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– 1 • Conceito A súmula apresenta o mesmo conteúdo do exame psíquico, sendo a súmula um RESUMO DELE, ou seja, ela pode ser elaborada a partir de um exame psíquico bem feito. Assim, a súmula psicopatológica é a forma com a qual se identificam alguns sinais/sintomas de condições psiquiátricas, facilitando o diagnóstico delas. Comparativamente falando, a súmula psicopatológica está para a psiquiatria assim como a ausculta pulmonar está para a pneumologia, a ausculta cardíaca está para a cardiologia... Dessa forma, a partir da súmula, pode-se formular HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS e traçar um PLANO TERAPÊUTICO. Vale destacar, ainda, que a ANAMNESE psiquiátrica é composta por todos os outros tópicos de qualquer outra anamnese, havendo a inclusão da súmula. Por fim, quanto ao exame físico, é de extrema importância a sua realização, uma vez que existem condições psiquiátricas SECUNDÁRIAS a outras condições! Geralmente, há um maior foco no exame endócrino e neurológico, visto que alterações nestes sistemas mais frequentemente cursam com desordens psiquiátricas secundárias. • Diagnóstico A partir de um bom exame clínico e do conhecimento das doenças, pode-se realizar um diagnóstico de acordo com CID-10, DSM-V e EIXOS! • Componentes da Súmula Psicopatológica 1. Apresentação o Aparência – refere-se aos cuidados HIGIÊNICOS e ESTÉTICOS relativos ao corpo, roupas, maquiagem e adereços – cabelo, barbas, unhas, dentes ➔ Alterações: Quanto a HIGIENE: cuidada e descuidada, sendo esse último acompanhado de higiene corporal comprometida (roupas sujas, mau cheiro, barba grande, unhas sujas, dentes sujos). Quanto a APARÊNCIA: adequada, bizarra (qualitativamente diferente do ambiente) ou exibicionista (exposição excessiva de partes do corpo). – 2 o Atitude – também chamada de comportamento, e engloba a fala, gestos, mímica e movimentos corporais. ➔ Não-cooperante; ➔ Oposição – se recusa a participar da entrevista; ➔ Hostil – ofende, ameaça ou agride fisicamente; ➔ De fuga – reflete o medo do paciente; ➔ Desconfiança – “Você é mesmo médico?”, “Existem microfones aqui?” ➔ Querelante – discute ou briga por se sentir prejudicado ou ofendido; ➔ Reivindicativa – “Quero ter alta agora!”; ➔ Arrogante – atitude de desdém ou sentir-se superior; ➔ Evasiva – evita responder certas perguntas se desviando do assunto; ➔ Invasiva – deseja saber da vida do examinador, mexe em objetos sem autorização; ➔ Esquiva – não deseja contato social; ➔ Inibida – pouco a vontade; ➔ Desinibida – inconveniente; ➔ Jocosa – constantemente fazendo piadas ou brincando; ➔ Irônica – arrogância e agressividade; ➔ Lamuriosa – queixa-se o tempo todo; ➔ Dramática – hiperemocionalidade; ➔ Sedutora – elogia, tenta agradar ou despertar interesse sexual; ➔ Pueril – infantil; ➔ Gliscróide – grudento; ➔ Simuladora – finge ter um sintoma ou doença; ➔ Dissimuladora – tenta ocultar um sintoma; ➔ Indiferente – pode estar presente no DELIRIUM E DEMÊNCIA, devido a não compreensão do exame; ➔ Manipuladora; ➔ Submissa; ➔ Expansiva – trata todos como pessoas íntimas; ➔ Amaneirada – caricatural. “Vossa excelência”; ➔ Reação de último momento – coopera de última hora. 2. Consciência ou Vigilância É o conhecimento (o dar-se conta) que o indivíduo tem de suas vivências internas, de seu corpo e do mundo interno o Alterações Quantitativas – referem-se à INTENSIDADE DA CLAREZA das vivências psíquicas, i.e., REBAIXAMENTO DO NC = OBNUBILAÇÃO, que pode ser simples e oniróide. ▪ Obnubilação simples – não apresenta sintomas psicóticos – sonolência, hipoprosexia, desorientação tempo e espaço, hipoestesia, distúrbios de memória, apatia, inibição psicomotora – intoxicação por álcool; ▪ Obnubilação oniróide – presença de sintomas psicóticos, principalmente ilusões e