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INSPETOR DE DUTOS TERRESTRES NÍVEL 1 INSTRUMENTOS BÁSICOS 91 92 INSTRUMENTOS BÁSICOS 1.0 Introdução Um dos mais significativos índices de progresso, em todos os ramos da atividade humana é a perfeição dos processos metrológicos que nele se empregam. Principalmente no domínio da técnica, a Metrologia é de importância transcendental. Na tomada de quaisquer medidas, devem ser considerados três elementos fundamentais: o método, o instrumento e o operador. O operador é, talvez, dos três, o mais importante. É ele a parte inteligente na apreciação das medidas. De sua habilidade depende, em grande parte, a precisão conseguida. Um bom operador, servindo–se de instrumentos menos precisos, consegue melhores resultados do que um operador inábil com excelentes instrumentos. O operador deve, portanto conhecer perfeitamente os instrumentos que utiliza ter iniciativa para adaptar as circunstâncias ao método mais aconselhável e possuir conhecimentos suficientes para interpretar os resultados encontrados. Cabe ao Inspetor de Dutos, por maiores razões, dominar a técnica e os instrumentos de medição. Por isso é importante que ao tratar de instrumental e técnica de medidas, o INSPETOR DE DUTOS tenha sempre em mente normas gerais e recomendações que seguem. 2.0 Normas Gerais de Medição 1 - Segurança. 2 - Limpeza. 3 - Cuidado. 4 - Paciência. 5 - Senso de responsabilidade. 6 - Sensibilidade. 7 - Finalidade da medida. 8 - Instrumento adequado. 9 - Domínio sobre o instrumento. 3.0 Recomendações Evitar: • Choques, quedas, arranhões, oxidação e sujeira nos instrumentos. • Misturar instrumentos. 93 • Cargas excessivas no uso; medir provocando atrito entre a peça e o instrumento. • Medir peças cuja temperatura esteja fora da temperatura de referência. • Medir peças sem importância com instrumentos caros. • Cuidados: • Sempre que possível usar proteção de madeira, borracha ou feltro, para apoiar os instrumentos. • Sempre que possível, deixar a peça atingir a temperatura ambiente antes de tocá–la com o instrumento de medição. No presente módulo abordaremos instrumentos e técnicas de medidas de interesse imediato do Inspetor de Dutos. Cuidados: • Sempre que possível usar proteção de madeira, borracha ou feltro, para apoiar os instrumentos. • Sempre que possível, deixar a peça atingir a temperatura ambiente antes de tocá–la com o instrumento de medição. No presente módulo abordaremos instrumentos e técnicas de medidas de interesse imediato do Inspetor de Dutos. 4.0 Trena A trena, a régua graduada e o metro articulado são os mais simples entre os instrumentos de medida linear. Um dos instrumentos muito utilizados em caldeiraria e montagem de tubulação é a trena graduada. É usada para tomar medidas lineares, quando as tolerâncias são em milímetros. Para que seja completa e tenha caráter universal, deverá ter graduações do sistema métrico e do sistema inglês (Figuras 1a e 1b). Sistema Métrico Graduação em milímetro (mm). 1mm = 1 m 1000 Sistema Inglês Graduação em polegadas ( “ ). 1” = 1 pé 12 A trena graduada é construída de aço, tendo sua graduação situada na extremidade esquerda.É fabricada em diversos comprimentos: 2m, 3m, 5m, 10m, 20m, 30m etc... 94 As trenas de pequeno comprimento apresentam em sua extremidade, um gancho que permite medições com um único operador, isto é, sem a necessidade de um elemento auxiliar. As de maior comprimento possuem um elo em sua extremidade. Algumas trenas possuem o zero um pouco deslocado de sua extremidade. Nestes casos devemos cuidar para que o ponto zero coincida com a extremidade da peça que se quer medir. A trena graduada apresenta–se em vários tipos. Por exemplo, o modelo de trena com fita convexa e plana. A convexidade destina–se a dotar a trena de maior rigidez, de modo a permitir medidas na vertical, de baixo para cima, conforme a figura 4.1. Características da Boa Trena Graduada • A trena deve ser de aço; trenas de fibra não devem ser utilizadas. • Ter graduação uniforme. • Apresentar traços bem finos e salientes. Conservação • Evitar quedas e contato com ferramentas de trabalho. • Evitar dobrá–la ou torce–la, para que não se empene ou quebre. • Limpa–la após o uso, para remover a sujeira. 