Buscar

Vigilância Epidemiológica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 
 
PS3 - EPIDEMIOLOGIA 
AULA 2 
Vigilância Epidemiológica 
 HISTÓRIA 
• Século XIV: A Vigilância Epidemiológica (VE) 
começou a partir dos métodos de quarentena, 
devido a epidemia de peste na Europa. 
• John Snow (1849): Estudou toda a trajetória do 
modo de transmissão da epidemia de Cólera na 
Inglaterra, mesmo sem ter conhecido do agente 
etiológico. 
• William Farr (1838-1880): Organizou o primeiro 
sistema de coleta de dados de mortalidade por 
Cólera na Inglaterra e País de Gales. 
• 1950: O termo Vigilância Epidemiológica é 
instituído, sendo considerado o monitorado de 
casos de uma doença infectocontagiosa de grande 
magnitude. Deixando de estar voltada para o 
indivíduo em isolamento. 
• Langmuir (1963): Definição de Vigilância 
Epidemiológica como “coleta, análise e difusão de 
dados sobre enfermidades específicas”, não 
contemplando diretamente ações de controle. 
• XXI Assembléia Mundial de Saúde (1968): Amplia 
o conceito de Vigilância Epidemiológica, com a 
inclusão de informações de saúde em geral (fatores 
de risco, incapacidades e práticas de saúde). 
• Década de 60: Ênfase nas doenças transmissíveis. 
• Década de 70: A Organização Pan Americana da 
Saúde (OPAS) introduz o conceito de Vigilância 
Epidemiológica na América Latina. 
 
 HISTÓRIA NO BRASIL 
• Início da década de 70: Atividades de Vigilância 
Epidemiológica incorporadas pelos serviços de 
saúde na campanha de erradicação da varíola. 
• 1973: Criação do Programa Nacional de Imunização 
(PNI) (Lei 6.259), devido a necessidade de controle 
das doenças imunopreviníveis. Com o objetivo de 
avaliar o processo de vacinação, se a incidência e a 
mortalidade diminuiriam. 
• 1974: Redefinição conceitual da VE, passando a ser 
“conjunto de atividades que reúnem informações 
para conhecer o comportamento ou a história 
natural da doença, detectar mudanças ou não e 
analisar fatores condicionantes, durante um período 
de tempo, com o intuito de recomendar medidas de 
prevenção eficientes e conseguir controlar a 
doença”. 
• 1975: A partir da V Conferência Nacional de Saúde 
foi instituído o Sistema Nacional de Vigilância 
Epidemiológica (SNVE) pela Lei 6.259 e 
regulamentado em 1976. 
→ Doenças sujeitas ao Regulamento Sanitário 
Internacional (varíola, febre amarela, pele e 
cólera); 
→ Doenças vinculadas ao Programa Nacional de 
Imunização (poliomielite, sarampo, tétano, 
difteria, coqueluche, raiva, doença 
meningocócica); 
→ Doenças controláveis através de ações 
coordenadas por órgãos específicos do 
Ministério da Saúde (malária, hanseníase e 
tuberculose); 
→ Meningites em geral; 
→ Estruturação da VE em órgãos e coordenadorias 
no nível nacional, centrado nas doenças 
transmissíveis. 
• Final da década de 70: Lançado 1º manual pelo 
Ministério da Saúde (MS) detalhando a estrutura do 
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e 
suas competências. 
• 1978: Conferência Mundial de Alma Ata enfatiza o 
papel da epidemiologia como disciplina básica da 
Saúde Pública. Marco do início da epidemiologia no 
ensino médico. 
• Década de 80: Marcada por importantes eventos 
que contribuíram para a consolidação da VE. 
→ Campanhas Nacionais de Vacinação 
Antipoliomielítica; 
→ Desenvolvimento da produção de vacinas em 
laboratórios importantes, como Fiocruz/RJ e 
Butantan/SP. 
→ Novo Manual de Vigilância Epidemiológica do 
Ministério da Saúde. 
• Fim da década de 80: Ampliação para o conceito de 
Vigilância em Saúde, pois não se tratava apenas de 
doenças infecciosas. Deu-se início ao 
acompanhamento de doenças crônicas, condições 
de vida, trabalho da população, atividades de lazer. 
 
