêmica (exercício exaustivo 
prolongado), contusão, ruptura tendinosa e ligamentar, síndrome miofascial, artrite e artrose. 
Dor visceral: É a dor nociceptiva decorrente da estimulação dos nociceptores 
viscerais. É profunda, e tem características similares às da dor somática profunda, ou seja, é 
difusa, de difícil localização e descrita como um dolorimento ou uma dor surda, vaga, 
contínua, profunda, que tende a acentuar-se com a solicitação funcional do órgão acometido. 
Tais características se devem às peculiaridades da inervação nociceptiva visceral. Ela tende a 
se localizar próximo ao órgão que a origina. 
Dor referida: Pode ser definida como uma sensação dolorosa superficial, que está 
distante da estrutura profunda (visceral ou somática) cuja estimulação nóxica é a responsável 
pela dor. Obedece à distribuição metamérica. A explicação mais aceita para esse fenômeno é 
a convergência de impulsos dolorosos viscerais e somáticos superficiais e profundos para 
neurônios nociceptivos comuns localizados no corno dorsal da medula espinal (sobretudo na 
lâmina V). 
Dor irradiada: Caracteriza-se por ser sentida a distância de sua origem, porém ocorre 
obrigatoriamente em estruturas inervadas pela raiz nervosa ou em nervo cuja estimulação 
nóxica é responsável pela dor. Um exemplo clássico é a ciatalgia, provocada pela compressão 
de uma raiz nervosa por uma hérnia de disco lombar. 
Dor aguda e crônica: Em conformidade com sua distribuição temporal, a dor pode 
ser classificada em aguda ou crônica. A dor aguda é uma importantíssima modalidade 
sensorial, desempenhando, entre outros, o papel de alerta, comunicando ao cérebro que algo 
está errado. Acompanha-se de manifestações neurovegetativas e desaparece com a remoção 
do fator causal e resolução do processo patológico. A dor crônica é a que persiste por um 
período superior ao necessário para a cura de um processo mórbido ou que está associada a 
afecções crônicas (câncer, artrite reumatoide, alterações degenerativas da coluna), ou, ainda, 
a que decorre de lesão do sistema nervoso. (PORTO; VILELA FILHO; CARNEIRO, 2014) 
Intensidade → É um componente extremamente relevante da dor, aliás é o que 
apresenta maior importância para o paciente. Resulta da interpretação global dos seus aspectos 
sensoriais, emocionais e culturais. Sua magnitude é o principal determinante do esquema 
terapêutico a ser instituído ou modificado. Por se tratar de uma experiência basicamente 
subjetiva, é fundamental que sua quantificação se baseie em critérios bastante rígidos, para 
que possamos minimizar os erros em sua avaliação. 
Atualmente, prefere-se, para o adulto, a utilização de uma escala analógica visual para 
avaliar a intensidade da dor, a qual consiste em uma linha reta com um comprimento de 10 
centímetros, tendo em seus extremos as designações sem dor e pior dor possível. É pedido que 
o paciente indique a intensidade da dor em algum ponto dessa linha. O resultado é descrito 
pelo examinador como intensidade "x" em uma escala de zero a dez, é possível utilizar as 
escalas de representação gráfica não numérica, como a de expressões faciais de sofrimento: 
sem dor, dor leve, dor moderada e dor intensa. Se o paciente tem dificuldade em definir "pior 
dor possível': sugerimos que a compare com a dor mais intensa por ele experimentada. 
(PORTO; VILELA FILHO; CARNEIRO, 2014) 
Irradiação→ A dor pode ser localizada, irradiada (segue o trajeto de uma raiz nervosa 
ou nervo conhecido) ou referida. O reconhecimento da localização inicial da dor e de sua 
irradiação pode indicar a estrutura nervosa comprometida. 
Qualidade ou caráter→ Para que seja definida a qualidade ou o caráter da dor, o 
paciente é solicitado a descrevê-la ou dizer que tipo de sensação e emoção ela lhe traz. 
Primeiramente, deve-se definir se esta é espontânea e/ou evocada. Dor evocada é aquela que 
ocorre apenas mediante algum tipo de provocação. São exemplos a alodínia e a hiperpatia, 
presentes na dor neuropática, e a hiperalgesia primária e secundária, presentes na dor 
nociceptiva. A dor espontânea, por sua vez, pode ser constante ou intermitente. 
Dor constante é aquela que ocorre continuamente, podendo variar de intensidade, sem 
nunca desaparecer completamente. O indivíduo dorme e acorda com dor. Quando é 
neuropática, a dor constante é mais comumente descrita como em queimação ou dormência, 
formigamento (disestesia). Quando é nociceptiva, são utilizados diversos termos para 
qualificá-la. A dor intermitente é aquela que ocorre episodicamente, sendo sua frequência e 
duração bastante variáveis. É em geral descrita como dor em choque, aguda, pontada, facada, 
fisgada. Deve ser diferenciada das exacerbações da dor constante. O caráter da dor ajuda a 
definir o processo patológico subjacente. 
Assim: dor latejante ou pulsátil ocorre na enxaqueca,abscesso e odontalgia; em 
choque, na neuralgia do trigêmeo, na lombociatalgia, na cervicobraquialgia e na dor 
neuropática (componente intermitente); em cólica ou em torcedura, na cólica nefrética, biliar, 
intestinal ou menstrual; em queimação, se visceral, na úlcera péptica e esofagite de refluxo e, 
se superficial, na dor neuropática (constante); constritiva ou em aperto, na angina do peito e 
infarto do miocárdio; em pontada, nos processos pleurais; dor surda, nas doenças de vísceras 
maciças; dor "doída" ou dolorimento, ocorre mais comumente nas doenças das vísceras 
maciças e musculares, como a lombalgia, e também na dor neuropática (constante); e em 
cãibra, em afecções medulares, musculares e metabólicas. 
Fatores desencadeantes ou agravantes→ São os fatores que desencadeiam a dor, em 
sua ausência, ou que a agravam, se estiverem presentes. Devem ser procurados ativamente, 
pois, além de nos ajudarem a esclarecer a enfermidade subjacente, seu afastamento constitui 
parte importante da terapêutica a ser instituída. 
Fatores atenuantes → São aqueles que aliviam a dor, como algumas funções 
orgânicas, posturas ou atitudes que resguardam a estrutura ou órgão onde esta é originada 
(atitudes antálgicas), distração, ambientes apropriados, medicamentos (analgésicos opioides e 
não opioides, anti-inflamatórios hormonais e não hormonais, relaxantes musculares, 
antidepressivos, anticonvulsivantes, neurolépticos, anestésicos locais), fisioterapia, 
acupuntura, bloqueios anestésicos e procedimentos cirúrgicos. (PORTO; VILELA FILHO; 
CARNEIRO, 2014) 
Manifestações concomitantes → A dor aguda, nociceptiva, sobretudo quando 
intensa, costuma acompanhar-se de manifestações neurovegetativas, que se devem à 
estimulação do sistema nervoso autônomo pelos impulsos dolorosos, incluindo sudorese, 
palidez. taquicardia, hipertensão arterial, mal-estar, náuseas e vômitos. Tais características 
não têm qualquer valor para o diagnóstico etiológico da dor.(PORTO; VILELA FILHO; 
CARNEIRO, 2014) 
 