95 Figura 4.1 – Trena graduada (graduação universal) 96 Figura 4.2 -Trenas A trena graduada é construída de aço, tendo sua graduação situada na extremidade esquerda. É fabricada em diversos comprimentos: 2m, 3m, 5m, 10m, 20m, 30m, conforme figura 4.2 acima. As trenas de pequeno comprimento apresentam em sua extremidade, um gancho que permite medições com um único operador, Isto é, sem a necessidade de um elemento auxiliar. As de maior comprimento possuem um elo em sua extremidade. Algumas trenas possuem o zero um pouco deslocado de sua extremidade. Nestes casos devemos cuidar para que o ponto zero coincida com a extremidade da peça que se quer medir. A trena graduada apresenta–se em vários tipos. Por exemplo, o modelo de trena com fita convexa e plana. A convexidade destina–se a dotar a trena de maior rigidez, de modo a permitir medidas na vertical, de baixo para cima. Nota: Atualmente são usadas trenas eletrônicas ou distanciômetros com leitura digital direta. 5.0 Régua A régua graduada é o instrumento mais simples e elementar utilizado para medição em oficinas. Utilizados para medidas lineares, quando não há exigência de grande precisão. Para que seja completa e tenha caráter universal, deverá ter graduação do sistema métrico e do sistema inglês (Figura 5.1). 97 Figura 5.1 – Régua Graduada Sistema Métrico Graduação em milímetro (mm). 1mm = 1 m 1000 Sistema Inglês Graduação em polegadas ( “ ). 1” = 1 pé 12 A régua ou escala graduada é construída de aço, em forma de lâmina de aço carbono ou de aço inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em (cm) e milímetro (mm), conforme o sistema métrico ou em polegadas e suas frações, conforme o sistema inglês. Utiliza-se a régua graduada nas medições com erro admissível superior á menor graduação. Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm ou 1/32”. As réguas graduadas apresentam-se nas dimensões de 150, 200, 250, 300, 500, 600, 1000, 1500, 2000 e 3000mm. As mais usadas no canteiro (“pipe-shop”) de construção e montagem de dutos são de 150mm ( 6”) e 300mm (12”). Tipos que podem ser encontrados: • Régua de encosto interno. • Régua de profundidade. • Régua de encosto externo. Características da Boa Régua Graduada • Ser preferencialmente de aço inox. • Ter uniformidade na graduação. • Apresentar traços bem finos, profundos e salientes em preto. Cuidados 1 - Evitar quedas e contato com ferramentas de trabalho. 2 - Evitar flexioná–la ou torcê–la, para que não se empene ou quebre. 3 - Limpá–la após o uso, para remover o suor e a sujeira. 4 - Aplicar–lhe ligeira camada de benzeno, antes de guardá–la. 98 5.1 Graduações da Escala Sistema Inglês Comum ( “ ) , 1” = uma polegada (in) , 1in = uma polegada Representações da polegada (inch) , palavra inglesa que significa POLEGADA As graduações da escala são feitas dividindo–se a polegada em 2, 4, 8 e 16 partes iguais, existindo em alguns casos escalas com 32 divisões (conforme figura 5.1.1). Figura 5.1.1 99 Figura 5.1.2 – Sistema Métrico Decimal 6.0 Nível de Bolha É o instrumento mais empregado na medição de pequenos ângulos, utilizando-se a aceleração da gravidade para se determinar a horizontalidade de um plano. Portanto, o nível de bolha é utilizado para verificar o grau de nivelamento de uma superfície em relação ao plano horizontal. O deslocamento da bolha na ampola de vidro indica a inclinação do plano ou reta em relação a horizontal. O nível é compostopor um corpo fabricado normalmente de material metálico, dimensionalmente estável (rígido). Contém também inserida uma ampola de vidro graduada, que no seu interior armazena um líquido (normalmente álcool) com umas bolhas de ar. Para maior verticalidade, os níveis de bolha podem ser fornecidos também com duas ampolas de nível posicionadas no instrumento, perpendicularmente entre si. Dessa forma, para apenas um posicionamento, o nivelamento é verificado em dois eixos perpendiculares. Aplicação - o nível de bolha é utilizado para verificar a verticalidade ou horizontalidade de estruturas como, por exemplo, a verificação do nivelamento de tubulações durante a sua montagem. 