 
RESUMO 
1. Segregação, focada na quarentena; 
2. Foco em campanhas; 
3. Foco em doenças transmissíveis; 
4. Foco também em doenças crônicas. 
 
2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 2 
 
 
 
 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E O SUS 
• Lei Orgânica da Saúde (Lei nº8.080 de 19 de 
setembro de 1990): Organiza o Sistema Único de 
Saúde (SUS) em 1990 e dispõe sobre as condições 
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, 
a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes. 
→ O SUS é o conjunto de ações e serviços de saúde, 
prestados por órgãos e instituições públicas 
federais, estaduais e municipais, da 
administração direta e indireta e das fundações 
mantidas pelo Poder Público. 
→ O SUS tem como objetivos a execução de ações 
de Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, 
Saúde do Trabalhador e Assistência Terapêutica 
Integral. 
→ Ampliação da vigilância, iniciando o controle 
para doenças não transmissíveis (DANT), não 
sendo mais restrita às doenças transmissíveis ou 
de notificação compulsória (DNC). 
 
 
 
 
 
 A VIGILÂNCIA 
A vigilância, no geral, é a ferramenta metodológica 
mais importante para prevenção e controle de 
doenças em saúde pública. Já que, não existem ações 
com esses intuitos que não estejam embasadas sobre 
sistemas de vigilância epidemiológica. 
 
PREMISSAS BÁSICAS 
• A distribuição dos agravos à saúde é produto da 
ação de fatores que se distribuem desigualmente na 
população. 
• O conhecimento dos fatores determinantes das 
doenças permite a aplicação de medidas preventivas 
e curativas direcionada a alvos específicos. 
 
 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (VE) 
“Conjunto de ações que proporcionam o 
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer 
mudança nos fatores determinantes e 
condicionantes de saúde individual ou coletiva, com 
a finalidade de recomendar e adotar as medidas de 
prevenção e controle das doenças ou agravos.” 
(Lei Orgânica da Saúde – Lei nº8.080 de 19 de setembro de 1990) 
 
ATIVIDADES DA VE 
• Coleta, consolidação; 
• Investigação epidemiológica; 
• Interpretação de dados e análise de informação; 
• Recomendação e adoção de medidas de controle; 
• Avaliação do sistema de vigilância epidemiológica; 
• Retroalimentação e divulgação de informações. 
 
 SISTEMA NACIONAL DE VE (SNVE) 
O SNVE compreende o conjunto interarticulado 
de instituições do setor público e privado 
componentes do SUS, que direta ou indiretamente, 
notificam doenças e agravos, prestam serviços a 
grupos populacionais ou orientam a conduta a ser 
tomada no controle delas. 
Esse sistema visa uma reorganização operacional, 
segundo os princípios de descentralização e 
integralidade das ações definidas no SUS. Dessa forma, 
estabelece como prioridade o fortalecimento de 
sistemas municipais de VE, dotados de autonomia 
técnico-gerencial para enforcar os problemas de 
saúde próprios de suas respectivas áreas de 
abrangência. 
• Heterogeneidade no rol de doenças e agravos sob 
vigilância no nível municipal; 
• Incorporação gradativa de novas doenças e agravos, 
inclusive doenças não transmissíveis; 
• Fluxos de informação atendendo às necessidades do 
sistema local, porém sem prejuízo da transferência 
de informações para outros níveis do sistema; 
TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E 
DEMOGRÁFICA 
Na metade da década de 70, ocorreram 
mudanças no perfil epidemiológico das populações, 
pois tivemos uma redução das taxas de 
mortalidade por doenças infecciosas e 
parasitárias, e um aumento das mortes por 
doenças crônico-degenerativas. 
Por esse motivo, na década de 80, tivemos o 
acréscimo da vigilância das doenças não 
transmissíveis e por causas externas. 
PRINCÍPIOS E DIRETRIZES DO SUS 
• Universalidade de acesso aos serviços de saúde 
em todos os níveis de assistência; 
• Integralidade da assistência; 
• Equidade no tratamento das pessoas, visando oatendimento que leva em consideração suas 
necessidades individuais; 
• Utilização da epidemiologia para o 
estabelecimento de prioridades, alocação de 
recursos e orientação programática; 
• Descentralização dos serviços para os 
municípios; 
• Regionalização e hierarquização da rede de 
serviços de saúde; 
• Resolutividade em todos os níveis de 
assistência. 
2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 3 
 