pseudoalucinações visuais → DELIRIUM TREMENS o indivíduo encontra-se agitado e assustado, sem orientação temporoespacioal, sem identificar as pessoas ao seu redor; o Alterações Qualitativas – inclui o ESTREITAMENTO DE CONSCIÊNCIA em que o indivíduo está desperto, mas confuso, i.e., tem acesso somente a algumas vivências – ocorre na EPILEPSIA, INTOXICAÇÃO ALCOÓLICA PATOLÓGICA. – 3 3. Atenção É o processo pelo qual a consciência é direcionada para determinado estímulo, permitindo um funcionamento organizado da mente! Ela interfere na sensopercepção e é importante para a FIXAÇÃO E EVOCAÇÃO de memórias. Tenacidade – capacidade de concentração; Vigilância – mobilidade da atenção. o Hipoprosexia – diminuição da atenção – fadiga, tédio, sonolência, DELIRIUM; o Aprosexia – abolição da atenção – no sono sem sonhos, coma; o Rigidez da Atenção – hipertenacidade e hipovigilância – TOC; o Labilidade da atenção - hipotenacidade e hipervigilância – mania, intoxicação por álcool. 4. Orientação É a capacidade de se situar em relação a si mesmo e ao ambiente: tempo, espaço, quanto as pessoas, quanto a situação. ▪ Orientação no Tempo ▪ Orientação no Espaço ▪ Orientação quanto as Pessoas ▪ Orientação situacional o Autopsíquica: paciente reconhece dados de identificação pessoal e sabe quem é; o Alopsíquica: paciente reconhece os dados fora do eu; no ambiente; o Confusional – rebaixamento do NC – delirium; o Amnéstica – prejuízo da memória – korsakoff; o Estreitamento da consciência – intoxicação; o Apática – prejuízo do afeto e conação – sintomas negativos da esquizofrenia e depressão; o Delirante – Síndrome de Capgras; o Por déficit – deficiência intelectual; 5. Sensopercepção É a primeira parte da cognição, i.e., a percepção do mundo externo quanto a seus objetos reais. A sensação é um fenômeno passivo e objetivo decorrente da alteração produzida por estímulos externos nos órgãos sensoriais; a PERCEPÇÃO é um fenômeno ativo e subjetivo que resulta das impressões sensoriais de cada indivíduo. o Qualidades Sensoriais: ▪ Exteroceptivas – visual, gustativa... ▪ Interoceptivas – bem estar, sede, fome... ▪ Proprioceptivas – posição do corpo, barestesia. o Alterações Quantitativas ▪ Agnosia – distúrbio do RECONHECIMENTO de estímulos exteroceptivos na AUSÊNCIA DE DÉFICIT SENSORIAL, i.e., as sensações são sentidas porem não percebidas / Ex: agnosia visual – capaz de descrever o objeto, sua cor, mas não sabe o que é! ▪ Hiperestesia - aumento global da intensidade perceptiva: as impressões sensoriais tornam-se mais intensas, mais vívidas ou mais nítidas – Intoxicação por alucinógenos; ▪ Hipoestesia - diminuição global da intensidade perceptiva – delirium; ▪ Anestesia - abolição da sensibilidade; – 4 ▪ Alucinação Negativa - aparente ausência de registro sensorial de determinado objeto presente no campo sensorial do paciente; como, por exemplo, não ver uma pessoa que está diante de seus olhos; ▪ Macropsia – objetos parecem maiores; ▪ Micropsia – objetos parecem menores; ▪ Dismegalopsia – objetos deformados; o Alterações Qualitativas ▪ Ilusão - percepção falseada, deformada, de um objeto real e presente – é dividida em por desatenção; catatímicas e oníricas ▪ Pareidolia - imagem (fantástica e extrojetada) criada intencionalmente a partir de percepções reais de elementos sensoriais incompletos ou imprecisos. Por exemplo: ver figuras humanas, cenas, animais, objetos etc., em nuvens, em manchas ▪ Alucinação - uma percepção na ausência dos estímulos externos correspondentes - A atenção não remove as alucinações, ao contrário do que acontece com as ilusões por desatenção e catatímicas. • Verdadeira - apresentam todas as características de uma imagem perceptiva real, incluindo a corporeidade e a localização no espaço objetivo externo, IRRESISTÍVELMENTE REAIS • Pseudoalucinações - Diferenciam-se