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LEI PENAL A LEI PENAL é a fonte formal imediata do Direito Penal ✔ Art. 5º, XXXIX, da CF/88: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; ✔ Art. 1º, CP: (Anterioridade da Lei) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal; ESTRUTURA DA LEI PENAL PRECEITO PRIMÁRIO – DESCRIÇÃO DE UMA CONDUTA EM ABSTRATO Ex.: Art. 121, CP: Matar alguém. PRECEITO SECUNDÁRIO – COMINAÇÃO DE PENA Ex.: Art. 121, CP: Pena – Reclusão de seis a vinte anos. ✔A lei penal não é proibitiva, mas descritiva; ✔A lei penal não proíbe a conduta de “matar alguém” descreve tal comportamento como criminoso CLASSIFICAÇÃO DA LEI PENAL Incriminadoras - são as que criam crimes e cominam penas. Estão contidas na Parte Especial do Código Penal e na legislação extravagante; Não-incriminadoras* - são as que não criam crimes nem cominam penas; Completas ou perfeitas - apresentam todos os elementos da conduta criminosa. Ex.: art. 157, caput, do CP Incompletas ou imperfeitas - reservam a complementação da defnição da conduta criminosa a uma outra lei, a um ato da Administração Pública ou ao julgador. Ex.: as leis penais em branco, nos dois primeiros casos, e os tipos penais abertos, no último. NÃO-INCRIMINADORA Permissivas - autorizam a prática de condutas típicas (causas de exclusão da ilicitude). Estão previstas na Parte Geral (CP, art. 23); Algumas são também encontradas na Parte Especial, tal como ocorre nos arts. 128 (aborto legal) e 142 (exclusão da ilicitude nos crimes contra a honra) do Código Penal; Exculpantes - estabelecem a não culpabilidade do agente ou ainda a impunidade de determinados delitos. Exemplos: doença mental, menoridade, prescrição e perdão judicial. NÃO-INCRIMINADORA Interpretativas - esclarecem o conteúdo e o signifcado de outras leis penais. Ex.: arts. 150, § 4.º (conceito de domicílio), e 327 (conceito de funcionário público), CP De aplicação, finais ou complementares - delimitam o campo de validade das leis incriminadoras. Ex.: arts. 2.º e 5.º, CP NÃO-INCRIMINADORA Diretivas - são as que estabelecem os princípios de determinada matéria. Ex.: princípio da reserva legal (CP, art. 1.º) Integrativas - são as que complementam a tipicidade no tocante ao nexo causal nos crimes omissivos impróprios, à tentativa e à participação (CP, arts. 13, § 2.º, 14, II, e 29, caput, respectivamente) CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL Exclusividade - só a lei pode criar delitos e penas (CF, art. 5.º, XXXIX, e art. 1.º do CP). Imperatividade - o seu descumprimento acarreta a imposição de pena ou de medida de segurança, tornando obrigatório o seu respeito. Generalidade - dirige-se indistintamente a todas as pessoas, inclusive aos inimputáveis. Ex.: art. 6º da LINDB: A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL Impessoalidade - projeta os seus efeitos abstratamente a fatos futuros, para qualquer pessoa que venha a praticá-los. Anterioridade - as leis penais incriminadoras apenas podem ser aplicadas se estavam em vigor quando da prática da infração penal. (no direito penal a norma pode retroagir para benefciar o réu) cipação (CP, arts. 13, § 2.º, 14, II, e 29, caput, respectivamente) CARACTERÍSTICAS DA LEI PENAL Impessoalidade - projeta os seus efeitos abstratamente a fatos futuros, para qualquer pessoa que venha a praticá-los. Anterioridade - as leis penais incriminadoras apenas podem ser aplicadas se estavam em vigor quando da prática da infração penal. (no direito penal a norma pode retroagir para benefciar o réu) cipação (CP, arts. 13, § 2.º, 14, II, e 29, caput, respectivamente) LEI PENAL EM BRANCO LEI PENAL EM BRANCO A lei penal em branco é a espécie de lei penal cuja defnição da conduta criminosa necessita complementação, que pode ser por outra lei, ou por ato da Administração Pública. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL Interpretação é a tarefa mental que procura estabelecer a vontade da lei, ou seja, o seu conteúdo e signifcado. - a ciência que disciplina este estudo é a hermenêutica jurídica. - a atividade prática de interpretação da lei é chamada de exegese. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL Há diversas classifcações, vejamos: INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL i) Quanto ao sujeito: autêntica, judicial ou doutrinária refere-se ao sujeito ou órgão que realiza a interpretação; - autêntica legislador Ex.: art. 327, CP: conceito de funcionário público para fns penais. - judicial ou jurisprudencial membros do Poder Judiciário ✔em regra, não tem força obrigatória, salvo em dois casos: na situação concreta (em virtude da formação da coisa julgada material) e quando constituir súmula vinculante (CF, art. 103-A, e Lei 11.417/2006). - doutrinária ou científca doutrinadores, escritores e articulistas ✔não tem força obrigatória e vinculante, em hipótese alguma. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL ii) Quanto aos meios ou métodos: gramatical e lógica - gramatical, literal ou sintática acepção literal das palavras contidas na lei; ✔é a mais pobre, em face da ausência de técnica científca; - lógica ou teleológica realizada com a fnalidade de desvendar a vontade manifestada na lei, nos moldes do art. 5.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro; ✔é mais profunda e a que tem o maior grau de confabilidade; INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL - lógica ou teleológica ✔o intérprete se utiliza todos os elementos que tem à sua disposição: histórico (evolução histórica da lei e do objeto nela tratado); sistemático (análise da lei em compasso com o sistema em que se insere); direito comparado (tratamento do assunto em outros países); elementos extrajurídicos (quando o signifcado de determinados institutos se encontra fora do âmbito do Direito, ex.: conceito de veneno, relacionado à química). INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL iii) Quanto ao resultado: declaratória, extensiva e restritiva - declaratória, declarativa ou estrita resulta da perfeita sintonia entre o texto da lei e a sua vontade. Nada resta a ser retirado ou acrescentado. - extensiva destina a corrigir uma fórmula legal excessivamente estreita. A lei disse menos do que desejava. Amplia-se o texto da lei, para amoldá-lo à sua efetiva vontade. - restritiva diminuição do alcance da lei, concluindo-se que a sua vontade, manifestada de forma ampla, não permite seja atribuído à sua letra todo o sentido que em tese poderia ter. A lei disse mais do que desejava INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL iv) Interpretação progressiva, adaptativa ou evolutiva - busca amoldar a lei à realidade atual. Evita a constante reforma legislativa e se destina a acompanhar as mudanças da sociedade. É o caso do conceito de ato obsceno, diferente atualmente do que era há algumas décadas. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL v) Interpretação analógica ou intra legem - é a que se verifca quando a lei contém em seu bojo uma fórmula casuística seguida de uma fórmula genérica. É necessária para possibilitar a aplicação da lei aos inúmeros e imprevisíveis casos que as situações práticas podem apresentar. Homicídio simples Art. 121. Matar alguem: Pena - reclusão, de seis a vinte anos. … Homicídio qualifcado § 2° Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; ANALOGIA NO DIREITO PENAL - é a aplicação, ao caso não previsto em lei, de lei reguladora de caso semelhante. Analogia in malam partem é aquela pela qual aplica-se ao caso omisso uma lei maléfca ao réu, disciplinadora de caso semelhante. (não é possível no direito penal) Analogia in bonam partem é aquela pela qual se aplica ao caso omisso uma lei favorável ao réu, reguladora de caso semelhante. (é possível no direito penal) LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Quando a lei penal ingressa no ordenamento jurídico (após o devido processolegislativo) vigora até ser revogada por outro ato normativo de igual natureza; princípio da continuidade das leis; Revogação é a retirada da vigência de uma lei uma lei somente é revogada por outra lei Exceção: - as leis temporárias e excepcionais, pois são autorrevogáveis. - os costumes não revogam leis - o desuso não revoga lei - decisão judicial não revoga lei LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) OBSERVAÇÃO IMPORTANTE Declaração de inconstitucionalidade (STF) limita-se a retirar a efcácia da lei em contrariedade com o texto constitucional, sem revogá-la, função exclusiva do Poder Legislativo. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Revogaçaão (alcance) Revogaçaã o (alcance) AB-ROGAÇAÃ O (absoluta) AB-ROGAÇAÃ O (absoluta) DERROGAÇAÃ O (parcial) DERROGAÇAÃ O (parcial) LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Revogaçaão (modo)Revogaçaã o (modo) ExpressaExpressa indica expressamente qual lei ou dispositivos foi revgado indica expressamente qual lei ou dispositivos foi revgado Taá citaTaá cita nova lei se mostra incompatíável com a anterior nova lei se mostra incompatíável com a anterior GlobalGlobal nova lei regula inteiramente mateária constante em lei anterior nova lei regula inteiramente mateá ria constante em lei anterior LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Observação importante: lei de natureza geral não revoga a especial, da mesma forma pela qual a especial também não revoga a geral. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO - verifca-se o confito de leis no tempo quando uma lei nova entra em vigor, revogando a anterior REGRA GERAL é a da prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato aplica-se a lei vigente quando da prática da conduta (tempus regit actum) LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Possibilidades de sucessão de leis penais no tempo: - a lei cria uma nova fgura penal (novatio legis incriminadora); - a lei posterior se mostra mais rígida em comparação com a lei anterior (lex gravior); - a lei posterior extingue o crime (abolitio criminis); - a lei posterior é benigna em relação à sanção penal ou à forma de seu cumprimento (lex mitior); - a lei posterior contém alguns preceitos mais rígidos e outros mais brandos. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Lei penal no tempo Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) i) novatio legis incriminadora ✔ é a lei que tipifca como infrações penais comportamentos que não eram crime; ✔ a neocriminalização somente pode atingir situações consumadas após sua entrada em vigor. Não poderá retroagir, em hipótese alguma, conforme determina o art. 5.º, XL, da Constituição Federal; ✔ a novatio legis incriminadora, portanto, somente tem efcácia para o futuro. Jamais para o passado; LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) ii) lei penal mais grave ou lex gravior ✔ lei penal mais grave é a que de qualquer modo implicar tratamento mais rigoroso às condutas já classifcadas como infrações penais; LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) ii) lei penal mais grave ou lex gravior “de qualquer modo” deve ser considerada de forma ampla, qualquer situação prejudicial ao réu: - aumento de pena; - criação de qualifcadora; - criação de agravante genérica; - criação de causa de aumento da pena; - imposição de regime prisional mais rígido; - aumento do prazo prescricional; - supressão de atenuante genérica; - supressão causa de diminuição da pena, e etc. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) ii) lei penal mais grave ou lex gravior ✔ se mais grave, a lei terá aplicação apenas a fatos posteriores à sua entrada em vigor. Jamais retroagirá, conforme expressa determinação constitucional. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Essa regra tem incidência sobre todas as leis com conteúdo material, direito penal; LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) iii) Abolitio criminis e lei posterior benéfica ✔ abolitio criminis é a nova lei que exclui do âmbito do Direito Penal um fato até então considerado criminoso. ✔ fundamento legal no art. 2.º, caput, do Código Penal; ✔ natureza jurídica de causa de extinção da punibilidade (art. 107, inc. III, CP). LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) iii) Abolitio criminis e lei posterior benéfica OBSERVAÇÃO IMPORTANTE (1): alcança a execução e os efeitos penais da sentença condenatória, não servindo como pressuposto da reincidência, e também não configura maus antecedentes. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE (2): a abolitio criminis não alcança os efeitos civis decorrentes de uma eventual condenação. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) iii) Abolitio criminis e lei posterior benéfica OBSERVAÇÃO IMPORTANTE (3): são necessários dois requisitos para a caracterização da abolitio criminis: (i) revogação formal do tipo penal; e (ii) supressão material do fato criminoso. Não basta a simples revogação do tipo penal. É necessário que o fato outrora incriminado torne-se irrelevante perante o ordenamento jurídico, a exemplo do que aconteceu com o antigo crime de adultério, cuja definição encontrava-se no art. 240 do Código Penal. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) iii) Abolitio criminis e lei posterior benéfica OBSERVAÇÃO IMPORTANTE (3): são necessários dois requisitos para a caracterização da abolitio criminis: (i) revogação formal do tipo penal; e (ii) supressão material do fato criminoso. Não ocorreu abolitio criminis no caso do atentado violento ao pudor. O art. 214 do CP foi revogado pela Lei 12.015/2009, mas o que até então era considerado atentado violento ao pudor, passou a ser alcançado pelo art. 213 do CP, agora como “estupro” trata-se do PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVA. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Lei penal benéfica (lex mitior ou novatio legis in mellius) - se verifica na sucessão de leis penais no tempo, um fato previsto como crime ou contravenção penal tenha sido praticado na vigência da lei anterior, e o novel instrumento legislativo seja mais vantajoso ao agente, favorecendo o de qualquer modo. Art. 5º, XL, CF - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; A retroatividade é automática, dispensa cláusula expressa e alcança inclusive os fatos já definitivamente julgados. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Lei penal benéfica (lex mitior ou novatio legis in mellius) ✔Qual é o juízo competente para aplicar a “abolitio criminis” e a nova lei mais favorável? - pelo órgão do Poder Judiciário em que a ação penal estiver em trâmite. - Tratando-se de inquérito policial ou de ação penal que se encontre em 1.º grau de jurisdição, ao juiz natural compete a aplicação da lei mais favorável. - No caso de ação penal em grau de recurso, ou ainda na hipótese de crime de competência originária dos Tribunais, tal mister será tarefa do Tribunal respectivo. - Se a condenação já tiver sido alcançada pelo trânsito em julgado, a competência será do juízo da Vara das Execuções Criminais. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Lei penal benéfica (lex mitior ou novatio legis in mellius) ✔ULTRATIVIDADE da lei mais benéfica. - aplica-se quando o crime foi praticado durante a vigência de uma lei, posteriormente revogada por outra prejudicial ao agente. Subsistem, no caso, os efeitos da lei anterior, mais favorável, pois a lei penal mais grave jamais retroagirá. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) Lei penal posterior e vacatio legis Durante o período de vacatio legis, a lei penal não pode ser aplicada, mesmo que ela seja mais favorável ao réu. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) iv) Combinação de leis penais (lex tertia) Superior Tribunal de Justiça editou a Súmula 501: “É cabível a aplicação retroativada Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação de leis”. LEI PENAL NO TEMPO (Art. 2º, CP) v) Lei penal intermediária É possível, em caso de sucessão de leis penais, a aplicação de uma lei intermediária mais favorável ao réu, ainda que não seja a lei em vigor quando da prática da infração penal ou a lei vigente à época do julgamento. Exemplo: Ao tempo da conduta estava em vigor a lei “A”, sucedida pela lei “B”, encontrando-se em vigor ao tempo da sentença a lei “C”. Nada impede a aplicação da lei “B”, desde que se trate, entre todas, da mais favorável ao agente. LEI PENAL TEMPORÁRIA E LEI PENAL EXCEPCIONAL (Art. 3º, CP) LEI PENAL TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL (Art. 3º) Lei penal temporária é aquela que tem termo fnal explicitamente previsto em data certa do calendário. É o caso da Lei 12.663/2012, conhecida como “Lei Geral da Copa do Mundo de Futebol de 2014”, cujo art. 36 contém a seguinte redação: “Os tipos penais previstos neste Capítulo terão vigência até o dia 31 de dezembro de 2014”. Lei penal excepcional é a que se verifca quando a sua duração está relacionada a situações de anormalidade. Exemplo: É editada uma lei que diz ser crime, punido com reclusão de seis meses a dois anos, tomar banho com mais de dez minutos de duração durante o período de racionamento de energia. LEI PENAL TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL (Art. 3º) CARACTERÍSTICAS: ✔ São leis autorrevogáveis; ✔ São dotadas de ultratividade; LEI PENAL TEMPORÁRIA E EXCEPCIONAL (Art. 3º) Lei excepcional ou temporária Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Ocorre quando a um único fato se revela possível, em tese, a aplicação de dois ou mais tipos legais, ambos instituídos por leis de igual hierarquia e originárias da mesma fonte de produção, e também em vigor ao tempo da prática da infração penal. Requisitos do confito aparente de normas - unidade de fato; - pluralidade de leis penais; - vigência simultânea de todas as leis penais. CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípios para solução do confito - especialidade; - subsidiariedade; - consunção; CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da especialidade (análise em abstrato; lei mais adequada, especial) Com origem no Direito Romano, é aceito de forma unânime. Por sinal, não se questiona que a lei especial prevalece sobre a lei geral (lex specialis derogat generali; semper specialia generalibus insunt; generi per speciem derogatur). Exemplo: homicídio e infanticídio CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da subsidiariedade (análise do caso concreto – aplica a lei mais grave) Estabelece que a lei primária tem prevalência sobre a lei subsidiária (lex primaria derogat legi subsidiarie). Há subsidiariedade entre duas leis penais quando se trata de estágios ou graus diversos de ofensa a um mesmo bem jurídico, de forma que a ofensa mais ampla e dotada de maior gravidade, descrita pela lei primária, engloba a menos ampla, contida na subsidiária, fcando a aplicabilidade desta condicionada à não incidência da outra. CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da subsidiariedade A subsidiariedade pode ser expressa ou tácita. CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da subsidiariedade Subsidiariedade expressa ou explícita: ocorre nas situações em que é declarada formalmente na lei, mediante o emprego de expressões como: “se as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo” (CP, art. 129, § 3.