• Construção de programas de controle localmente 
diferenciados, respeitadas as bases científicas de 
referência nacional; 
• Informação para a ação. 
 
 VIGILÂNCIA DA SAÚDE (VS) 
“Conjunto de ações voltadas para o 
conhecimento, a previsão, a prevenção e o 
enfretamento continuado de problemas de saúde 
selecionados e relativos aos fatores e condições de 
risco, atuais e potenciais, e aos acidentes, incapacidade, 
doenças, incluindo as zoonoses, e outros agravos à 
saúde de uma população num território 
determinado.” 
(III Congresso Brasileiro de Epidemiologia - 1995) 
 
É uma proposta de reorganização das práticas de 
saúde que busca adequar as ações e serviços à 
situação concreta da população de cada território 
definida em função das características 
epidemiológicas, sanitárias e ambientais visando a 
integralidade do cuidado à saúde. 
 
 VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL (VSA) 
Consiste em um conjunto de ações que 
proporcionam o conhecimento e a detecção de 
mudanças nos fatores determinantes e 
condicionantes do meio ambiente, que interferem na 
saúde humana. 
Tem como objetivo identificar as medidas de 
prevenção e controle dos fatores de risco ambientais 
relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde. 
Portanto, possui como papel a vigilância 
epidemiológica das doenças e agravos à saúde humana, 
associados a contaminantes ambientais, como a 
exposição a agrotóxicos, amianto, mercúrio, benzeno e 
chumbo. Além disso, possuem diferentes áreas de 
atuação: 
• Vigilância da qualidade da água para o consumo 
humano (Vigiágua); 
• Vigilância em saúde de populações expostas a 
poluentes atmosféricos (Vigiar); 
• Vigilância em saúde de populações expostas a 
contaminantes químicos (Vigipeq); 
• Vigilância em saúde ambiental relacionada aos 
riscos decorrentes de desastres (Vigidesastres); 
• Vigilância em saúde ambiental relacionada aos 
fatores físicos (Vigifis). 
 
 NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
A notificação compulsória consiste em 
comunicação obrigatória à autoridade sanitária da 
ocorrência de determinada doença ou agravo à 
saúde ou surto, realizada por médicos ou qualquer 
profissional de saúde, visando à adoção das medidas de 
intervenção pertinentes. 
Elas são realizadas de acordo com o calendário 
epidemiológico, definido pelo MS anualmente. As 
semanas epidemiológicas são contadas de domingo à 
sábado. A primeira semana do ano é aquela que contém 
o maior número de dias de janeiro e a última a que 
contém o maior número de dias de dezembro. 
• Notificação compulsória imediata (NCI): 
Notificação compulsória realizada em até 24 horas, a 
partir do conhecimento da ocorrência de doença, 
agravo ou evento de saúde pública, pelo meio de 
comunicação mais rápido possível; 
• Notificação compulsória semanal (NCS): 
Notificação compulsória realizada em até 7 dias, a 
partir do conhecimento da ocorrência de doença ou 
agravo; 
• Notificação compulsória negativa: Caso o serviço 
de vigilância não identifique nenhum registro de 
doença de notificação compulsória dentro da 
semana epidemiológica, deve proceder ao 
preenchimento da ficha de notificação negativa. 
 