100 A sensibilidade do nível está relacionada com a capacidade do instrumento para acusar pequenos ou grandes desnivelamentos. Quanto menor o valor da sensibilidade, mais sensível será o instrumento , ou seja , ele é capaz de acusar desnivelamentos muito pequenos. A Norma alemã DIN 877, estabelece três faixas de sensibilidade, assim como classifica os níveis de bolha em quatro classes. Para as classes I e II, o corpo do nível deve ser fabricado de metal, e para as classes III e IV deve ser fabricado de outro material, desde que seja estável dimensionalmente. Faixas de sensibilidade (mm/m) - a norma acima referida estabelece que os níveis das classes I a II, devem ter a sensibilidade indicada no corpo do nível, pois são considerados níveis de precisão. De 0,03 a 0,05 - Classe Ia Acima de 0,05 até 0,1 - Classe Ib. Acima de 0,1 até 0,2 - Classe Ic. Acima de 0,2 até 0,4 - Classe II. Acima de 0,4 até 0,5 - Classe III. Acima de 0,8 até 1,6 - Classe IV. Na execução da medição, ao utilizarmos um nível de bolha com sensibilidade de 0,05 mm/m, ou seja da Classe I, vamos procurar observar que a sensibilidade quer dizer que quando a bolha de ar se desloca uma divisão na escala da ampola graduada, estará evidenciado na leitura que existe uma inclinação de 0,05 mm para cada metro linear da estrutura ou tubulação montada. Assim sendo cada traço (divisão) da ampola graduada equivalerá a um declive (desnível) de 0,05 mm/metro. Ex: Comprimento da peça = 8,0 m Desnível correspondente: 0,05 mm/m x 8,0 m = 0,40 mm. 7.0 Prumo O Prumo é utilizado na medição da verticalidade de estruturas ou tramos de tubos de pequenos comprimentos (alturas até 5,0 m), assim como na transferência de medidas por projeção. Não é recomendado para alturas superiores a 5,0 m, onde normalmente devem ser usados os teodolitos. É um instrumento formado por um pêndulo metálico, um pedaço de fio ou cordoame e um bloco também metálico, de material não-ferroso, por exemplo latão, bronze etc. Sua regra de manuseio e verificação de verticalidade é feita, com auxilio também de régua graduada, tomando-se a leitura de valores nas extremidades do fio, junto ao pêndulo e ao bloco, em seguida faz-se nova leitura em plano ortogonal, ou seja, a 90º do primeiro, e comparamos as medidas da leitura da escala graduada, que garantirá a perfeita verticalidade no caso de coincidência das mesmas. É também usado como instrumento auxiliar, em projeção dimensional sobre um plano horizontal, para verificação do ângulo de ramificação (derivação) de uma tubulação tronco (principal). 101 8.0 Paquímetro É um instrumento finamente acabado, com as superfícies planas e polidas. O cursor é ajustado à régua, de modo que permita a sua livre movimentação com um mínimo de folga. Geralmente é construído de aço inoxidável, e suas graduações referem–se a 20OC. A escala é graduada em milímetros e polegadas, podendo a polegada ser fracionada ou decimal (ex: 0,001”). O cursor é provido de uma escala que define a sensibilidade da leitura, chamada nônio ou vernier, que se desloca em relação à escala da régua e indica o valor da dimensão tomada. 8.1 Cálculo da Precisão (Sensibilidade) do Paquímetro Para se calcular a sensibilidade dos paquímetros, divide–se o menor valor da escala principal (escala fixa), pelo número de divisões da escala móvel (nônio). A sensibilidade se obtém, pois, com a fórmula: Figura 8.1.1 – Cálculo de sensibilidade do instrumento OBSERVAÇÃO 1) O cálculo da sensibilidade obtido pela divisão do menor valor da escala principal pelo número de divisões do nônio, é aplicado a todo e qualquer instrumento de medição possuidor de nônio, tais como: paquímetros, goniômetros de precisão, etc. 2) Normalmente, para maior facilidade do inspetor, a sensibilidade do paquímetro já vem gravada neste (ver fig. 8.1.1) 8.2 Uso do Paquímetro a) No Sistema Internacional de Unidades Cada traço da escala fixa corresponde a um múltiplo do milímetro. 