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Exame Psíquico Prof.ª Prisca dara Lunieres pêgas coêlho Exame Psíquico Exame do estado mental É uma fotografia de como o paciente se apresenta naquele momento ao profissional, com a descrição das funções psíquicas Sua realização é imprescindível para se traçar o diagnóstico da enfermagem e elaborar um plano de assistência de enfermagem individualizada 2 Exame Psíquico 3 Eficiência do exame Capacidade de observação Respeito do examinador Descrição objetiva Postura empática Exame Psíquico São 17 funções psíquicas que um examinador, com treino apropriado, terá condições de observar e avaliar num indivíduo O examinador não deve fazê-lo parecer com um interrogatório Para o enfermeiro, essa interação pode ser o primeiro passo para a construção de um vínculo terapêutico 4 Exame Psíquico As ideias suicidas e homicidas devem ser abordadas diretamente Questionar se já houveram tentativas anteriores Verificar a avaliação dos planos e a habilidade de sua execução Identificar as atitudes em relação à morte Perguntar sobre os sistemas de suporte social disponíveis 5 Funções Psíquicas 1. Descrição geral 10. Atenção 2. Psicomotricidade 11. Memória 3. Consciência 12. Inteligência 4. Orientação 13. Julgamento 5. Fala 14. Insight 6. Pensamento (curso, forma e conteúdo) 15. Vontade 7. Percepção 16. Consciência do eu 8. Humor 17. Impulsividade 9. Afeto 6 1. Descrição Geral 7 Aparência + comportamento e atitude perante o examinador Não “julgar” por meio de parâmetros pessoais 1. Descrição Geral 8 Aparência estado geral de saúde e nutrição idade aparente Postura e marcha olhar/ dilatação ou constrição das pupilas expressão facial vestuário (acessórios, maquiagem, etc) higiene corte de cabelo e barba presença de piercings e/ou tatuagens 9 1. Descrição Geral Comportamento inadequação ao ambiente atitudes para com o examinador movimentos corporais excessivos ou reduzidos 1. Descrição Geral 10 Negativismo ativo ignorar intencionalmente as questões e solicitações Negativismo passivo alheios ao que lhes é pedido ou perguntado 2. Psicomotricidade 11 Incluem os impulsos, as motivações, os desejos, as vontades, os instintos expressados pelo comportamento ou atividade motora de uma pessoa Pode refletir comorbidades neurológicas ou efeitos colaterais de psicotrópicos 2. Psicomotricidade Principais alterações: Lentificação psicomotora: retardamento dos movimentos e pensamento Agitação psicomotora: excessiva hiperatividade Ecopraxia: imitação patológica dos movimentos de uma pessoa por outra Catatonia: anormalidades motoras Catalesia: posição imóvel e constantemente mantida Excitação catatônica: atividade motora agitada, sem finalidade, não influenciada por estímulos externos 12 2. Psicomotricidade Estupor catatônico: atividade motora acentuadamente lentificada, frequentemente a um ponto de imobilidade e aparente falta de consciência em relação ao ambiente Rigidez catatônica: manutenção de uma postura rígida, contrária a todos os esforços para a mobilização Postura catatônica: manutenção voluntária de uma postura imprópria, geralmente mantida por longos períodos Flexibilidade cérea ou cerácea: pessoa que pode ser “moldada” em uma posição que passa a ser mantida Negativismo: resistência imotivada a todas as tentativas de movimentação ou a todas as instruções dadas Cataplexia: perda temporária do tono muscular e fraqueza, precipitada por uma variedade de estados emocionais Estereotipia: repetições automáticas e uniformes de determinado ato motor complexo de ação física ou fala 13 2. Psicomotricidade Maneirismos: movimentos involuntários estereotipados, caracterizados por movimentos bizarros e repetitivos, normalmente complexos Automatismo: desempenho automático de atos representativos de atividade simbólica inconsciente Automatismo para comandos: obediência automática a sugestões, o oposto do negativismo Tique: movimentos motores involuntários