3. Caracterizar a dor profunda (músculo, articulações e fáscias). 
 
A princípio, sabe-se que a dor somática profunda tem origem em estruturas corporais 
profundas, como periósteo, músculos, tendões, articulações e vasos sanguíneos. É um tipo de 
dor mais difusa do que a dor cutânea e, pode ser estimulada a partir de forte pressão exercida 
sobre osso, isquemia em um músculo e lesão tecidual. Esse é o tipo de dor que uma pessoa 
enfrenta quando torce o tornozelo. Além disso, pode ocorrer irradiação da dor a partir do local 
original de lesão (PORTH; MATFIN, 2010). 
Em geral, a dor somática profunda originada em estruturas profundas é caracterizada 
por ser uma dor difusa e mal localizada. Entretanto, é possível que a dor somática profunda se 
localize bem, quando tem sua origem em tecidos situados próximo da superfície do corpo, por 
exemplo, nos tendões ou aponeuroses superficiais, no periósteo de ossos imediatamente sob a 
pele, nas paredes das cavidades abdominal e torácica (COVIAN, 1965). 
Por fim, os seguimentos profundos, assim como as vísceras, têm uma representação 
cortical muito menos extensa do que os receptores exteroceptivos e os impulsos aferentes 
normalmente não chegam a ser conscientes. O que justifica o fato de que as sensações 
profundas não possuem um sinal local preciso e são referidas sob forma difusa (COVIAN, 
1965). 
4. Descrever a ação farmacológica e a classificação geral dos antinflamatórios não 
esteroidais (AINES). 
Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) são medicamentos analgésicos simples, que, 
junto com o paracetamol, compõem o 1º degrau da escada de dor da Organização Mundial da Saúde. 
São usados por milhões de pessoas no mundo todo para tratar uma ampla gama de transtornos de 
dor aguda e crônica. No período perioperatório, eles são medicamentos úteis para se tratar dor leve 
a moderada e para reduzir o consumo de opioides e seus efeitos colaterais. Também são usados por 
seus efeitos anti-inflamatórios e antipiréticos. (BRASIL, 2019) 
As indicações para AINEs incluem as seguintes: Condições inflamatórias; Doença crônica 
das articulações; Dor musculoesquelética; Cefaleia; Dor menstrual; Dor de dente; Dor pós-
operatória leve a moderada. (BRASIL, 2019) 
 
