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Esquizofrenia: Diagnóstico e Etiologia

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Tutorial 7 – Por que me perseguem? 
1) Estudar a Esquizofrenia. (Diagnóstico, curso da doença, Diagnóstico Diferencial com outras psicoses). 
A esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentações 
clínicas, resposta ao tratamento e cursos da doença variáveis. Os sinais e sintomas variam e incluem alterações na 
percepção, na emoção, na cognição, no pensamento e no comportamento. 
 
• EPIDEMIOLOGIA 
A esquizofrenia é igualmente prevalente em homens e mulheres. Ambos os sexos diferem, no entanto, quanto ao início 
e ao curso da doença. O início é mais precoce entre homens (pico de 10 e 25 anos); na mulher é entre 25 e 35 anos. 
O início da esquizofrenia antes dos 10 anos ou após os 60 anos é extremamente raro. Quando acontece após os 45 
anos, é chamada de tardia. 
Alguns fatores associados: 
a) Parentes biológicos em primeiro grau têm um risco 10 vezes maior de desenvolver a doença do que a população 
em geral. 
b) Pessoas com esquizofrenia têm taxa de mortalidade mais alta em decorrência de acidentes e de causas naturais 
do que a população em geral. 
c) Pessoas que desenvolvem esquizofrenia têm mais probabilidade de ter nascido no inverno e no início da 
primavera. 
d) Estudos indicaram complicações gestacionais e do parto, exposição a influenza durante várias epidemias da 
doença, inanição materna durante a gravidez, incompatibilidade do fator Rhesus e um excesso de nascimentos 
no inverno na etiologia do transtorno. 
e) Abuso de substância é comum na esquizofrenia. A prevalência ao longo da vida de abuso de qualquer droga 
(que não o tabaco) é, muitas vezes, superior a 50%. Até 90% pode ser dependente de nicotina. 
f) Tem influência na economia, visto que a esquizofrenia tem um início precoce, causa prejuízos significativos e 
de longa duração, exige tratamento hospitalar e requer tratamento clínico, reabilitação e serviços de apoio 
contínuos. 
 
• ETIOLOGIA 
DOPAMINA: Excesso de atividade dopaminérgica. A liberação excessiva de dopamina em pacientes com esquizofrenia 
foi associada à gravidade de sintomas psicóticos positivos. 
SEROTONINA: o excesso de serotonina como uma das causas de sintomas tanto positivos como negativos na 
esquizofrenia. 
NOREPINEFRINA: Uma degeneração neuronal seletiva no sistema neural de recompensa da norepinefrina poderia 
explicar a anedonia do transtorno. 
GABA: efeito regulador sobre a atividade da dopamina, e a perda de neurônios GABAérgicos inibidores poderia levar à 
hiperatividade dos neurônios dopaminérgicos. 
ACETILCOLINA E NICOTINA: aumento dos receptores muscarínicos e nicotínicos no caudado-putame, no hipocampo e 
em regiões selecionadas do córtex pré-frontal. Esses receptores têm um papel na regulação dos sistemas de 
neurotransmissores envolvidos na cognição, que é comprometida na esquizofrenia. 
NEUROANATOMIA: alargamento dos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo e alguma redução no volume cortical. 
Há uma simetria reduzida em várias áreas do cérebro, incluindo os lobos temporal, frontal e occipital. Diminuição no 
tamanho da região do sistema límbico, incluindo a amígdala, o hipocampo e o giro para-hipocampal. Déficits funcionais 
na região pré-frontal também foram demonstrados. Estudos do tálamo mostram evidência de diminuição de volume 
ou perda neuronal, em subnúcleos específicos. Esquizofrênicos podem exibir movimentos bizarros, mesmo na ausência 
de transtornos do movimento induzidos por medicamentos; uma vez que os gânglios da base e o cerebelo estão 
envolvidos no controle dos movimentos, doenças nessas áreas estão implicadas na fisiopatologia. 
 
• DISFUNÇÃO DOS MOVIMENTOS OCULARES 
A incapacidade de acompanhar um alvo visual em movimento com precisão é a base definidora dos transtornos do 
rastreamento visual contínuo e da desinibição dos movimentos oculares sacádicos (deslocamentos que os olhos 
realizam, a cada segundo para a realização de uma tarefa onde seja necessário o controle ocular fino) vistos em 
pacientes com esquizofrenia. Vários estudos relataram movimentos oculares anormais em 50 a 85% dos pacientes com 
esquizofrenia. 
• DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
A presença de alucinações ou delírios não é necessária para um diagnóstico de esquizofrenia; o transtorno é 
diagnosticado como esquizofrenia quando o paciente exibe dois dos sintomas listados em 1 a 5 do Critério A. O Critério 
B requer que o funcionamento comprometido, embora não as deteriorações, esteja presente durante a fase ativa da 
doença. Os sintomas devem persistir por pelo menos seis meses, e não deve haver um diagnóstico de transtorno 
esquizoafetivo ou transtorno do humor. 
Os seguintes subtipos não são tão usados, só para ter conhecimento!!!! 
Primeiro, nenhum sinal ou sintoma clínico é patognomônico para esquizofrenia; todos os sinais ou sintomas vistos nessa 
doença ocorrem em outros transtornos psiquiátricos e neurológicos. Segundo, os sintomas do paciente mudam ao 
longo do tempo. Terceiro, os médicos devem levar em conta o nível de escolaridade do paciente, sua capacidade 
intelectual e sua identidade cultural e subcultural. 
 
