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Infecções odontogênicas - Definição: São condições que se originam dos dentes, caracterizadas pela invasão de bactérias no interior da polpa dentária, ou ao seu redor, e que podem ser localizadas (abscessos) ou tomar maiores proporções (celulite ou fleimão. - Etiologia das infecções odontogênicas: ● Periodontal: - Bolsa periodontal profunda, a qual possibilita a instalação das bactérias dos tecidos subjacentes. ● Periapical: - Necrose pulpar e invasão bacteriana subsequente do tecido periapical; Paciente deveria realizar uma exodontia. - Localização: - A infecção se dissemina através do osso esponjoso até encontrar uma lâmina cortical - Se a lâmina cortical for fina ela perfura o osso e penetra os tecidos moles - A espessura do osso que cobre o ápice do dente - Relação do local da perfuração no osso com inserções musculares da maxila e mandíbula. - Depende de alguns fatores: - Depende do dente envolvido - Depende da cortical óssea - Depende das inserções musculares - Depende do agente agressor (bactéria) - Progressão da infecção: - Dente ou periodonto → Espaço medular → Osso esponjoso → Osso Cortical (se dissemina pela a via de menor resistência) - Princípios da terapia: Determinar a gravidade dessa doença História completa da doença e realizar um exame físico. - História completa - Queixa principal - Tempo e progressão da infecção - Sinais e sintomas (dor, edema, calor, rubor e perda da função) - Perguntar como o paciente se sente (fadigado enjoado) -Tratamentos médicos e/ou automedicação. Eduarda Feitosa - Exames físicos: - Coleta dos sinai vitais (frequência respiratória, temperatura, pressão arterial) - Exame extra-oral (palpação da região da cabeça e pescoço) - Exame intra-oral (busca da causa específica - edema) - Exame radiográfico - origem da infecção - Celulite X Abscesso. ● Osteíte periapical: Sensação de extrusão dentárias, dor à mastigação e percussão (extremidade do espelho clínico e bate para saber se sente dor) ● Celulite (fleimão): Edema difuso, dor exacerbada, limitação funcional, quadro mais grave ● Abscesso: Edema mais localizado, menor limitação funcional e quadro menos grave (pode causar necrose). - Celulite X Abscesso 1- celulite 2-abscesso - Critérios para encaminhamento a um especialista - Infecções de progressão muito rápida - Dificuldade de respiração - Dificuldade de deglutição - Envolvimento dos espaços fasciais - Temperatura corporal elevada - Aparência tóxica - Comprometimento das defesas do hospedeiro - Endodôntico - Extração - Incisão e drenagem Obs: celulite com tumefação mole, pastosa e difusa não respondem aos procedimentos de incisão e drenagem. ● Propagação das infecções odontogênicas O que são? - São área revestidas pelas fáscias que podem ser perfuradas ou distendidas pelo exsudato purulento - Essas áreas são espaços potenciais que não existem em pessoas saudáveis, mas que se tornam cheios durantes as infecções - Espaços virtuais - Limitados por fáscias - Preenchidos por gorduras ou tecido conjuntivo frouxo - Possuem pouca vascularização - Fácil propagação da infecção - Espaços fasciais: Espaço facial primário: → Maxilar: Vestibular Canino Infratemporal Bucal Eduarda Feitosa → Mandibular: Vestibular Submentoniano Sublingual Submandibular Bucal Espaço facial secundário: Massetérico Pterigomandibular Temporal → Cervical: Faríngeo lateral Retrofaríngeo. Propagação - espaços fasciais primários ➔ MAXILARES: 1. Espaço canino - Localização: entre o músculo elevador do ângulo da boca e elevador do lábio superior - Quando esse espaço é infectado, há um aumento de volume na região anterior da face, que oblitera o sulco nasolabial - Sua drenagem geralmente ocorre no canto interno do olho 1. Espaço bucal - Localização: envolve os dentes maxilares, limitado pela pele da face no seu aspecto lateral e pelo o músculo bucinador no seu aspecto medial - A maioria das infecções do bucal são causadas pelos dentes maxilares, principalmente molares - Geralmente, o envolvimento do espaço bucal resulta em aumento do volume abaixo do arco zigomático e acima do bordo inferior da mandíbula 1. Espaço infratemporal - Localização: se situa posteriormente a mandíbula, sendo limitado medialmente pela lâmina lateral do processo pterigóide do osso esfenóide - Quando infectado, geralmente é o terceiro molar maxilar. ↳ As infecções maxilares também podem causar celulite orbitária e periorbitária ou trombose do seio cavernoso ↳ Essas infecções são sérias e requerem tratamento médico agressivo e intervenção cirúrgica, pois apresentam alta taxa de mortalidade. ➔ MANDIBULARES 1. Bucal 2. Submentual 3. Submandibular 4. Sublingual 1. Espaço bucal - Localização: envolve os dentes maxilares, limitado pela pele da face no seu aspecto lateral e pelo o Eduarda Feitosa músculo bucinador no seu aspecto medial - A maioria das infecções do bucal são causadas pelos dentes maxilares, principalmente molares - Geralmente, o envolvimento do espaço bucal resulta em aumento do volume abaixo do arco zigomático e acima do bordo inferior da mandíbula 2. Espaço submentual - Localização: entre os ventres posteriores do músculo digástrico e entre o músculo milo-hióideo e a pele suprajacente - É infectado primariamente pelos incisivos inferiores, e propaga-se abaixo do bordo inferior da mandíbula 3. Espaço submandibular 4. Espaço sublingual - Se limitam lateralmente pelo bordo interno da mandíbula. - São envolvidos primariamente pela perfuração lingual da infecção a partir dos molares inferiores, podendo ser a partir dos pré molares inferiores também. - O fator que determina se uma infecção é submandibular ou sublingual é a inserção do músculo milo-hióideo na face interna da mandíbula. - Espaço sublingual: a infecção perfura a cortical acima da linha milo-hióideo - Espaço submandibular: a infecção rompe a tábua óssea interna da mandíbula, abaixo da linha milo-hióideo. 