Mecanismo de ação: 
 
Os AINEs funcionam por meio da inibição da função da enzima ciclo-oxigenase (COX) e, 
assim, reduzem a produção de prostaglandinas. Lembrando que, a aspirina é um inibidor irreversível 
da COX, os AINEs restantes funcionam de maneira reversível. (BRASIL, 2019). Fosfolipídios de 
membrana são inicialmente convertidos em ácido araquidônico pela fosfolipase A2 , como resultado 
de inflamação e dano tecidual. O ácido araquidônico é então convertido em prostaglandinas através 
da via da COX ou alternativamente convertido em leucotrienos pela enzima lipoxigenase. O tipo de 
prostaglandina produzida depende do tecido específico. (BRASIL, 2019) 
A COX existe em 3 isoformas: COX-1, COX-2, e COX-3. Acredita-se que a COX-1, a 
chamada forma constitutiva, esteja presente em tecidos normais e é responsável pela produção de 
prostaglandinas, que são vitais para processos fisiológicos normais, como a manutenção do fluxo 
sanguíneo renal, a proteção da mucosa gástrica e a adesividade das plaquetas. A COX-2 está ausente 
na maioria dos tecidos, exceto por no cérebro, útero, rins e próstata. É induzível e os níveis são 
supra regulados por dano e lesão tecidual. A produção da prostaglandina E2 e prostaglandina F2a 
resulta em sensibilização de fibras nervosas nociceptivas a estímulos dolorosos após lesão tecidual. 
Os AINEs causam uma redução em sua síntese e, portanto, promovem analgesia. A COX-3 é 
encontrada dentro do sistema nervoso central, e acredita-se que seja o local de ação do paracetamol; 
a natureza exata da isoenzima não está clara atualmente. (BRASIL, 2019) 
 
Classificação 
 
Os AINE constituem uma extensa classe de compostos heterogêneos com estruturas 
químicas variantes, podendo ser distribuídos em classes, de acordo com seu grupo químico. Admite-
se que as diferenças na ação primária entre fármacos estejam na distribuição em subclasses de 
acordo com sua seletividade. (SILVA, 2014) 
Os tradicionais AINE inibem as mesmas enzimas de forma reversível e não- seletiva. No 
entanto, existem fármacos que acetilam as isoenzimas (COX-1 e COX-2) de forma irreversível. 
Sabe-se que as ações anti-inflamatória, antipirética e analgésica decorrem da inibição sobre a COX-
2, enquanto os efeitos indesejáveis são resultantes da inibição da COX-1. Seus principais efeitos 
colaterais são gastrite, disfunção plaquetária, comprometimento renal e broncoespasmo. (SILVA, 
2014) 
A introdução dos inibidores seletivos da COX-2 na prática clínica visa manter a eficácia 
anti-inflamatória sem os efeitos gastrintestinais indesejáveis. Hoje se dispõe de alguns inibidores 
seletivos da COX-2, por exemplo, os coxibes, que se ligam seletivamente ao local ativo da enzima 
COX-2 e a bloqueia com mais eficácia que a COX-1. Nota-se que essa subclasse tem efeito 
analgésico e anti-inflamatório semelhante aos demais AINE, estando em primeira escolha para o 
tratamento de idosos e pacientes predispostos a ulceração e sangramento digestivo. Todavia estudos 
sugerem toxicidade associado ao seu uso. (SILVA, 2014) 
 