e espasmódicos Compulsão: impulso incontrolável para realizar um ato repetitivamente Cleptomania: compulsão para furtar Tricotilomania: compulsão por arrancar os próprios cabelos Ritual: atividade automática de natureza compulsiva a fim de reduzir a ansiedade 14 3. Consciência Trata-se de um estado de lucidez (ou alerta) que promove a integração da pessoa ao meio ambiente Quando ela está preservada, dizemos o individuo está lúcido, vígil ou consciente Confusão mental: qualquer grau de rebaixamento do nível de consciência 15 16 Modo sugerido para avaliar o nível de consciência é utilizar a Escala de Coma de Glasgow É importante que, ao optar por determinar termos, o enfermeiro também descreva como o paciente reagiu aos estímulos verbais, táteis, dolorosos ou pupilar 3. Consciência As alterações podem estar aumentadas ou diminuídas nos seguintes estágios: Hipervigília ou hipervigilância: estado de intensa clareza de consciência; Sonolência ou letargia: encontra-se dormindo, mas desperta com a estimulação, orientado no tempo e espaço; Obnubilação: redução de clareza , necessita ser intensamente estimulado, com impulsos auditivos e táteis, podendo responder a comandos simples; Estupor ou torpor: não desperta senão com estímulos dolorosos intensos e que, cessada a estimulação, volta ao estado de inconsciência, apresentando respostas com sons incompreensíveis e/ou abertura ocular; Coma: grau profundo de inconsciência, não demostra conhecimento de si e do meio externo; 17 Coma vígil ou mutismo acinético: variedade de estados nos quais há completa não responsividade do indivíduo, com manutenção dos olhos abertos; Delirium ou estado confusional agudo: apresenta graus variados de rebaixamento do nível de consciência, do leve ao moderado, reação desnorteada, de caráter flutuante, intranquila, desorientada, associada ao medo e às alucinações, com redução da concentração, desorganização espaço-temporal; Despersonalização: senso subjetivo de ser irreal, estranho ou não familiar consigo mesmo; Desrealização: senso subjetivo de que o ambiente é estranho ou irreal; Estado crepuscular: estreitamento com moderada conservação da atividade, percepção do mundo exterior inadequada ou inexistente, podendo ser acompanhada por alucinações ou delírios. 18 3. Consciência 4. Orientação 19 Desorientação espacial incapacidade da pessoa reconhecer o ambiente em que se encontra Desorientação autopsíquica incapacidade para fornecer dados sobre si Desorientação temporal incapacidade para localizar-se cronologicamente 5. Fala As ideias, pensamentos e sentimentos são expressos por meio da linguagem A fala representa um sistema de expressar, receber e compreender as palavras A fala é avaliada pela quantidade de palavras, pela velocidade, volume e qualidade (conteúdo) 20 20 5. Fala Possíveis alterações: Pobreza da fala: restrição na qualidade, respostas monossilábicas Logorreia: aumento da velocidade da fala Pressão da fala: fala rápida, aumentada em quantidade e dificilmente interrompida Bradilalia: diminuição da velocidade da fala Tom excessivamente alto ou baixo: perda da modulação do volume normal da fala Mutismo: falta de produção da fala sem anormalidades estruturais 21 6. Pensamento 22 É um fluxo de ideias, símbolos e associações com um objetivo 6. Pensamento 23 Curso Forma ou processo Conteúdo 6. Pensamento Curso Pode se apresentar normal, lentificado ou acelerado Fuga de ideias: verbalização rápida e contínua ou jogo de palavras que produzem constante mudança de uma ideia para outra Forma ou processo É a estrutura com que as ideias se apresentam, de modo lógico e organizado no pensamento Principais alterações: “salada de palavras”: mistura incoerente de palavras e frases 24 Circunstancialidade: fala indireta que demora a atingir o ponto desejado, caracterizada pela inclusão de detalhes e observações, muitas vezes excessivos e desnecessário Tangencialidade: incapacidade de fazer associações