➢ SUBTIPOS 
Cinco subtipos de esquizofrenia foram descritos com base predominantemente na apresentação clínica: paranoide, 
desorganizado, catatônico, indiferenciado e residual. Não é mais usado no DSM-V, mas é importante saber!!! 
TIPO PARANOIDE. O tipo paranoide caracteriza-se pela preocupação com um ou mais delírios ou alucinações auditivas 
frequentes. Classicamente, esse tipo é marcado sobretudo pela presença de delírios de perseguição ou grandeza. 
Indivíduos com esquizofrenia paranoide tendem a ser tensos, desconfiados, cautelosos, reservados e, às vezes, hostis 
ou agressivos, mas também ocasionalmente capazes de se comportar de forma adequada em algumas situações sociais. 
Sua inteligência nas áreas que não são invadidas pela psicose tende a permanecer intacta. 
TIPO DESORGANIZADO. O tipo desorganizado é caracterizado por regressão acentuada para um comportamento 
primitivo, desinibido e desordenado e pela ausência de sintomas que satisfaçam os critérios para o tipo catatônico. Os 
pacientes desorganizados em geral são ativos, mas de uma forma não construtiva, sem objetivo. Seu transtorno do 
pensamento é pronunciado, e o contato com a realidade é pobre. Sua aparência pessoal é desleixada, e o 
comportamento social e as respostas emocionais são inadequados, com frequência explodindo em risos sem nenhuma 
razão aparente. Sorrisos e caretas incongruentes também são comuns nesses pacientes, cujo comportamento pode ser 
mais bem descrito como tolo ou insensato. 
TIPO CATATÔNICO. Sua característica clássica é um distúrbio acentuado da função motora, que pode envolver estupor, 
negativismo, rigidez, excitação ou posturas bizarras. Por vezes, o paciente exibe alternância rápida entre extremos de 
excitação e estupor. As características associadas incluem estereotipias, maneirismos e flexibilidade cérea. O mutismo 
é particularmente comum. Durante a excitação catatônica, os pacientes necessitam de supervisão constante para 
impedir que machuquem a si mesmos ou outras pessoas. 
TIPO INDIFERENCIADO. Não podem ser enquadrados em um subtipo. 
TIPO RESIDUAL. O tipo residual caracteriza-se por evidências contínuas do transtorno na ausência de um conjunto 
completo de sintomas ativos ou de sintomas suficientes para satisfazer o diagnóstico de outro tipo de esquizofrenia. 
Embotamento emocional, retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento ilógico e frouxidão leve das 
associações são comuns nesse tipo. Quando ocorrem, delírios ou alucinações não são proeminentes nem 
acompanhados de reações afetivas significativas. 
 
➢ OUTROS SUBTIPOS 
BOUFFÉE DÉLIRANTE (PSICOSE DELIRANTE AGUDA). Esse conceito diagnóstico francês difere do diagnóstico de 
esquizofrenia sobretudo com base na duração dos sintomas de menos de três meses. 
LATENTE. Esses pacientes, algumasvezes, podem exibir comportamentos peculiares ou transtornos do pensamento, 
mas não manifestam sintomas psicóticos de forma consistente. 
ONIROIDE. Estado oniroide refere-se a um estado de sonho no qual os pacientes podem se encontrar em profunda 
perplexidade e não completamente orientados em termos de tempo e lugar. O termo esquizofrenia oniroide tem sido 
usado para pacientes tão profundamente envolvidos em suas experiências alucinatórias a ponto de excluir qualquer 
envolvimento com o mundo real. 
PARAFRENIA. O termo parafrenia é usado às vezes como sinônimo de esquizofrenia paranoide ou para indicar um curso 
progressivamente deteriorante da doença ou a presença de um sistema delirante bem-sistematizado. 
ESQUIZOFRENIA PSEUDONEURÓTICA. Algumas vezes, pacientes que inicialmente apresentam sintomas de ansiedade, 
fobias, obsessões e compulsões, mais tarde, revelam sintomas de transtorno do pensamento e psicose. Diferentemente 
das pessoas com transtornos de ansiedade, indivíduos pseudoneuróticos têm uma ansiedade flutuante que dificilmente 
desaparece. Nas descrições clínicas, raras vezes apresentam sintomas psicóticos explícitos e graves. Essa condição hoje 
é diagnosticada como transtorno da personalidade borderline. 
TRANSTORNO DETERIORANTE SIMPLES (ESQUIZOFRENIA SIMPLES). O transtorno deteriorante simples caracteriza-se 
por uma perda insidiosa e gradual do impulso e da ambição. Indivíduos com o transtorno em geral não são francamente 
psicóticos e não vivenciam alucinações ou delírios persistentes. Seu sintoma primário é o retraimento das situações 
sociais e relacionadas ao trabalho. 
TRANSTORNO DEPRESSIVO PÓS-PSICÓTICO DA ESQUIZOFRENIA. Após um episódio agudo de esquizofrenia, alguns 
pacientes se tornam deprimidos. Os sintomas do transtorno depressivo pós-psicótico da esquizofrenia podem lembrar 
muito os da fase residual da esquizofrenia e os efeitos adversos de antipsicóticos de uso comum. 
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO PRECOCE. Um pequeno número de pacientes manifesta esquizofrenia na infância. Seu início 
é geralmente insidioso, o curso tende a ser crônico, e o prognóstico é, em grande parte, desfavorável. 
ESQUIZOFRENIA DE INÍCIO TARDIO. A esquizofrenia de início tardio é clinicamente indistinguível da esquizofrenia, mas 
tem início após os 45 anos de idade. Essa condição tende a aparecer com mais frequência em mulheres e tende a 
apresentar como característica a predominância de sintomas paranoides. 
ESQUIZOFRENIA DEFICITÁRIA. Caracterizado por sintomas negativos persistentes, idiopáticos. Como: Afeto restrito; 
Gama emocional diminuída; Pobreza do discurso; Restrição de interesses; Senso de propósito diminuído; Interação 
social diminuída. 
 
