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TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE 1) Diferenciar DSM-5 e CID-10 como instrumentos de diagnóstico e classificação das Doenças Mentais. O diagnóstico de transtornos mentais é embasado em observações clinicas de agrupamentos de sinais e sintomas reunidos em transtornos ou síndromes que são acordados por um consenso de psiquiatras e de outros profissionais da saúde mental. Propósitos dos sistemas de classificação para diagnósticos psiquiátricos: Diferenciar um diagnóstico psiquiátrico de outro, para tratamento mais eficaz; Oferecer uma linguagem comum entre os profissionais da saúde mental; Explorar causas ainda desconhecidas de muitos transtornos mentais. As duas classificações psiquiátricas mais importantes são o Manual diagnóstico e estatístico de Transtornos Mentais (DSM) e a Classificação Internacional de Doenças (CID). Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM) DSM-5 é uma sigla inglesa, Diagnostic and Statistical Manual, que significa Manual de Diagnóstico e Estatística, e o número 5 significa que já foram cinco revisões. Foi elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria. Abrange apenas transtornos mentais e tem sido mais utilizado em ambientes de pesquisa, pois possui itens mais detalhados. O DSM-5 é ateórico com relação a causas, ou seja, tenta descrever as manifestações dos transtornos mentais e apenas raramente explica como acontecem consiste em descrição de características clínicas. Os critérios para diagnóstico incluem uma lista de requisitos que devem estar presentes para eu o diagnóstico seja eito aumenta a confiabilidade do processo diagnóstico. Descreve sistematicamente cada transtorno em termos de seus aspectos associados: aspectos específicos relacionados a idade, cultura e gênero; prevalência, incidência e risco; curso; complicações; fatores predisponentes; padrão familiar; e diagnóstico diferencial. O DSM-5 lista 22 categorias principais de transtornos mentais, abrangendo mais de 150 doenças diferentes: 1. Transtornos do Neurodensenvolvimento 2. Espectro da Esquizofrenia e Outros Transtornos Psicóticos 3. Transtorno Bipolar e Transtornos Relacionados. 4. Transtornos Depressivos. 5. Transtornos de Ansiedade. 6. Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Transtornos Relacionados. 7. Transtornos Relacionados a Trauma e a Estressores. 8. Transtornos Dissociativos. 9. Transtorno de Sintomas Somáticos e Transtornos Relacionados. 10. Transtornos Alimentares. 11. Transtornos da Eliminação. 12. Transtornos do Sono-Vigília. 13. Disfunções Sexuais. 14. Disforia de Gênero. 15. Transtornos Disruptivos, do Controle de Impulsos e da Conduta. 16. Transtornos Relacionados a Substâncias e Transtornos Aditivos. 17. Transtornos Neurocognitivos. 18. Transtornos de Personalidade. 19. Transtornos Parafílicos. 20. Outros Transtornos Mentais. L 21. Transtornos do Movimento Induzidos por Medicamento e Outros Efeitos Adversos de Medicamentos. 22. Outras Condições que Podem ser Foco da Atenção Clínica. Classificação Internacional de Doenças (CID) CID-10 significa Classificação Internacional de Doenças e o número 10 indica a versão, já que, foram realizadas 10 atualizações e revisões. Foi elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). É o critério adotado no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Abrange todas as doenças, incluído os transtornos mentais. É a classificação usada para laudos, atestados e pareceres médicos. Dos 21 capítulos o capítulo V é dedicado à psiquiatria, todos os códigos diagnósticos começam com a letra “F”. Capítulo V: Transtornos Mentais e Comportamentais (F00-F99) 1. F00-F09 Transtornos mentais orgânicos, inclusive os sintomáticos. 2. F10-F19 Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa. 3. F20-F29 Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e transtornos delirantes. 4. F30-F39 Transtornos do humor [afetivos]. 5. F40-F48 Transtornos neuróticos, transtornos relacionados com o estresse e transtornos somatoformes. 6. F50-F59 Síndromes comportamentais associadas a disfunções fisiológicas e a fatores físicos. 7. F60-F69 Transtornos da personalidade e do comportamento do adulto. 8. F70-F79 Retardo mental. 9. F80-F89 Transtornos do desenvolvimento psicológico. 10. F90-F98 Transtornos do comportamento e transtornos emocionais que aparecem habitualmente durante a infância ou adolescência. 11. F99 Transtorno mental não especificado. Todas as categorias usadas no DSM-5 são encontradas na CID-10, mas nem todas as da CID-10 estão no DSM- 5. 2) Definir e caracterizar os tipos de transtornos de Personalidade (grupos A, B e C) quanto a: a) Perfil epidemiológico, correlacionando a prevalência desses transtornos com o uso/abuso de drogas; b) Prováveis etiologias, influências genéticas e neurobiológicas; c) Manifestações clinicas, identificando os traços de personalidade patológica presentes em cada transtono; d) Diagnóstico; e) Tratamentos indicados para os transtornos de personalidade, incluindo os psicoterapêuticos e os farmacológicos. Personalidade é o conjunto de traços emocionais e comportamentais que caracterizam o indivíduo em sua vida cotidiana. O DSM-5 define um transtorno da personalidade geral como um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo; o padrão é inflexível; começa na adolescência ou no início da vida adulta; é estável ao longo do tempo; leva a sofrimento ou prejuízo; se manifesta em pelo menos duas das quatro áreas: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal ou controle de impulsos. Logo quando os traços de personalidade são rígidos e mal-adaptativos e produzem prejuízo funcional, ou sofrimento subjetivo, é possível diagnosticar um transtorno de personalidade. Os subtipos de transtorno da personalidade classificados no DSM-5 são: Grupo A: transtornos da personalidade com características estranhas ou de afastamento Paranoide, Esquizoide e Esquizotípica. Grupo B: inclui os transtornos com características dramáticas, impulsivas ou erráticas Borderline, Antissocial, Narcisista e Histriônica. Grupo C: inclui os transtornos que compartilham características de ansiedade e medo Evitativa, Dependente e Obsessivo-compulsiva. Epidemiologia Geral Transtornos da personalidade são comuns e crônicos. Eles ocorrem em 10 a 20% da população em geral, e sua duração é expressa em décadas. Aproximadamente 50% de todos os pacientes psiquiátricos apresentam um transtorno da personalidade, com frequência comórbido com outras síndromes clínicas. O transtorno da personalidade também é um fator predisponente para outros transtornos psiquiátricos (p. ex., uso de substância, suicídio, transtornos afetivos, do controle de impulsos, alimentares e de ansiedade), interferindo nos resultados de tratamento de várias síndromes clínicas e aumentando a incapacitação pessoal, a morbidade e a mortalidade desses pacientes. Etiologia Fatores genéticos: Os transtornos da personalidade do Grupo A são mais comuns de acontecerem na mesma família. Os transtornos da personalidade do Grupo B aparentemente têm uma base genética. Transtornos da personalidade do Grupo C também podem ter uma base genética. Fatores biológicos: Hormônios: Indivíduos que exibem traços impulsivos frequentemente também apresentam níveis elevados de testosterona, 17-estradiol e estrona. Os andrógenos aumentam a agressividade e o comportamento sexual. Monoaminoxidase plaquetária (MAO): Baixos níveis plaquetários de monoaminoxidase (MAO) está associado com maior atividade