das alucinações verdadeiras pela ausência de corporeidade e localização no espaço subjetivo interno • Alucinose - adequadae imediatamente criticadas pelo indivíduo, que reconhece o fenômeno como algo patológico, i.e., ocorre sob a lucidez de consciência • Extracampina – fora do campo sensitivo • Hipnopômpicas • Hipnagógicas • Cinestésica – falsa percepção de que o corpo está movimentando • Cesnestésicas - viscerais 6. Memória Aprendizado é o processo pelo qual adquirimos conhecimento sobre o mundo, já a memória representa o armazenamento desse conhecimento. o Etapas do processo mnêmico ▪ Fixação – aquisição de novas informações que depende da preservação do nível de consciência, da atenção, da sensopercepção. ▪ Conservação – manutenção das informações fixadas – ao longo do tempo, as informações sofrem um processo lento de desintegração, que segue a lei de regressão de Ribot, i.e., as informações recentes são perdidas primeiro que as mais antigas. ▪ Evocação – retorno à consciência das informações armazenadas → a EVOCAÇÃO NÃO É UMA CÓPIA FIEL DA FIXAÇÃO. o Alterações Quantitativas ▪ Amnésia Anterógrada – ou DE FIXAÇÃO - Consiste na impossibilidade (ou dificuldade) de formar novas lembranças de longo prazo – quadros demenciais, transtorno amnéstico; ▪ Amnésia Retrógrada - Refere-se à impossibilidade (ou dificuldade) de recordar eventos anteriores à atuação do fator causal do distúrbio mnêmico; não se consegue recuperar memórias de longo prazo, as quais tinham sido adequadamente fixadas; – 5 ▪ Amnésia Retroanterógrada – mista – mais comum, principalmente em quadros demenciais; ▪ Amnésia Generalizada - estão afetadas todas as recordações de grande parte do passado, compreendendo os últimos meses ou anos, ou mesmo a vida inteira. ▪ Amnésia Lacunar - falha de memória abrange especificamente determinado espaço de tempo, de limites relativamente precisos, durante o qual houve um prejuízo na capacidade de fixação; ▪ Amnésia Seletiva - Aqui o que as lembranças têm em comum é o seu significado afetivo; ▪ Hipermnésia Anterógrada - memorizar uma grande quantidade de números ou nomes; reproduzir na íntegra uma música ou um texto extenso após terem sido ouvidos uma única vez; ou efetuar cálculos matemáticos muito complexos - memorização se dá de forma mecânica, em geral sem que haja uma compreensão do significado do que está sendo fixado – espectro autista, déficit intelectual → SAVANT; ▪ Hipermnésia Retrógrada - Ocorre um excesso de recordações num breve espaço de tempo – mania; ▪ Hipermnésia lacunar - observada em pacientes com transtorno de pânico, especialmente em relação à rememoração do primeiro ataque; e no transtorno de estresse pós-traumático, em relação ao evento traumático; ▪ Hipermnésia seletiva – conteúdo e significado afetivo - ocorre na depressão, quanto a fatos dolorosos ou que despertem o sentimento de culpa; na mania, quanto a sucessos e realizações pessoais; e nos quadros delirantes, quanto a fatos que pareçam confirmar o seu juízo patológica; o Alterações Qualitativas ▪ Alomnésia - Aqui as recordações de um evento real são deturpadas, distorcidas pelo indivíduo de forma involuntária ▪ Paramnésia - Trata-se da recordação de algo que de fato não ocorreu, de uma falsa lembrança, embora para o paciente ela seja verdadeira ▪ Deja vu - sensação de familiaridade diante de uma situação (ou objeto) inteiramente nova, como se ele já a houvesse vivenciado anteriormente ▪ Jamais Vu - há uma ausência da sensação de familiaridade diante de uma situação já vivenciada uma ou mais vezes no passado ▪ Criptomnésia - Recordações voltam à mente do indivíduo, mas não são reconhecidas como tais, parecendo a ele ideias novas, criações originais suas. É o mecanismo dos casos de plágio involuntário. ▪ Ecmnésia - presentificação do passado: a recordação é tão intensa, quase