de pensamento Incoerência: fala quase sempre incompreensível,misturando vários pensamentos, sem conexão lógica ou gramaticas Afrouxamento de associações: fluxo de pensamento no qual as ideias mudam de um tema para outro, de modo completamente desconexo Descarrilamento: desvio súbito ou gradual no curso do pensamento Desagregação: perda do fluxo do discurso, da ligação entre as ideias, com o discurso sem sentido Perseveração: continuação ou repetição involuntária ou excessiva de uma única resposta, ideia ou atividade Verbigeração: repetição sem sentido de palavras ou frases específicas 25 6. Pensamento Arborização: perda de direção e objetivo final do pensamento, sem prejuízo do encadeamento lógico das ideias Ecolalia: repetição de palavras ou frases de uma pessoa por outra, com tendência de repetição e persistência, podendo ser ditas com entonação zombeteira ou interrogatória Condesação: fusão de vários conceitos em um só Resposta irrelevante: desarmonia com o que foi perguntado Associação reverberante: uso de palavras semelhantes em som, mas não em significado, incluindo rimas e trocadilhos Bloqueio: interrupção abrupta no curso, antes que um pensamento ou ideia sejam concluídos, não havendo recordação do que estava sendo ou do que seria dito, após curta pausa Prolixidade: descrição repetitiva de ideias, com introdução de palavras ou frases supérfluas Neologismo: criação de novas palavras, frequentemente por combinação de sílabas de outras palavra 26 6. Pensamento Conteúdo: Temática do pensamento, preocupações, crenças, o assunto em si, o significado específico expresso na comunicação do individuo Possíveis alterações: Pobreza de conteúdo: pensamento que oferece poucas informações, com caráter vago, repetições vazias Roubo de pensamento: delírio de que os próprios pensamentos sejam removidos da mente por outras pessoas ou forças Inserção de pensamentos: delírio de que os pensamentos sejam implantados na própria mente por outras pessoas ou forças Irradiação de pensamentos: delírio de que os próprios pensamentos possam ser ouvidos por outros, como se estivessem sendo transmitidos por ondas eletromagnéticas Controle dos pensamentos: delírio de que os próprios pensamentos sejam controlados por outras pessoas ou forças 27 6. Pensamento 6. Pensamento Erotomania ou delírio erótico: crença delirante, quase exclusivamente de mulheres, de que um homem de posição de destaque social esteja profundamente apaixonado por ela Pseudologia fantástica: tipo de mentira, na qual a pessoa parece crer na realidade de suas fantasias e estar agindo de acordo com elas Obsessão: persistência patológica de um pensamento ou sentimento irresistível e geralmente aversivo associado com ansiedade e que não pode ser eliminado pela lógica, com o exagero e o aspecto bizarro de pensamentos, na maioria das vezes, reconhecidos pelo individuo Coprolalia: verbalização compulsiva de palavras obscenas, vulgares Fobia: temor persistente, irracional, exagerado e, patológico de algum tipo de estimulo ou situação específica Ideia supervalorizada: crença falsa e irracional, sustentada com menor firmeza que no caso de pensamento delirante 28 6. Pensamento Ideia prevalente: crença fortemente enraizada na personalidade, com grande carga afetiva associada, geralmente resultante de situações de grande investimento e planejamento pessoal Delírio: falsa crença, baseada em inferência incorreta sobre a realidade externa, inconsistente com a inteligência e antecedentes culturais, que não pode ser corrigida pela argumentação, que não é compartilhada por pessoas da mesma cultura e com alta significação individual, havendo situações em que se passa a viver em um mundo autístico, completamente absorto em tal realidade Delírio são ideias prevalentes com alterações do juízo de realidade. Há diversos tipos de delírio: De perseguição ou persecutório: falsa crença de que o individuo está sendo molestado, enganado ou