102 Figura 8.2.1 – Coincidência de zeros das escalas Na figura 8.2.1 acima o valor de cada traço da escala fixa é igual a 1mm. Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o zero do nônio coincida com o primeiro traço da escala fixa, a leitura da medida será 1mm, no segundo traço 2mm, no terceiro traço 3mm, no décimo sétimo traço 17mm e assim sucessivamente conforme figura 8.2.2. Figura 8.2.2 – Exemplo de medições e leituras com coincidência de traços de 1mm, 2mm, 3mm e 17mm. De acordo com a procedência do paquímetro e o seu tipo, podemos ter diferentes precisões, isto é, o nônio com número de divisões diferentes. Tem–se normalmente o nônio com 10, 20 e 50 divisões, o que corresponde a uma precisão de e respectivamente. Para se efetuar uma leitura, conta–se o número de intervalos da escala fixa ultrapassados pelo zero do nônio e a seguir, conta–se o número de intervalos do nônio que transcorreram até o ponto onde um de seus traços coincidiu com um dos traços da escala fixa. Exemplos: Figura 8.2.3 – Precisão do Instrumento do exemplo 1 Vemos que o 10º intervalo da escala fixa foi ultrapassado pelo zero do nônio, portanto a leitura da escala fixa é 10. No nônio, até o traço que coincidiu com o traço da escala fixa existem 4 intervalos, cada um dos quais é igual a 0,02mm; portanto a leitura do nônio é 0,08. 103 A leitura da medida é, portanto 10,08mm, conforme indicado na figura 8.2.3. Figura 8.2.4 – Precisão do instrumento do exemplo 2 A leitura da medida é 6,04mm, conforme indicado na figura 8.2.4.. b) No Sistema Inglês Decimal O uso do paquímetro é idêntico ao uso para o Sistema Internacional de Unidades. Tem–se apenas que determinar os valores correspondentes a cada intervalo da escala fixa e a cada intervalo do nônio. No exemplo, o valor de cada intervalo é de 0,025 ̋pois no intervalo de 1 ̋temos 40 intervalos (1 ̋÷ 40 = 0,025 )̋. Se deslocarmos o cursor do paquímetro até que o zero do nônio coincida com o primeiro traço da escala, a leitura será 0,025 ̋, no segundo traço 0,050 ̋, no terceiro traço, 0,075 ,̋ no décimo traço, 0,250 ,̋ e assim sucessivamente conforme figura 8.2.5. Figura 8.2.5 – Deslocamento do Cursor para coincidência de traços no sistema decimal. Podemos também neste sistema ter nônios de diferentes precisões. Por exemplo, se a menor divisão da escala fixa é 0,025 ̋o nônio possui 25 divisões, a precisão será de . Exemplo conforme figura 8.2.6: 104 Figura 8.2.6 – Exemplo de deslocamento do Cursor com coincidência de traços no Sistema Inglês Decimal c) No Sistema Inglês Comum O uso do paquímetro é idêntico ao dos demais sistemas anteriormente descritos. A característica deste sistema é que os valores de medida são expressos na forma de frações de polegadas conforme figura 8.2.7. Assim, por exemplo, teremos para a escala fixa e para o nônio as seguintes graduações (ver figura 8.2.8). Figura 8.2.7 – Deslocamento do Cursor com coincidência de traços no Sistema Fracionário A escala fixa apresenta os valores de: e assim por diante. O nônio apresenta os valores de: Exemplo: Figura 8.2.8. – Exemplo de deslocamento do Cursor com coincidência de traços no Sistema Inglês Comum. 