FICHA SINAN 
O Sistema Nacional de Agravos de Notificação 
(SINAN), fornece fichas de investigação epidemiológica 
específicas para cada agravo. Nelas temos: 
• Dados de identificação; 
• Dados de anamnese e exame físico; 
• Suspeita diagnóstica; 
• Informações gerais sobre o agravo, 
• Exames complementares; 
• Origem da transmissão (período de incubação, 
presença de outros casos na localidade, presença de 
vetores, grupo etário mais acometido, fontes de 
contágio comum, modos de transmissão, época de 
ocorrência). 
 
A notificação é sigilosa e deve ser realizada ainda 
na fase de suspeita, não aguardando a confirmação do 
caso, pois isso pode implicar a perda da oportunidade 
de adotar as medidas de prevenção e controle 
indicadas. 
Após a notificação de um novo caso, é feita a busca 
ativa de casos, pois podem existir outros casos que não 
foram notificados. 
 
QUANDO NOTIFICAR? 
• Suspeita de qualquer doença ou agravo de 
notificação; 
• Oportunidade para a adoção de medidas de 
prevenção e controle; 
Confirmação do diagnóstico; 
2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 4 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTÂNCIA DA NOTIFICAÇÃO 
• Serve como ponto de partida para investigação de 
casos suspeitos de doenças; 
• Serve para averiguação das falhas nas medidas de 
controle adotadas; 
• Fornecimento, junto com os dados de outros fontes, 
de elementos para a composição de indicadores; 
• Avaliação do impacto das medidas de controle. 
 
IMPORTÂNCIA DA BUSCA ATIVA 
• Busca por casos secundários de doenças de 
notificação compulsória; 
• Busca ativa de casos primários; 
• Interromper a cadeia de transmissão da doença das 
medidas de controle pertinentes a cada tipo de 
doença; 
• Utilizada nos programas de eliminação/erradicação; 
• Situações alarmantes (epidemias). 
 
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE DOENÇAS DE 
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA 
• Magnitude: Frequência, grandes continentes, alta 
incidência, prevalência, mortalidade e anos 
potenciais de vida perdidos. 
• Potencial de disseminação: Alta transmissibilidade. 
• Transcendência: Severidade, alta letalidade, 
hospitalização e sequela, relevância social, relevância 
econômica (restrição comercial, custo 
diagnóstico/tratamento). 
• Vulnerabilidade: Fácil ou difícil de prevenir e 
controlar. 
• Compromissos: Internacionais e regulamento 
sanitário internacional (OPAS e OMS). 
• Epidemias: Surtos e agravos inusitados. 
 
DEFINIÇÃO DE CASO COM PROPÓSITO DE 
VIGILÂNCIA 
• Caso suspeito: Pessoa cuja história clínica e 
epidemiológica, sintomas e possível exposição a 
uma fonte de infecção/contaminação sugerem estar 
desenvolvendo ou em vias de desenvolver alguma 
doença. 
• Caso confirmado: Pessoa de que foi isolado e 
identificado o agente etiológico ou de quem foram 
obtidas outras evidências epidemiológicas ou 
laboratoriais da presença do agente etiológico. A 
confirmação do caso está condicionada, sempre, à 
observância dos critérios estabelecidos, para a sua 
definição, pelo sistema de vigilância. 
• Caso descartado: Pessoa que não preenche os 
critérios de confirmação e compatibilidade, ou para 
a qual é diagnosticada outra patologia que não 
aquela que se está apurando. 
2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 5 
 
