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MARÍLIA ARAÚJO – P1 Filtração Glomerular • Responsável pela formação da urina MECANISMOS RENAIS DE MANIPULAÇÃO DO PLASMA • Artéria renal – dá origem ao fluxo até chegar na arteríola eferente • Arteríola aferente – vaso de entrada que dá acesso para os capilares glomerulares • Arteríola eferente – vaso de saída, se ramifica até formar o leito de capilares peritubulares, para depois ter continuidade com o sistema venoso • O fluxo sanguíneo renal entra nos capilares glomerulares, uma parte é filtrada em direção à cápsula de Bowman, outra parte continua seguindo seu caminho saindo pela arteríola eferente em direção aos capilares peritubulares. • Filtração glomerular – entrada de líquido na Cápsula de Bowman, o filtrado vai em direção à região de capilares tubulares. • Secreção tubular - Alguns solutos e água podem ser secretados da região peritubular até dentro do túbulo. Ex: secreção de creatinina • Reabsorção tubular - O líquido que continua na região tubular sofre reabsorção. Solutos e água são reabsorvidos para a região dos capilares peritubulares • O produto dos 3 eventos forma a urina, ou seja, ela é um resultado da filtração glomerular + secreção tubular – reabsorção tubular • O restante que não foi excretado (maior parte) passa pelo processo de reabsorção tubular e será devolvido para a circulação ➢ A parede dos capilares glomerulares possui espaços para a passagem de solutos e água (ultrafiltrado), que passaram pela filtração glomerular ➢ Ao longo da região tubular, o filtrado (que contém água e solutos) vai sendo reabsorvido, passam para a região do interstício, vão para os capilares peritubulares serão devolvidos pelo sistema venoso para a circulação PARÂMETROS DA FUNÇÃO RENAL NO HOMEM ADULTO NORMAL • Fluxo sangíneo renal: 1200 ml/min (~1700 L/dia) • Filtração glomerular: 120 ml/min (~180 L/dia) • Volume urinário: 1000-2000 ml/dia (~1% da FG) → varia de acordo com a ingesta de água e com a temperatura ambiente • Fração de filtração (taxa de filtração glomerular): 20% FILTRAÇÃO GLOMERULAR • Primeira etapa para a formação da urina • Células mais escuras – representam a mácula densa • As características físicas da parede do capilar glomerular determinam o que vai ser filtrado para o espaço de Bowman • As paredes dos capilares glomerulares são constituídas de 3 camadas, que os dá poder de seletividade: ➢ Células endoteliais: os capilares sistêmicos são constituídos por uma única de células endoteliais do lado da membrana da célula MARÍLIA ARAÚJO – P1 que está voltado para a luz do capilar, apresenta poros (fenestras) → podem passar água e solutos (menores do que o poro). OBS: As hemácias são maiores do que esse poro, então elas não são filtradas (são barradas pelas células endoteliais) → na urina não é pra existir hemácias, caso contrário é sugestivo de cálculo renal, e há sangramento por destruição dos capilares glomerulares OBS: Microscopia de fase: exame em que o analista diferencia os tipos de hemácias com relação à destruição da barreira de filtração ou machucados devido a presença de cálculo ➢ Membrana basal glomerular: formada por fibras de colágeno, por proteoglicanos (proteína que está ligada a um carboidrato), que possuem carga elétrica negativa. No nosso plasma existe uma proteína chamada albumina, que possui peso molecular grande e possui carga negativa. Embora grande, passa pelo poro, porém, por ter carga igual à membrana basal glomerular, há uma força de repulsão que não permite a sua passagem, então ela não é filtrada, consequentemente não é pra existir albumina na urina, caso contrário, é indicativo de lesão da membrana basal glomerular. Ex: síndrome nefrótica. A membrana basal glomerular possui 3 camadas: - Lâmina rara interna - Lâmina rara densa - Lâmina rara externa ➢ Células epiteliais (podócitos): parte externa de carga negativa que possui fendas de filtração ➢ Os 3 juntos formam a barreira à filtração. • Solutos carregados positivamente tem uma facilidade maior para serem filtrados, desde que o tamanho deles sejam respeitados para a sua passagem. Solutos carregados negativamente possuem uma dificuldade maior de serem filtrados CARACTERÍSTICAS DA MEMBRANA DO CAPILAR GLOMERULAR • Elevada permeabilidade: água, solutos e proteínas de baixo peso molecular • Permeabilidade seletiva: discrimina solutos (proteínas) na dependência do tamanho, carga e forma • Tamanho: < 1,8 nm (7000 Da) são filtradas > 4,4 nm (70000 Da) são minimamente filtradas. Ex: Albumina • Ânions são pobremente filtrados • Do total de proteínas plasmáticas, menos que 0,1% é filtrado • Estrutura extracelular amorfa • Rica em proteoglicanos - Ricos em heparan sulfato (-): conferem seletividade quanto à carga • Destruição por doenças autoimunes. Ex: Lupus (os anticorpos produzidos migram para a membrana basal glomerular, reconhecendo- a como uma estrutura estranha e destruindo- a, então a albumina será filtrada) ➢ Característica clínica - Proteinúria: presença de proteínas na urina, indicativo clínico de que houve lesão na membrana basal glomerular. A albumina mantém a pressão oncótica (mantém a maior parte da água dentro do vaso sanguíneo). Se a albumina é perdida na urina, essa água que deveria estar em maior quantidade no vaso começa a extravasar. Esse líquido que sai do vaso para o interstício extrapola a quantidade que o sistema linfático suporta, então o líquido intersticial se acumula, formando o edema. Além