e sociabilidade. Movimentos oculares de seguimento suave: Movimentos oculares de seguimento suave são sacádicos (irregulares) em pessoas introvertidas, que têm baixa autoestima e tendência ao retraimento. Neurotransmissores: Endorfinas apresentam efeitos analgesia e a supressão de excitação, níveis elevados de endorfinas endógenas estão associados a indivíduos apáticos. Níveis de ácido 5-hidróxi-indolacético (5-HIAA), um metabólito de serotonina, são baixos em indivíduos que tentam suicídio e nos impulsivos e agressivos. Eletrofisiologia: Mudanças na condução elétrica no eletrencefalograma (EEG) ocorrem em alguns pacientes com transtornos da personalidade antissocial e borderline. Fatores psicanalíticos: Cada transtorno da personalidade apresenta um agrupamento de defesas que identificam o tipo de patologia presente. O comportamento do paciente com transtorno de personalidade é egossintônico, ou seja, não lhe causa sofrimento mesmo que possa afetar outras pessoas de forma adversa. São pacientes relutantes ao tratamento. Pessoas com transtornos da personalidade são identificadas por padrões específicos de relacionamentos interpessoais, se originam de padrões familiares ou de pessoas próximas, nos quais os outros são coagidos a desempenhar um papel na vida interior do indivíduo. Mecanismos de defesa: Para ajudar indivíduos com transtornos da personalidade, o psiquiatra deve compreender as defesas do paciente (processos mentais inconscientes que o ego usa para resolver conflitos entre os quatro princípios-guia: instinto “desejo”, realidade, pessoas importantes e consciência). Abandonar uma defesa aumenta a consciência de ansiedade e depressão – um dos maiores motivos pelos quais indivíduos com transtornos da personalidade relutam em alterar seu comportamento. Embora indivíduos com transtornos da personalidade sejam classificados, cada paciente usa várias defesas. Fantasia: Mais comum em esquizoides. Os pacientes buscam conforto e satisfação dentro de si mesmas criando vidas imaginárias e amigos imaginários. A dependência da fantasia é percebida na extrema indiferença com pessoas reais. Dissociação: Dissociação ou negação é uma substituição de afetos desagradáveis por agradáveis. Pessoas emocionalmente superficiais. Esses indivíduos se comportam como adolescentes ansiosos que se expõem sem preocupações a perigos excitantes. Esses pacientes buscam reconhecimento de sua coragem. Esses indivíduos costumam mentir sem nem perceber. Isolamento: Característico de pessoas controladas e metódicas, com personalidade obsessivo-compulsiva. Projeção: O paciente atribui seus próprios sentimentos inconfessos a outros. Cisão: As pessoas que são alvo de sentimentos ambivalentes do paciente são divididas em boas e más. Agressividade passiva: Pessoas com defesa passivo-agressiva voltam sua raiva contra si mesmas. Esse fenômeno é denominado masoquismo e inclui fracasso, procrastinação, comportamento tolo ou provocativo, ridicularização autodegradante e atos de autodestruição manifestos. Atuação: Os pacientes expressam diretamente desejos inconscientes ou conflitos por meio de ações para evitar tanto a consciência da ideia quanto do afeto. Ataques de raiva, agressões aparentemente sem motivo, abuso infantil e promiscuidade sem prazer são exemplos comuns. A atuação parece estar desacompanhada de culpa. Identificação projetiva: Consiste em três passos. Primeiro, um aspecto do self é projetado sobre outra pessoa. O indivíduo que o projetou tenta coagir a outra pessoa a identificar o que foi projetado. É criado um sentimento de união. Diagnóstico O primeiro passo é verificar a presença de algum dano ou patologia fisiológica. No transtorno não tem alteração fisiológica. Manifestações clínicas gerais Pessoas com transtorno da personalidade têm uma propensão maior a recusar auxílio psiquiátrico e a negar seus problemas. Os sintomas de transtorno da personalidade são egossintônicos (aceitáveis ao ego) e aloplásticos (tentam alterar o ambiente externo, em vez de a si mesmos). O comportamento mal-adaptativo de pessoas com transtornos da personalidade não lhes causa ansiedade. Eles costumam não estar interessados em tratamento e são resistentes a recuperação. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE PARANOIDE O indivíduo com transtorno da personalidade paranoide caracteriza-se por suspeita e desconfiança arraigadas em relação as pessoas em geral, recusa a responsabilidade por seus próprios sentimentos e a atribui a outros, costuma ser hostil, irritável e irascível, geralmente são intolerantes, colecionadores de injustiças, são cônjuges patologicamente ciumentos e mal-humorados, litigiosos. Epidemiologia Prevalência de 2 a 4% da população em geral. Parentes de pacientes com esquizofrenia demonstra incidência mais elevada. Diagnosticado com mais frequência em homens. Prevalência mais elevada entre grupos de minorias, imigrantes e surdos do que na população em geral. Manifestações clínicas Começa no início da vida adulta e surge em diversos contextos. Atributos inconfundíveis: suspeita e desconfiança excessiva em relação a outras pessoas expressas como uma tendência de interpretar os atos dos outros como deliberadamente aviltantes, malévolos, ameaçadores, exploradores ou enganadores. Questionam, sem qualquer justificativa, a lealdade ou integridade de caráter de amigos e sócios. Costumam ser patologicamente ciumentas e, sem algum motivo, questionam a fidelidade do parceiro. Exteriorizam suas próprias emoções. Usam o mecanismo de defesa de projeção. Atribuem a outros os impulsos e pensamentos que não podem aceitar em si mesmos. São comuns ideias de referência e ilusões defendidas com argumentos lógicos. Possuem afeto restrito e parecem frias, sem emoção. Orgulham-se de sua racionalidade e objetividade, mas isso não corresponde a realidade. Demonstram ausência de afeição. Impressionam-se e prestam bastante atenção a poder e nível hierárquico. Expressam desdém a indivíduos que percebem como fracos, doentios, debilitados ou deficientes de alguma forma. Em situações sociais, podem transmitir uma ideia de profissionalismo e eficiência, mas costumam gerar medo e conflito entre outas pessoas. Diagnóstico No exame psiquiátrico os pacientes com esse transtorno podem apresentar modos formais e agir perplexos por terem que buscar ajuda psiquiátrica. Tensão muscular, incapacidade de relaxar e necessidade de vasculhar o ambiente por pistas podem ser evidentes, seus modos são com frequência sérios e sem humor Algumas bases de sus argumentos podem ser falsas, mas sua fala é dirigida a objetivos lógicos. Conteúdo de pensamento demonstra evidências de projeção, preconceito e, eventualmente, ideias de referência. Critérios diagnósticos do DSM-5: Diagnóstico diferencial Diferente do transtorno delirante devido a ausência de delírios fixos. Diferente da esquizofrenia paranoide devido a ausência de alucinações nem um transtorno manifesto do pensamento Distinto do transtorno da personalidade borderline porque raramente são capazes de desenvolver um envolvimento excessivo ou relacionamento tumultuoso com outras pessoas. Diferente das pessoas com caráter antissocial pois não tem a longa história de comportamento antissocial. Pessoas com transtorno da personalidade esquizoide são retraídos e indiferentes e não apresentam ideação paranoide. Curso e prognóstico Em alguns casos o transtorno é vitalício, em outros, um prenúncio de esquizofrenia. Indivíduos afetados têm problemas vitalícios de trabalho e convivência com outras pessoas. Tratamento Psicoterapia: é o tratamento recomendado; a psicoterapia individual exige um estilo profissional e não muito afetuoso do terapeuta; psicoterapia de grupo pode ser útil para melhorar habilidades sociais e reduzir suspeitas, porém, os indivíduos paranoides nãose saem nesse tipo. Farmacoterapia: útil para lidar com agitação e ansiedade; ansiolítico como diazepam; antipsicótico como haloperidol em pequenas doses durante períodos curtos para o manejo de agitação grave ou pensamento quase delirante; antipsicótico pimozida reduziu a ideação paranoide em alguns pacientes. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOIDE Caracterizado por um padrão vitalício de retraimento social. Pessoas com esse transtorno podem ser vistas como excêntricas, isoladas e solitários. Destaca-se o desconforto com a interação humana, introversão e afeto frio e constrito. Epidemiologia Não está estabelecida de forma definitiva. Pode afetar 5% da população em geral. Alguns estudos apontam proporção de homens para mulheres de 2:1. Características clínicas Pessoas com esse transtorno parecem frias e indiferentes; exibem um retraimento distante e demonstram falta de envolvimento com eventos diários e com as preocupações de terceiros. Caladas, distantes, isoladas e insociáveis. Pouca necessidade ou vontade de formar laços afetivos e são as últimas a perceber mudanças na moda popular. Histórias de vida com interesses solitários e sucesso em empregos solitários e não competitivos. A vida sexual pode existir apenas na fantasia, e podem adiar indefinidamente o amadurecimento da sexualidade. Homens podem não se casar porque são incapazes de atingir intimidade; mulheres podem concordar de forma passiva a se casar com um homem agressivo que deseje o casamento. Costumam revelar incapacidade vitalícia de expressar diretamente a raiva, logo, lidam com a maioria das ameaças, reais ou imaginadas, por meio de fantasias de onipotência ou resignação. Podem investir energia afetiva a interesses não humanos e podem ser muito ligados a animais. Modismos de saúde e alimentação, correntes filosóficas e esquemas de melhora social, em especial os que não exigem envolvimento pessoal, costumam absorver sua atenção. Apresentam capacidade normal de reconhecer a realidade. Diagnóstico No exame psiquiátrico inicial o paciente pode parecer pouco à vontade, raramente tolera contato visual, e o entrevistador pode supor que esse tipo de paciente esteja ansioso para que a entrevista termine. O afeto pode ser constrito, distante ou inadequadamente sério, mas, por trás da indiferença, o clínico sensível pode identificar medo. Levam as coisas a sério de modo que seus esforços para serem engraçados podem parecer adolescentes e fora do contexto. Fala dirigida a objetos e propensão a fornecer respostas curtas às perguntas e evitar conversas espontâneas. Podem usar figuras de linguagem incomuns, como uma metáfora estranha, e podem ficar fascinados por objetos inanimados ou construtos metafísicos. O conteúdo mental pode revelar um senso injustificado de intimidade com pessoas que não conhecem bem ou que passaram um longo tempo sem encontrar. Sensório intacto, memória funciona bem e interpretações de provérbios são abstratas. Critérios diagnósticos do DSM-5: Diagnóstico diferencial Distinto de esquizofrenia, transtorno delirante e transtorno afetivo com características psicóticas pois não apresenta períodos com sintomas psicóticos positivos, como delírios e alucinações. Diferente do transtorno da personalidade paranoide pois o paranoide exibe maior envolvimento social, uma história de comportamento verbal agressivo e uma maior tendência a projetar seus sentimentos nos outros. Indivíduos com transtornos das personalidades obsessivo-compulsiva e evitativa experimentam a solidão como disfórica, têm uma história mais rica de relações objetais anteriores e não se entregam com a mesma frequência a devaneios autistas. A principal distinção entre um paciente com transtorno da personalidade esquizotípica e um com transtorno da personalidade esquizoide é que o primeiro se assemelha mais a um paciente com esquizofrenia no que se refere a estranhezas de percepção, pensamento, comportamento e comunicação. Aqueles com transtorno da personalidade evitativa são isolados, mas têm um forte desejo de participar de atividades, uma característica ausente em indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide. Distingue-se, ainda, do transtorno autista e da síndrome de Asperger por apresentar interações sociais prejudicadas e comportamentos e interesses estereotipados com ainda mais gravidade do que nesses dois transtornos. Curso e prognostico Início em geral ocorre no começo da infância ou na adolescência. Tem longa duração, mas não é necessariamente vitalício. A proporção da incidência de esquizofrenia nesses pacientes é desconhecida. Tratamento Psicoterapia: Com o desenvolvimento de confiança, o paciente esquizoide pode, com bastante apreensão, revelar uma abundância de fantasias, amigos imaginários e temores de dependência insuportáveis.Na terapia grupal, pacientes com transtorno da personalidade esquizoide podem ficar calados durante longos períodos; ainda assim, ficam envolvidos. Esses pacientes devem ser protegidos contra ataques agressivos de outros membros do grupo devido a sua inclinação a permanecerem quietos. Com o tempo, os membros do grupo assumem importância para o indivíduo com o transtorno e podem proporcionar o único contato social em sua existência, que, de outra forma, é isolada. Farmacoterapia: pequenas doses de antipsicóticos, antidepressivos e psicoestimulantes beneficia alguns pacientes. Agentes serotonérgicos podem deixar o paciente menos sensível a rejeição. Benzodiazepínicos podem ajudar a diminuir a ansiedade interpessoal. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ESQUIZOTÍPICA Pessoas com esse transtorno exibem características estranhas ou excêntricas impressionantes. Pensamento mágico, noções peculiares, ideias de referência, ilusões e desrealização são parte do mundo cotidiano de uma pessoa com o transtorno. Epidemiologia Ocorre em cerca de 3% da população. Diagnosticado com frequência em mulheres com síndrome do X frágil. O DSM-5 sugere que o transtorno possa ser ligeiramente mais comum no sexo masculino. Maior associação de casos entre parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia e incidência maior entre gêmeos monozigóticos do que entre dizigóticos. Características clínicas Perturbação de pensamento e comunicação. A fala pode ser distinta ou peculiar, pode fazer sentido apenas para eles mesmos e com frequência necessita de interpretação. Podem desconhecer seus próprios sentimentos e ainda assim ter sensibilidade e consciência a respeito dos sentimentos dos outros, sobretudo os negativos, como de raiva. Podem ser supersticiosos ou alegar poderes de clarividência e acreditar ser dotados de poderes especiais de pensamentos e insight. O mundo interior pode estar cheio de relacionamentos imaginários vividos e temores e fantasias infantis.Podem admitir ilusões da percepção ou macropsia e confessar que outras pessoas parecem ser de madeiras e todas iguais. Por terem poucos relacionamentos interpessoais e poderem agirem de forma inadequada, são isolados e têm poucos ou nenhum amigo. Sob estresse, pacientes com transtorno da personalidade esquizotípica podem sofrer descompensação e apresentar sintomas psicóticos, mas que costumam ser breves. Casos graves podem apresentar anedonia e depressão