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UCT II - SP1 Q1) Puberdade: o que é e qual seu marco inicial? (por que ocorre, o que desencadea, semenarca). A puberdade masculina tem início por volta dos 11-12 anos. Adolescentes de mesma idade podem estar em fases diferentes da puberdade, assim como adolescentes que a iniciam com a mesma idade podem chegar ao término em idades diferentes A puberdade tem início e evolução influenciados por fatores genéticos e ambientais 1,2,3 caracterizando-se pela ocorrência de: Adrenarca: resultante do aumento da secreção dos andrógenos - testosterona- suprarrenais (entre 6 e 8 anos de idade óssea) e que parece ser independente da ativação do eixo hipofisário-gônadas. (é um dos estádios pré-puberdade no qual se dá o aumento de produção de hormonios sexuais) Ativação ou desinibição de neurônios hipotalâmicos secretores de hormônio liberador de gonadotrofinas (LHRH), com consequente liberação dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) pela glândula hipófise. Gonadarca (aumento dos esteroides sexuais produzidos pelos testículos e ovários). O início da puberdade ocorre a partir do aumento da amplitude da secreção pulsátil do decapeptídeo hipotalâmico liberador de gonadotrofinas (GnRH). Este representa o primeiro passo conhecido do processo de ativação seqüencial do eixo hipotálamohipófise-gonadal. O aumento dos pulsos de GnRH leva à liberação das gonadotrofinas hipofisárias, hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículoestimulante (FSH) que, por sua vez, estimulam ovários e testículos, induzindo a secreção dos esteróides sexuais gonadais e a produção de gametas maduros. A secreção de GnRH hipotalâmico é coordenada por uma rede neuronal complexa, constituída de neurônios estimulatórios e/ou inibitórios e pela ativação recíproca de mecanismos de comunicação glia-neurônio. - Os principais neurotransmissores e neuromoduladores inibitórios são os opióides endógenos, o ácido gama aminobutírico (GABA), o peptídeo intestinal vasoativo (VIP), o hormônio liberador de corticotrofina (CRH) e a melatonina. Destacam-se como principais neurotransmissores excitatórios: glutamato, norepinefrina, dopamina, serotonina e mais recentemente a kisspeptina, juntamente com o seu receptor, GPR54. Studies undertaken in many species indicate that kisspeptin(neurot. excitatório)–Gpr54(receptor) signaling is essential for the activation of gonadotropin-releasing hormone (GnRH) neurons to bring about puberty. kisspeptina: é uma proteína/neuropeptídeo que, quando liberada pelo cérebro, dispara a cascata de alterações bioquímicas que levam à puberdade, transformando crianças em adultos. ... tem uma importante ação na regulação da fertilidade de mamíferos, devido a sua potente ação estimulatória sobre a secreção dos hormônios luteinizante (LH) e folículo estimulante (FSH). GPR54- receptor de kisspeptina que leva à sua sinalização. Semenarca: A idade da primeira ejaculação, conhecida como semenarca ou espermarca, ocorre em média aos 12 anos e 8 meses. Geralmente, acontece também a polução noturna, ou seja, a ejaculação involuntária de sêmen quando o adolescente está dormindo. Trata-se de evento fisiológico normal, que deve ser orientado e tranquilizado pelo profissional de saúde. -A espermarca (ou semenarca, com início da produção de esperma) ocorre no estágio 3 de Tanner, e as ejaculações com espermatozóides ativos e viáveis no estágio 4, geralmente durante o período de aceleração máxima do crescimento em altura, em média aos 14,7 anos. Sempre considerar as variações possíveis da maturação sexual de acordo com os padrões familiares, étnicos, socioeconômicos e fatores nutricionais dos diversos grupos populacionais. Eixo hipotálamo-hipófise-gonodal: liberação de GnRH - a cada 1 a 3 horas- no sistema vascular porta hipotalâmico-hipofisário, chegando a hipófise, causando o estímulo da liberação de LH - 1 a 3h- e FSH(estimulo a longo prazo). HORMÔNIOS: · Gonadotrópicos: LH e FSH - são glicoproteínas · LH: estimula as células de Leydig a