alucinatória, que o paciente se comporta como se o evento pretérito estivesse ocorrendo naquele momento, como se ele estivesse vivendo em uma época anterior de sua vida. 7. Pensamentos ➔ Curso – velocidade em que o pensamento é expresso – ex.: fuga de ideias, taquipsiquismo, interrupção; ➔ Forma – forma em que o pensamento é expresso – ex.: encadeamento de ideias; – 6 ➔ Conteúdo – alterações no conteúdo do pensamento – ex.: delírio; o Alterações Quantitativas ▪ Taquipsiquismo – fala mais rápida, rápida produção de ideias, maior velocidade no processo associativo; ▪ Bradipsiquismo - paciente fala mais devagar; há uma redução no número de ideias e representações, e inibição do processo associativo; ▪ Interrupção do curso – paciente deixa de completar uma ideia que foi roubada; o Alterações Qualitativas ▪ Fuga de Ideias - variação rápida e incessante de tema, com preservação da coerência do relato e da lógica na associação de ideias – os pensamentos sofrem desvios por estímulos externos por meio de associações como RIMAS OU ALITERAÇÕES; ▪ Desagregação do pensamento – perda do sentido lógico na associação de ideias também pode ser chamado de pensamento desagregado, dissociado, incoerente, confuso, descarrilhado, frouxo. ▪ Prolixidade - discurso repleto de detalhes irrelevantes, o que o torna tedioso; a ideia-alvo jamais é alcançada ou só o é tardiamente. Decorre de uma incapacidade de síntese, de distinguir o essencial do acessório. ▪ Minucioseidade - discurso com um número excessivo de detalhes relevantes - É encontrada no transtorno obsessivo-compulsivo e no transtorno da personalidade obsessiva (anancástica). ▪ Perseveração - recorrência excessiva e inadequada no discurso do mesmo tema, ou uma dificuldade em abandonar determinado tema. Consiste numa perda da flexibilidade do pensamento - As ideias obsessivas (ou obsessões) podem ser consideradas uma forma especial de perseveração do pensamento; ▪ Concretismo - caracteriza-se por um discurso pobre em conceitos abstratos, em metáforas e analogias; ▪ Ideias Delirantes - juízos patologicamente falsos, que possuem as seguintes características: acompanham-se de uma convicção extraordinária, não são susceptíveis à influência e possuem um conteúdo impossível; • Primário - O delírio primário é a ideia delirante autêntica. Ele é autóctone, isto é, não deriva de nenhuma outra manifestação psíquica patológica - Classicamente, seria exclusivo da esquizofrenia. • Secundário - ideia deliroide; Ele se origina de forma compreensível psicologicamente de outras manifestações psíquicas patológicas, tais como alterações do humor, da sensopercepção e da consciência - as ideias de culpa na depressão – a tristeza vital é considerada primária –, as ideias de grandeza na mania, as ideias de influência relacionadas a alucinações cenestésicas, as ideias de perseguição no delirium tremens. • Ideia sobrevalorada - uma ideia errônea por superestimação afetiva. O erro decorre do fato de a ideia estar relacionada a uma carga afetiva muito intensa, que influencia o julgamento da realidade. 8. Psicomotricidade • Alterações Quantitativas – 7 o Apraxia - A apraxia consiste na dificuldade ou impossibilidade de realizar atos motores intencionais, voluntários, na ausência de paresia ou paralisia, de déficit sensorial e de incoordenação motora. A apraxia representa a perda do movimento aprendido o Hipocinesia e acinesia - diminuição acentuada e generalizada dos movimentos voluntários. Os movimentos tornam-se lentos e são realizados com grande dificuldade. o Hipercinesia o Ecopraxia – repetição automática e despropositada das ações motoras executadas por outra pessoa, que está diante do paciente. São imitados gestos, a postura, a fala (ecolalia) ou a o expressão fisionômica (ecomimia). o Estereotipias - constituem ações motoras desprovidas