grave. Diagnóstico Feito com base nas peculiaridades de pensamento, comportamento e aparência do paciente. Devido a forma incomum de comunicação pode ser difícil a obtenção da história. Critérios diagnósticos do DSM-5: Diagnóstico diferencial Difere dos transtornos de personalidade esquizoide e evitativa devido à presença de excentricidades em seu comportamento e pensamento, sua percepção e comunicação e, talvez por uma históriafamiliar evidente de esquizofrenia. Distinto da esquizofrenia em razão da ausência de psicose, e caso surjam sintomas psicóticos, eles são breves e fragmentados. No caso do transtorno da personalidade paranoide se caracterizam por suspeita, mas não exibem o comportamento estranho daqueles com o subtipo esquizotípico. Alguns pacientes satisfazem os critérios para ambos os transtornos da personalidade, esquizotípica e borderline. Curso e prognóstico A personalidade pré-mórbida do paciente com esquizofrenia é a esquizotípica. Um estudo relatou que 10% dos indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica acabaram cometendo suicídio. Tratamento Psicoterapia: esses pacientes apresentam padrões de pensamento peculiares, e alguns estão envolvidos em cultos, estranhas práticas religiosas e o ocultismo. O terapeuta não deve ridicularizar essas peculiaridades nem criticar essas crenças ou atividades. Farmacoterapia: Medicamentos antipsicóticos podem ser úteis para lidar com ideias de referência, ilusões e outros sintomas do transtorno e ser usados em conjunto com psicoterapia. Antidepressivos são válidos quando houver um componente depressivo da personalidade. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTISSOCIAL É uma incapacidade de se adequar às regras sociais que normalmente governam diversos aspectos do comportamento adolescente e adulto de um indivíduo. Embora se caracterize por atos contínuos de natureza antissocial ou criminosa, o transtorno não é sinônimo de criminalidade. Epidemiologia De acordo com o DSM-5, os índices de prevalência de 12 meses do transtorno da personalidade antissocial encontram-se entre 0,2 e 3%. É mais comum em áreas urbanas pobres e entre residentes eventuais dessas áreas. A prevalência mais elevada é encontrada entre as amostras mais graves de homens com transtorno por uso de álcool (acima de 70%) e na população carcerária, na qual pode chegar a 75%. É muito mais comum em homens do que em mulheres. O início do transtorno ocorre antes dos 15 anos de idade. Um padrão familiar está presente; o transtorno é cinco vezes mais comum entre parentes em primeiro grau de homens com o transtorno. Características clínicas Os indivíduos podem parecer normais e até mesmo simpáticos e lisonjeiro. Suas histórias revelam perturbação do funcionamento ou várias áreas da vida. Mentiras, vadiagem, fuga de casa, roubos, brigas, abuso de substância e atividades ilegais são experiências típicas que os pacientes relatam ter início já na infância. Não exibem ansiedade nem depressão, uma ausência que pode parecer amplamente incongruente com suas situações, embora ameaças de suicídio e preocupações somáticas possam ser comuns. Com frequência, possuem um senso de realidade aguçado e costumam impressionar observadores com sua boa inteligência verbal. São pessoas extremamente manipuladoras e com frequência podem convencer os outros a participar de esquemas para conseguir coisas. Indivíduos com esse transtorno não falam a verdade, e não se pode confiar neles para executar qualquer tipo de tarefa ou aderir a qualquer padrão convencional de moralidade. Promiscuidade, abuso conjugal, abuso infantil e condução de veículos em estado de embriaguez são eventos comuns em suas vidas. A ausência de remorso por tais atos; ou seja, eles parecem não ter uma consciência. Diagnóstico Durante a entrevista, podem parecer calmos e confiáveis, mas, econdem tensão, hostilidade, irritabilidade e fúria. Podem enganar até o clínico mais experiente. Uma entrevista de estresse, na qual o paciente seja confrontado vigorosamente com incoerências em sua história, pode ser necessária para revelar a patologia. Os critérios diagnósticos do DSM-5 são: Diagnóstico diferencial Distinto de comportamento ilegal no sentido de que o transtorno envolve diversas áreas da vida do indivíduo. A diferenciação mais difícil de ser estabelecida é entre transtorno da personalidade antissocial e abuso de substância. Quando ambos se iniciam na infância e continuam na vida adulta, os dois transtornos devem ser diagnosticados. Quando, no entanto, o comportamento antissocial é evidentemente secundário a abuso pré- mórbido de álcool ou de outra substância, o diagnóstico de transtorno da personalidade antissocial não se justifica. Esse diagnóstico não se justifica quando deficiência intelectual, esquizofrenia ou mania podem explicar os sintomas. Curso e prognóstico Quando o transtorno se desenvolve, segue um curso ininterrupto, sendo que o auge do comportamento antissocial normalmente ocorre no fim da adolescência. O prognóstico varia Há relatos que indicam a redução dos sintomas com a idade. Muitos pacientes apresentam transtorno de sintomas somáticos e diversas queixas físicas. Transtornos depressivos, transtornos por uso de álcool e abuso de outra substância são comuns. Tratamento Psicoterapia: pacientes frequentemente se tornam receptivos a psicoterapia. O terapeuta deve encontrar formas de lidar com o comportamento autodestrutivo do paciente. Para superar seu medo de intimidade, o terapeuta deve frustrar o desejo do indivíduo de se esquivar de encontros humanos sinceros. Melhor adesão com o paciente internado. Farmacoterapia: é usada para lidar com sintomas incapacitantes como ansiedade, raiva e depressão, mas, como os pacientes com frequência abusam de substâncias, os fármacos devem ser usados de forma criteriosa. Psicoestimulantes como metilfenidato podem ser úteis diante de evidências de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Foram realizadas tentativas de alterar o metabolismo de catecolamina com fármacos e de controlar o comportamento impulsivo com antiepilépticos, como carbamazepina ou valproato, por exemplo, especialmente quando foram identificadas formas de onda anormais no EEG. Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos foram usados para reduzir agressividade. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE BORDERLINE Indivíduos com esse transtorno encontram-se no limiar entre neurose e psicose e têm por característica afeto, humor, comportamento, relações objetais e autoimagem extraordinariamente instáveis. CID-10 usa a denominação de transtorno de personalidade emocionalmente instável. Epidemiologia Presente em 1 a 2% da população. Duas vezes mais comum em mulheres do que em homem. Um aumento de prevalência do transtorno depressivo maior, de transtornos por uso de álcool e de abuso de substância é encontrado em parentes em primeiro grau de indivíduos com transtorno da personalidade borderline. Características clínicas Os indivíduos quase sempre parecem estar em crise. Mudanças de humor são comuns. Pode apresentar episódios psicóticos de curta duração (denominados episódios micropsicóticos) em vez de crises psicóticas totalmente manifestas, e seus sintomas psicóticos quase sempre são limitados, fugazes ou questionáveis. O comportamento é de extrema imprevisibilidade. A natureza dolorosa de sua vida reflete-se em atos autodestrutivos repetidos, como automutilação para obter ajuda dos outros, para exprimir raiva ou para se anestesiar do afeto que o consome. Possuem