➢ SINAIS E SINTOMAS PRÉ-MÓRBIDOS 
Sinais e sintomas pré-mórbidos aparecem antes da fase prodrômica da doença. Na história pré-mórbida típica, porém 
não invariável, da esquizofrenia, 
os pacientes tinham 
personalidade esquizoide ou 
esquizotípica, caracterizados 
como quietos, passivos e 
introvertidos; na infância, tinham 
poucos amigos. Adolescentes pré-
esquizofrênicos podem não ter 
amigos próximos, nem interesses 
românticos, e também evitar 
esportes de equipe. Muitas vezes, 
preferem assistir a filmes ou 
televisão, escutar música ou jogar 
games de computador a participar 
de atividades sociais. Alguns 
pacientes adolescentes podem 
exibir início súbito de 
comportamento obsessivo-
compulsivo como parte do quadro 
prodrômico. 
Os sinais podem ter iniciado com 
queixas de sintomas somáticos, tais como dores de cabeça, dores nas costas, dores musculares, fraqueza e problemas 
digestivos, e o diagnóstico inicial pode ser simulação, síndrome da fadiga crônica ou transtorno de somatização. A 
família e os amigos podem, por fim, perceber que a pessoa mudou e não está mais funcionando bem em atividades 
ocupacionais, sociais e pessoais. Durante esse estágio, um indivíduo pode começar a desenvolver um interesse por 
ideias abstratas, filosofia e por questões ocultas ou religiosas. Outros sinais e sintomas prodrômicos incluem 
comportamento acentuadamente excêntrico, afeto anormal, discurso incomum, ideias bizarras e experiências 
perceptuais estranhas. 
 
• EXAME DO ESTADO MENTAL 
DESCRIÇÃO GERAL. A aparência de um paciente com esquizofrenia pode variar de uma pessoa completamente 
desleixada, aos gritos e agitada até alguém obsessivamente arrumado, silencioso e imóvel. Seu comportamento pode 
se tornar agitado ou violento sem motivo aparente, mas isso costuma ocorrer em resposta a alucinações. Em contraste, 
no estupor catatônico, muitas vezes referido como catatonia, eles parecem não dar sinal de vida e podem exibir indícios 
como mutismo, negativismo e obediência automática. Outros comportamentos estranhos incluem tiques, estereotipias, 
maneirismos e, em alguns casos, ecopraxia, na qual imitam a postura ou os comportamentos do examinador. 
 
• HUMOR, SENTIMENTOS E AFETOS 
Dois sintomas afetivos comuns na esquizofrenia são a responsividade emocional reduzida, às vezes grave o bastante 
para justificar o rótulo de anedonia, e emoções exageradamente ativas e impróprias, tais como extremos de raiva, 
felicidade e ansiedade. Pacientes emotivos em excesso podem descrever sentimentos exultantes de onipotência, êxtase 
religioso, terror devido à desintegração de suas almas ou ansiedade paralisante em relação à destruição do universo. 
Outras nuanças de sentimento incluem perplexidade, sensação de isolamento, ambivalência extrema e depressão. 
 
