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Embargos infringentes
EXMO. SR. DR. JUIZ-RELATOR DA COLENDA CÂMARA DO EGRÉGIO TRIBUNAL ____
X, já qualificado nos autos, por meio de seu procurador, infrafirmado, nos autos da Apelação n. ____, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, opor EMBARGOS INFRINGENTES ao v. acórdão de fls., o qual acolheu, por maioria, apelo da Justiça Pública, nos termos do Regimento Interno do Tribunal.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES
Não obstante o brilhantismo com que foram proferidos os dois votos vencedores desta Colenda Câmara, estamos que mais acertada se afigura a decisão do voto vencido proferido pelo preclaro julgador A, o qual, acolhendo a manifestação esposada pela defesa, absolveu o réu.
X, já qualificado nos autos, foi denunciado como incurso no art. 168, caput, do Código Penal, porque, em momento indeterminado, entre os dias __ e __/__/__, apropriou-se indevidamente de três fitas de videocassete, de que tinha a detenção, de propriedade da locadora Y.
Após regular instrução, o MM. Juiz de primeira instância absolveu o réu, entendendo que o caso configurava mero ilícito civil.
O DD. representante do Ministério Público, inconformado, apelou da sentença, sustentando que a existência de danos a serem reparados no âmbito civil não eximiam a responsabilidade criminal do réu, razão pela qual seria de rigor a sua condenação.
Em contra-razões, sustentamos que se tratava de mero ilícito civil, o que não dava supedâneo para uma condenação criminal por apropriação indébita.
Contudo, a Colenda Câmara, por maioria de votos, deu provimento ao apelo do DD. Promotor de Justiça, condenando o réu.
Data venia da interpretação adotada pela douta maioria, entendemos que melhor razão se encontra com o voto vencido, o qual absolveu o réu, por entender tratar-se, na hipótese, de ilícito civil.
Como já decidiu essa Egrégia Corte em outra ocasião, "se entre o acusado, que retém fitas, e a locadora existe um contrato com multa estipulada para o caso de não-devolução, por atraso ou perda, a questão situa-se no campo cível" (RJDTACrSP 22/66-7).
Com efeito, a estipulação de um pacto entre as partes prevendo a possibilidade de retenção indevida das fitas, mediante pagamento de multa, nada mais significa que a previsão, ainda que de maneira indireta, de uma compra e venda. Destarte, a inversão do título de detentor para proprietário já estava contemplada no contrato, de sorte que a apropriação, no caso, não é indébita.
À vista do exposto, e com fundamento no voto vencido, aguarda sejam os presentes embargos infringentes julgados procedentes, a fim de absolver o réu.
Local e data.
Advogado

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