1058.3 Erros de Medição Estão classificados em erros de influências objetivas e de influências subjetivas: a) DE INFLUÊNCIAS OBJETIVAS: São aqueles motivados pelo instrumento: • erros de planicidade; • erros de paralelismo; • erros da divisão da régua; • erros da divisão do nônio; • erros da colocação em zero. b) DE INFLUÊNCIAS SUBJETIVAS: São aqueles causados pelo operador (erros de leitura) 8.4 Precauções no uso dos Paquímetros a) Não pressionar demasiadamente os encostos ou garras do paquímetro contra a superfície da peça medida, (pressão excessiva leva a erro de medição). b) Fazer a leitura da medida com o paquímetro aplicado à peça. c) Manter o paquímetro sempre limpo e acondicionado em estojos próprios. d) Antes do uso, com o paquímetro totalmente fechado, verificar se não há folga entre os seus encostos ou garras. e) Guardar o paquímetro com folga entre os bicos. Erros de leitura de paquímetro são causados por dois fatores: a) paralaxe. b) pressão de medição Paralaxe - O cursor onde é gravado o nônio, por razões técnicas, tem uma espessura mínima a. Assim, os traços do nônio TN são mais elevados que os traços da régua TM (figura 8.4.1). Figura 8.4.1 – Vista transversal do paquímetro Se colocarmos o paquímetro perpendicularmente à nossa vista teremos superpostos os traços TN e TM, que correspondem a uma leitura correta (figura 8.4.2). Caso contrário, teremos uma leitura incorreta, pois o traço TN coincidirá não com o traço TM, mas sim com o traço TMl (figura 8.4.2). 106 Figura 8.4.2 – Tipos de leitura Pressão de Medição - é a pressão necessária para se vencer o atrito do cursor sobre a régua, mais a pressão de contato com a peça por medir. Em virtude do cursor sobre a régua, que é compensado pela mola F , a pressão pode resultar numa inclinação do cursor em relação à perpendicular à régua (figura 8.4.3). Por outro lado, um cursor muito duro elimina completamente a sensibilidade do operador, o que pode ocasionar grandes erros. Deve o operador regular a mola, adaptando o instrumento à sua mão. Figura 8.4.3 – Inclinação do Cursor ocasionado por força exagerada. A figura 8.4.4 identifica as partes que constituem o instrumento em estudo. 107 Figura 8.4.4 – Partes constituintes do Paquímetro. 108 9.0 Goniômetro Unidades de Medição Angular A técnica da medição não visa somente a descobrir o valor de trajetos, de distâncias ou de diâmetros, mas se ocupa também da medição de ângulos. O goniômetro simples, também conhecido como transferidor de grau, é utilizado em medidas angulares de pouco rigor, sua menor divisão de escala é de 1 (um grau). Sistema Sexagesimal O sistema que divide o círculo em 360 graus, e o grau em minutos e segundos, é chamado sistemas sexagesimal. É este o sistema freqüentemente utilizado em mecânica e caldeiraria. A Unidade do ângulo é o grau. O grau divide–se em 60 minutos, e o minuto divide–se em 60 segundos. Os símbolos usados são: grau ( O ), minuto ( ‘ ) e segundo ( “ ). Exemplo: 54O 31’ 12” lê–se: 54 graus, 31 minutos e 12 segundos. Observação Para somarmos ou subtrairmos graus, devemos colocar as unidades iguais sob as outras. Exemplo: 90O – 25O 12’ = 90O = 89O 60’ 89O 60’ – 25O 12’ = 64O 48’ Devemos operar da mesma forma, quando temos as unidades graus, minutos e segundos. Exemplo: 90° – 10°15’20” = Convertendo 90° em graus, minutos e segundos, teremos: 90O = 89°59’60” 89O59’60” – 10O15’20” = 79O44’40” Exemplo: 92O43’10” + 41’56” = 109 Sabendo que: 1O = 60’; 1’ = 60” temos: 66” = 1’ 6” [66” – 60” = 1’ 6”] 84’ = 1O 24’ [84’ – 60’ = 1O 24’] aí temos: 92O 84’ 66” = 93O 25’ 6” O goniômetro é um instrumento que serve para medir ou verificar ângulos. Em soldagem é utilizado para verificar ângulos de chanfros (ângulo do bizel). Tipos e Usos Para usos comuns em casos de medidas angulares que não exijam extremo rigor, o instrumento indicado é o goniômetro simples (transferidor de graus). A figura 9.3 mostra dois tipos de goniômetros simples bem como dá exemplos de diferentes medições de ângulos, mostrando várias posições da lâmina. Divisão Angular Em todo tipo de goniômetro, o ângulo reto (90O) apresenta 90 divisões de 1O. Leitura do Goniômetro A precisão de leitura é sempre igual à metade da menor divisão da escala, nas figuras 9.1 e 9.2, a menor divisão é igual a 10, portanto podemos fazer leituras com precisão de 0,5O (ou 30’). São lidos os graus inteiros na