➢ DISTÚRBIOS PERCEPTUAIS 
ALUCINAÇÕES. Qualquer um dos cinco sentidos pode ser afetado por experiências alucinatórias no caso de indivíduos 
com esquizofrenia. As alucinações mais comuns, entretanto, são as auditivas, com vozes muitas vezes ameaçadoras, 
obscenas, acusatórias ou ofensivas. Duas ou mais vozes podem conversar entre si, ou uma voz pode comentar a vida 
ou o comportamento da pessoa. Alucinações visuais são comuns, ao contrário das táteis, olfativas e gustativas. 
ALUCINAÇÕES CENESTÉSICAS. São sensações infundadas de estados alterados em órgãos do corpo. Os exemplos 
incluem sensação de queimação no cérebro, sensação de pressão nos vasos sanguíneos e sensação cortante na medula 
óssea. Distorções corporais também podem ocorrer. 
ILUSÕES. As ilusões são distorções de imagens ou sensações reais, enquanto as alucinações não se baseiam na realidade. 
Ilusões podem ocorrer em pacientes com esquizofrenia durante as fases ativas, mas também ao longo das fases 
prodrômicas e dos períodos de remissão. 
PENSAMENTO. Os transtornos do pensamento são os sintomas de mais difícil compreensão para muitos médicos e 
estudantes, mas podem ser os sintomas centrais da esquizofrenia. 
a) CONTEÚDO DO PENSAMENTO. Os transtornos do conteúdo do pensamento refletem as ideias, crenças e 
interpretações de estímulos do paciente. Os DELÍRIOS, o exemplo mais óbvio de transtorno do conteúdo do 
pensamento, são variados na esquizofrenia e podem assumir formas persecutórias, grandiosas, religiosas ou 
somáticas. A expressão perda dos limites do ego descreve a ausência de noção clara de onde terminam o corpo, 
a mente e a influência do indivíduo e onde começam os limites de outros elementos animados e inanimados. 
Por exemplo, os pacientes podem pensar que outras pessoas, a televisão ou os jornais estão se referindo a eles. 
b) FORMA DO PENSAMENTO. Os transtornos da forma do pensamento são observáveis de modo objetivo na 
linguagem falada e escrita dos pacientes e incluem frouxidão de associações, descarrilamento, incoerência, 
tangencialidade, circunstancialidade, neologismos, ecolalia, verbigeração, salada de palavras e mutismo. 
c) PROCESSO DE PENSAMENTO. Os transtornos no processo de pensamento dizem respeito ao modo como as 
ideias e a linguagem são formuladas e incluem fuga de ideias, bloqueio do pensamento, comprometimento da 
atenção, pobreza de conteúdo do pensamento, baixa capacidade de abstração, perseveração, associaçõesidiossincrásicas (p. ex., predicados idênticos, associações por sons), inclusão excessiva e circunstancialidade. O 
controle dos pensamentos, no qual forças externas controlam o que o paciente pensa ou sente, é comum, bem 
como a irradiação de pensamentos, na qual ele acredita que outras pessoas podem ler sua mente ou que seus 
pensamentos são transmitidos pela televisão ou pelo rádio. 
d) VIOLÊNCIA. O comportamento violento (excluindo o homicídio) é comum entre indivíduos com esquizofrenia 
não tratados. Delírios de natureza persecutória, episódios anteriores de violência e déficits neurológicos são 
fatores de risco para o comportamento violento ou impulsivo. Aqui cursa com tratamento com 
benzodiazepínicos e antipsicóticos. 
e) SUICÍDIO. O suicídio é a principal causa de morte prematura entre pessoas com esquizofrenia. Tentativas de 
suicídio são cometidas por 20 a 50% dos pacientes, com taxas de longo prazo de suicídio estimadas em 10 a 
13%. 
f) HOMICÍDIO. Esses pacientes não têm mais probabilidade de cometer homicídios do que um membro da 
população em geral. O homicídio cometido por um indivíduo com esquizofrenia pode ter razões imprevisíveis 
ou bizarras, baseadas em alucinações ou delírios. 
 
➢ SENSÓRIO E COGNIÇÃO 
ORIENTAÇÃO. Pacientes com esquizofrenia geralmente são orientados em relação a pessoa, tempo e lugar. 
MEMÓRIA. Testada no exame do estado mental, costuma estar intacta. 
COMPROMETIMENTO COGNITIVO. Pacientes com esquizofrenia normalmente exibem disfunção cognitiva sutil nas 
esferas de atenção, função executiva, memória de trabalho e memória episódica. 
JULGAMENTO E INSIGHT. Classicamente, indivíduos com esquizofrenia são descritos com insight pobre sobre a natureza 
e a gravidade de seu transtorno. 
 
➢ COMORBIDADE SOMÁTICA 
ACHADOS NEUROLÓGICOS. Os sinais não focais (fracos) incluem disdiadococinesia, estereognosia, reflexos primitivos e 
destreza diminuída. A presença de sinais e sintomas neurológicos está correlacionada com maior gravidade da doença, 
embotamento afetivo e um prognóstico insatisfatório. Outros sinais neurológicos anormais incluem tiques, 
estereotipias, caretas, habilidades motoras finas comprometidas, tônus motor anormal e movimentos anormais. 
EXAME OCULAR. Além do transtorno do rastreamento ocular contínuo (movimento sacádico), pacientes com 
esquizofrenia têm taxa elevada de pestanejo, que se acredita ser reflexo de atividade hiperdopaminérgica. 
FALA. Os transtornos da fala na esquizofrenia (p. ex., frouxidão de associações) também podem indicar uma forme 
fruste de afasia, talvez implicando o lobo parietal dominante. A incapacidade dos pacientes afetados de perceber a 
prosódia da fala ou de dar inflexão a sua própria fala pode ser vista como um sintoma neurológico de um transtorno do 
lobo parietal não dominante. Outros sintomas semelhantes incluem a incapacidade de realizar tarefas (i.e., apraxia), 
desorientação direita-esquerda e falta de preocupação com a doença. 
 
• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
TRANSTORNO PSICÓTICO SECUNDÁRIO. Uma ampla gama de condições médicas não psiquiátricas e uma variedade de 
substâncias podem induzir sintomas de psicose e catatonia. O diagnóstico mais apropriado para esses casos é o de 
transtorno psicótico devido a uma condição médica geral, transtorno catatônico devido a uma condição médica geral 
ou transtorno psicótico induzido por substâncias. 
OUTROS TRANSTORNOS PSICÓTICOS. Os sintomas psicóticos da esquizofrenia podem ser idênticos aos dos transtornos 
esquizofreniforme, psicótico breve, esquizoafetivo e delirantes. 
a) O transtorno esquizofreniforme difere da esquizofrenia porque seus sintomas têm duração de pelo menos um 
mês, mas menos de seis. 
b) O transtorno psicótico breve é o diagnóstico apropriado quando os sintomas duram pelo menos um dia, mas 
menos de um mês, e o paciente não retorna ao estado pré-mórbido de funcionamento nesse período. Também 
pode haver um evento traumático precipitante. 
c) Quando uma síndrome maníaca ou depressiva se desenvolve ao mesmo tempo que os sintomas principais da 
esquizofrenia, o transtorno esquizoafetivo é o diagnóstico apropriado. 
d) Delírios não bizarros presentes por pelo menos um mês sem outros sintomas de esquizofrenia ou transtorno 
do humor justificam o diagnóstico de transtorno delirante. 
TRANSTORNOS DO HUMOR. Um paciente com um episódio depressivo maior pode se apresentar com delírios e 
alucinações, tenha ele um transtorno do humor unipolar ou bipolar. Os delírios vistos na depressão psicótica são 
normalmente congruentes com o humor e envolvem temas como culpa, autodepreciação, punição merecida e doenças 
incuráveis. Nesses transtornos, os sintomas psicóticos podem se resolver por completo com a resolução da depressão. 
Um episódio depressivo grave pode também resultar em perda de funcionamento, declínio no autocuidado e isolamento 
social, mas estes são secundários aos sintomas depressivos e não devem ser confundidos com os sintomas negativos 
da esquizofrenia. Um episódio maníaco plenamente desenvolvido muitas vezes se apresenta com delírios e às vezes 
com alucinações. Os delírios na mania são com muita frequência congruentes com o humor e em geral envolvem temas 
de grandeza. A fuga de ideias vista na mania às vezes pode ser confundida com o transtorno do pensamento da 
esquizofrenia. 
TRANSTORNOS DA PERSONALIDADE. Vários transtornos da personalidade podem ter algumas características da 
esquizofrenia, sendo os tipos esquizotípico, esquizoide e borderline os que apresentam sintomas mais semelhantes. 
Um transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva grave pode mascarar um processo esquizofrênico subjacente. 
Os transtornos da personalidade, diferentemente da esquizofrenia, têm sintomas leves e história de ocorrência durante 
toda a vida; eles também não têm uma data de início precisa. 
SIMULAÇÃO E TRANSTORNOS FACTÍCIOS. Para um paciente que imita os sintomas da esquizofrenia, mas não tem de 
fato o transtorno, simulação ou transtorno factício podem ser os diagnósticos apropriados. 
 
• CURSO E PROGNÓSTICO 
O curso clássico da esquizofrenia é de exacerbações e remissões. Após 
o primeiro episódio psicótico, o paciente se recupera de forma gradual 
e funciona de modo relativamente normal por um longo tempo. As 
recaídas são comuns, e o padrão da doença durante os primeiros cinco 
anos após o diagnóstico em geral indica o curso do paciente. A 
deterioração do funcionamento basal é cada vez maior após cada 
recaída da psicose. Esse fracasso em retornar ao nível anterior de 
funcionamento é a principal distinção entre a esquizofrenia e os 
transtornos do humor. 
Os sintomas positivos tendem a tornar-se menos graves com o tempo, 
mas a gravidade dos sintomas negativos ou deficitários socialmente 
debilitantes, pode piorar. 
 