perseguido De grandeza: concepção exagerada da própria importância, poder ou identidade 29 6. Pensamento Bizarro: crença falsa, absurda, totalmente implausível Sistematizado: crença falsa unida por um acontecimento ou tema Humor-incongruente: com conteúdo sem associação com o humor ou neutro Niilista: sentimento de que o próprio individuo, os outros ou o mundo não existem ou estão acabando De pobreza: crença de que todos os bens da pessoa lhe estão sendo roubados Somático: falsa crença envolvendo o funcionamento do próprio corpo, ou partes dele, e a existência de doenças De referência: falsa crença de que o comportamento dos outros tem relação consigo mesmo e de que os eventos, objetos ou outras pessoas possuem um significado particular e incomum, geralmente de natureza negativa De autoacusação: crença de ser o responsável por atos que geram remorso ou culpa 30 6. Pensamento De influência: crença de ser vitima de influencia ou de controle externo De controle: falsa impressão de que a própria vontade, pensamentos ou sentimentos estão sendo controlados por forças externas Místico ou religioso: crenças de que o sujeito é favorecido por um ser superior ou de que é um instrumento desse ser Hipocondríaco: certeza do individuo de estar gravemente doente, ou sofrer de um mal incurável De negação: crença na inexistência das coisas, pessoas e da própria existência De infidelidade: falsa crença derivada do ciúme patológico, de que o parceiro está sendo infiel De negação de órgãos: experimentação de profundas alterações corporais, em que o individuo se refere o seu corpo como destruído, apodrecido ou morto, com inexistência de um ou vários órgãos 31 7. Percepção É a função psíquica que permite à pessoa tomar conhecimento do ambiente e de seu próprio corpo Alterações: Hiperestesia: condição na qual as percepções se encontram anormalmente aumentadas em sua intensidade ou duração Hipoestesia: diminuição da sensibilidade aos estímulos Ilusão: percepção deformada de um objeto real e presente, mais comumente visual Pseudoalucinação: nítida impressão de ouvir-se ou ver-se algo, sem a convicção de estar perante o objeto Alucinose: alucinações dotadas de grande nitidez sensorial, que a pessoa reconhece como fenômeno patológico 32 7. Percepção A alucinação é uma percepção sensorial falsa. Há diferentes tipos de alucinação: Auditiva: falsa percepção de sons, em geral, vozes De comendo ou imperativa: audição de vozes que ordenam a fazer algo, como matar ou ferir, a si ou o outro Visual: falsa percepção envolvendo a visão, consistindo em imagens com ou sem forma Liliputiana: falsa percepção na qual os objetos são vistos em tamanho reduzido Tátil: falsa percepção de toque ou sensação na superfície da pele Olfativa: falsa percepção de cheiro, relativamente rara Gustativa: falsa percepção de paladar, desagradável ou não, relativamente incomum 33 7. Percepção Cenestésica: sensação relacionada aos órgãos internos Cinestésica: relacionada à movimentação do aparelho locomotor Sinestésica: causada por outra sensação, uma associação de sensações Extracampina: que ocorre fora do campo sensorial Hipnagógica: percepção sensorial falsa quando do adormecimento Hipnopômpica: falsa percepção sensorial quando do despertar Somática: falsa percepção de coisas que ocorrem no ou ao corpo, frequentemente de origem visceral 34 8. Humor 35 Emoção abrangente e constante que colore a percepção que a pessoa tem do mundo É difusa e prolongada, subjetivamente experimentada e relatada pelo individuo Avalia-se se o paciente fala voluntariamente sobre seus sentimentos ou se é necessário indagar-se a respeito Verifica-se a profundidade, a intensidade, a duração e suas flutuações 8. Humor Como perturbações temos: Eutímico: faixa normal Disfórico: estado de ânimo desagradável Irritável: facilmente provocado até a raiva, com qualquer estimulo sentido como perturbador Lábil: oscilações súbitas e imotivadas de um estado