graduação do disco fixo indicados pelo traço 0 de referência e aproxima–se a leitura para a posição mais próxima dentro da precisão de 0,5O. Figura 9.1 Figura 9.2 Note–se que não há sentido em fazer leituras com precisão superior a 0,5o (por exemplo, 24,6O). Precauções no Uso dos Goniômetros: • Mantê-los sempre limpos e acondicionados em estojos próprios. • Fazer a leitura do ângulo sempre com o goniômetro aplicado à peça. 110 Figura 9.3 – Princípio físico do goniômetro 111 A figura 9.4 identifica as partes que constituem o instrumento em estudo. Figura 9.4 – Goniômetro e seus componentes 112 10.0 Clinômetros Também conhecidos por eclímeros, são instrumentos para a medição de rampas pelos ângulos de inclinação, em percentagem ou em graus. Eles medem, num plano vertical, a inclinação das superfícies em relação ao plano básico horizontal. A leitura do ângulo de inclinação é feita através de visores ou por luneta, que fazem parte do instrumento. Na construção e montagem de dutos, são usados no campo, nas faixas de domínio, nas proximidades de taludes, no interior das valas, onde serão abaixadas as colunas de dutos etc. Figura 10.1 – Clinômetro analógico imantado 11.0 Micrômetros 113 Figura 11.1 – Micrômetro de Palmer (1848) O princípio de funcionamento do micrômetro assemelha-se ao do sistema parafuso e porca. Assim, há uma porca fixa e um parafuso móvel que, se der uma volta completa, provocará um deslocamento igual ao seu passo, conforme figura 11.2. Figura 11.2 – Princípio Básico do Micrômetro. Desse modo, dividindo-se a “cabeça” do parafuso, pode-se avaliar frações menores que uma volta e, com isso, medir comprimentos menores do que o passo do parafuso, conforme figura 11.3. Figura 11.3 – Elemento fundamental do projeto do “tambor” 11.1 Nomenclatura A figura 11.1.1 mostra os componentes de um micrômetro. Figura 11.1.1 – Partes do micrômetro Vamos ver os principais componentes de um micrômetro. 114 • O arco é constituído de aço especial ou fundido, tratado termicamente para eliminar as tensões internas. • O isolante térmico, fixado ao arco, evita sua dilatação porque isola a transmissão de calor das mãos para o instrumento. • O fuso micrométrico é constituído de aço especial temperado e retificado para garantir exatidão do passo da rosca. • As faces de medição tocam a peça a ser medida e, para isso, apresentam-se rigorosamente planos paralelos. Em alguns instrumentos, os contatos são de metal duro, de alta resistência ao desgaste. • A porca de ajuste permite o ajuste da folga do fuso micrométrico, quando isso é necessário. • O tambor é onde se localiza a escala centesimal. Ele gira ligado ao fuso micrométrico. Portanto, a cada volta, seu deslocamento é igual ao passo do fuso micrométrico. • A catraca ou fricção assegura uma pressão de medição constante. • A trava permite imobilizar o fuso numa medida predeterminada. 11.2 Características Os micrômetros caracterizam-se pela: • Capacidade; • Resolução; • Aplicação. A capacidade de medição dos micrômetros normalmente é de 25mm (ou 1”), variando o tamanho do arco de 25 em 25mm (ou 1 em 1”). Podem chegar a 2000mm (ou 80”). A resolução nos micrômetros pode ser de 0,01mm;0,001mm; .001” ou .0001”. No micrômetro de 0 e 25mm ou de 0 a 1”, quando as faces dos contatos estão juntas, a borda do tambor coincide com o traço zero (0) da bainha. A linha longitudinal, gravada na bainha, coincide com o zero (0)da escala do tambor, conforme figura 11.2.1. Figura 11.2.1 – Coincidência de traços no tambor Para diferentes aplicações, temos os seguintes tipos de micrômetro. De profundidade - Conforme a profundidade a ser medida, utilizam-se hastes de extensão, que são fornecidas juntamente com o micrômetro, figura 11.2.2. 