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CURSO DE PSICOLOGIA DISCIPLINA: PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA PROFa. DRa. CLARISSA CASTILHO A EVOLUÇÃO DO GRAFISMO INFANTIL segundo LOWENFELD e LUQUET ESTÁGIOS/FASES CARACTERÍSTICAS 1 – GARATUJAS Inicia no Estádio sensório- motor (±1,5 anos) e invade o pré- operatório (até ± 3 -4 anos) 1º Garatuja DESORDENADA Rabiscos sem sentido, movimentos amplos e desordenados (variam em comprimento, intensidade e direção). É o primeiro contato da criança com “lápis e papel”; ignora limites do papel; prazer com o movimento (exercício). Não há intenção consciente no uso da cor; tem interesse pelo contraste, pelo efeito visual. 2º Garatuja ORDENADA (em Luquet – Realismo Fortuito) Movimentos mais longitudinais e mais circulares que depois vão se fechando em formas independentes (novelos, bolinhas, radiais, sóis, etc.). Começa coordenação viso-motora; criança investe significado imaginário; formas irreconhecíveis com significado (começa nomear formas que aparecem no papel acidentalmente); explora traçado; interessa-se pelas formas. Etapa importante pois é o esboço de uma representação (desenho pode servir para contar algo/história; início do jogo simbólico no final do período). Figura humana ainda não aparece (mas no final começam a aparecer cabeças com olhos ou os primeiros bonecos- girinos, que iniciam o próximo estádio). 2 – PRÉ-ESQUEMÁTICO Dentro do Est. Pré-operatório (±3-4 a ±7 anos) (em Luquet – Realismo Fracassado ou Gorado) Descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Desenho como linguagem. Há jogo simbólico (criança desenha para contar algo). Inicialmente ocupação do espaço não obedece nenhuma regra (desenhos “soltos”), não há linha de base, depois aparecem primeiras relações espaciais (ex. Céu em cima). Pode haver simultaneidade espaço-temporal (o mesmo personagem em várias posições no mesmo desenho). Desenha o que “sabe” não o que e como vê. Cor é arbitrária. Figura humana reconhecível: início – bonecor girino, bonecos flor, badamecos); no final já tem cabeça, tronco e membros. 3 – ESQUEMÁTICO Aparece mais ou menos ao mesmo tempo da entrada no Operatório Concreto (6 -7anos até uns 9). (em Luquet – Realismo Intelectual) Esquemas (desenhos) são representativos da realidade (desenha como vê). Aparece linha de base ou usa o limite da folha como tal; procura localizar formas no espaço relacionando-as (céu em cima, terra embaixo, etc.). Conceito de figura humana bem definido: mas podem aparecer exageros e/ou omissões. Busca cresecente de que desenho se assemelhe ao objeto real (próprio da fase – compromisso com o real: tenta retratar fielmente o observado, busca coerência com o que vê). Relaciona cor e objeto (segue esquema de cor, que não é mais arbitrária). Perde regra do jogo simólico e assume regras e convenções mais definidas. Parece que desenho perdeu em fantasia o que ganhou em estruturação, mas fantasia aparece na temática/idéia (super-heróis, princesas, castelos, etc.). Há sobreposições e transparências e não há ainda noção de perspectiva ou proporção. 4 – REALISMO Mais para o final do Est. Operatório Concreto (9-10 anos) (em Luquet – passagem do Realismo Intelectual para Realismo Visual ) Descobre e usa proporções e perspectiva, mas de forma simples. Não há mais sobreposições e transparências. Aparece maior consciência de gênero (sexo) na figura humana (há acentuação das roupas para diferenciação de masculino e feminino). Há maior autocrítica quanto à qualidade de seu desenho. Aparecem formas geométricas; há maior rigidez e formalismo (detalhamento e proximidade extrema com real). Pode também abandonar linha de base e esquema de cor (desenho pode ser mais emocional ou mais abstrato/simbólico). 5 – PSEUDO-NATURALISMO Inicia-se com entrada no Est. operatório formal (10/11/12 anos em diante). (em Luquet – continua Realismo Visual) Duas tendências: visual (realismo/objetividade) e háptica (subjetividade). Espaço tem profundidade e usa melhor a perspectiva. Pode deixar de usar linha de base (recortes e planos diferenciados) Figura humana tem características sexuais mais marcantes; há presença de articulações e proporções. Aparece também preocupação com experiências emocionais (espaço subjetivo; desenhos simbólicos). Aparece maior liberdade de experimentações (cores, linhas, desenhos abstratos, etc.). Há consciência visual; acentuação da expressão; e maior consiêntização do uso da cor (podendo ser objetiva ou subjetiva).
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