 TIPOS DE VE 
• Passiva: Baseada na notificação de doenças pelo 
profissional de saúde e outros profissionais, sendo 
elas voluntárias e espontâneas, que ocorrem na 
rotina de saúde através da Ficha de Notificação 
Individual. 
• Ativa: Baseada na busca ativa de casos em 
prontuários, domicílios, escolas, creches, 
comunidades ou população institucionalizada. 
Também utilizada em situações alarmantes ou em 
programas de erradicação ou controle prioritários. 
→ Ex: HIV/AIDS, rubéola, dengue, eliminação do 
sarampo. 
• Sindrômica: Sentinela para eventos sindrômicos, 
como infecções congênitas. É a vigilância de um 
grupo de doenças que apresentam sinais, sintomas 
e fisiopatologia comuns a etiologias diversas. 
→ Ex: Síndrome diarréica aguda, síndrome ictérica 
aguda, síndrome dainsuficiência renal. 
• Sentinela: Sistemas de sentinelas de informações, 
formada por um estabelecimento de saúde 
estratégico, capazes de monitorar indicadores-chave 
que sirvam de alerta precoce de agravos para o 
sistema de vigilância, focaliza o local notificante 
(hospitais, clínicas, laboratórios etc.). 
→ Ex: Hospitais que atendem determinadas 
síndromes ou má formações; aeroportos para 
detecção de influenza; laboratórios para 
detecção de hepatite B e C 
 
Lista Nacional de Doenças e Agravos a serem 
monitorados pela Estratégia de Vigilância Sentinela 
 
Nº DOENÇA OU AGRAVO 
I. Vigilância em Saúde do Trabalhador 
1 Câncer relacionado ao trabalho 
2 Dermatoses ocupacionais 
3 Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios 
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho 
(LER/DORT) 
4 
Perda Auditiva Induzida por Ruído - PAIR 
relacionada ao trabalho 
5 Pneumoconioses relacionadas ao trabalho 
6 Transtornos mentais relacionados ao trabalho 
II. Vigilância de doenças de transmissão 
respiratória 
1 Doença pneumocócica invasiva 
2 Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) 
3 Síndrome Gripal (SG) 
III. Vigilância de doenças de transmissão 
hídrica e/ou alimentar 
1 Rotavírus 
2 Doença Diarreica Aguda 
3 Síndrome Hemolítica Urêmica 
IV. Vigilância de doenças sexualmente 
transmissíveis 
1 Síndrome do Corrimento Uretral Masculino 
V. Síndrome neurológica pós infecção febril 
exantemática 
 
 DADOS EPIDEMIOLÓGICOS 
TIPOS DE DADOS 
• Dados demográficos e ambientais; 
• Morbidade; 
• Mortalidade; 
• Notificações de surtos ou epidemias; 
• Notificações de agravos inusitados (surgimento de 
uma doença desconhecida). 
 
FONTES DE DADOS 
• Notificação (passiva, busca ativa ou centros 
sentinelas); 
• Laboratórios (de referência ou hemocentros); 
• Declaração de óbitos; 
• Investigação epidemiológica; 
• Estudos epidemiológicos; 
• Imprensa; 
• População. 
 
BASES DE DADOS PARA VE 
• Estatísticas vitais de nascidos vivos e óbitos: 
→ Sistema de Informações de Nascidos Vivos 
(SINASC); 
→ Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) 
• Dados de morbidade (doenças): 
→ Sistema Nacional de Agravos de Notificação 
(SINAM); 
→ Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB); 
→ Sistema de Informação Hospitalar (SIH); 
→ Sistema de Informação Ambulatorial (SIA-SUS). 
• Fatores de Risco. 
• Dados demográficos, socioeconômicos e 
ambientais. 
• Notificação de surtos e epidemias. 
• Notificação de centros sentinelas. 
 
 INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 
É um trabalho de campo, realizado a partir de 
casos notificados, clinicamente declarados ou suspeitos, 
e seus contatos, que tem por principal objetivo: 
• Esclarecer a ocorrência do agravo através da 
identificação da fonte de infecção, o modo de 
2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 6 
 
transmissão, os grupos expostos ao maior risco e os 
fatores de risco; 
• Confirmar o diagnóstico e determinar as principais 
características epidemiológicas. 
• Quantificar o problema; 
• Prevenir casos adicionais; 
• Ampliar o conhecimento sobre o referido agravo; 
• Servir como ferramenta de capacitação no serviço; 
• Alterar as condições do risco sanitários encontrado; 
• Avaliar as estratégias de prevenção e controle; 
• Produzir recomendações para prevenção de eventos 
futuros similares. 
 
