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NERVOS PERIFÉRICOS

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NERVOS PERIFÉRICOS 
MORFOFUNCIONAL 
 
ORGANIZAÇÃO DO NERVO PERIFÉRICO 
O principal componente estrutural do nervo periférico é a fibra nervosa (um axônio com sua bainha de mielina e 
células de Schwann). Um nervo é composto por numerosas fibras agrupadas em fascículos por bainhas de tecido 
conjuntivo. As fibras nervosas mielinizadas e as desmielinizadas encontram-se misturadas dentro do fascículo. Os 
axônios do sistema nervoso periférico são mielinizados em seus 
segmentos (entre os nós) e separados pelos nós de Ranvier. Uma 
única célula Schwann fornece a bainha de mielina para cada 
segmento entre os nós. Os axônios desmielinizados são muito 
mais numerosos do que os mielinizados, e o citoplasma de uma 
célula Schwann envolve um número variável de fibras 
desmielinizadas (5 a 20 axônios em humanos). Os três principais 
componentes do tecido conjuntivo dos nervos periféricos são o 
epineuro​, que circunda o nervo como um todo; o ​perineuro​, uma 
bainha de tecido conjuntivo concêntrico e multifacetado que 
engloba cada fascículo; e o ​endoneuro o qual envolve cada fibra 
nervosa individualmente. As fibras motoras e sensoriais, que estão 
separadas dentro das raízes anterior e posterior, misturam-se 
dentro do nervo sensório-motor que sai do canal medular. 
 
Estruturas mais afetadas em doenças que acometem os nervos periféricos: estruturas funcionais: desmielinização 
segmentar e degeneração axonal. 
 
 
DESMIELINIZAÇÃO SEGMENTAR 
Ocorre quando há disfunção na célula de Schwann e danos na bainha de mielina → desintegração da mielina. 
- A afecção fundamental está na bainha de mielina ou na célula de Schwann, não havendo doença primária 
do axônio. A degeneração da mielina ocorre em internodos esparsos, intercalados a outros não afetados. O 
processo pode ser intenso, envolvendo simultaneamente muitos internodos, como na síndrome de 
Guillain-Barré, ou pode ter evolução indolente, afetando internodos isolados. 
- Na desmielinização segmentar há acometimento de internodos isolados ou múltiplos da bainha de mielina. 
Os eventos degenerativos iniciam-se nos nodos de Ranvier, propagando-se às regiões centrais dos 
internodos. O material resultante da degeneração da mielina forma, como na degeneração Walleriana, 
enovelados de membranas conhecidas como figuras de mielina, encontrados no citoplasma das células de 
Schwann e em macrófagos. 
 
 
 
 
FIBRA NERVOSA NORMAL 
 
 DESMIELINIZADA INÍCIO DA REMIELINIZAÇÃO 
 
 REMIELINIZADO NERVO COM ESTRUTURA EM BULBO DE CEBOLA 
 
 
 
DEGENERAÇÃO AXONAL 
- Trauma no nervo periférico 
- Isquemia no nervo periférico 
- Anormalidade que afeta o corpo celular (neuronopatia) 
- Anormalidade que afeta o axônio 
 
 
 