relacionamentos interpessoais tumultuosos já que se se sentem tanto dependentes quanto hostis. Não conseguem tolerar a ideia de ficar sozinhas e preferem uma busca frenética por companhia, sem importar o quanto ela lhe seja insatisfatória, aceitando um estranho como amigo ou se comportam de forma promíscua. Queixas de sentimentos crônicos de vazio e tédio e da falta de um senso de identidade coerente (difusão de identidade); quando pressionadas, frequentemente reclamam de como se sentem sempre deprimidas, apesar do turbilhão de outros afetos. Mecanismo de defesa de identificação projetiva, sendo que os aspectos intoleráveisdo self são projetados no outro. Do ponto de vista funcional, pacientes com transtorno da personalidade borderline distorcem seus relacionamentos caracterizando cada pessoa como totalmente boa ou totalmente má, a pessoa boa é idealizada, e a pessoa má, desvalorizada. Diagnóstico Alguns pacientes com transtorno da personalidade borderline mostram redução da latência REM e perturbações na continuidade do sono, resultados anormais no TSD (dexametasona) e no teste de hormônio liberador de tireotrofina. Essas alterações, no entanto, também são observadas em algumas pessoas com transtornos depressivos. Os critérios diagnósticos do DSM-5 são: Diagnóstico diferencial Diferencia-se de esquizofrenia com base no fato de o paciente com personalidade borderline não apresentar episódios psicóticos prolongados, transtorno do pensamento e outros sinais clássicos de esquizofrenia. Pacientes com transtorno da personalidade esquizotípica exibem peculiaridades acentuadas de pensamento, ideação estranha e ideias de referência recorrentes. Aqueles com transtorno da personalidade paranoide caracterizam-se por suspeita extrema. Curso e prognóstico Curso é razoavelmente estável; o paciente sofre pouca mudança ao longo do tempo. Não há progressão para esquizofrenia, mas os pacientes têm uma incidência elevada de episódios de transtorno depressivo maior. O diagnóstico costuma ser estabelecido antes dos 40 anos, quando as pessoas tentam fazer escolhas profissionais, conjugais, entre outras, e são incapazes de lidar com os estágios normais do ciclo da vida. Tratamento Psicoterapia: é o tratamento recomendado, valendo-se da terapia comportamental dialética. Do tratamento baseado na mentalização, da psicoterapia focada na transferência. Farmacoterapia: é útil para lidar com características especificas da personalidade que interferem no funcionamento geral do pasciente. Usaram-se antipsicóticos para controlar raiva, hostilidade e episódios psicóticos breves. Antidepressivos melhoram o humor deprimido comum em indivíduos com transtorno da personalidade borderline. Inibidores da MAO (IMAOs) modularam com sucesso o comportamento impulsivo em alguns pacientes. Benzodiazepínicos, especialmente alprazolam, ajudam com ansiedade e depressão, mas alguns pacientes exibem desinibição com essa classe de fármacos. Anticonvulsivantes, como carbamazepina, podem melhorar o funcionamento global de algumas pessoas. Agentes serotonérgicos, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), foram úteis em alguns casos. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE HISTRIÔNICA Pessoas excitáveis e emotivas e comportam-se de forma dramática, florida e extrovertida. Costuma existir uma incapacidade de manter ligações profundas e duradouras. Epidemiologia Prevalências de cerca de 1 a 3%. Maior frequência dos diagnósticos em mulheres. Associação de sintomas somáticos e transtornos por uso de álcool. Características clínicas Grau elevado de comportamento de busca por atenção. Tendem a exagerar seus pensamentos e sentimentos e fazem tudo soar mais importante do que realmente é. Ataques de raiva, choro e acusações quando não são o centro das atenções ou não estão recebendo elogios ou aprovação. Comportamento sedutor é comum nos dois sexos. Fantasias sexuais envolvendo pessoas com as quais o paciente esteja envolvido são comuns, mas ele demonstra incoerência ao verbalizar essas fantasias e pode se comportar de forma tímida ou flertar em vez de ser sexualmente agressivo. Podem apresentar uma disfunção psicossexual; mulheres podem ser anorgásmicas, e homens podem ser impotentes. O paciente pode ceder a seus impulsos sexuais para se sentir seguro de ser atraente ao sexo oposto. Seus relacionamentos têm propensão a ser superficiais, e ele pode ser vaidoso, egocêntrico e volúvel. A forte necessidade de dependência torna-o crédulo e ingênuo. As principais defesas são repressão e dissociação. Esses indivíduos não estão cientes de seus verdadeiros sentimentos e não conseguem explicar suas motivações. Diagnóstico Na entrevista o paciente costuma ser cooperativo e avido por fornecer uma história detalhada. Gesticulações e exclamações dramáticas, deslizes frequentes e linguagem pitoresca. Exibição afetiva comum, mas, quando pressionados a reconhecer determinados sentimentos (p. ex., raiva, tristeza e desejos sexuais), podem reagir com surpresa, indignação ou negação Resultados de exames cognitivos normais, embora falta de perseverança possa ser evidenciada em tarefas aritméticas ou de concentração. Os critérios diagnósticos do DSM-5 são: Diagnóstico diferencial A distinção entre transtorno da personalidade histriônica e transtorno da personalidade borderline é difícil, mas, neste último, tentativas de suicídio, difusão de identidade e episódios psicóticos breves são mais prováveis. O transtorno de sintomas somáticos (síndrome de Briquet) pode ocorrer em conjunto com o da personalidade histriônica. Pacientes com transtornos psicótico breve e dissociativos podem justificar um diagnóstico coexistente de transtorno da personalidade histriônica. Curso e prognóstico Com a idade, pessoas com transtorno da personalidade histriônica mostram menos sintomas. Indivíduos com esse transtorno buscam sensações e podem ter problemas legais, fazer abuso de substâncias e agir de forma promíscua. Tratamento Psicoterapia: os pacientes costumam não estar cientes de seus próprios sentimentos reais; a clarificação de seus sentimentos interiores é um processo terapêutico importante. Farmacoterapia: pode funcionar como tratamento adjunto quando direcionada aos sintomas (p. ex., uso de antidepressivos para depressão e queixas somáticas, agentes ansiolíticos para ansiedade, e antipsicóticos para desrealização e ilusões). TRANSTORNO DA PERSONALDADE NARCISISTA Senso aguçado de autoimportância, ausência de empatia e sentimentos grandiosos de serem únicas, contuso, por trás dessas características, existe uma autoestima frágil e vulnerável às menores críticas. Epidemiologia Prevalência varia de menos de 1 a 6%. Pessoas afetadas podem transmitir uma ideia irrealista de onipotência, grandiosidade, beleza e talento a seus filhos e, assim, os filhos, de pais com essas características podem apresentar um risco acima do normal de desenvolver, eles próprios, o transtorno. Características clínicas Sentimento de autoimportância grandioso; consideram-se especiais e esperam tratamento especial. Lidam mal com críticas e podem ficar com raiva quando alguém ousa criticá-las, ou podem parecer completamente indiferentes a críticas. Querem que as coisas sejam do seu jeito e com frequência têm ambição de obter fama e fortuna. Seus relacionamentos são pouco importantes, e podem deixar os outros furiosos por sua recusa em obedecer às regras convencionais de comportamento. A exploração interpessoal é frequente. Não conseguem demonstrar empatia e fingem simpatia apenas para