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Fatores de risco e tratamento do suicídio

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Bruna Oliveira de Paula – UFMT Medicina 
 
Psiquiatria 
Suicídio 
Existe ideação suicida e ação suicida, parte dos pensam em 
suicídio chegarão a tentar, enquanto que existe os casos que 
impulsivamente tiram sua vida sem premeditação. 
Fatores de risco 
Sexo ➔ é mais comum em mulheres 
Idade ➔ Crescente entre os jovens (15 a 24 anos), maior 
letalidade entre os idosos. 
Raça ➔ Maiores taxas em brancos comparados aos negros e 
no Brasil maior risco entre indígenas. 
Religião ➔ Menor risco entre católicos, comparados aos 
protestantes e judeus. 
Estado Civil ➔ Casados cometem menos suicídio, solteiros 2 
x mais e divorciados 4 x mais 
Ocupação ➔ Os extremos de condição social aumentam o 
risco, desemprego e crises econômicas aumentam as taxas 
de suicídio, enquanto que emprego e guerra diminuem 
Método ➔ Maior êxito com Armas de Fogo, Enforcamento 
e Salto. Homens morrem mais por usarem estes, mulheres 
tentam mais com medicamentos e venenos. Enforcamento é 
o mais frequente globalmente 
Doença Mental ➔ 95% dos suicidas tem um transtorno 
mental diagnosticado. 80% transtornos de humor, 10% 
esquizofrenia. Qualquer dos transtornos mentais associados 
ao abuso de SPA aumenta o risco. Antes dos 30 anos está 
relacionado mais a fatores sociais e após os 30 anos com 
doenças. Ocorre suicídio mais frequentemente em até 6 
meses da alta. Mais da metade dos enfermos mentais 
quando se matam estão sem tratamento e entre os que 
estão em tratamento, este é aquém das necessidades. 
Tentativa Anterior ➔ 40% das pessoas que morrem por 
suicídio haviam tentado antes, sendo um forte indicador de 
maior risco de suicídio. 
Comportamento parassuicida 
Descreve os pacientes que se ferem mediante automutilação 
como cortar ou queimar a pele. É mais frequente em 
mulheres. Não tem a intensão de morrer, mas referem que 
seria para por raiva de si mesmas ou de outros, alívio de 
tensão ou desejo de morrer. Grande parte dos cortadores 
tem transtorno de personalidade, abuso de álcool ou SPA 
são comuns, e a maioria já tentou suicídio. 
Prognostico / risco 
Divide-se em ALTO e BAIXO risco. Destacam-se com alto 
risco: 
➢ 45 anos 
➢ Homem 
➢ Alcoolismo 
➢ Comportamento Violento / Impulsivo 
➢ Tentativas anteriores 
➢ Hospitalização Psiquiátrica Prévia 
Entrevista 
É preciso perguntar sobre suicídio ou desejo de morrer aos 
pacientes com enfermidade mental, principalmente os que 
foram trazidos por outrem para consulta. Valorizar quando 
existe planejamento concreto do modus operandi e 
tranquilizar quando presente fatores protetores. 
Fatore Protetores: 
• Ter cônjuge 
• Ter trabalho ou renda 
• Ter prole 
• Ter religiosidade 
Tratamento 
O tratamento pode ser Ambulatorial ou Hospitalar, vai 
depender dos fatores que demonstram alto ou baixo risco. 
O tratamento em si é o tratamento dos transtornos 
psiquiátricos de base, além do comprometimento familiar e 
do paciente, que deve inclusive assinar um contrato escrito 
se comprometendo em tratar para evitar o suicídio. 
Hospitalização – Indicada para os casos de alto risco, pode 
ser voluntária, mas será involuntária quando existir risco para 
si ou estado de alienação mental. Receberão antidepressivos 
e antipsicóticos, além de outros indicados conforme o 
transtorno mais psicoterapia. 
Prestar atenção, quando ausência de suporte familiar, 
presença de psicose ou desesperança, indicar Internação. 
Qualquer das últimas, existindo comprometimento familiar 
(por escrito) de vigilância 24 h/dia e supervisão do 
tratamento, poderá se optar pelo tratamento ambulatorial. 
Bruna Oliveira de Paula – UFMT Medicina 
 