ROTEIRO DE INVESTIGAÇÃO DE CASOS 
1. Coleta de dados sobre os casos: 
• Identificação do paciente; 
• Anamnese e exame físico; 
• Suspeita diagnóstica; 
• Exames laboratoriais. 
2. Busca de pistas: 
• Fontes de infecção (água, alimentos, ambiente 
insalubre etc.); 
• Período de incubação do agente; 
• Modos de transmissão (respiratória, sexual, 
vetorial etc.); 
• Faixa etária, sexo, raça e grupos sociais mais 
acometidos (características biológicas e sociais); 
• Presença de outros casos na localidade 
(abrangência da transmissão); 
• Possibilidade da existência de vetores ligados à 
transmissão da doença; 
• Fatores de risco (época em que ocorreu, 
ocupação do indivíduo, situação de saneamento 
na área de ocorrência dos casos, condição de vida 
etc.); 
• Análise da área de procedência dos casos 
(hábitos alimentares, aspectos socioeconômicos 
etc.); 
• Potenciais riscos ambientais (físicos, químicos, 
biológicos etc.). 
 
 
 SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA 
• Vigilância das Meningites ou Doença 
Meningocócica (RJ): O caso é notificado através 
dos serviços de saúde ou comunidade, adentra uma 
unidade local, é feita uma investigação em 24 horas 
(deve ser feita até 48 horas). Com isso, é preenchida 
a Ficha de Investigação (FIE-SINAM) e ela é 
encaminha ao nível central. A partir da ficha é dado 
o diagnóstico e o caso é confirmado ou descartado. 
• Vigilância das Hepatites B e C (RJ): Extremamente 
complexo, sendo necessária notificações de 
diferentes instâncias. 
 
 LIMITAÇÕES DA VE 
A Vigilância Epidemiológica é de extrema 
importância, no entanto, depende do fornecimento de 
dados e notificações, que nem sempre são realizados de 
maneira correta ou completa. 
Isso ocorre, devido ao desconhecimento do 
profissional e da população, quanto a importância e 
as ações realizadas pela VE. Além disso, o descrédito nos 
serviços de saúde, a falta de acompanhamento e 
supervisão das redes de serviço e a ausência de 
retroalimentação dos dados coletados, corroboram 
para a desvalorização da VE. 
 
 EPIDEMIOLOGIA HOSPITALAR 
A portaria 2.529 de 23 de novembro de 2004 
institui a vigilância epidemiológica de agravos 
inusitados à saúde, surtos e doenças de notificação 
compulsória em âmbito hospitalar. 
 
IMPORTÂNCIA DA VE HOSPITALAR 
• Porta de entrada de agravos inusitados; 
• Sentinela para surtos e epidemias; 
• Diagnóstico etiológico, inclusive post mortem; 
• Busca ativa de casos (revisão de boletins e 
prontuários); 
• Vigilância sentinela; 
• Análise de óbitos; 
• Análise de indicadores hospitalares, através da 
avaliação de serviços; 
• Interface com a Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH); 
• Vigilância e assistência aos acidentes com material 
biológico. 
 
 
• Farmacovigilância: Identificar e avaliar os efeitos 
do uso agudo ou crônico dos tratamentos 
farmacológicos no conjunto da população ou 
subgrupos de pacientes expostos a determinados 
tratamentos. 
• Hemovigilância: Recolher e avaliar informações 
sobre efeitos indesejáveis ou inesperados da 
utilização de hemocomponentes a fim de prevenir 
seu aparecimento ou recorrência. 
• Tecnovigilância: Estudar, analisar e investigar o 
somatório de informações reunidas a respeito do 
desemprenho de um produto durante a fase pós-
comercialização (equipamentos, materiais, artigos 
médico-hospitalares, implantes e produtos para 
diagnóstico de uso in-vitro). 
2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 7 
 