3. Espaço submandibular - Localização: entre o músculo milo-hióideo e pele suprajacente e fáscia superficial - Causa aumento que se inicia na borda inferior da mandíbula e se estende madialmente ao músculo digástrico e posteriormente ao osso hióde. 4. Espaço sublingual - Localização: entre a mucosa oral do assoalho da boca e o músculo milo-hióideo - Há grande aumento de volume intra-oral do assoalho da boca ao lado da infecção - A infecção geralmente torna-se bilateral e a língua fica elevada. Angina de Ludwing - Acomete os espaços sublingual, submentoniano e submandibular bilateralmente- Sinais e sintomas: tumefação dura, difusa, dolorosa -Etiologia: dentária, corpos estranhos na cavidade oral, Eduarda Feitosa laceração na mucosa, fratura mandibular, cirurgias contaminadas, traumas penetrantes no assoalho bucal, amigdalites e até idiopáticas. - É necessário um tratamento cirúrgico imediato, porque vai fazer com que o paciente se sinta sufocado, não consegue respirar direito. - Realizar uma incisão para conseguir drenar todo o líquido na área acometida, colocando logo depois o dreno - utilizam até mesmo a luva para poder drenar. - As complicações: sequelas estéticas, edema de glote paralisia do nervo recorrente, osteomielites da mandíbula, mediastinite, meningite, pneumonia aspirativa, abscesso pulmonar, infecção e ruptura da artéria carótida, morte. Mediastinite descendente necrosante - Quando não tratado e o paciente não vai a óbito, a angina de ludwing pode evoluir para a mediastinite descendente necrosante. - A taxa de mortalidade da mediastinite é de 40%. Sinusite Odontogênica - Infecção de molares e pré-molares - Dentes no seio maxilar O tratamento é realizar uma incisão - descolamento da região para conseguir realizar uma janela óssea para remover o dente que se encontrava dentro da região de seio maxilar. ➔ Trombose do Seio Cavernoso - Localização: Base do crânio Lado sela túrcica - Relações: Veia Oftálmica inferior A. carótida interna N. oftálmico N. oculomotor N. troclear N. abducente. Propagação - Espaço fasciais primários Se não for administrado o tratamento adequado para as infecções dos espaços primários, podem disseminar-se posteriormente e envolver os espaços secundários. - Infecções mais graves - Difícil tratamento (impossibilitando de intervenção cirúrgica para drenar o exsudato purulento). 1. Espaço massetérico 2. Espaço pterigomandibular Eduarda Feitosa 3. Espaço temporal Propagação - Espaços cervicais - A disseminação para os espaços cervicais profundos podem ter sequelas sérias as quais podem ser resultados de complicações localmente induzidos, como obstrução das vias aéreas ou mediastinite ou até a morte. - Tratamento: drenagem da infecção, incisão abaixo do ponto de flutuação, colocação do dreno e sutura. Remoção da causa é essencial : exodontia (remoção completa do elemento dentário) ou endodontia. Tratamento das infecções odontogênicas - Antibioticoterapia: Penicilina Penicilina + ácido clavulânico Penicilina + metronidazol - Corticoides: Tem bastante eficácia como tratamento coadjuvante em casos de celulite. QUESTÕES Infecções odontogênicas 1. As infecções odontogênicas podem ser apresentadas através de uma celulite ou de um abscesso. Sinais e sintomas C para CELULITE e A para ABSCESSO. Sua duração é aguda - CELULITE (ABSCESSO é cronificada) Apresenta dor intensa e generalizada - CELULITE Seus limites são difusos - CELULITE (ABSCESSO limites mais circunscrito) Sua gravidade é menor - CELULITE Não apresenta pus - CELULITE As bactérias predominantes são aeróbias - CELULITE As bactérias predominantes são anaeróbias - ABSCESSO2. As infecções mais oriundas dos dentes superiores tendem a disseminar-se para algumas regiões, EXCETO: ESPAÇO DO CORPO DA MANDÍBULA. - As infecções oriundas dos dentes superiores estão em regiões de maxila, podem disseminar para regiões superiores como espaço bucal, infraorbitário e o intratemporal. 3. Apresenta-se com um aumento edemaciado periorbitário, com envolvimento das pálpebras e da conjuntiva. Há também protrusão e fixação do globo ocular, rigidez e tumefação da região frontal e nariz, ocasionando abscessos cerebrais. Trata-se da TROMBOSE DO SEIO CAVERNOSO - caracteriza-se pela presença de um trombo infectado na região do seio cavernoso, essa infecção está normalmente associada a um abscesso dentário do canino superior. Eduarda Feitosa 4. Dentre as opções a que apresenta um espaço fascial secundário é o PTERIGOMANDIBULAR - é delimitado medialmente pelo músculo pterigóideo medial, lateralmente no ramo da mandíbula e superiormente pelo músculo pterigóideo lateral. 5. As infecções odontogênicas podem se disseminar para os espaços secundários. Como o MASSETÉRICO - limitado medialmente pelo o ramo da mandíbula e lateralmente pelo o músculo masseter. Eduarda Feitosa
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