secretar testosterona. · FSH: estimula as células de Sertoli, que são as responsáveis pelo processo de espermiogênese (converter espermátide em espermatogônia). Referências: Puberdade e suas mudanças corporais https://extensao.cecierj.edu.br/material_didatico/sau2202/pdf/aula05_leitura01_PuberdadeESuasMudancasCorporais.pdf Estudo do gene GPR54 nos distúrbios puberais centrais idiopáticos http://pct.capes.gov.br/teses/2008/33002010062P5/TES.pdf Neurobiological mechanisms underlying kisspeptin activation of gonadotropin-releasing hormone (GnRH) neurons at puberty https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0303720710000432 Ministério da Saúde: orientações para o atendimento à saúde do adolescente http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/orientacoes_atendimento_saude_do_adolescente.pdf Nutrição na adolescência http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-S263/port.asp Fisiologia Médica. Guyton e Hall - 11ª edição. Q2) Mudanças físicas, hormonais e psicológicas na puberdade. Primeiro, ocorre um ligeiro aumento do volume testicular, geralmente ignorado pelo menino; concomitantemente, surgem os primeiros pelos púbicos e, posteriormente, o crescimento do pênis, inicialmente em comprimento, depois em diâmetro. O estirão do menino (10cm/ano) ocorre por volta dos 14 anos, num momento mais próximo do fim da puberdade. As mãos e os pés, seguidos pelos braços e pernas, têm seu estirão de crescimento anterior ao estirão do tronco e da altura, conferindo ao menino desproporcionalidade temporária, tornando-o "desajeitado"; os meninos desenvolvem massa muscular. Durante a puberdade, em ambos os sexos, mas de forma mais acentuada nos meninos, a pele se torna mais oleosa, aumenta a produção de suor e pode surgir a acne; também ocorre a mudança de voz e o crescimento dos pelos axilares. Uma das características importantes desse processo é a magnitude e a rapidez das transformações que a caracterizam. Durante um período de 3 a 5 anos surgem e desenvolvem-se os caracteres sexuais secundários, culminando com a aquisição da capacidade reprodutora, quando ocorre intenso estirão do crescimento, durante o qual são ganhos cerca de 50% do peso e 20% da estatura definitiva. Já o desenvolvimento pubertário é o aumento da capacidade do indivíduo de realizar funções orgânicas cada vez mais complexas. Duração de cerca de dois a quatro anos; O desenvolvimento dos caracteres sexuais é mais tardio nas classes de menor nível socioeconômico. · Estirão puberal: não ocorre de maneira uniforme. Inicia-se pelos membros, seguindo uma direção distal-proximal, ou seja, pés e mãos, inicialmente, seguindo-se pernas e membros superiores, conferindo ao corpo do adolescente um aspecto desarmônico ou de desproporcionalidade, que volta a ser harmônico e proporcional ao término do estirão, após o crescimento do tronco, principal responsável pela estatura final do indivíduo · Alteração corporal: o aumento da capacidade física observado na puberdade é mais marcante no sexo masculino, e é resultante do desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório, das alterações hematológicas (aumento da eritropoiese) e do aumento da massa muscular, da força e da resistência física · Características sexuais Sob condições ambientais favoráveis, grande parte das variações do crescimento físico na adolescência será ditada predominantemente por fatores genéticos. · A mudança vocal, decorrente do aumento da laringe por ação androgênica, ocorre tardiamente no processo puberal masculino. A ginecomastia é também um evento puberal comum nos meninos. Conceitua-se como o aumento glandular da mama masculina que, clinicamente, é caracterizada na palpação por um disco de consistência firme, subareolar e móvel, não aderente à pele ou ao tecido subjacente LIVRO - características secundárias · pêlos corporais: aparece ou aumenta a quantidade - púbis, linha alba (vertical) do abdôme, face e tórax, comumente, podendo aparecer em outros lugares. · voz: hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe.· pele: aumenta espessura e rigidez dos tecidos subcutâneos; aumenta taxa de secreção das glândulas sebáceas - acne. · muscular: os hormônios androgênicos (no homem: testosterona, diidrotestosterona e androstenediona) aumenta a quantidade de proteína, consequentemente, massa muscular. · ossos: a testosterona aumenta a produção de matriz óssea e induz a retenção de Cálcio - estreita a passagem pelvica, alonga e formato afunilado - aumentando a força. · metabolismo basal: é aumentado pela testosterona · hemácias: aumenta o número. · equilíbrio hídrico: aumenta a reabsorção de sódio nos túbulos contorcidos renais distais. Mudanças psicológicas: · instabilidade emocional; · sensibilidade sexual; · aumento do cortisol - estresse e obesidade; Referências: Puberdade e suas mudanças corporais https://extensao.cecierj.edu.br/material_didatico/sau2202/pdf/aula05_leitura01_PuberdadeESuasMudancasCorporais.pdf Crescimento e desenvolvimento puberal na adolescência https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/46276/49930 Fisiologia Médica. Guyton e Hall - 11ª edição. Q3)Quais as fases da sexualidade? - segundo Freud. Sexualidade na infância: fase pré-genital 1) fase oral: vai do nascimento até o desmame - período de amamentação. A boca é a primeira parte do corpo que a criança domina, sendo, portanto, a região responsável pelo seu prazer - sugar ou manter na boca. 2) fase anal: se inicia entre os 2 e 3 anos. O ato de defecar ou reter as fezes. 3) fase fálica: inicia por volta dos 3/4 anos - pênis ou clitóris. O menino se dá conta de que possui o pênis e a menina de que não possui. Referenciar o sexo. Após essas 3 etapas a criança entra em fase de latência, para evitar o desenvolvimento do complexo de édipo - incesto - até o inicio da puberdade. Repressão dos impulsos sexuais. Desenvolvimento do Ego e Superego. 4) fase genital: durante a puberdade são combinadas as três regiões para a elaboração do prazer, atingindo sua plenitude por volta dos 18 anos. Referências: A teoria do desenvolvimento humano segundo Freud e Rogers http://www.gruposerbh.com.br/textos/artigos/artigo15.pdf Referências Q4) Existe um protocolo para identificação da puberdade? A aplicação das pranchas (modelos gráficos) e da classificação de Tanner faz parte da rotina de avaliação clínica do adolescente, possibilitando a identificação do estágio de maturação sexual em que ele se encontra e sua correlação com outros eventos da puberdade. · orquidômetro: instrumento; · Considerado atraso puberal a ausência de caracteres sexuais secundários em meninas a partir dos 13 anos; e em meninos a partir dos 14 anos. · Características observadas durante o exame físico. · Orientação sobre DST, uso de preservativo e etc. · Periodicidade da consulta de aproximadamente 6 meses, para adolescentes normais. Orientação para o atendimento à saúde do adolescente. Referências: Crescimento e desenvolvimento puberal na adolescência https://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/46276/49930 Estagiamento de Tanner: um estudo de confiabilidade entre o referido e o observado http://adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=52 Q5) Morfologia e gametogênese do espermatozóide. · espermatogênse: PRÉ: Durante a formação do embrião as células germinativas primordiais migram para os testículos, tornando-se células germinativas imaturas - espermatogônias (túbulo seminífero). ESPERM: ocorre nos túbulos seminíferos durante a vida sexual ativa. 1) as espermatogônias - que sofrem divisão mitótica na puberdade- migram entre as células de Sertoli, sendo envolvidas e sofrendo modificações (alargamento) até tornarem-se o espermatócito 1º. Cada uma sofre divisão meiótica I, tornando-se em espermatócito 2º e, após o término da meiose II, tornando-se espermátides, que passam pela diferenciação - espermiogênese- para tornar-se espermatozóide maduro. FATORES HORMONAIS ESPERMATOGÊNESE: -TESTOSTERONA: é secretada pelas células de Leydig (localizadas ao redor do túbulo seminífero) é essencial para o crescimento e divisão das células germinativas. -LH: estimula as células de Sertoli na espermiogênese. -ESTRÓGENO: é formado pelas células de Sertoli a partir da testosterona, sendo essenciais para a espermiogênese. -DE CRESCIMENTO: promove a divisão precoce da espermatogônia. Referências: Fisiologia Médica. Guyton e Hall - 11ª edição. Q6) O que é e qual a composição do sêmen? 