LISTA NACIONAL DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE DOENÇAS, AGRAVOS E EVENTOS DE SAÚDE PÚBLICA 
Nº DOENÇA OU AGRAVO (Ordem alfabética) 
Periodicidade de notificação 
Imediata (até 24 horas) para* 
Semanal 
MS SES SMS 
1 
a. Acidente de trabalho com exposição a material biológico X 
b. Acidente de trabalho: grave, fatal e em crianças e adolescentes X 
2 Acidente por animal peçonhento X 
3 Acidente por animal potencialmente transmissor da raiva X 
4 Botulismo X X X 
5 Cólera X X X 
6 Coqueluche X X 
7 a. Dengue - Casos X 
 b. Dengue - Óbitos X X X 
8 Difteria X X 
9 a. Doença de Chagas Aguda X X 
 b. Doença de Chagas Crônica X 
10 Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ) X 
11 a. Doença Invasiva por "Haemophilus Influenza" X X 
 b. Doença Meningocócica e outras meningites X X 
12 Doenças com suspeita de disseminação intencional:a. Antraz pneumônicob.Tularemiac. Varíola X X X 
13 
Doenças febris hemorrágicas emergentes/reemergentes:a. Arenavírusb. Ebolac. Marburgd. Lassae. 
Febre purpúrica brasileira 
X X X 
14 
a. Doença aguda pelo vírus Zika X 
b. Doença aguda pelo vírus Zika em gestante X X 
c. Óbito com suspeita de doença pelo vírus Zika X X X 
15 Esquistossomose X 
16 
Evento de Saúde Pública (ESP) que se constitua ameaça à saúde pública (ver definição no art. 2º 
desta portaria) 
X X X 
17 Eventos adversos graves ou óbitos pós vacinação X X X 
18 Febre Amarela X X X 
19 
a. Febre de Chikungunya X 
b. Febre de Chikungunya em áreas sem transmissão X X X 
c. Óbito com suspeita de Febre de Chikungunya X X X 
20 Febre do Nilo Ocidental e outras arboviroses de importância em saúde pública X X X 
21 Febre Maculosa e outras Riquetisioses X X X 
22 Febre Tifoide X X 
23 Hanseníase X 
24 Hantavirose X X X 
25 Hepatites virais X 
26 
HIV/AIDS - Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana ou Síndrome da Imunodeficiência 
Adquirida 
 X 
27 
Infecção pelo HIV em gestante, parturiente ou puérpera e Criança exposta ao risco de transmissão 
vertical do HIV 
 X 
28 Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) X 
29 Influenza humana produzida por novo subtipo viral X X X 
30 
Intoxicação Exógena (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais 
pesados) 
 X 
31 Leishmaniose Tegumentar Americana X 
32 Leishmaniose Visceral X 
33 Leptospirose X 
2 0 2 0 . 2 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 8 
 
34 
a. Malária na região amazônica X 
b. Malária na região extra-amazônica X X X 
35 Óbito:a. Infantilb. Materno X 
36 Poliomielite por poliovirus selvagem X X X 
37 Peste X X X 
38 Raiva humana X X X 
39 Síndrome da Rubéola Congênita X X X 
40 Doenças Exantemáticas:a. Sarampob. Rubéola X X X 
41 Sífilis:a. Adquiridab. Congênitac. Em gestante X 
42 Síndrome da Paralisia Flácida Aguda X X X 
43 Síndrome Respiratória Aguda Grave associada a Coronavírusa. SARS-CoVb. MERS- CoV X X X 
44 Tétano:a. Acidentalb. Neonatal X 
45 Toxoplasmose gestacional e congênita X 
46 Tuberculose X 
47 Varicela - caso grave internado ou óbito X X 
48 
a. Violência doméstica e/ou outras violências X 
b. Violência sexual e tentativa de suicídio X 
Legenda: MS (Ministério da Saúde), SES (Secretaria Estadual de Saúde) ou SMS (Secretaria Municipal de Saúde)

Outros materiais