disso, há diminuição da pressão arterial, pois há volume grande de água sendo perdido junto com a albumina e há diminuição do volume sanguíneo circulante OBS: A integridade funcional da membrana do capilar glomerular depende da interação entre as 3 camadas (endotelial, membrana basal e podócitos). Essa integridade faz com que o ultrafiltrado seja praticamente livre de macromoléculas e células • Coeficiente de ultrafiltração glomerular: forma matemática que mede a efetividade do processo de filtração • K = coeficiente de permeabilidade hidráulica, definido pelas características anatômicas da parede do capilar glomerular MARÍLIA ARAÚJO – P1 • S = superfície disponível para filtração, determinado pela atividade da CÉLULA MESANGIAL • Célula mesangial – dá suporte para os capilares glomerulares, os revestindo externamente. Quando a célula mesangial contrai, comprime o capilar glomerular (estimula uma vasoconstrição) e diminui a sua luz, o que diminui a sua filtração • Matriz mesangial – glicosaminoglicanos sulfatados, fibronectina e laminina • Funções da célula mesangial: ➢ Suporte estrutural ➢ Faz fagocitose – ajuda a manter o mesângio limpo e o protege contra agentes invasores ➢ Produz agentes vasoativos – capaz de sintetizar e secretar renina e angiotensina II ➢ Modula a filtração glomerular DETERMINANTES DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR • Características anatômicas dos capilares glomerulares: tipos celulares que compõem o glomérulo • Fatores hemodinâmicos: determinados pelas pressões hidráulica e oncótica exercidas pelo sangue • As forças de Starling pelos capilares glomerulares • Arteríola aferente possui maior calibre que a arteríola eferente, o que permite que a pressão hidrostática dentro do capilar glomerular seja constante. • Pressão hidrostática – pressão que um líquido exerce na parede de um recipiente. O fluxo sanguíneo que chega da arteríola aferente para o capilar glomerular exerce uma pressão hidrostática dentro dele (PhCG) • A PhCG permite a saída de líquido do capilar em direção ao espaço de Bowman, favorecendo a filtração • A PhCG se mantém constante ao longo do capilar glomerular (graças a diferença de calibre ao chegar na arteríola eferente) • PπCG - A albumina exerce uma força de atração sobre as moléculas de água, fazendo a pressão oncótica ou coloidosmótica dentrodo capilar glomerular • No início do capilar glomerular, a quantidade de plasma em relação à albumina é maior, então a PπCG é pequena. Por isso, a PπCG faz uma oposição à filtração • Conforme o líquido vai sendo filtrado e caindo no espaço de Bowman, a PπCG vai aumentando • No espaço de Bowman, há a pressão hidrostática no espaço de Bowman ou pressão tubular (PhEB ou PT), que é constante (a medida em que o líquido entra na cápsula ele também vai descendo para a região do túbulo proximal). A pressão de líquido no espaço de Bowman é uma força de oposição à filtração • PhEB + PπCG = PhCG → forças contrárias se anulam e não existe mais filtração, o que é importante porque continua com a saída do fluxo sanguíneo renal • O fluxo sanguíneo renal entra, parte dele é filtrado, e outra parte vai pela arteríola eferente em direção aos capilares peritubulares. Se não houvesse essa parada, todo o fluxo seria filtrado e sobraria pouco para o fluxo sanguíneo renal EQUAÇÃO DE STARLING • Calcula a filtração glomerular MARÍLIA ARAÚJO – P1 CÁLCULO DA PRESSÃO DE ULTRAFILTRAÇÃO • Linhagem de ratos geneticamente modificados (ratos de Munich-Wistar) em que seus néfrons são superficiais na cápsula do rim e vistos na microscopia → A partir desses animais começou-se a coletar o plasma que estava passando através dos capilares glomerulares e foi determinada a sua pressão • Sinal negativo – força de oposição • No início, o somatório das forças que favorecem e das forças contrárias à filtração é maior que 0. Então a força que favorece é maior do que as que são contra. Nesse período existe filtração, pois há uma pressão positiva de 15 mmHg • No final (próximo à arteríola eferente), a soma das forças de oposição é igual a força que favorece, mostrando que não existe filtração e o fluxo sanguíneo renal continua seu caminho • O fluxo sanguíneo renal que chega para o capilar peritubular tem uma concentração alta de albumina (alta pressão coloidosmótica) • PCG = pressão hidrostática no capilar glomerular • GFR = filtração glomerular • RBF = fluxo sanguíneo renal OBS: Indivíduo com cálculo obstruindo o ureter → a urina formada pelo néfron se acumula e não consegue ser encaminhada para a bexiga. Ela continua sendo formada, vai chegando na região de pelve e encontra uma urina que está parada pela obstrução. Toda a pressão na região tubular vai aumentar. Assim, a PhEB (que dá continuidade na região tubular e é uma força de oposição) vai estar aumentada (em relação a força de favorecimento), o que reduz a filtração glomerular OBS: Paciente com insuficiência hepática → o fígado produz albumina e a sua insuficiência faz com que a quantidade dessa proteína se reduza, então a pressão coloidosmótica vai estar menor. Se está reduzida, vai alcançar o equilíbrio mais lentamente, em uma área menor para dar continuidade ao fluxo sanguíneo renal. Então o capilar vai estar com a filtração glomerular maior, pois terá mais tempo sendo filtrado e demora pra atingir o equilíbrio entre as forças de oposição e de filtração, sendo um capilar hiperfiltrante
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