Carbonato de Lítio – estranhamente neste capitulo o Kaplan 
não fala sobre o uso de estabilizadores de humor, mas já 
largamente descrito na literatura, que o carbonato de lítio é o 
medicamento mais bem estabelecido em diminuir as taxas de 
suicídio, em qualquer diagnostico. 
Tratamento Ambulatorial – Pacientes de baixo risco ou 
mesmo os de alto risco que a família se compromete, tente 
apanhar assinatura do paciente e familiares desse 
compromisso e, podendo, disponibilizar seu telefone para 
ligar quando considerarem que estão fracassando em 
controlar o impulso suicida, porém na atualidade, melhor 
referenciar para o serviço de emergência, que fará contensão 
química e pedirá avaliação da psicologia e psiquiatria. 
Os pacientes deprimidos suicidas devem ser aconselhados de 
evitar tomadas de decisões ou mudanças durante esta fase, 
pois as condutas podem ser determinadas pela doença e 
depois se irrevogáveis pode gerar angustia e mais sofrimento. 
Cuidado com o SUICÍDIO PARADOXAL que pode ocorrer 
com a melhora inicial do tratamento quando o paciente fica 
energizado antes de melhorar a esperança ou quando o 
paciente em uma súbita e estupenda melhora, quando na 
verdade, ele tomou uma decisão em segredo que cometerá o 
suicídio. 
Aspetos práticos 
Paciente em Consultório / Ambulatório – Se baixo risco, 
comprometer o paciente, garantir agendamento com a 
psicologia e retorno médico, iniciar medicamento cabível ao 
diagnóstico e associar lítio. De alto risco temos que chamar a 
família para decidir quanto a internação ou tratamento 
ambulatorial com compromisso, que além do tratamento de 
baixo risco, incluir antipsicóticos para maior contensão do 
paciente. 
Paciente em Pronto Socorro – Se de baixo risco (os não 
tentados ou primeira tentativa e de baixa intensidade), 
proceder como em consultório, evitando uso de 
antidepressivos, mais importante indicar o lítio e/ou 
neuroléptico (antipsicótico) em baixa dose para sedação. 
Quando de Alto Risco temos que manter em observação ou 
internamento, mesmo que no hospital geral se indisponível 
ala psiquiátrica, até avaliações com a psicologia ou psiquiatria 
e até que se tenha condições de comprometimento da 
família. 
Quando não houver família, caberá ao médico decidir pelo 
paciente de alto risco e o serviço social fazer busca ativa de 
familiares. 
 
 
No Pronto Socorro: 
➔ Alto Risco – Internação ou Avaliação Especializada + lítio 
+ antidepressivo + Específico + Família 
➔Baixo Risco – Receitar Lítio e Neuroléptico SN + 
Encaminhar para Psicologia e Consultório 
No Consultório: 
➔ Alto Risco – Encaminhar para Internação, a menos que 
família compromissada. Em casa – Vigilancia 24 h/dia, 
Específico + Lítio + Neuroléptico + Garantir acesso ao 
serviço de urgência + Retorno. 
➔Baixo Risco – Pode tratar sem presença familiar – 
Específico + Lítio + Garantir acesso ao serviço de urgência 
+ Retorno. 
Exceções 
Pacientes portadores de transtorno de personalidade 
borderline, em regra tem muitas tentativas, mas de baixa 
intensidade e baixa letalidade, vai continuar tentando por 
toda vida, importante não os desafiar. 
Pacientes litigantes com o sistema previdenciário 
frequentemente buscam internamento as vésperas de 
pericias com incongruências entre o que é verbalizado e o 
que é verificado pelo médico, intoxicações sem os achados 
típicos (p. ex. tomou uma caixa de Rivotril e não tem 
qualquer sedação), deve ser conversado com a família e 
evitar internamento, descrever fielmente o quadro e 
entregar ao paciente ou responsável legal. 
Na esquizofrenia até 10% dos portadores morrem por 
suicídio, mas apenas 1% da população tem esta doença, 
então humor é a maior causa de suicídio, pois a incidência de 
depressão é muito maior, fazendo com que 80% dos 
suicídios seja por transtorno de humor.

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