º), “se o fato não constitui crime mais grave” (CP, art. 132), “se o fato não constitui elemento de outro crime” (CP, art. 249), entre outras análogas. CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da subsidiariedade Subsidiariedade tácita ou implícita: quando a lei residual não condiciona, taxativamente, a sua aplicação em caso de impossibilidade de incidência da primária. É possível a ocorrência da subsidiariedade sem ser expressa pelo legislador. Exemplo: Constrangimento ilegal (CP, art. 146), subsidiário diante do estupro (CP, art. 213). CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da subsidiariedade ✔ O crime tipifcado pela lei subsidiária, além de menos grave do que o narrado pela lei primária, dele também difere quanto à forma de execução, já que corresponde a uma parte deste. ✔ A fgura subsidiária está inserida na principal. ✔ O roubo contém em seu tipo penal os crimes de furto e de ameaça ou lesão corporal. ✔ A lei subsidiária exerce função complementar diante da principal. ✔ A lei subsidiária somente se aplica quando a lei principal não puder incidir no tocante ao fato punível. ✔ O fato tem de ser apreciado em concreto, para aferir qual a disposição legal em que se enquadra. CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da consunção ou da absorção (análise do fato concreto) - o fato mais amplo e grave consome, absorve os demais fatos menos amplos e graves, os quais atuam como meio normal de preparação ou execução daquele, ou ainda como seu mero exaurimento. o princípio da consunção se concretiza em quatro situações: - crime complexo; - crime progressivo; - progressão criminosa; CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da consunção ou da absorção Crime complexo ou crime composto ★ resulta da fusão de dois ou mais crimes, que passam a desempenhar a função de elementares ou circunstâncias daquele; Ex.: roubo (furto + ameaça ou lesão corporal); ★ protege-se mais de um bem jurídico CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da consunção ou da absorção Crime progressivo ★ o agente almeja desde o início alcançar o resultado mais grave, e pratica atos com crescente violação ao bem jurídico; ★ pressupõe necessariamente a existência de um crime plurissubsistente, isto é, uma única conduta orientada por um só propósito, mas fracionável em diversos atos; ★ o ato fnal, gerador do evento originariamente desejado, consome os anteriores, que produziram violações mais brandas ao bem jurídico fnalmente atacado, denominados de crimes de ação de passagem; ★ Ex.: diversas lesões corporais até culminar na morte. CONFLITO APARENTE DE LEIS PENAIS Princípio da consunção ou da absorção Progressão criminosa ★ o agente pretende inicialmente produzir um resultado e, depois de alcançá-lo, opta por prosseguir na prática ilícita e reinicia outra conduta, produzindo um evento mais grave; ★ Ex.: após praticar vias de fato, opta por produzir lesões corporais na vítima, e, ainda não satisfeito, acaba por matá-la responde exclusivamente pelo homicídio TEMPO DO CRIME Art. 4º, CP TEMPO DO CRIME (Art. 4º, CP) Quando o crime foi cometido? teoria da atividade considera-se praticado o crime no momento da conduta (ação ou omissão), pouco importando o momento do resultado. teoria do resultado ou do evento considera-se praticado o crime no momento em que ocorre a consumação. É irrelevante a ocasião da conduta. teoria mista ou da ubiquidade considera-se praticado o crime tanto no momento da conduta como do resultado. TEMPO DO CRIME (Art. 4º, CP) Quando o crime foi cometido? Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado. TEMPO DO CRIME (Art. 4º, CP) QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS COM REFERÊNCIA AOS CRIMES PLURISSUBSISTENTES? (Os crimes plurissubsistentes a conduta se compõe de vários atos, que podem se estender no tempo) Ex.: crime permanente, habitual, continuado. TEMPO DO CRIME (Art. 4º, CP) QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS COM REFERÊNCIA AOS CRIMES PLURISSUBSISTENTES? Consequências da adoção da teoria da atividade: i) aplica-se a lei emvigor ao tempo da conduta, exceto se a do tempo do resultado for mais benéfca; ii) a imputabilidade é apurada ao tempo da conduta; iii) crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante a vigência de uma lei, e prossiga durante o império de outra, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa. TEMPO DO CRIME (Art. 4º, CP) QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS COM REFERÊNCIA AOS CRIMES PLURISSUBSISTENTES? Consequências da adoção da teoria da atividade: iv) no