115 Figura 11.2.2 – Hastes extras de extensão Com arco profundo - Serve para medições de espessuras de bordas ou de partes salientes das peças, figura 11.2.3. Figura 11.2.3 – Arco adaptável para medições de bordas Com disco nas hastes - o disco aumenta a área de contato possibilitando a medição de papel, cartolina, couro, borracha, pano, etc. Também é empregado para medir dentes de engrenagens, conforme figura 11.2.4. Figura 11.2.4 – Discos adaptáveis nas hastes Para medir parede de tubos - este micrômetro é dotado de arco especial e possui o contato a 90º com a haste móvel, o que permite a introdução do contato fixo no furo do tubo, figura 11.2.5 116 Figura 11.2.5 – Arco especial com haste móvel e contato a 90º Contador mecânico - é para uso comum, porém sua leitura pode ser efetuada no tambor ou no contador mecânico. Facilita a leitura independentemente da posição de observação (erro de paralaxe), figura 11.2.6. Figura 11.2.6 – Contador mecânico para produção seriada. Digital eletrônico - ideal para leitura rápida, livre de erros de paralaxe, próprio para uso em controle estatístico de processos, juntamente com microprocessadores, figura 11.2.7. Figura 11.2.7.- Digital com maior precisão das medidas. 117 11.3 Micrômetro com resolução de 0,01mm Vejamos como se faz o cálculo de leitura em um micrômetro. A cada volta do tambor, o fuso micrométrico avança uma distância chamado passo. A resolução de uma medida tomada em um micrômetro corresponde ao menor deslocamento de seu fuso. Para obter a medida, divide-se o passo pelo número de divisões do tambor. Resolução = Passo da rosca do fuso micrométrico Número de divisões do tambor Se o passo da rosca é de 0,5mm e o tambor tem 50 divisões, a resolução será: 0,5 mm = 0,01mm 50 Assim, girando o tambor, cada divisão provocará um deslocamento de 0,01mm no fuso. Leitura no micrômetro com resolução de 0,01mm. 1° passo- leitura dos milímetros inteiros na escala da bainha. 2° passo- leitura dos meios milímetros, também na escala da bainha. 3° passo- leitura dos centésimos de milímetros na escala do tambor. 118 Exemplos: a) b) Verificando o entendimento Faça a leitura e escreva a medida na linha Veja se acertou. A resposta correta é: 10,37mm 119 Exercícios I 1) Identifique as partes principais do micrômetro abaixo: a)................................................................ b)................................................................ c)................................................................ d)............................................................... e)............................................................... f)................................................................ g)............................................................... h)............................................................... i)................................................................ j)................................................................ k)............................................................... l)................................................................ Assinale com um X a resposta correta. 2) Os micrômetros têm as seguintes características: (a) capacidade, graduação do tambor, aplicação; (b) tamanho da haste, arco, parafuso micrométrico; (c) aplicação, capacidade, resolução; (d) tambor, catraca, resolução. 120 3) Para medir uma peça com ∅ 32,75, usa-se micrômetro com a seguinte capacidade de medição: (a) 30 a 50; (b) 25 a 50; (c) 0 a 25; (d) 50 a 75. 4) O micrômetro mais adequado para controle estatístico de processo é o: (a) contador mecânico; (b) digital eletrônico; (c) com contatos em forma de V; (d) com disco nas hastes. GABARITO 1) a) arco b) faces de medição c) batente d) fuso e) bainha f) bucha interna g) porca de ajuste h) catraca i) tambor j) linha de referência k) trava l) isolante térmico 2) c 3) c 4) b 121 Exercícios II É importante que você aprenda a medir com o micrômetro. Para isso, leia as medidas indicadas nas figuras. As respostas corretas são apresentadas no gabarito. a) b) c) d) e) 122 f) Gabarito a) 4,00mm b) 42,96mm c) 3,930mm d) 1,586mm e) 53,08mm f) 2,078mm 123
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