5. Descrever a ação farmacológica dos anestésicos locais, as indicações e 
contraindicações 
 
Eles são capazes de bloquear de forma reversível a transmissão do estímulo nervoso local 
onde for aplicado, sem ocasionar alterações no nível de consciência. Os anestésicos locais possuem 
um grupo aromático lipossolúvel, hidrofóbico associado a uma amina. Esses dois grupos são ligados 
por uma cadeia intermediária que determina a classificação do anestésico local como amida ou éster. 
O mecanismo de ação está no bloqueio dos canais iônicos na membrana celular neuronal, 
impedindo a neurotransmissão do potencial de ação. A forma ionizadado anestésico local liga-se 
de modo específico aos canais de sódio, inativando-os e impedindo a propagação da despolarização 
celular, porém, a ligação ocorre em meio intracelular sendo necessário que o anestésico ultrapasse 
a membrana plasmática para então bloquear os canais de sódio. As fibras nervosas possuem 
sensibilidades diferentes aos anestésicos locais, sendo as fibras pequenas mais sensíveis que as 
grandes, e as fibras mielinizadas são bloqueadas mais rapidamente que as não mielinizadas de 
mesmo diâmetro. O bloqueio das fibras nervosas ocorre gradualmente, iniciado com a perda de 
sensibilidade à dor, à temperatura, ao toque, à propriocepção e finalmente perda do tônus músculo 
esquelético. As indicações do uso de anestésico local são em relação a infiltração próximo aos 
nervos a serem bloqueados, bloqueio local e bloqueio regional. Essa droga injetada terá parte 
absorvida para a circulação sistêmica, sendo essa parte dependente do fluxo sanguíneo no tecido, 
seus efeitos e seus aditivos. Sua contraindicação está relacionada a efeitos alergênicos, pacientes 
que possuem insuficiência cardíaca ou hepática, hipovolemia, hipotiroidismo e distúrbios de 
condução. 
 
6. Justificar farmacologicamente o uso de antidepressivos para o tratamento da dor 
 
A amitriptilina é considerada o padrão-ouro dos analgésicos antidepressivos. Isto não 
significa que os outros antidepressivos, tricíclicos e não tricíclicos, sejam menos eficazes, mas 
que a maioria das evidências clínicas disponíveis são em relação à amitriptilina. Vale ressaltar, 
que os custos do tratamento são muito menores com o uso dos ADTs, como a amitriptilina, 
em comparação com antidepressivos com ação mais seletiva e apresentam maior número de 
estudos e evidências científicas comprovando sua eficácia na farmacoterapia da dor 
neuropática. 
O mecanismo de ação principal dos ADTs nos transtornos do humor é o bloqueio da 
recaptação de serotonina e noradrenalina na fenda sináptica. Porém, até o momento, não há 
comprovação dos reais mecanismos neurobiológicos envolvidos nas condições de dor 
neuropática. No entanto, acredita-se que sua ação sobre as monoaminas (serotonina e 
noradrenalina) permite a interação das mesmas sobre os seus respectivos receptores 
localizados nos interneurônios inibitórios do corno dorsal da medula, intensificando o número 
de sinapses, o que leva ao consequente aumento do limiar de ativação dos neurônios 
secundários da via nociceptiva. Assim, a condução da dor ao talámo torna-se prejudicada e o 
resultado disso é uma resposta menor a esta condição. 
Outra ação dos ADTs é o antagonismo de receptores N-metil-D-aspartato (NMDA é 
acoplado a canal de sódio), canais de sódio e canais de cálcio voltagem dependente (Sindrup 
et al.,2005). Tal ação representa mais um aspecto que pode estar relacionado ao papel desses 
agentes na analgesia da dor neuropática (Verdu et al., 2008), já que a inibição destes canais 
pode diminuir impulsos nervosos, levar a hiperpolarização dos neurônios envolvidos na dor, 
inibir a exocitose de substâncias estimulatórias da resposta à dor (i.e., glutamato e substância 
P), dentre outras ações indiretas a este bloqueio. 
Como já é conhecido, a noradrenalina e a serotonina, apesar de atuarem como 
substâncias inibitórias da via nociceptiva em nível central, através da sua modulação pelo locus 
ceruleus e núcleo magno da rafe, respectivamente; em nível periférico, tais neurotransmissores 
apresentam ação álgica. Como os ADTs são capazes de bloquear os receptores noradrenérgicos 
e serotoninérgicos neste nível, estes fármacos podem contribuir também para analgesia 
periférica. Além deste fato, estudos relatam um aumento da transmissão periférica de adenosina 
com a administração de ADTs. A maior concentração extracelular de adenosina nas fendas 
sinápticas parece contribuir para analgesia periférica (Micó et al. 2006), sendo mais um 
mecanismo envolvido na via nociceptiva. 
 