crime continuado em que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operando-se o aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última a toda a unidade delitiva, desde que sob a sua vigência continue a ser praticada. O crime continuado é considerado crime único para fns de aplicação da pena (teoria da fcção jurídica); TEMPO DO CRIME (Art. 4º, CP) QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS COM REFERÊNCIA AOS CRIMES PLURISSUBSISTENTES? Consequências da adoção da teoria da atividade: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. (Súmula 711 do STF) v) no crime habitual em que haja sucessão de leis, deve ser aplicada a nova, ainda que mais severa, se o agente insistir em reiterar a conduta criminosa. TEMPO DO CRIME (Art. 4º, CP) QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS COM REFERÊNCIA AOS CRIMES PLURISSUBSISTENTES? Consequências da adoção da teoria da atividade: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. (Súmula 711 do STF) v) no crime habitual em que haja sucessão de leis, deve ser aplicada a nova, ainda que mais severa, se o agente insistir em reiterar a conduta criminosa. TEMPO DO CRIME (Art. 4º, CP) Observação importante: Prescrição, o art. 111, I, CP adota a teoria do resultado (a causa extintiva da punibilidade tem início com a data da consumação da infração penal). Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença fnal Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença fnal, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; LEI PENAL NO ESPAÇO Arts. 5º e 7º, CP LEI PENAL NO ESPAÇO Princípio da territorialidade principal forma de delimitação do espaço geopolítico de validade da lei penal nas relações entre Estados soberanos. Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. LEI PENAL NO ESPAÇO Regra geral Aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos no território nacional. Exceções à regra geral quando brasileiro pratica crime no exterior quando estrangeiro comete delito no Brasil ✔ o Código Penal adotou o princípio da territorialidade temperada ou mitigada. LEI PENAL NO ESPAÇO Conceito de território: é o espaço em que o Estado exerce sua soberania política. Conforme o art. 5º do CP, o território brasileiro compreende: a) o espaço territorial delimitado pelas fronteiras, sem solução de continuidade, inclusive rios, lagos, mares interiores e ilhas, bem como o respectivo subsolo; b) o mar territorial (faixa de doze milhas marítimas de largura) A soberania brasileira alcança também o leito e o subsolo do mar territorial. LEI PENAL NO ESPAÇO ... o território brasileiro compreende: c) a plataforma continental (200 milhas marítimas a partir do litoral brasileiro), como zona econômica exclusiva; Lei 8.617/1993, que incorporou a Convenção da ONU de 1982, sobre o direito do mar; d) o espaço aéreo: Em relação ao domínio aéreo, adotou-se a teoria da absoluta soberania do país subjacente, pela qual o Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território e mar territorial (art. 11 da Lei 7.565/1986); e) os navios e aeronaves, de natureza particular, em alto-mar ou no espaço aéreo correspondente ao alto- mar; f) os navios e aeronaves, de natureza pública, onde quer que se encontrem; g) os rios e lagos internacionais (aqueles que atravessam mais de um Estado) - sucessivos: o trecho que atravessa o Brasil; - simultâneos ou fronteiriços: a delimitação da parte pertencente ao Brasil é fxada por tratados ou convenções internacionais entre os Estados interessados. (meio/meio) LEI PENAL NO ESPAÇO ... o território brasileiro compreende: e) os navios e aeronaves, de natureza particular, em alto- mar ou no espaço aéreo correspondente ao alto-mar; f) os navios e aeronaves, de natureza pública, onde quer que se encontrem; g) os rios e lagos internacionais (aqueles que atravessam mais de um Estado) - sucessivos: o trecho que atravessa o Brasil; - simultâneos ou fronteiriços: a delimitação da parte pertencente ao Brasil é fxada por tratados ou convenções internacionais entre os Estados interessados. (meio/meio) LEI PENAL NO ESPAÇO Território brasileiro por extensão (art. 5º, § 1º, CP) as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem; as aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da personalidade ou da nacionalidade: autoriza a submissão à lei brasileira dos crimes praticados no estrangeiro por autor brasileiro (ativa) ou contra vítima brasileira (passiva); De acordo com a personalidade ativa, o agente é punido de acordo com a lei brasileira, independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e do bem jurídico ofendido. É previsto no art. 7.