atingir seus próprios objetivos egoístas. Devido a sua frágil autoestima, são suscetíveis a depressão. Dificuldades interpessoais, problemas profissionais, rejeição e perda estão entre os estresses que os narcisistas normalmente produzem com seu comportamento. Diagnóstico Os critérios diagnósticos do DSM-5 são: Diagnóstico diferencial Pacientes narcisistas têm menos ansiedade do que aqueles com transtorno da personalidade borderline e são menos propensos a uma vida caótica e a tentativas de suicídio. Pacientes com transtorno da personalidade antissocial têm uma história de comportamento impulsivo muitas vezes associado a álcool ou a outra substância de abuso, o que gera problemas legais. Aqueles com transtorno da personalidade histriônicademonstram características de exibicionismo e manipulação interpessoal que se assemelham àquelas dos pacientes com transtorno da personalidade narcisista. Curso e prognóstico É um transtorno crônico e difícil de tratar. Lidam mal com o processo de envelhecimento, já que valorizam beleza, força e atributos da juventude, à qual se apegam de forma inadequada. Tratamento Psicoterapia: visto que os pacientes precisam renunciar a seu narcisismo para progredir, o tratamento do transtorno é difícil. Psiquiatras como Kernberg e Heinz Kohut defendem o uso de abordagens psicanalíticas para efetuar mudanças. Alguns clínicos defendem terapia de grupo para que seus pacientes aprendam a compartilhar e, sob circunstâncias ideais, possam desenvolver uma reação empática com os outros. Farmacoterapia: lítio em pacientes cujo quadro clínico incluía mudanças de humor. Os pacientes com esse transtorno são suscetíveis a depressão, antidepressivos, especialmente fármacos serotonérgicos, também podem ser úteis. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE EVITATIVA Sensibilidade extrema a rejeição e podem levar vidas socialmente retraídas. Embora sejam tímidos, não são associais e demonstram um grande desejo por companhia, mas precisam de garantias muito fortes de aceitação não crítica. Em geral, são pessoas descritas com complexo de inferioridade. Epidemiologia Prevalência de aproximadamente 2 a 3% da população. Não há informações disponíveis sobre a proporção entre sexos ou sobre o padrão familiar. Crianças pequenas que foram classificadas com um temperamento tímido podem ser mais suscetíveis ao transtorno Características clínicas Hipersensibilidade à rejeição por outros. O traço principal da personalidade é a timidez. Desejam o afeto e a segurança da companhia humana, mas justificam sua esquiva a relacionamentos por meio de seu suposto medo de rejeição. Ao conversar com alguém, elas expressam incerteza, demonstram falta de autoconfiança e podem falar de modo discreto. Temem falar em público ou fazer pedidos a outras pessoas. Têm inclinação a interpretar mal os comentários dos outros como depreciativos ou ridicularizadores. A recusa de qualquer pedido as leva ao retraimento e se sentirem magoados. Na esfera profissional costumam assumir empregos que recebem pouca atenção. Raramente alcançam muito avanço pessoal ou exercem muita autoridade, mas parecem tímidos e ansiosos por agradar. Não estão dispostas a começar relacionamentos a menos que recebam uma forte garantia de aceitação sem críticas. Costumam não ter amigos íntimos nem confidentes. Diagnóstico Em entrevistas clinicas ocorre ansiedade acerca de falar com um entrevistador. Comportamento tenso e nervoso parece se expandir e se retrair conforme a percepção de ser apreciado ou não pelo entrevistador. Parece vulnerável aos comentários e às sugestões do entrevistador e pode encarar uma clarificação ou interpretação como crítica. Os critérios diagnósticos do DSM-5 são: Diagnóstico diferencial Pacientes com transtorno da personalidade evitativa desejam interação social, ao contrário daqueles com transtorno da personalidade esquizoide, que desejam ficar sozinhos. Os evitativos não são tão exigentes, irritáveis ou imprevisíveis como indivíduos com personalidades borderline e histriônica. Transtorno da personalidade dependente apresenta um temor maior de serem abandonados ou não amados do que aqueles com cuja personalidade é evitativa, mas o quadro clínico pode ser indistinguível. Curso e prognóstico Muitos são capazes de funcionar em um ambiente protegido, mas caso seu sistema de apoio falhe, no entanto, ficam sujeitas a depressão, ansiedade e raiva. Esquivas fóbicas são comuns, e pacientes com o transtorno podem fornecer histórias de fobia social ou incorrer em fobia social durante o curso da doença. Tratamento Psicoterapia: depende da solidificação de uma aliança com o paciente. O terapeuta, por fim, encoraja-o a sair para o mundo e assumir o que parecem ser riscos enormes de humilhação, rejeição e fracasso. No entanto, o fracasso pode reforçar uma autoestima já fraca. A terapia de grupo pode ajudar o paciente a compreender como sua sensibilidade a rejeição o afeta e atinge os outros. Treinamento de assertividade é uma forma de terapia comportamental que pode ensiná-lo a expressar abertamente suas necessidades e aumentar sua autoestima. Farmacoterapia: usada para o manejo de ansiedade e depressão quando são associadas ao transtorno. Alguns pacientes se beneficiam de antagonistas de receptores β-adrenérgicos, como atenolol, para o manejo de hiperatividade do sistema nervoso autônomo, propensa a ser elevada em indivíduos com transtorno da personalidade evitativa, em especial quando lidam com situações que lhes inspiram temor. Agentes serotonérgicos podem ajudar com a sensibilidade a rejeição. Em teoria, fármacos dopaminérgicos podem gerar comportamento de busca por novidades; entretanto, o indivíduo deve estar psicologicamente preparado para os possíveis resultados de novas experiências. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE DEPENDENTE As pessoas com esse transtorno subordinam suas próprias necessidades às necessidades de outros, fazem outra pessoa assumir responsabilidade por áreas importantes de suas vidas, não têm autoconfiança e podem experimentar desconforto intenso ao ficar sozinhas por mais do que breves períodos. Epidemiologia Mais comum em mulheres. O DSM-5 relata uma prevalência estimada em 0,6%. É mais comum em crianças pequenas do que nas mais velhas. Pessoas com doenças físicas crônicas na infância podem ser mais suscetíveis ao transtorno. Características clínicas Caracteriza-se por um padrão global de comportamento dependente e submisso. Não conseguem tomar decisões sem uma quantidade excessiva de aconselhamento e tranquilização dos outros. Evitam posições de responsabilidade e ficam ansiosas se precisam assumir um papel de liderança. Quando deixadas sozinhas, encontram dificuldades de perseverar em tarefas, mas podem achar fácil executá- las para outra pessoa. Relacionamentos distorcidos por sua necessidade de estar apegados à outra pessoa. Pessimismo, insegurança, passividade, temor de expressar sentimentos sexuais e agressivos tipificam o comportamento de indivíduos com esse transtorno. Um cônjuge abusivo, infiel ou alcoolista pode ser tolerado durante longos períodos de tempo para evitar a perturbação da sensação de apego. Diagnóstico Na entrevista clínica o paciente parece ser complacente, tenta cooperar, é receptivo a perguntas especifica e busca orientação. Os critérios diagnósticos do DSM-5 são: Diagnóstico diferencial Dependência é um fator proeminente em pacientes com transtornos das personalidades histriônica e borderline, mas indivíduos com transtorno da personalidade