HANSENÍASE 
Agente: ​Mycobacterium leprae 
Temperatura ideal de crescimento: 32-34º (frio) 
Transmissão: aerossóis 
Disseminação: hematogênica para pele e extremidades 
Tem um agentes e duas manifestações diferentes: Lepra lepromatosa ou Lepra tuberculóide. Os nervos periféricos 
são envolvidos em ambas as formas. 
- Lepra lepromatosa: Anergia (placas espessas e nódulos na pele). Envolvimento simétrico dos nervos 
periféricos. Polineuropatia. 
- Lepra tuberculóide: Resposta mediada por linfócitos T (lesões secas e escamosas na pele). Envolvimento 
assimétrico dos nervos periféricos, ou seja, lesão em membros separados, pois consegue conter a 
progressão da doença. Geralmente a lesão da doença é localizada. 
Na ​hanseníase lepromatosa​, as células de Schwann são invadidas pelas Mycobacterium leprae, as quais se 
proliferam e, eventualmente, infectam as outras células. Há evidências de desmielinização e remielinização 
segmentar com perda de ambos os axônios mielinizados e desmielinizados. À medida que a infecção avança, 
ocorre fibrose endoneural e espessamento da bainha perineural em multicamadas. Os indivíduos afetados 
desenvolvem uma polineuropatia simétrica que afeta as porções mais distantes das extremidades (devido às baixas 
temperaturas que favorecem o crescimento microbacteriano). A infecção proeminente envolve as fibras da dor, e a 
consequente perda de sensação contribui para as lesões, ainda mais se o paciente não tiver conhecimento sobre 
os possíveis danos teciduais provocados por estímulos prejudiciais. Assim, grandes úlceras traumáticas podem-se 
desenvolver nas extremidades. 
A ​hanseníase tuberculóide apresenta sinais de resposta imune ativa de mediação celular ao M. leprae, com 
nódulos de inflamação granulomatosa situada na derme. A inflamação lesa os nervos cutâneos das proximidades, 
os axônios e as células de Schwann, a mielina é perdida e ocorre fibrose no perineuro e endoneuro. Na hanseníase 
tuberculóide, os indivíduos afetados apresentam um envolvimento nervoso muito mais localizado. 
 
 
ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS 
- Lepra tuberculóide: granuloma de células epitelióides com quantidades variadas de linfócitos e células 
gigantes multinucleadas. 
- Lepra lepromatosa: sem bacilos e bactéria, por conta da resposta imunológica. 
 
NEUROPATIA PERIFÉRICA 
Polineuropatia 
- Acometimento bilateral SIMÉTRICO 
- Guillain – Barre/ Alcoolica/HIV/ Diabetes 
Mononeuropatia 
- Acometimento de 1 nervo 
- Hanseníase/ diabetes 
Mononeuropatia múltipla 
- Acometimento assimétrico (braço direito + perna esquerda) 
- Vasculite/ Diabetes/ Hanseníase 
 
MONONEUROPATIA 
NEURO MEDIANO 
● Neuropatia do nervo mediano 
Função: flexão dos três primeiros dedos da mão e a oponência do polegar 
Sensibilidade: três primeiros dedos até metade do 4º dedo 
Clínica: dor, parestesia no território sensitivo (dormência / formigamento) e mão em benção. 
Síndrome do túnel do carpo: compressão do punho: dor, parestesia que piora à noite (Teste de Phalen e Sinal de 
Tinel). 
 
 
NERVO ULNAR 
● Neuropatia do nervo ulnar 
Funções: flexão do punho, flexão das falanges proximais dos 4º e 5º dedos 
Sensibilidade: metade do 4º dedo até o 5º dedo. 
Clínica: dor, parestesia no território sensitivo e mão em garra. 
 
 
NERVO RADIAL 
● Neuropatia do nervo radial 
Função: extensão da mão, do antebraço e dos dedos 
Sensibilidade da metade dorsal da mão e dorsal do polegar 
Clínica: dor, parestesia no território sensitivo e mão caída (gota) 
 
 
 
NEUROPATIA DIABÉTICA 
Tipo mais comum: polineuropatia distal sensitivo – motor (bota e luva) 
Nervo periférico mais acometido: mediano 
Par craniano mais acometido: via extrínseca do olho (3º 4º 6º/ 7º) 
- Lesão de 3º par tem uma neuropatia motora completa 
- Ptose palpebral, estrabismo divergente 
- Ausência de alteração pupilar (midríase) porque as fibras parassimpáticas são poupadas 
 
Lesão 3º par: lesão motora completa (ptose, estrabismo divergente) 
Lesão 7º par: paralisia facial completa (testa, olho e boca)

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