º, I, alínea “d” (“quando o agente for brasileiro”), e também pelo inciso II, alínea “b”, do Código Penal. LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da personalidade ou da nacionalidade: Extraterritorialidade (personalidade ativa) Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: … d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II - os crimes: … b) praticados por brasileiro; … LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da personalidade ou da nacionalidade: O princípio da personalidade passiva aplica-se nos casos em que a vítima é brasileira. Extraterritorialidade (personalidade passiva) Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: … § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. (CONDICIONANTES) LEI PENAL NO ESPAÇO § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio do domicílio: o autor do crime deve ser julgado em consonância com a lei do país em que for domiciliado, pouco importando sua nacionalidade. Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: … d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (OBSERVAÇÃO) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da defesa, real ou da proteção:autoriza submeter à lei penal brasileira os crimes praticados no estrangeiro que ofendam bens jurídicos pertencentes ao Brasil, qualquer que seja a nacionalidade do agente e o local do delito. LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da defesa, real ou da proteção Extraterritorialidade Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (OBSERVAÇÃO) § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da justiça universal: é característico da cooperação penal internacional, porque todos os Estados da comunidade internacional podem punir os autores de determinados crimes que se encontrem em seu território, de acordo com as convenções ou tratados internacionais, pouco importando a nacionalidade do agente, o local do crime ou o bem jurídico atingido. Fundamenta-se no dever de solidariedade na repressão de certos delitos cuja punição interessa a todos os povos. Exemplos: tráfco de drogas, comércio de seres humanos, genocídio etc. LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da justiça universal: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: … II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da representação: deve ser aplicada a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando estiverem em território estrangeiro e lá não sejam julgados. LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da representação: Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: … II - os crimes: … c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. … LEI PENAL NO ESPAÇO EXTRATERRITORIALIDADE (art. 7º,CP) Princípio da representação: § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. LEI PENAL NO ESPAÇO E se a aeronave ou embarcação brasileira for pública ou estiver a serviço do governo brasileiro??? Qual princípio??? LEI PENAL NO ESPAÇO Territorialidade Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. § 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar. Não incide no caso o princípio da representação, mas sim o da territorialidade. (art. 5.º, § 1.º, do Código Penal). LUGAR DO CRIME Art. 6º, CP LUGAR DO CRIME (Art. 6º, CP) Três teorias: 1ª Teoria da atividade ou da ação: Lugar do crime é aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão); 2ª Teoria do resultado ou do evento: Lugar do crime é aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado, pouco importando o local da prática da conduta; e 3ª Teoria mista ou da ubiquidade: Lugar do crime é tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. LUGAR DO CRIME (Art. 6º, CP) Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Teoria mista ou da ubiquidade: Lugar do crime é tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão) quanto aquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art6 LUGAR DO CRIME (Art. 6º, CP) A discussão acerca do local do crime tem pertinência somente em relação aos crimes a distância (pluralidade de países); Ex.: um agente efetua disparos de arma de fogo contra a vítima em solo brasileiro, com a intenção de matá-la, mas esta consegue fugir e morre depois de atravessar a fronteira com o Paraguai; A adoção da teoria da ubiquidade permite a conclusão de que o lugar do crime tanto pode ser o Brasil como o Paraguai. LUGAR DO CRIME (Art. 6º, CP) OBSERVAÇÃO IMPORTANTE; Para a incidência da lei brasileira é sufciente que um único ato executório atinja o território nacional, ou então que o resultado ocorra no Brasil. A teoria não se aplica os atos preparatórios, nem com os atos realizados pelo agente após a consumação. EXTRATERRITO- RIALIDADE INCONDICIONADA VERSUS O Art. 8º, CP EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA versus Art. 8º, CP – PROIBIÇÃO DO BIS IN IDEM Pena cumprida no estrangeiro Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. DETRAÇÃO PENAL: Pena cumprida no estrangeiro diversa atenua Pena cumprida no estrangeiro idêntica computada http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art8 EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA E A LEI DE TORTURA Extraterritorialidade incondicionada e a Lei de Tortura - caso de extraterritorialidade incondicionada, prevista na legislação extravagante (art. 2º da Lei 9.455/97) Art. 2º - O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. LEI PENAL EM RELAÇÃO AS PESSOAS LEI PENAL EM RELAÇÃO AS PESSOAS ✔ nenhum direito é absoluto; ✔ o princípio da territorialidade não é absoluto; ✔ a territorialidade é temperada ou mitigada. ✔ o art. 5.