7. Elaborar um planejamento terapêutico global para o paciente com fibromialgia. 
 
A fibromialgia por se apresentar uma síndrome relativamente recente, apresenta um estudo 
insuficiente para sua total compreensão, portanto o tratamento em questão é dinâmico e individual. 
Esta disfunção no SNC em maioria dos casos é tratada com fármacos que apresentam supressão da 
dor, sejam eles de várias classes e de efeitos diversos, outra parte faz associação da farmacologia 
com atividades psíquicas (JÚNIOR; ALMEIDA, 2018). 
 Os antidepressivos são os fármacos mais utilizados para o controle da dor na fibromialgia, 
a amitriptilina é a mais conhecida, portanto traz consigo efeitos adversos como: ganho de peso, 
sonolência e alteração de consciência, seu uso é recomendado em doses abaixo de 50mg/dia. A 
ciclobenzaprina também é utilizada, porem apresenta a mesmo impasse nos efeitos adversos. 
Ambos os medicamentos inibem a recaptação de noradrenalina e serotonina. É recomendado 
também inibidores duais como a duloxetina, pois estas atuam da mesma forma e possuem menos 
efeitos adversos (JÚNIOR; ALMEIDA, 2018). 
Na classe dos anticonvulsivantes, a pregabalina e gabapentina também são utilizados na 
fibromialgia (FM). A pregabalina portanto, apresenta maior eficácia quanto a sua supressão da dor 
e menores efeitos colaterais (JÚNIOR; ALMEIDA, 2018). 
Opioides no geral não apresentam um bom funcionamento em pacientes com FM. Por outro 
lado, o uso de antagonistas de receptores opioides causou extrema melhora na dor embora não tenha 
atingido efeito na fadiga e distúrbios do sono. O fármaco em questão é a naltrexona em dosagem 
de 4,5mg/dia. Agonistas MU e fármacos que inibem recaptação de aminas também possuem grande 
eficácia na dor, estes fármacos são opioides fracos, como por exemplo o tramadol (JÚNIOR; 
ALMEIDA, 2018). 
Canabinóides também são fármacos utilizados no tratamento da FM por apresentar grande 
influência na parte psíquica como depressão e ansiedade. São fármacos canabinóides: nabilona e 
dronabinol, atuam aliviando a dor e reduzindo níveis de depressão e ansiedade (JÚNIOR; 
ALMEIDA, 2018). 
Antagonistas de receptores NMDA como a memantina mostraram eficácia significativa na 
redução da dor, por outro lado, não houve melhora no estado cognitivo e depressão. Embora estes 
fármacos proporcionem redução significativa da dor na FM, é recomendado a apenas uma parte dos 
portadores de FM, pois seus efeitos adversos podem causar alteração na função fisiológica de 
receptores NMDA (JÚNIOR; ALMEIDA, 2018). 
Tratamentos não farmacológicos também são muito utilizados na FM, visto que a FM é 
correlacionada a fatores psicológicos e sociológicos. A sensação de bem-estar é de suma 
importância para o tratamento da FM, pois esta efetiva liberação de neurotransmissores que atuam 
na analgesia da dor e no controle da depressão e ansiedade. A acupuntura é o tratamento para 
diversas dores crônicas, portanto recomendada na FM, seus efeitos fisiológicos atuam no aumento 
da adenosina gerando analgesia, reduz inflamação, ansiedade e estimula liberação de opioides 
endógenos (JÚNIOR; ALMEIDA, 2018). 
Entre outras psicoterapias está o biofeedback, que é a estimulação do estado de bem-estar 
psicológico e associação com o estado físico do paciente (JÚNIOR; ALMEIDA, 2018). 
Terapias cognitivo-comportamentais (TCC) também são muito implantadas em pacientes 
com FM. Esta terapia atua na modulação de atividades psíquicas, trabalhando o comportamento do 
paciente, lhe causando uma sensação de supressão a dor a partir de emoções, atividades diárias 
fixas, relações interpessoais e uso diminuído de fármacos. Esta TCC embora pareça subjetiva, 
proporciona algumas alterações entre conexões cefálicas, causando uma “reavaliação” da dor, ou 
seja, uma nova percepção daquilo que se chamada de dor. 
Portanto, sabendo que a FM é uma doença crônica onde há diversas incógnitas, é dever do 
profissional atender o paciente com FM sob olhar biopsicossocial,avaliando suas individualidades 
e adaptando o paciente ao tratamento mais eficiente e de fácil acesso ao indivíduo em questão. 
Como supracitado, o uso de fármacos é muito comum na clínica de FM, entretanto, deve-se 
primeiramente rever este conceito farmacológico, buscando por tratamentos menos invasivos a 
primeiro passo, caso tratamentos não invasivos sejam suficientes, optar pelo fármaco mais 
compatível com a fisiologia, quesito social e emocional do paciente. 
 