dependente costumam ter um relacionamento duradouro com outra pessoa, em vez de uma série de pessoas de quem dependam, e não são propensos a ser abertamente manipuladores. O comportamento dependente também pode ocorrer em pessoas com agorafobia, mas estas tendem a apresentar um nível elevado de ansiedade manifesta ou até mesmo pânico. Curso e prognóstico Pouco se sabe, mas o funcionamento ocupacional tende a ser comprometido porque os indivíduos com o transtorno não conseguem agir de modo independente e sem supervisão. Relacionamentos sociais são limitados às pessoas de quem dependem, e muitos sofrem abuso físico ou mental porque não conseguem se impor. Correm risco de desenvolver transtorno depressivo se perderem a pessoa de quem dependem, mas, com tratamento, o prognóstico é favorável. Tratamento Psicoterapia: costuma ser bem-sucedida. Terapias voltadas para o insight possibilitamao paciente compreender os antecedentes de seu comportamento e, com o apoio de um terapeuta, ele pode se tornar mais independente, assertivo e autossuficiente. Terapia comportamental, treinamento de assertividade, terapia de família e terapia de grupo foram todas usadas com resultados bem-sucedidos em diversos casos. O terapeuta deve mostrar grande respeito pelos sentimentos de apego desses pacientes, não importa o quanto esses sentimentos possam parecer patológicos. Farmacoterapia: para lidar com sintomas específicos, como ansiedade e depressão, que são características comumente associadas a esse transtorno. Pacientes que experimentam ataques de pânico ou que têm níveis elevados de ansiedade de separação podem ser beneficiados do uso de imipramina. Benzodiazepínicos e agentes serotonérgicos também foram úteis. Caso a depressão de um paciente ou os sintomas de abstinência reajam a psicoestimulantes, eles podem ser usados. TRANSTORNO DA PERSONALIDADE OBSESSIVO-COMPULSIVA É caracterizado por constrição emocional, organização, perseverança, teimosia e indecisão. A característica essencial é um padrão global de perfeccionismo e inflexibilidade. Epidemiologia Prevalência estimada de 2 a 8%. Mais comum em homens. Diagnosticado com maior frequência em irmão mais velhos. É mais observado em parentes biológicos em primeiro grau de pessoas com o transtorno do que na população em geral. Costumam ter antecedentes caracterizados por disciplina rígida. Características clínicas São pessoas obcecadas por regras, regulamentos, método, limpeza, organização, detalhes e desejo de alcançar a perfeição. Não conseguem tolerar o que consideram infrações. Não apresentam flexibilidade e são intolerantes. São capazes de trabalhar durante muito tempo, contanto que seja um trabalho com rotina e que não exija mudanças às quais não possam se adaptar. Possuem habilidades interpessoais limitadas. São formais e sérios e costumam não ter senso de humor. Isolam pessoas, são incapazes de ceder e insistem para que os outros se submetam a suas necessidades. Anseiam por agradar pessoas que consideram mais poderosas que eles mesmos e executam os desejos dessas pessoas de forma autoritária. Como temem cometer erros, são indecisos e ruminam as tomadas de decisão. Embora um casamento estável e adequação profissional sejam comuns, indivíduos com o transtorno têm poucos amigos. Qualquer coisa que ameace a estabilidade percebida de sua rotina pode precipitar muita ansiedade que, de outra forma, está ligada aos rituais que impõem às suas vidas e tentam impor aos outros. Diagnóstico Em entrevistas o paciente pode ter uma atitude formal, rígida, distante. Seu afeto não é embotado nem plano, mas pode ser descrito como constrito. Não demonstram espontaneidade, e seu humor costuma ser sério. Podem ficar ansiosos por não estarem no controle da entrevista. As respostas a perguntas apresentam detalhamento incomum. Os mecanismos de defesa que usam são racionalização, isolamento, intelectualização, formação reativa e anulação. Os critérios diagnósticos do DSM-5 são: Diagnóstico diferencial Talvez a distinção mais difícil seja entre pacientes ambulatoriais com alguns traços obsessivo- compulsivos e aqueles com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva O diagnóstico de transtorno da personalidade é reservado para indivíduos com prejuízos significativos em seu desempenho profissional ou social. Curso e prognóstico O curso é variável e imprevisível. De tempos em tempos, o indivíduo pode desenvolver obsessões ou compulsões no curso do transtorno. Alguns adolescentes se tornam adultos afetuosos, abertos e simpáticos; em outros, o transtorno pode ser o prenúncio tanto de esquizofrenia quanto – décadas mais tarde e exacerbado pelo processo de envelhecimento – de transtorno depressivo maior. Transtornos depressivos, especialmente com início tardio, são comuns. Tratamento Psicoterapia: os pacientes costumam estar cientes de seu sofrimento e buscam tratamento sozinhos. Com bastante treinamento e socialização, esses pacientes valorizam associação livre e terapia sem diretrizes. O tratamento, no entanto, costuma ser prolongado e complexo, e problemas de contratransferência são frequentes. Terapia de grupo e terapia comportamental eventualmente oferecem certas vantagens. Impedir que seu comportamento habitual se complete eleva sua ansiedade e os deixa suscetíveis a aprender novas estratégias de enfrentamento. Farmacoterapia: Clonazepam, um benzodiazepínico com uso anticonvulsivante, reduziu os sintomas em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo. Clomipramina e agentes serotonérgicos como fluoxetina, normalmente em dosagens de 60 a 80 mg ao dia, podem ser úteis se sinais e sintomas obsessivo-compulsivos se manifestarem. A nefazodona pode beneficiar alguns pacientes. 3) Qual a classe das medicações Paroxetina, Amitriptilina, Sertralina, Ácido Valproico, Mirtazapina, Milnaciprano, Clorpromazina, Periciazina, Lorazepam, Bromazepam. PAROXETINA Mecanismo de ação Antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS). Inibição específica da recaptação de serotonina pelos neurônios cerebrais. Indicação Depressão: tratamento dos sintomas do transtorno depressivo de todos os tipos e prevenção de recidiva da depressão. Transtornos de ansiedade: Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Transtorno do pânico com ou sem agorafobia. Fobia social/transtorno de ansiedade social. Transtorno de ansiedade generalizada. Transtorno de estresse pós-traumático. Contraindicação O cloridrato de paroxetina não deve ser usado concomitantemente com inibidores da monoaminoxidase (IMAO), inclusive a linezolida (antibiótico inibidor não seletivo reversível da MAO) e cloridrato de metiltionina (azul de metileno), nem no período de duas semanas após o término do tratamento com esses inibidores. O cloridrato de paroxetina não deve ser usado concomitantemente com a tioridazina e pimozida (interação com o citocromo P450). Categoria D de risco na gravidez - não deve ser usado por mulheres grávidas. Este medicamento é contraindicado para menores de 18 anos de idade. Efeitos colaterais Náusea. Disfunção sexual. Astenia, ganho de peso corporal. Sudorese. Constipação, diarreia, vômitos. Boca seca. Visão turva. Vertigem, tremor e dor de cabeça. Sonolência, insônia, agitação, sonhos anormais (inclusive pesadelos). Aumento dos níveis de colesterol. AMITRIPTILINA Mecanismo de ação Antidepressivo tricíclico. A amitriptilina inibe o mecanismo de bomba da membrana responsável pela captação da norepinefrina e serotonina nos neurônios adrenérgicos e serotonérgicos. Essa atividade pode