º, caput, do Código Penal determina que “aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional”. ✪ autoriza a criação das imunidades diplomáticas e de chefes de governos estrangeiros ⏎ EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA (Art. 9º) EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA (art. 9º, CP) Art. 9.º A sentença estrangeira, quando a aplicação da lei brasileira produz na espécie as mesmas consequências, pode ser homologada no Brasil para: I – obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; II – sujeitá-lo a medida de segurança. Parágrafo único. A homologação depende: a) para os efeitosprevistos no inciso I, de pedido da parte interessada; b) para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou, na falta de tratado, de requisição do Ministro da Justiça. EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA (art. 9º, CP) Súmula 420 do Supremo Tribunal Federal: “Não se homologa sentença proferida no estrangeiro sem prova do trânsito em julgado”. Obs.1: da análise dos arts. 9º e 63, CP, constata-se que não há necessidade de homologação da sentença estrangeira condenatória para caracterização da reincidência no Brasil; Obs.2: Competência para homologar: STJ (art. 105, I, i, CF); Obs.3: sentença estrangeira homologada pelo STJ é título executivo judicial (art. 475-N, VI, CPC); CONTAGEM DE PRAZO (Art. 10) CONTAGEM DE PRAZO (art. 10, CP) Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam- se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Obs.1: no Direito Penal, inclui-se no cômputo do prazo o dia do começo, qualquer que seja a fração do dia do começo, deve ser computada integralmente, como um dia inteiro; Obs.2: os prazos de natureza penal são improrrogáveis, mesmo que terminem em sábados, domingos ou feriados. Assim, se o prazo decadencial para o oferecimento de queixa-crime encerrar em um domingo, o titular do direito de queixa ou de representação deverá exercê-lo até a sexta-feira anterior. CONTAGEM DE PRAZO (art. 10, CP) Obs.3: apesar de serem improrrogáveis, podem ser suspensos ou interrompidos; Obs.4: com relação ao Direito Processual Penal, a contagem dos prazos é a regra prevista no o art. 798, § 1.º, do CPP “não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento”. O fundamento da distinção é beneficiar o réu e possibilitar a ele o efetivo exercício da ampla defesa. CONTAGEM DE PRAZO (art. 10, CP) Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Obs.5: calendário comum, também denominado gregoriano, é aquele em que se entende por dia o hiato temporal entre a meia- noite e a meia-noite. Obs.6: os meses são calculados em consonância com o número correspondente a cada um deles, e não como o período de 30 dias; Obs.7: o mês é calculado até a véspera do mesmo dia do mês subsequente, encerrando o prazo às 24 horas; Obs.8: o ano é contado até o mesmo mês do ano seguinte, terminando o prazo às 24 horas da véspera do dia idêntico ao do início; CONTAGEM DE PRAZO (art. 10, CP) Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. Obs.5: calendário comum, também denominado gregoriano, é aquele em que se entende por dia o hiato temporal entre a meia-noite e a meia-noite. Obs.6: os meses são calculados em consonância com o número correspondente a cada um deles, e não como o período de 30 dias; Obs.7: o mês é calculado até a véspera do mesmo dia do mês subsequente, encerrando o prazo às 24 horas; Obs.8: o ano é contado até o mesmo mês do ano seguinte, terminando o prazo às 24 horas da véspera do dia idêntico ao do início; FRAÇÕES NÃO COMUTÁVEIS DA PENA (Art. 11) FRAÇÕES NÃO COMUTÁVEIS DA PENA (art. 11, CP) Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia, e, na pena de multa, as frações de cruzeiro. 1.ª Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia. 2.ª Desprezam-se, na pena de multa, as frações de cruzeiro. LEGISLAÇÃO ESPECIAL (Art. 12) LEGISLAÇÃO ESPECIAL (art. 12, CP) Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se esta não dispuser de modo diverso. 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