de finalidade e de sentido (para o próprio doente), sendo repetidas de maneira uniforme e com grande frequência – Tourette; o Flexibilidade cerácea - rigidez muscular, porém esta, no caso da flexibilidadecerácea, é facilmente vencida. Isso permite que o examinador coloque um segmento do corpo do paciente – um membro, a cabeça ou o tronco – nas mais diversas posições, e o paciente irá manter a postura corporal em que foi passivamente colocado por bastante tempo, mesmo que tal postura seja desconfortável; o Maneirismos - Maneirismos são movimentos expressivos – isto é, movimentos que servem a um propósito de comunicação, tais como gestos, mímicas, vocalização – que se tornam exagerados quanto à sua amplitude. 9. Humor e Afeto O afeto consiste na forma com a qual terceiros PERCEBEM as emoções, os sentimentos, as paixões e o humor do indivíduo, ou seja, a forma com a qual ele deixa transparecer principalmente o HUMOR. ➔ Humor – como ele se vê – depressivo, eutímico, mania. ➔ Afeto – como nós vemos – pode estar congruente ou não com o humor o Alterações Quantitativas ▪ Hipertimia – aumento da intensidade ou duração dos afetos (tristeza, alegria) ou reação afetiva desproporcional a causa; ▪ Hipotimia/Atimia – a hipotimia representa a diminuição da intensidade dos afetos. A atimia representa a incapacidade de experimentar afetos / Indivíduo indiferente ao meio = EMBOTADO. o Alterações Qualitativas ▪ Labilidade Afetiva – dificuldade no controle dos afetos – mudanças frequentes e bruscas motivadas ou imotivadas – GRANDE INTENSIDADE, CURTA DURAÇÃO ; ▪ Incontinência Afetiva – consiste em um distúrbio de regulação mais GRAVE que a labilidade – nesse caso, há uma PERDA TOTAL da capacidade de controle da expressão afetiva – RISOS OU PRANTOS CONVULSIVOS; ▪ Rigidez Afetiva – perda da capacidade de MODULAR A RESPOSTA AFETIVA de acordo com a situação, i.e., é o oposto da labilidade... o afeto tende ficar fixo; ▪ Paratimia – inadequação do afeto com a situação vivenciada – esquizofrenia; ▪ Ambitimia – presença de sentimentos OPOSTOS E CONCOMITANTES; ▪ Neotimia – vivência inteiramente nova e inusitada. 10. Volição/Vontade – 8 Processo psíquico de escolha de uma entre várias possibilidades – constitui-se de 4 etapas: intenção; deliberação; decisão; execução o Alterações Quantitativas ▪ Hipoabulia/Abulia – diminuição e abolição da atividade de volição! Sensação de FRAQUEZA, DESÂNIMO, FALTA DE ENERGIA; ▪ Enfraquecimento de Impulsos Específicos – diminuição específica da vontade, como a anorexia, insônia, perda da libido; ▪ Hiperbulia – sentimento de FORÇA, DISPOSIÇÃO, ENERGIA, associado a desinibição e agitação psicomotora; ▪ Intensificação de Impulsos Específicos – bulimia (aumento patológico do apetite), potomania (sede excessiva), hipersonia, ninfomania. o Alterações Qualitativas / Disbulias / Parabulias ▪ Impulsivos – súbitos, incontroláveis e inconscientes → as etapas de deliberação e decisão são puladas, indo direto pra decisão; ▪ Compulsivos – são atos os quais os indivíduos se sentem COMPELIDOS a realizar, mas com uma DELIBERAÇÃO E ESCOLHA consciente!! (geralmente há luta contra a sua execução) / Drogas; ▪ Ambitendência – incapacidade de decidir em função de consciências volitivas opostas; ▪ Negativismo – resistência não deliberada, imotivada e incompreensível – no negativismo passivo o indivíduo não faz o que é pedido e no ativo o indivíduo faz o oposto kkkk ▪ Reação do Último Momento – consiste no desaparecimento súbito de uma conduta negativista no momento em que o examinador desiste; ▪ Sugestionabilidade Patológica – oposto ao negativismo – tendência exagerada a atender solicitações do mundo externo (ecolalia, ecomimia); ▪ Obediência Automática – é um EXTREMO da sugestionabilidade – cumprimento passivo e imediato de qualquer ordem ou solicitação – esquizofrenia catatônica. 