Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Bloco Renal Hemodinâmica renal • Reconhecer esse fenômeno é bastante importante para conhecer a fisiologia do rim, que tem uma estreita relação entre circulação e função tubular. • Por minuto, entra nos rins cerca de 1.200 ml de sangue, o que corresponde a 600 ml de plasma. Nesse período, são filtrados nos glomérulos apenas 120 ml de plasma, ou seja, 20% do total que entra nos rins; • Os 80% restantes atingem a arteríola eferente – que sai dos glomérulos, dirigindo-se para a circulação capilar peritubular e, posteriormente, vai para a circulação sistêmica. • Nessa circulação capilar peritubular pode haver o processo de reabsorção e secreção, indo depois para a circulação. • O ultrafiltrado plasmático não tem os elementos celulares do sangue e é, essencialmente, livre de proteínas, porém a concentração de sais e moléculas orgânicas são similares no plasma e no líquido filtrado; • Após ser filtrado, esse líquido é intensamente reabsorvido na luz dos túbulos para a circulação capilar peritubular, de tal forma que, permanecem nos túbulos finais, para serem eliminados, apenas 1 a 2 ml de urina por minuto. • A filtração glomerular é um processo que inicia a formação da urina. 20 % do plasma que entra no rim é filtrado nos glomérulos. Os outros 80% saem pelas arteríolas eferentes e atingem os capilares peritubulares e posteriormente a circulação sistêmica. • Ritmo de filtração glomerular (RFG): - Os rins recebem 20% do Débito Cardíaco; - Débito Cardíaco é 5 L/min; • Fluxo sanguíneo renal (FSR) - Quantidade de sangue recebida pelo rim/min; - 1.000 ml sangue/min = o que equivale a 600 ml plasma/min. • Taxa de filtração glomerular (TFG) - Filtrados: 20% - TFG = 120 ml/min. - 172,8 litros (180 L /dia aproximadamente) Controle da TFG • A taxa de filtração glomerular é controlada por mecanismos miogênicos e por mecanismo de retroalimentação túbulo glomerular. • Influenciada pela resistência das arteríolas aferente e eferente. • Alterações de pressão arterial central levam a alterações de resistência vascular das arteríolas. • Existem mecanismos de regulação para o rim se adaptar as necessidades do organismo em diferentes situações. • O fenômeno de autorregulação para alterações de pressão da artéria renal entre 80 e 200 mmHg não prejudicam o FSR (fluxo sanguíneo renal) e TFG Mecanismo miogênico • A autorregulação renal do FSR e TFG é dada pelo mecanismo intrínseco miogênico do músculo liso arteriolar (Aferente e Eferente); • Contração/relaxamento desse músculo depende da tensão da parede vascular; • Distensão da parede arteriolar promove uma contração muscular; • Aumento da pressão = contração arteriolar; • Diminuição da pressão = relaxamento arteriolar; • O estiramento da parede vascular pela pressão promove a abertura de canais permeáveis a cálcio, gerando o influxo de cálcio e, consequentemente, a contração da musculatura lisa do vaso. • Logo, o mecanismo miogênico vai controlar o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular da seguinte forma: Quando aumenta a Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Bloco Renal pressão arterial renal, ela promove a distensão vascular das arteríolas. Em resposta a essa distensão, as arteríolas vão se contrair. Controle da TFG e FSR • A partir da figura é possível compreender os mecanismos de controle da taxa de filtração glomerular e do fluxo sanguíneo renal. • Alterações de pressão de perfusão da artéria renal entre 80 e 200mmHg não modificam o FSR e TFG – mantêm constante o FSR e o TFG. • Modificações de pressão são acompanhadas por alterações da resistência vascular. Continuação do mecanismo miogênico • Vasoconstrição da artéria aferente diminui a FSR e a TFG: • Quando há resistência na arteríola aferente – vaso que leva o sangue para os glomérulos – haverá uma redução do FSR e como consequência o aumento do fluxo sanguíneo para os outros órgãos. • Essa redução do FSR promove a redução da pressão sanguínea no capilar e uma redução na taxa de filtração glomerular. • Vasoconstrição da artéria eferente diminui a FSR e aumenta a TFG: • Entretanto, quando essa pressão é aplicada na arteríola eferente – a qual sai dos glomérulos, ocorre um aumento do FSR para os glomérulos, e portanto, um aumento na TFG. Controle da TFG – Retroalimentação túbulo Glomerular • O controle da TFG realizado por retroalimentação túbulo glomerular depende do aparelho justaglomerular. Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Bloco Renal - Tem a arteríola aferente, as células mesangiais – células de sustentação dessa estrutura, que também possuem filamentos de actina e miosina – que promovem a sua contração. Tem as células justaglomerulares e a mácula densa – um dos principais atores o controle. • Aparelho justaglomerular – compreende o túbulo contorcido distal e o glomérulo. - Possui percepção para quantidades maiores de volume nos túbulos; • Mácula densa - Possui células permeáveis ao NaCl com canais de Cl- e de Ca++; - A despolarização pela saída de Cl- e entrada de Ca++ libera agentes vasomotores pela mácula. - Esses agentes vasomotores atuam nas CÉLULAS MESANGIAIS; - As células mesangiais diminuem o diâmetro do capilar e promovem a contração da arteríola aferente. Filtração Glomerular • Primeira etapa para a formação da urina, a qual ocorre no glomérulo – emaranhado de capilares. • O sangue entra no glomérulo pela arteríola aferente. À medida que ele vai passando pelos capilares glomerulares e se dirigindo à cápsula de Bowmam, ele vai sendo filtrado. Existem algumas barreiras de filtração para esse sangue: BARREIRA DE FILTRAÇÃO • Física: para moléculas com mais de 4nm; • Eletroquímica: contra a passagem de moléculas aniônicas (por exemplo proteínas plasmáticas). Logo, o ultrafiltrado glomerular não possui proteínas plasmáticas. • Essa filtração é a primeira passagem dos solutos para a urina. • Não é um processo seletivo. • Existem 2 processos de passagem de líquidos e solutos do sangue para o líquido que vai formar a urina – são eles filtração e secreção. A filtração é um processo totalmente livre, vai depender apenas das barreiras encontradas para que esse ultrafiltrado saia (seja filtrado nos capilares e glomérulos) em direção à Cápsula de Bowman. Em contrapartida, a secreção é um processo seletivo, de retirada de substâncias do sangue. • Durante o processo de filtração glomerular, o plasma atravessa 3 camadas para sair dos capilares glomerulares em direção à cápsula: Endotélio capilar (cheio de poros, que contribui para o processo de filtração); Membrana basal; Parede interna da cápsula de Bowman (tem fendas de filtração e podócitos que auxiliam no processo). Universidade Federal do Rio de Janeiro Campus Macaé Enfermagem Angie Martinez Bloco Renal • Dessas camadas, a única contínua é a membrana basal e, portanto, determina as propriedades de permeabilidade do glomérulo. Temos o capilar glomerular e o endotélio do capilar; podócitos; células mesangiais; lúmen do capilar; poros do endotélio; lâmina basal; podócitos; lúmen da cápsula; material filtrado depois de atravessar todas essas camadas. • As células mesangiais contêm filamentos de actina e miosina, portanto, possuem características contráteis. Também são sensíveis a ANGIOTENSINA II e possuem um papel no controle do fluxo sanguíneo dos capilares. Filtração glomerular • É o processo de transferência dos solutos presentes no sangue para a urina que acontece nos capilares glomerulares que estão na cápsula de Bowman. • Esse plasma vai ser filtrado nos