 
 
• TRATAMENTO 
Os antipsicóticos diminuem a expressão do sintoma psicótico e reduzem as taxas de recaída. Aproximadamente 70% de 
pacientes tratados com qualquer antipsicótico alcançam a remissão. 
Os antipsicóticos podem ser classificados em dois grupos principais: os convencionais, mais antigos, que também são 
chamados de antipsicóticos de primeira geração, ou antagonistas do receptor de dopamina, e os mais recentes, que 
têm sido chamados de antipsicóticos de segunda geração, ou antagonistas de serotonina e dopamina (ASDs). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2) Psicopatologia (consciência de Eu). 
A vinculação ao eu é uma qualidade inerente a todas as vivências psíquicas normais. Abrange tanto um eu psíquico 
como um eu corporal, que na verdade são indissolúveis e integram um único e autêntico eu. 
➢ CARACTERÍSTICAS 
A CONSCIÊNCIA DA ATIVIDADE DO EU. é a consciência de que todas as nossas vivências – pensamentos, sentimentos, 
ações, juízos, percepções, recordações etc. – pertencem a nós, emanam de nós e são realizadas por nós mesmos. É a 
consciência de ser o sujeitodas próprias vivências. 
A CONSCIÊNCIA DA EXISTÊNCIA DO EU. é a consciência de estar vivo, de existir plenamente, de estar fisicamente 
presente. Está relacionada aos sentimentos vitais. 
A CONSCIÊNCIA DA UNIDADE DO EU. é a consciência de que, em determinado momento, o eu é único, inteiro e 
indivisível. 
A CONSCIÊNCIA DA IDENTIDADE DO EU é a consciência de ser o mesmo na sucessão do tempo. 
A CONSCIÊNCIA DOS LIMITES do EU é a consciência da distinção entre o eu e o não eu, da separação entre o eu e o 
ambiente. 
 
➢ ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS 
➢ ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA DA EXISTÊNCIA DO EU 
A consciência da existência do eu pode estar diminuída: o paciente se queixa de que suas sensações corpóreas, seus 
sentimentos, suas recordações ou sua motivação estão menos intensos. Isso está relacionado à tristeza vital, que ocorre 
na depressão. 
A consciência da existência do eu pode estar abolida: o paciente afirma que não existe mais – ou que nunca existiu –, 
que não está vivo. Esse fenômeno está relacionado a um delírio de negação, encontrado na síndrome de Cotard, que 
ocorre na depressão e na esquizofrenia. 
A consciência da existência do eu pode estar aumentada: em função de uma exacerbação do sentimento vital, que se 
observa na síndrome maníaca. 
➢ DESORIENTAÇÃO AUTOPSÍQUICA 
Consiste em uma diminuição ou perda da consciência da identidade do eu. Na desorientação autopsíquica total, o 
paciente não sabe mais quem é, desconhece até o próprio nome. Isso ocorre no transtorno dissociativo conhecido como 
amnésia psicogênica, e ainda em quadros demenciais extremamente avançados. Na desorientação autopsíquica parcial, 
o paciente pode, por exemplo, lembrar-se do próprio nome, mas não saber sua idade. Tal situação pode ser encontrada 
na amnésia psicogênica, na demência, no delirium e no retardo mental. 
 
➢ ALTERAÇÕES QUALITATIVAS 
➢ ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA DA ATIVIDADE DO EU 
O paciente torna-se um mero observador passivo de suas vivências psíquicas, as quais não reconhece como próprias. O 
que pensa, sente, faz ou quer é imposto ou controlado por outras pessoas ou por alguma força externa, o que 
caracteriza os delírios de influência. Há comumente uma ideação delirante persecutória associada: o paciente em geral 
julga-se vítima da ação maligna de outros, através de hipnose, telepatia, macumba, magia, ondas eletromagnéticas 
(satélites, televisão) etc. 
São exemplos: 
a) imposição (ou inserção) do pensamento – que corresponde à vivência de pensamentos feitos ou fabricados, 
colocados em sua mente independentemente de sua vontade. 
b) roubo (ou subtração) do pensamento – o paciente acredita que seus pensamentos foram retirados de sua 
mente. 
c) sensações corporais (alucinações cenestésicas) imposta. 
d) interceptação cinética – o movimento para no meio ou nem se inicia. 
e) interceptação da atenção (ou frustração do objetivo) - o paciente não consegue dirigir voluntariamente sua 
atenção para determinado objeto 
➢ ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA DA UNIDADE DO EU 
O indivíduo vivencia uma divisão do seu eu em duas ou mais partes, as quais existem de forma simultânea, porém 
conflituosa, não harmônica; ou então ele sente ser duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. Outros fenômenos que 
expressam uma alteração da consciência da unidade do eu são: a dupla orientação autopsíquica (por exemplo, o 
paciente diz ser João da Silva e também Jesus Cristo), a dupla orientação alopsíquica (estar em dois lugares ao mesmo 
tempo), a paratimia (uma discordância entre pensamento e afeto), a ambivalência afetiva (sentimentos opostos 
simultâneos relacionados a um mesmo objeto) e a ambitendência (intenções contraditórias que são concomitantes). 
➢ ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA DA IDENTIDADE DO EU 
O paciente vivencia uma profunda transformação de sua personalidade ou do seu corpo. Sente-se como se não fosse 
mais a mesma pessoa, especialmente em comparação à pessoa que era antes do primeiro surto psicótico. Ele pode 
acreditar, em alguns casos, que a sua existência anterior foi na verdade vivida por outro. Pode acontecer também de o 
paciente, em função de um delírio, assumir uma nova identidade, em substituição à anterior: ele nega ser João da Silva 
e afirma ser Jesus Cristo (falsa orientação delirante). 
➢ ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA DOSLIMITES DO EU 
Caracteriza-se por uma fusão do eu com o mundo externo: o enfermo identifica-se com os objetos do mundo externo 
e não se distingue deles. 
Na apropriação, o que acontece com os objetos inanimados ou com as outras pessoas, é experimentado como uma 
vivência própria: por exemplo, se cortam um galho de uma árvore, o paciente sente dor. 
No transitivismo, o enfermo atribui vivências – ações, sentimentos, pensamentos, alucinações etc. – que na verdade 
são suas a outras pessoas. Por exemplo, o indivíduo pode acreditar que as vozes que ouve são ouvidas por uma outra 
pessoa. 
No fenômeno da divulgação (ou difusão, ou publicação) do pensamento, o paciente tem a vivência de que seus 
pensamentos se extravasam de sua mente: mal acaba de pensar e todos já conhecem seus pensamentos. 
 