para outro Expansivo: expressão dos sentimentos sem restrições, quase sempre com importância superestimada Exaltado: ar de confiança e alegria, mais animado que o normal, não necessariamente patológico 368. Humor Eufórico: morbidamente exagerado, com predomínio de um estado de alegria intensa e desproporcional às circunstâncias Deprimido: sentimento patológico de tristeza Êxtase: sentimento de intenso arrebatamento Anedonia: perda total ou parcial do interesse e afastamento de todas as atividades regulares e prazerosas Alexitimia: incapacidade ou dificuldade para descrever ou conscientizar-se das próprias emoções e estados de ânimo 37 9. Afeto 38 Expressão externa da resposta emocional do paciente Observada por meio da expressão, da voz e/ou comportamento 9. Afeto 39 quantidade (carga do afeto dirigido) Modulação Ressonância variação do afeto capacidade de reverberação e empatia com diferentes estímulos Tônus Componentes afetivos 9. Afeto Alterações (podem estar associados ou não ao humor): Adequado: condição normal em que o tom emocional está em harmonia com a ideia e o pensamento que o acompanha Inadequado: desarmonia entre o tom emocional e a ideia que o acompanha Lábil: mudanças bruscas e rápidas no tom emocional Constricto, restrito ou limitado: redução na intensidade do sentimento Embotado: perturbação manifestada por severa redução no sentimento externado, com diminuição do tônus e da modulação, pouco ressonante Plano: ausência ou quase de quaisquer sinais de expressão afetiva com voz monótona e face imóvel Ambivalência afetiva: vivencia simultânea de sentimentos antagônicos ao mesmo objeto 40 10. Atenção 41 Quantidade de esforço exercido para realizar uma experiência A capacidade para manter o foco em uma atividade, que pode ser uma sensação, uma percepção, uma representação ou um desejo 10. Atenção 42 Os níveis de atenção são: Atenção voluntária Atenção espontânea Vigilância a que ocorre naturalmente, diante de determinados estímulos externos ou internos, atraindo a pessoa, independentemente de sua vontade e podendo estar aumentada ou diminuída capacidade de desviar a atenção de um objeto para outro, a qualquer momento, termo também utilizado com outro significado, correspondente a definição de consciência a capacidade de dirigir a atenção (sondagem), selecionar o foco (seletividade), mantê-lo (tenacidade) e alterná-lo (alternância) 10. Atenção As alterações são: Distraibilidade: incapacidade de concentrar a atenção, desviada para estímulos sem importância ou irrelevantes Desatenção seletiva: bloqueio apenas para fatos que geram ansiedade Hipervigilância: atenção excessiva e preocupação com estímulos internos e externos, secundária ao posicionamento paranoide 43 11. Memória Função psíquica extremamente complexa que registra, armazena e, posteriormente, recupera uma informação Seus elementos são: A imediata: reprodução ou recordação de material, percebido dentro de segundos a minutos A recente: recordação de eventos em dias muito recentes A remota: recordação de eventos em um passado distante De evocação: capacidade de recuperar e atualizar os dados fixados De fixação: que capta os novos fatos 44 11. Memória As perturbações são: Confabulação: invenção inconsciente de respostas falsas, nas quais se crê, mesmo sem qualquer base, preenchendo vazios de memoria, sem intenção de enganar alguém Déjà vu: ilusão de reconhecimento visual na qual uma nova situação é incorretamente considerada uma repetição de lembranças anteriores Jamais vu: falso sentimento de estranheza em uma situação já experimentada Falso reconhecimento: identificação de uma pessoa por outra, incluindo troca de nomes Amnésia lacunar ou blecaute: impossibilidade de recordar fatos sucedidos em um intervalo de tempo limitado 45 12. Inteligência Capacidade para entender, recordar, mobilizar e integra construtivamente o aprendizado anterior ao confrontar-se com novas situações, estando relacionada