8. Descrever as indicações e vias de infiltração articular. 
 
A infiltração é o ato de injetar um produto medicamentoso ou não, com finalidade 
terapêutica, em algum local do corpo, intra-articular, peri ou intra tendíneo. Na literatura há 
relatos de infiltração em todo tipo de Bursite, Tendinite e Peritendinite. O importante é realizar 
a infiltração com boa perícia técnica, pois uma má aplicação pode gerar mais dor e efeitos 
adversos do que a patologia em si. (SBOT, 2001) 
Têm como maiores indicações quadros de artrite de difícil resposta à medicação oral 
(artrite refratária) principalmente se em poucas articulações. Já os derivados do ácido 
hialurônico têm o seu uso indicado em articulações com artrose (osteoartrite), tendo efeito 
analgésico e anti-inflamatório local (SBOT, 2001). 
Algumas são as contra-indicações à realização das infiltrações intra-articulares, como 
infecção na articulação a ser infiltrada, distúrbios graves de coagulação, ulceração ou celulite 
periarticular, osteomielite adjacente, suspeita de infecção bacteriana, endocardite bacteriana e 
uso de prótese na articulação em questão. Gestantes, diabéticos e alérgicos também devem 
informar suas condições ao profissional antes da realização do procedimento. O mal uso dessa 
intervenção quanto à indicação, habilitação técnica para realizá-la, número de sessões e escolha 
de medicação a ser utilizada, assim como em qualquer outro tratamento, podem causar 
resultados insatisfatórios (SBOT, 2001). 
Aplicações intratendíneas têm indicação em tendões do membro superior que não 
passam em túnel ósseo, e devem ser evitadas em tendões do membro inferior que recebem 
grande carga excêntrica, como Aquiles e tendão patelar. Devido ao aumento das chances de 
uma ruptura, nesses casos deve se preferir a aplicação peritendínea. (SBOT, 2001) 
As infiltrações articulares, por sua vez, podem ser realizadas nas articulações periféricas, 
como ombros, joelhos, punhos e tornozelos, ou axiais, como as sacroilíacas e interapofisárias 
de coluna. Em articulações periféricas, a intervenção pode ser feita em ambulatório, podendo 
ser realizada às cegas ou guiadas por métodos de imagem como a ultrassonografia. As punçoes 
articulares podem ser realizadas também com o intuito de diagnostico, retirada de sangue, pus 
ou liquido articular aumentado, visto que há o contato com o liquido sinovial (SBOT, 2001). 
Algumas estruturas e articulações periféricas de mais difícil acesso devem ser guiadas 
por imagens, como a articulação do ombro, coxofemoral e algumas articulações do pé. Nas 
infiltrações axiais é sempre necessário o auxílio de radioscopia para guiar o acesso, por se tratar 
de articulações mais profundas e de mais difícil acesso. (SBOT, 2001) 
Antes de começar o procedimento, o local a ser infiltrado deverá ser marcado. A 
desinfecção cutânea é realizada com uma solução de iodo, álcool (70%) ou clorexidina, com 
movimentos circulares, do centro para a periferia. (SBOT, 2001) 
 
9. Descrever a ação de medicação tópica para dor crônica. 
Farmacologicamente, sabe-se que os analgésicos têm por mecanismo de ação principal 
a atuação em sítios específicos localizados no sistema nervoso central e na periferia. Esta 
observação levou à realização de trabalhos que propunham a administração tópica de fármacos 
como AINH’s, anestésicos locais, capsaicina, antidepressivos tricíclicos, cetamina, clonidina e 
opióides. A aplicação tópica destes fármacos possibilita elevadas concentrações nos sítios 
efetores periféricos em contraposição a baixos níveis séricos dos mesmos. Desta forma, torna-
se pouco provável a ocorrência de efeitos colaterais indesejáveis (FLORES, 2012). 
Existem medicações que são aplicadas diretamente na pele, no entanto, exercem seus 
efeitos predominantes no sistema nervoso central. Estas formulações utilizam a pele apenas 
como veículo de administração, a exemplo do fentanil transdérmico. O que se pretende com 
isto é fornecer uma liberação lenta e gradual da medicação para a corrente sanguínea, mantendo 
assim níveis séricos relativamente constantes por um determinado período de tempo. Em 
contrapartida, os fármacos de administração tópica exercem seus efeitos na periferia, próximo 
ao seu sítio de aplicação. Por definição, formulações tópicas são aquelas que, quando aplicadas 
na proximidade da área afetada, exercem ação analgésica, estando associadas ao aumento da 
concentração no tecido alvo e à reduzida concentração sérica (FLORES, 2012). 
 
ANTI INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS 
 
Os AINH’s são os agentes tópicos mais utilizados na prática clínica. Seu mecanismo de 
ação consiste na inibição da enzima ciclo-oxigenase tipo 1 e tipo 2 com consequente redução 
da síntese de prostaglandinas e da sensibilização de terminações nervosas nos tecidos 
periféricos, sítio comum de dor e inflamação. Sua aplicação tópica é interessante por promover 
concentrações terapêuticas no tecido alvo, mantendo níveis séricos insuficientes para gerar 
reações adversas (FLORES, 2012). 
As recentes descobertas de mecanismos periféricos implicados na fisiopatologia da dor 
neuropática têm justificado o uso dos AINH´s em pacientes com esta condição. Sabe-se 
atualmente que a lesão neural estimula a liberação de fosfolipídios, que por sua vez ativam a 
fosfolipase A2, gerando protaglandina E2. Este produto se liga a fibras nociceptivas primárias, 
induzindo a fosforilação de canais de sódio e, consequentemente, transmitindo o sinal doloroso 
para o sistema nervoso central. 
Portanto, essa sensibilização periférica mediada por prostaglandinas nos nociceptores 
aferentes primários periféricos poderiam ser bloqueadas por agentes AINH’s tópicos (FLORES, 
2012). 
 