1) secreção da vesícula seminal (60%): contêm frutose, ácido cítrico, prostalglandinas e fibrinogênio. Serve para a nutrição dos espermatozóides (frutose) e auxilio na fertilização (prost): tornando o muco cervical feminino mais receptivo e induzindo contrações peristálticas - movimenta os espermtz. 2) líquido prostático(30%): é fino, leitoso e alcalino (contem cálcio e enzima de coagulação). 3) líquido glândula bulbouretral: liquido limpa e lubrifica antes da ejaculação, sobrando alguns resquícios no sêmen. O ph do sêmen é em torno de 7,5. A interação do fibrinogênio com a enzima coagulante forma um fraco coágulo que segura o sêmen nas regiões profundas da vagina. Na temp corporal os spmtzd vivem por até 48h, em baixas temp por semanas e congelados à -100ºC por anos. Referências: Fisiologia Médica. Guyton e Hall - 11ª edição. Q7) Consequências das drogas no organismo de um adolêscente. O uso e o abuso de álcool e outras drogas constituem as principais causas desencadeadoras de situações de vulnerabilidade na adolescência, a exemplo dos acidentes, suicídios, violência, gravidez não planejada e a transmissão de doenças por via sexual e endovenosa, nos casos das drogas injetáveis Maconha: uso cronico de maconha pode provocar déficits cognitivos, alterações em funções associadas direta ou indiretamente ao córtex pré-frontal, alterações neuropsicológicas - atenção, memória de curto prazo, funções executivas e psicomotoras. Decaimento no QI. Álcool: Prejuízos na capacidade de percepção visual, memória imediata, capacidade de análise e síntese, lentificação psicomotora e flexibilidade mental. Cocaína: déficits na atenção, memória visual e verbal, funções executivas, capacidade de aprendizagem e coordenação visuomotora - comprometimento neuropsicológico. Referências: ADOLESCÊNCIA, ÁLCOOL E DROGAS: UMA REVISÃO NA PERSPECTIVA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE http://www.scielo.br/pdf/ean/v12n3/v12n3a24 O consumo de maconha na adolescências e as consequências nas funções cognitivas. https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/80106 Q8) Qual a consequência do bullying para o desenvolvimento do adolescente? É possível que a sensação de impotência em se defender dos agressores e cessar o bullying cause um impacto negativo na autoestima dos meninos vitimizados: a autoestima está relacionada à saúde mental e ao bem-estar psicológico e sua carência está relacionada a certos fenômenos mentais negativos como depressão e suicídio. Vítimas de bullying podem apresentar cefaleia (dor de cabeça), dores abdominais, insônia, enurese noturna (urinar na cama), depressão, ansiedade, falta à escola, diminuição da performance acadêmica, agressão a si próprio, pensamentos e tentativas de suicídio, perda de pertences, lesões no corpo, roupas e pertences em mau estado (rasgado ou sujo) e agressividade. Envolvimento com cyberbullying pode levar ao aumento de alterações psíquicas como sintomas de depressão, ansiedade, diminuição da capacidade empática e ideação suicida. Além disso, sofrer bullying na infância e adolescência pode estar associado a temperamentos depressivos, apáticos, ciclotímicos (oscilantes) e voláteis (dispersos), e também a traços emocionais de tristeza, baixa autoestima, menor capacidade de foco e disciplina (control), de confrontar e resolver problemas (coping) e maior fragilidade emocional na vida adulta Referências As implicações do bullying na auto-estima de adolescentes http://www.scielo.br/pdf/pee/v14n1/v14n1a14 Bullying na adolescência: visão panorâmica no Brasil https://www.scielosp.org/article/csc/2015.v20n11/3509-3522/
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