com o vocabulário e o fundo geral de conhecimentos O nível educacional do paciente, o regionalismo e a situação socioeconômica devem ser considerados Considera-se alteração: Retardo mental: falta de inteligência em um grau que interfere no desempenho social e ocupacional, podendo ser adquirido precocemente ou congênito 46 12. Inteligência Grau Faixa de QI Relação Leve QI de 50 a 69 Idade mental correspondente à de uma criança de 9 a 12 anos Moderado QI de 35 a 59 Corresponde à de um escolar de 6 a 9 anos Grave QI de 20 a 34 Uma criança na faixa etária de 3 a 6 anos Profundo QI abaixo de 20 Uma criança menor de 3 anos 47 Graus de Retardo e QIs 13. Julgamento Capacidade para avaliar uma situação corretamente e agir apropriadamente Podemos subdividi-lo em: Crítico: capacidade para discernir e escolher entre diferentes opções em determinada situação Automático: desempenho reflexo de uma ação Prejudicado: redução na capacidade para compreender corretamente uma situação e agir adequadamente 48 14. Insight Grau de conscientização e compreensão de que se está doente, sendo importante determinar-se, inicialmente, se o individuo aceita ou nega a existência da doença Níveis de insight: Negação completa da doença Ligeira conscientização acerca da doença e da necessidade de auxilio, com constante negação Consciência de estar doente, culpando outras pessoas, fatores externos ou orgânicos Consciência de que a doença é devida a algo desconhecido pelo individuo Insight intelectual: reconhecimento da doença pelo paciente e de que os sintomas ou fracassos na adaptação social são devidos a sentimentos irracionais ou perturbações dele próprio Verdadeiro insight emocional: consciência emocional dos motivos e sentimentos do paciente e do importante papel em sua vida 49 15. Vontade Determina a passagem de uma intenção a uma ação Processo que envolve as etapas: 50 Pragmatismo Capacidade de o individuo transformar suas ideias e vontades em comportamentos e ações práticas, determinando a execução ou a interrupção da tarefa pela pessoa Apragmatismo Incapacidade de realizar condutas por vontade própria consideradas básicas, como higiene pessoal ou atividades cotidianas Intenção Deliberação Pragmatismo Execução 15. Vontade As alterações são: Abulia: ausência de vontade, inatividade, abolição da energia, do vigor, da motivação e da iniciativa Hipobulia: diminuição na quantidade da energia, do vigor, da motivação e da iniciativa Hiperbulia: aumento na quantidade da energia, do vigor, da motivação e da iniciativa 51 16. Consciência do Eu É a consciência de estar vivo, de existir plenamente e de estar fisicamente presente, de sentir-se como um ser independente e idêntico ao longo da existência Esta consciência pode ser mais bem entendida por meio dos atributos do eu: Atividade: consciência íntima de que, em todas as atividades psíquicas que ocorrem, o próprio eu é que as realiza e presencia: “sou eu quem faço, sou eu quem penso” Execução: a evidência, para cada indivíduo, de que quando pensa, sente e deseja é o eu próprio que o faz Unidade: eu sentido como algo uno e indivisível, vivência sentida como natural e espontânea: “eu sou um ser único, indivisível” Identidade: consciência de ser o mesmo na sucessão do tempo, o eu nuclear vivenciado como o mesmo ao longo do tempo, apesar da mudança de alguns aspectos da personalidade: “sou eu mesmo sempre” Oposição do eu ao mundo externo: percepção evidente da separação entre o eu subjetivo e o espaço exterior 52 16. Consciência do Eu As perturbações são: Alteração da consciência da existência: suspensão da sensação normal do próprio eu, corporal e psíquico, carência da consciência do fazer próprio, distanciamento do mundo perceptivo, perda da consciência do sentimento do eu, com relato de uma sensação de modificação e estranheza de si mesmo Alteração da consciência da execução: sentimento de que outro indivíduo pensa ou deseja algo e o impõe, de