ANESTÉSICOS LOCAIS 
 
Os anestésicos locais aplicados topicamente podem aliviar a dor de caráter neuropático 
através da redução das descargas ectópicas de nervos somáticos superficiais em áreas de dor 
localizada, bloqueando canais de sódio. O creme de EMLA tem sido utilizado para anestesia da 
pele para punções venosas, para punção lombar, para injeção intramuscular e para circuncisão 
(RITTER, 2020). 
 
CAPSAICINA 
 
A capsaicina é um composto proveniente do extrato da pimenta chilli. Seu mecanismo 
de ação consiste na ligação a nociceptores, receptores específicos presentes na pele, 
observando-se inicialmente um estado de excitação neuronal e período de aumento da 
sensibilidade local. Estas manifestações são atribuídas à estimulação de fibras aferentes do tipo 
C e a liberação de substância P. Em seguida, ocorre um período refratário, com redução da 
sensibilidade, que se torna persistente após aplicações repetidas, em função da depleção de 
substância P e da degeneração de fibras nervosas periféricas (FLORES, 2012). 
Os efeitos adversos da capsaicina, cuja intensidade depende da concentração da 
formulação, decorrem principalmente de sua aplicação local e são representados por 
queimação, ardência e eritema (FLORES, 2012). 
A capsaicina é eficaz no tratamento da dor neuropática e da dor associada a condições 
como osteoartrite, artrite reumatoide e psoríase. Seu efeito tem sido observado em condições 
como neuropatia diabética, neuralgia pós-herpética, polineuropatia periférica crônica e dor 
cirúrgica neuropática (FLORES, 2012). 
 
CLONIDINA 
 
A clonidina é um fármaco agonista dos receptores α-2-adrenérgicos pré-sinápticos, os 
quais estão presentes em estruturas do sistema nervoso periférico e central, maisprecisamente 
no cérebro, medula espinhal e gânglios das raízes dorsais. Todos estes sítios estão 
potencialmente implicados nos efeitos antinociceptivos da clonidina. Sabe-se que sua ação 
simpatolítica em estruturas espinhais e supraespinhais responsáveis pela modulação do estímulo 
doloroso resulta em analgesia eficaz. Seu uso terapêutico tem sido limitado por efeitos adversos 
como sedação, boca seca, hipotensão e hipertensão rebote (FLORES, 2012). 
Sabe-se que receptores α-2-adrenérgicos são expressados em neurônios sensoriais 
nociceptivos primários e que a administração periférica destes receptores reproduz 
antinocicepção. Esta observação originou a hipótese de que a administração tópica de clonidina 
tem efeito antinociceptivo, motivando o desenvolvimento da mesma. Acredita-se que a 
clonidina, como uma substância lipofílica, penetre facilmente na pele e alcance as vias 
antinociceptivas locais, propiciando analgesia (FLORES, 2012). 
 
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS 
 
Os antidepressivos tricíclicos estão bem-estabelecidos como medicações analgésicas, 
exercendo seus efeitos em nível central, através da inibição da recaptação da noradrenalina e 
serotonina e da ativação das vias descendentes inibitórias da dor (RITTER, 2020). 
O uso tópico de formulação contendo amitriptilina a 4% e cetamina a 2% foi eficaz em 
reduzir a dor neuropática após 3 semanas de tratamento (FLORES, 2012). 
 
CETAMINA 
 
A cetamina tópica em forma de gel é uma alternativa, já que é de fácil aplicabilidade e 
atua em receptores opióides como antagonista dos receptores NMDA periféricos e no bloqueio 
de canais de sódio e potássio. A cetamina tópica, quando aplicada em pacientes portadores de 
dor neuropática crônica, é eficaz em reduzir a alodinia e a hiperalgesia (FLORES, 2012). 
A cetamina tópica pode apresentar-se como uma opção terapêutica para os pacientes 
com dor neuropática. Em portadores de síndrome dolorosa complexa regional, o uso tópico da 
cetamina foi eficaz em melhorar a alodinia (RITTER, 2020). 
 