potencializar ou prolongar a atividade neural, uma vez que a recaptação dessas aminas biogênicas é fisiologicamente importante para suprir suas ações transmissoras. Indicação Tratamento da depressão. Contraindicação Não deve ser ministrada simultaneamente com um inibidor da monoamidoxidase. A amitriptilina é contraindicada para pacientes que recebem cisaprida. Este medicamento não é recomendado para uso durante a fase de recuperação aguda após infarto do miocárdio. Categoria de risco C na gravidez. Efeitos colaterais Xerostomia. Sonolência. Tontura. Alteração do paladar. Ganho de peso. Aumento do apetite. Cefaleia. SERTRALINA Mecanismo de ação Inibidor seletivo da recaptação da serotonina (5-HT), que resulta na potencialização dos efeitos da 5-HT. Possui efeito muito fraco sobre a recaptação neuronal da dopamina e norepinefrina. Indicação Tratamento da depressão acompanhadapor sintomas de ansiedade. Transtorno Obsessivo Compulsivo em adultos e crianças. Transtorno do Pânico. Transtorno do Estresse Pós-Traumático. Transtorno da Fobia Social. Transtorno da Ansiedade Social. Síndrome da Tensão Pré-Menstrual. Contraindicação O uso concomitante de cloridrato de sertralina em pacientes utilizando inibidores da monoaminoxidase (IMAO) é contraindicado. O uso concomitante de cloridrato de sertralina em pacientes utilizando pimozida é contraindicado. Categoria C de risco na gravidez. Efeitos colaterais Insônia. Sonolência, tontura, dor de cabeça. Diarreia. Boca seca. Náusea. Distúrbios da ejaculação. Fadiga. ÁCIDO VALPROICO Mecanismo de ação O mecanismo de ação do valproato de sódio ainda não é conhecido, mas sua atividade parece estar relacionada com o aumento dos níveis do ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro. Indicação Epilepsia: valproato de sódio é destinado, ao tratamento de crises convulsivas. Contraindicação Conhecida desordem na mitocôndria causada por mutação na DNA polimerase mitocondrial γ (POLG; ou seja, Síndrome de Alpers-Huttenlocher). Doença no fígado ou disfunção no fígado significativa. Distúrbios do ciclo da ureia (UCD). Doença do sangue conhecida como porfiria. Este medicamento é contraindicado na profilaxia de enxaqueca por mulheres grávidas. Efeitos colaterais Tremor. Tontura. Sonolência. Ganho de peso. Náuseas e vômitos. Astenia. Trombocitopenia. MIRTAZAPINA Mecanismo de ação A mirtazapina é um antagonista alfa-2 de ação pré-sináptica central, que aumenta a neurotransmissão central noradrenérgica e serotoninérgica. Esse aumento é especificamente mediado pelos receptores 5-HT1, porque os receptores 5-HT2 e 5-HT3 são bloqueados pela mirtazapina. A atividade antagonista histamínica H1 da mirtazapina é associada com suas propriedades sedativas. Ela praticamente não apresenta atividade anticolinérgica. Indicação Mirtazapina é indicada no tratamento de episódios de depressão maior. Contraindicação Em uso concomitante da mirtazapina com inibidores da monoaminoxidase. Efeitos colaterais Aumento do peso. Aumento de apetite. Hipotensão ortostática. Boca seca. Sonolência e sedação. Cefaléia. MILNACIPRANO Mecanismo de ação Inibidor da receptação da serotonina e noradrenalina. Indicação Indicado para o tratamento de estados depressivos em adultos. Contraindicação Em pacientes com menos de 15 anos. Em associação com inibidores não seletivos da MAO (IMAOs), inibidores seletivos da MAO B, digitálicos e agonistas 5HT1D (sumatriptano). Hipertrofia prostática. Efeitos colaterais Insônia ou nervosismo no início do tratamento. Vertigem. Transpiração excessiva. Ondas de calor. Náuseas, vômitos. Secura da boca. Constipação. Tremores e palpitações1. CLORPROMAZINA Mecanismo de ação Ação estabilizadora no sistema nervoso central e periférico e uma ação depressora seletiva sobre o SNC, permitindo assim, o controle dos mais variados tipos de excitação. É, portanto, de grande valor no tratamento das perturbações mentais e emocionais. Propriedades neurolépticas, vagolíticas, simpatolíticas, sedativas e antieméticas. Indicação Quadros psiquiátricos agudos ou psicoses de longa evolução. Manifestação de ansiedade e agitação, soluços incoercíveis, náuseas e vômitos e neurotoxicoses infantis. Na obstetrícia: em analgesia obstétrica e no tratamento da eclampsia. Contraindicação Glaucoma de ângulo fechado. Em pacientes com risco de retenção urinária. Uso concomitante com levodopa. Comas barbitúricos e etílicos, Sensibilidade às fenotiazinas. Doença cardiovascular grave. Depressão severa do sistema nervoso central. Efeitos colaterais Ganho de peso. Sedação, sonolência. Síndrome extrapiramidal. Hipotensão ortostática. Discinesias. PERICIAZINA Mecanismo de ação É um antipsicótico neuroléptico, fenotiazínico. No caso da periciazina, sua atividade antidopaminérgica é de importância mediana: a atividade antipsicótica é moderada e os efeitos extrapiramidais são moderados. A molécula possui propriedades antihistamínicas uniformes (de origem sedativa não negligenciável, eventualmente desejada na clínica), adrenolíticas e anticolinérgicas marcante. Indicação Este medicamento é indicado no tratamento de distúrbios do caráter e do comportamento. Autismo, negativismo, desinteresse, indiferença, bradipsiquismo (lentidão dos processos psíquicos), apragmatismo (incapacidade de realizar atos eficientes, objetivos e propositais), suscetibilidade, impulsividade, oposição, hostilidade, irritabilidade, agressividade, reações de frustração, hiperemotividade (reações emotivas excessivas), egocentrismo, instabilidade psicomotora (instabilidade para realizar atividades de coordenação, força, movimento) e afetiva. Contraindicação Risco de glaucoma de ângulo-fechado (aumento da pressão intraocular). Risco de retenção urinária. Antecedentes de agranulocitose. Uso de medicamentos agonistas dopaminérgicos (amantadina, apomorfina, bromocriptina, cabergolina, entacapona, lisurida, pramipexol, ropinirol, pergolida, piribedil, quinagolida). Efeitos colaterais Hipotensão ortostática. Efeitos anticolinérgicos como secura da boca, prisão de ventre e até íleo paralítico. o Distúrbios de acomodação visual. o Risco de retenção da urina. o Sedação ou sonolência. o Indiferença, reações de ansiedade e variação do estado de humor. LORAZEPAM Mecanismo de ação o Lorazepam é um benzodiazepínico que interage com o complexo receptor de benzodiazepínicos-ácido gama- aminobutírico (GABA) e aumenta a afinidade pelo GABA. Indicação o Controle dos distúrbios de ansiedade ou ansiedade associada com sintomas depressivos. o Como medicação pré-operatória, tomada na noite anterior e/ou uma a duas horas antes do procedimento cirúrgico. Contraindicação o Hipersensibilidade a benzodiazepínicos. Efeitos colaterais o Fraqueza muscular, astenia. o Hipotensão, queda da pressão arterial. o Hiponatremia, hipotermia. o Sedação, fadiga e sonolência. BROMAZEPAM Mecanismo de ação o Benzodiazepínico que interage com o complexo receptor de benzodiazepínicos-ácido gama- aminobutírico (GABA) e aumenta a afinidade pelo GABA. Indicação o O bromazepam é indicado para ansiedade, tensão e outras queixas somáticas ou psicológicas associadas à síndrome de ansiedade. o É indicado também para o uso adjuvante nos transtornos do humor e esquizofrenia. Contraindicação o Hipersensibilidade a benzodiazepínicos. o Insuficiência respiratória grave. o Insuficiência hepática grave (risco de encefalopatia). o Síndrome de apneia do sono. Efeitos colaterais o Uso crônico e dependência. o Confusão mental, perturbações emocionais.
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