algum modo, aos próprios desejos e pensamentos, de fatos ocorridos Alteração da consciência da unidade: conjunto de sentimentos que se opõem como estranhos, em que o sujeito sente-se dividido, como casos de delírios místicos em que há a crença, no individuo, da coexistênciade uma entidade em si próprio Alteração da consciência da identidade: não se considera mais a mesma pessoa, com o uso da terceira pessoa como referencia ao eu do passado Oposição ao mundo externo: perda da fronteira entre o mundo intrapsíquico e o mundo exterior em vivências 53 17. Impulsividade Os impulsos são necessidades inatas para determinado comportamento, mas, quando excessivos, podem escapar ao controle Abolem abruptamente as fases de intenção, deliberação e decisão em função da intensidade dos desejos Controle dos impulsos é a crítica para determinar o comportamento socialmente adequado, representando uma medição do perigo potencial a si mesmo e a outros 54 Avaliado por informações da história recente e pelo comportamento percebido durante a entrevista Anotação de Enfermagem Paciente no quarto dia de internação, com idade aparente compatível com a idade cronológica, postura encurvada. Mantém os cabelos desalinhados, unhas mal cortadas, higiene satisfatória, utiliza vestes hospitalares, com maquiagem em tons fortes, usando brincos, grande quantidade de pulseiras e adereços coloridos. Paciente vigil e orientada. Hipervigilante, com dificuldade de concentração em focar na entrevista. Memória imediata, recene e remota preservadas. Apresenta dificuldade para fazer contas simples (como adição e subtração) e pensamento concreto. Juízo crítico da realidade prejudicado, acredita que está em uma “angência de modelos”, não tem insight sobre seu quadro psiquiátrico. Pensamento acelerado, coerente, ilógico, com delírios de grandeza, acredita ser a “Miss Universo”, circunstancial, ocasionalmente apresenta bloqueio de pensamento. Nega ideação suicida e homicida. Apresenta comunicação verbal espontânea, fala acelerada e congruente com o afeto, discurso elaborado, em tom de voz elevado. Apresenta solilóquios, nega alucinações, porém, apresenta comportamento sugestivo (olha frequentemente para o lado esquerdo e mantém solilóquios, apontando para outros pacientes). Paciente eufórica, hipomodulando, com expressão facial sorridente. Apresenta risos constantemente e, por vezes, imotivados. Refere estar “extremamente feliz”. Apresenta marcha acelerada e anda de um lado para o outro durante a entrevista, porem colaborativa, respondia adequadamente ás perguntas. 55 Nise – Primeira sessão de terapia 56 https://www.youtube.com/watch?v=tf6qzbZxVH4 Caso: Paciente encontra-se em decúbito ventral, consciente, vígil, pensativo, aparenta medo, apresenta solilóquios, fala espontânea, pensamento coerente e lógico, apresentando alucinação visual e auditiva, refere “ver e ouvir um peixe”. Qual função mental está envolvida? 57 Caso: Paciente encontra-se deambulando pela enfermaria, consciente, vígil, comunica-se verbalmente com fala espontânea, velocidade adequada, volume alto, de forma coerente e ilógica, apresenta delírio de grandeza relatando ser “o presidente da república e que tem poder”. Qual função mental está envolvida? 58 Caso: paciente encontra-se consciente, vígil, porém em desorientação temporal. Qual função mental está envolvida? 59 Caso: paciente deambulando com velocidade da marcha acelerada. Qual função psíquica está envolvida? 60 Caso: Paciente encontra-se sentada, consciente, vigil, expressão facial sorridente, observa-se tenacidade na ___________ espontânea. Qual função mental melhor completa a frase? 61 Caso: Paciente encontra-se consciente, vígil, com linguagem verbal monossilábica. Qual função mental está envolvida? 62 Caso: paciente apresenta-se consciente, vígil, hipermodulando o _______. Qual das funções mentais melhor completa a frase? 63
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