15. Consciência do Eu Propriedade psíquica através da qual o eu se faz consciente de si mesmo, que inclui consciência da: ▪ Atividade do eu - consciência de que as vivências -pensamentos, sentimentos- pertencem a nós e são realizadas por nós mesmos ▪ Existência do eu – consciência de estar vivo ▪ Unidade do eu – consciência de que o eu é ÚNICO, INTEIRO e INDIVISÍVEL ▪ Identidade do eu – consciência de ser o MESMO na sucessão do tempo ▪ Limites do eu – consciência da separação entre eu e o ambiente o Alterações Quantitativas ▪ Alterações da Consciência da existência do eu – pct se queixa de sensações corpóreas, sentimentos, recordações diminuídas – tristeza vital que está presente na depressão ▪ Desorientação Autopsíquica – diminuição/perda da consciência da identidade do eu – pct pode esquecer até o próprio nome – dissociação, demência o Alterações Qualitativas ▪ Alterações da Consciência da Atividade do Eu – pct se torna um observador passivo das suas vivências, não as reconhecendo como próprias – o que sente, pensa, faz ou quer é decidido por uma força externa, caracterizando como um delírio de influência e, as vezes, quando atribui essa passividade a pessoas ou ações malignas, como uma delírio persecutório / Esses fenômenos ocorrem principalmente na esquizofrenia e se constituem como quadros DISSOCIATIVOS ▪ Alterações da consciência da Unidade do Eu – o indivíduo vivencia uma divisão do seu eu em duas ou mais partes, as quais coexistem de forma conflituosa – Esquizofrenia!! (como vc está? Meu lado direito está bem e meu lado esquerdo não está) – 9 ▪ Alterações da Consciência da Identidade do Eu - Despersonalização – pct vive uma profunda transformação de sua personalidade ou do seu corpo, sente como se não fosse mais a mesma pessoa / Pode acreditar que os eventos passados foram vividos por outra pessoa / ▪ Alterações da Consciência dos Limites do Eu – ocorre uma fusão do eu com o mundo externo, i.e., o pct se identifica com os objetos do mundo externo e não se distingue deles → pct com esquizofrenia, durante a APROPRIAÇÃO, um pct que está fazendo um curso de informática não queria deixar que desligassem o computador porque isso iria mata- lo. 16. Linguagem o Alterações Quantitativas ▪ Afasia motora – Broca ▪ Afasia sensorial – Wernicke ▪ Afasia global ▪ Afasia Anômica ▪ Agrafia ▪ Alexia ▪ Aprosódia ▪ Hiperprosódia ▪ Mutismo – ausência de fala, seja voluntária ou não ▪ Logorreia – verborreia – fala o tempo todo e é difícil interromper ▪ Oligolalia – expressão verbal diminuída ▪ Hiperfonia – fala alta ▪ Hipofonia – fala baixa ▪ Taquilalia – aumento na VELOCIDADE ▪ Bradilalia – diminuição da velocidade ▪ Latência da Resposta – demora a responder o Alterações Qualitativas ▪ Ecolalia – repetição como um eco da última ou últimas palavras faladas pelo entrevistador ▪ Palilalia - repetição como um eco da última ou últimas palavras faladas pelo próprio pct ▪ Logoclonia - repetição como um eco da última ou ultimas SÍLABAS faladas pelo próprio pct ▪ Estereotipia Verbal/Verbigeração – repetição sem sentido de palavras ▪ Mussitação – voz sussurrada ▪ Neologismo ▪ Jargonofasia – salada de palavras ▪ Parafrasias – substituição de uma palavra por outra de significado semelhante (vaca, faca) ▪ Solilóquio ▪ Coprolalia – palavras obscenas, relativas a excrementos ▪ Glossolalia – como se estivesse falando em outra língua (vídeo de mania que o prof passou) ▪ Maneirismos – fala pouco natural, muitos maneirismos, formalidade ▪ Pedolalida – fala infantilizada ▪ Para-respostas – resposta nada a ver com a pergunta ▪ Resposta Aproximada – sabe a resposta certa, mas fala a errada (aquariano) – 10 Referências • CHENIAUX JR, E. Manual de Psicopatologia. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015
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