OPIÓIDES 
 
Os opióides de formulação tópica têm sido estudados para o tratamento da dor 
relacionada às úlceras de pressão, uma vez que alterações na perfusão local impedem que 
opióides sistêmicos atinjam níveis satisfatórios no sítio de ação pretendido. Ademais, os 
pacientes acometidos por este tipo de lesão frequentemente têm diversas outras comorbidades 
e, portanto, estão mais propensos aos efeitos adversos sistêmicos dos opióides, sobretudo 
depressão respiratória (FLORES, 2012). 
 
10. Caracterizar a importância da abordagem integral, multidisciplinar e 
multiprofissional no tratamento da dor crónica no SUS 
 
A equipe multidisciplinar e multiprofissional é um grupo de profissionais clínicos que 
trabalham unidos em prol do diagnóstico, tratamento e recuperação do paciente. Assim, é 
priorizado um consenso nas decisões de cada intervenção. A meta é que os resultados 
alcançados sejam os melhores possíveis. 
Imediatamente após a avaliação do paciente, a equipe se reúne e discute as principais 
estratégias de intervenção. O principal critério é o nível de gravidade da doença, o risco para 
o paciente e as ferramentas terapêuticas disponíveis. Desse modo, as diferentes especialidades 
se integram em prol de objetivos em comum: a melhoria da qualidade no atendimento e a 
reabilitação do paciente. A equipe é composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, 
fisioterapeutas, farmacêuticos e assistentes sociais, cada um com sua função de acordo sua 
especialidade. 
Logo, uma equipe multiprofissional tem importante papel na orientação do paciente, 
desfazendo crenças irracionais, desmistificando o uso dos opioides e orientando o paciente e 
os familiares sobre a importância do uso correto da medicação. Também irá, juntamente da 
equipe médica, ajudar a reconhecer comportamentos abusivos. “A equipe multiprofissional é 
a chave para o sucesso do tratamento, ajudando muito na aderência do paciente no processo 
terapêutico”, avalia Alexandra. 
Duas áreas que merecem destaque para auxiliar no controle de dores crônicas são a 
fisioterapia e acupuntura, pois atuam diretamente no controle álgico e na reabilitação do 
paciente. Além disso, podemos contar com psicólogos e farmacêuticos clínicos, enfermeiros, 
enfim os profissionais já citados anteriormente. 
 Sendo assim, toda a equipe multiprofissional deve seguir a mesma forma de avaliar a 
dor, pois havendo um padrão único de avaliação, a consequência é poder 
avaliar consistentemente a evolução e resultados de intervenções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Ao final deste relatório referente à situação problema 3, observou-se a importância de 
compreender a Síndrome miofascial e fibromialgia, seus principais sintomas e formas 
manifestação, demostrando a importância da propedêutica da dor no geral para assim obter 
um melhor diagnostico e principalmente a diferenças entre as síndromes estudadas. Foram 
citados, também, os melhores tratamentos tanto farmacológicos como não farmacológicos, o 
apoio do SUS para os pacientes diagnosticados com tais doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL, Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Anti-inflamatórios não-
esteroidais. 18 de junho de 2019. 
COVIAN, Miguel R. Fisiopatogênese da dor. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 23, 
n. 3, p. 143-164, 1965. 
FLORES M. P. [et al.]. Analgésicos Tópicos. Revista Brasileira de Anestesiologia. 
Vol. 62, Nº 2, março-abril, 2012. 
GALI, Julio Cesar. As infiltrações são mesmo prejudiciais? Revista Brasileira de 
Ortopedia, Santa Catarina, v. 15, n. 33, p. 60-65, jan. 2001. Mensal. 
OLIVEIRA JÚNIOR, José Oswaldo de; ALMEIDA, Mauro Brito de. The current 
treatment of fibromyalgia. Brazilian Journal Of Pain, [S.L.], v. 1, n. 3, p. 255-262, 2018. 
GN1 Genesis Network. http://dx.doi.org/10.5935/2595-0118.20180049. 
PORTO, Celmo Celeno; VILELA FILHO, Oswaldo; CARNEIRO, Denise Sisteroli 
Diniz. Dor. In: PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan Ltda., 2014. Cap. 7. p. 67-80. 
PORTH, Carol Mattson; MATFIN, Glenn. Fisiopatologia. 8ª ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara-Koogan, 2010. 2v. 
RITTER, J. M., [et al.]. Rang & Dale: Farmacologia. Editora Guanabara, 9ª edição, 
- Rio do Janeiro, 2020. 
SILVA, J.M et al. Anti-inflamatórios não-esteroides e suas propriedades gerais. 
Revista Científica do ITPAC, Araguaína, v.7. 2014 
TEIXEIRA, Manoel Jacobsen. Dor: Princípios e prática. 2. ed. Artmed, 2009. 1438 
p. 
 
 
http://dx.doi.org/10.5935/2595-0118.20180049

Outros materiais