3) Estudar personalidade paranoide, esquizotípica e esquizoide. 
• SUBTIPOS 
Os subtipos de transtorno da personalidade classificados no DSM-5 são: 
GRUPO A: esquizotípico, esquizoide e paranoide. Características estranhas ou de afastamento. 
GRUPO B: narcisista, borderline, antissocial e histriônico. Características dramáticas, impulsivas ou erráticas. 
GRUPO C: obsessivo-compulsivo, dependente e evitativo. Características de ansiedade e medo. 
 
• PARANOIDE 
O indivíduo com transtorno da personalidade paranoide caracteriza-se por suspeita e desconfiança arraigadas em 
relação a pessoas em geral. Ele recusa a responsabilidade por seus próprios sentimentos e a atribui a outros. Costuma 
ser hostil, irritável e irascível. Intolerantes, colecionadores de injustiças, cônjuges patologicamente ciumentos e mal-
humorados, litigiosos com frequência têm transtorno da personalidade paranoide. 
Dados sugerem que a prevalência do transtorno da personalidade paranoide seja de 2 a 4% da população em geral. É 
diagnosticado com maior frequência em homens. 
 
➢ DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
Durante o exame psiquiátrico, pacientes com transtorno da 
personalidade paranoide podem apresentar modos formais e agir 
perplexos por terem que buscar ajuda psiquiátrica. Tensão muscular, 
incapacidade de relaxar e necessidade de vasculhar o ambiente por 
pistas podem ser sinais evidentes, e seus modos são com frequência 
sérios e sem humor. Os atributos inconfundíveis do transtorno da 
personalidade paranoide são suspeita e desconfiança excessivas em 
relação a outras pessoas expressas como uma tendência global de 
interpretar os atos dos outros como deliberadamente aviltantes, 
malévolos, ameaçadores, exploradores ou enganadores. Esperam ser 
explorados ou lesados pelos outros de alguma forma. Eles com 
frequência questionam, sem qualquer justificativa, a lealdade ou 
integridade de caráter de amigos ou sócios. Essas pessoas costumam 
ser patologicamente ciumentas e, sem algum motivo, questionam a 
fidelidade de seus cônjuges ou parceiros sexuais. Têm afeto restrito e 
parecem frias, sem emoção. Orgulham-se de sua racionalidade e 
objetividade. Demonstram ausência de afeição e impressionam-se e 
prestam bastante atenção a poder e nível hierárquico. Expressam 
desdém em relação a indivíduos que percebam como fracos, doentios, debilitados ou pessoas com deficiência de 
alguma forma. 
➢ CURSO E PROGNÓSTICO 
Em alguns, o transtorno é vitalício; em outros, um prenúncio de esquizofrenia. E, ainda em outros, traços paranoides 
cedem espaço para formação reativa, preocupação adequada com moralidade e preocupações altruísticas quando 
amadurecem ou quando há redução do estresse. De modo geral, contudo, indivíduos afetados têm problemas vitalícios 
de trabalho e convivência com outras pessoas. Problemas profissionais e conjugaissão comuns. 
FARMACOTERAPIA. A farmacoterapia é útil para lidar com agitação e ansiedade. Na maioria dos casos, um agente 
ansiolítico como diazepam é o suficiente. Pode ser necessário, no entanto, usar um antipsicótico como haloperidol em 
pequenas doses e durante períodos curtos. 
 
• ESQUIZOIDE 
O transtorno da personalidade esquizoide é caracterizado por um padrão vitalício de retraimento social. Indivíduos com 
esse transtorno costumam ser vistos pelos outros como excêntricos, isolados ou solitários. Seu desconforto com 
 a interação humana, sua introversão e seu afeto frio e constrito são destaques. 
Pode afetar 5% da população em geral; alguns estudos apontam uma proporção de homens para mulheres de 2:1. 
Indivíduos afetados tendem a se direcionar para trabalhos solitários que envolvam pouco ou nenhum contato com os 
outros. 
➢ DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
Em um exame psiquiátrico inicial, o paciente com transtorno da 
personalidade esquizoide pode parecer pouco à vontade. Ele 
raramente tolera contato visual. Seu afeto pode ser constrito, 
distante ou inadequadamente sério. Esses indivíduos acham difícil 
não levar as coisas a sério: seus esforços para serem engraçados 
podem parecer adolescentes e fora de contexto. Sua fala é dirigida 
a objetivos, mas são propensos a fornecer respostas curtas às 
perguntas e evitar conversas espontâneas. Seu conteúdo mental 
pode revelar um senso injustificado de intimidade com pessoas que 
não conhecem bem ou que passaram um longo tempo sem 
encontrar. Seu sensório é intacto, a memória funciona bem, e suas 
interpretações de provérbios são abstratas. 
parecem frias e indiferentes; exibem um retraimento distante e 
demonstram falta de envolvimento com eventos diários e com as 
preocupações de terceiros. Parecem caladas, distantes, isoladas e 
insociáveis. Podem viver suas vidas com extraordinariamente pouca 
necessidade ou vontade de formar laços afetivos e são as últimas a 
perceber mudanças na moda popular. 
➢ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
O transtorno da personalidade esquizoide pode ser distinguido de esquizofrenia, transtorno delirante e transtorno 
afetivo com características psicóticas com base em períodos com sintomas psicóticos positivos, como delírios e 
alucinações, nestes últimos. 
Teoricamente, a principal distinção entre um paciente com transtorno da personalidade esquizotípica e um com 
transtorno da personalidade esquizoide é que o primeiro se assemelha mais a um paciente com esquizofrenia no que 
se refere a estranhezas de percepção, pensamento, comportamento e comunicação. Aqueles com transtorno da 
personalidade evitativa são isolados, mas têm um forte desejo de participar de atividades, uma característica ausente 
em indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide. Distingue-se, ainda, do transtorno autista e da síndrome 
de Asperger por apresentar interações sociais prejudicadas e comportamentos e interesses estereotipados com ainda 
mais gravidade do que nesses dois transtornos. 
FARMACOTERAPIA: A farmacoterapia com pequenas doses de antipsicóticos, antidepressivos e psicoestimulantes 
beneficia alguns pacientes. Agentes serotonérgicos podem deixar o paciente menos sensível a rejeição. 
Benzodiazepínicos podem ajudar a diminuir a ansiedade interpessoal. 
 
 
• ESQUIZOTÍPICA 
Pessoas com transtorno da personalidade esquizotípica exibem características estranhas ou excêntricas 
impressionantes, mesmo para leigos. Pensamento mágico, noções peculiares, ideias de referência, ilusões e 
desrealização são parte do mundo cotidiano de uma pessoa com o transtorno. Ocorre em cerca de 3% da população e 
é ligeiramente mais comum no sexo masculino. 
 
➢ DIAGNÓSTICO E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS 
Diagnostica-se transtorno da personalidade esquizotípica com base nas peculiaridades de pensamento, 
comportamento e aparência do paciente. 
Embora não haja transtorno do pensamento totalmente manifesto, sua fala pode ser distinta ou peculiar, pode fazer 
sentido apenas para eles mesmos e com frequência necessita de interpretação. o indivíduo com transtorno da 
personalidade esquizotípica pode desconhecer seus próprios sentimentos e ainda assim ter extrema sensibilidade e 
consciência a respeito dos sentimentos dos outros, sobretudo os negativos, como de raiva. Visto terem poucos 
relacionamentos interpessoais e poderem agir de forma inadequada, indivíduos com transtorno da personalidade 
esquizotípica são isolados e têm poucos ou nenhum amigo. O paciente pode exibir características de transtorno da 
personalidade borderline, e, de fato, ambos os diagnósticos podem ser estabelecidos. 
➢ DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 Podem ser diferenciadas daquelas com transtornos de 
personalidades esquizoide e evitativa devido à presença de 
excentricidades em seu comportamento e pensamento, sua 
percepção e comunicação e, talvez, por uma história familiar 
evidente de esquizofrenia. 
Os princípios de tratamento do transtorno da personalidade 
esquizotípica não diferem dos usados no tratamento do transtorno 
da personalidade esquizoide, mas o clínico deve lidar com o primeiro 
com maior sensibilidade. Esses pacientes apresentam padrões de 
pensamento peculiares, e alguns estão envolvidos em cultos, 
estranhas práticas religiosas e o ocultismo. 
➢ CURSO E PROGNÓSTICO 
De acordo com o pensamento clínico atual, a personalidade pré- -
mórbida do paciente com esquizofrenia é a esquizotípica. Alguns, no 
entanto, mantêm uma personalidade esquizotípica durante toda a 
vida e se casam e trabalham, apesar de suas excentricidades. 
FARMACOTERAPIA: Medicamentos antipsicóticos.

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