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Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata Avenida Loja Maçônica Renovadora 68, n° 100 - Aeroporto - Barretos - SP Telefone: (17) 3321-3060 www.facisb.edu.br CAMILA BRUGNARO ZANETTI A IMPORTÂNCIA DO ESTADIAMENTO DO CÂNCER COLORRETAL NA ESCOLHA DE CONDUTAS TERAPÊUTICAS Relatório do Programa de Mobilidade Estudantil apresentado à Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos – Dr. Paulo Prata Orientador Responsável: Dr. Marcos Vinicius Araújo Denadai Barretos, SP 2019 ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 4 2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 7 2.1 Objetivo geral .......................................................................................................... 7 2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 7 3 METODOLOGIA ................................................................................................. 8 4 RESULTADO .................................................................................................... 11 5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 13 6 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 15 7 ANEXOS .......................................................................................................... 16 Anexo A – Workstation do ambulatório de digestivo baixo .............................................. 16 Anexo B – Sala cirúrgica da equipe de digestivo baixo ...................................................... 17 RESUMO INTRODUÇÃO: O câncer colorretal é um tumor maligno, de progressão silenciosa e com crescimento lento, que acomete o intestino grosso (cólon e reto). A União Internacional de Controle do Câncer (UICC) utiliza o sistema de classificação TNM como ferramenta de estadiamento, esta é capaz de fornecer um método que permita comparações clínicas sem ambiguidade. O TNM concede informações sobre os aspectos do tumor primário, se o câncer se espalhou para linfonodos vizinhos e se o câncer foi metastático. OBJETIVO: Acompanhar a rotina do departamento de digestivo baixo e conhecer os diferentes tipos de intervenções cirúrgicas do câncer colorretal, bem como seu diagnóstico realizado no ambulatório. METODOLOGIA: Estudo observacional do departamento de digestivo baixo, realizado no Hospital de Câncer de Barretos, em suas práticas no ambulatório, centro cirúrgico e internação. RESULTADOS: Mostra-se efetivo o método de classificação TNM utilizado no estadiamento do câncer colorretal para o prognóstico do paciente, por conseguinte, a conduta terapêutica adotada pelo médico. CONCLUSÃO: Na vivência da cancerologia cirúrgica do digestivo baixo ficou evidente a importância do estadiamento do câncer colorretal na escolha das condutas terapêuticas. O período de acompanhamento da equipe foi de plena contribuição pessoal, na relação médico-paciente, e acadêmica, no âmbito cirúrgico. PALAVRAS-CHAVE: Cirurgia Colorretal; Estadiamento de Neoplasias; Metástase Neoplásica. 4 1. INTRODUÇÃO O câncer colorretal é um tumor maligno, sendo seu principal tipo o adenocarcinoma, que acomete o intestino grosso, portanto, o cólon ou em sua porção final, o reto. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer colorretal é segundo mais frequente em mulheres (perdendo apenas para câncer de mama) e o terceiro mais incidente em homens (após o câncer de próstata e o de pulmão). Os fatores de risco mais relacionados, segundo Meurer (2016), são o tabagismo, consumo de álcool, obesidade e algumas condições crônicas, como obesidade e diabete mellitus. Por ser um câncer com progressão silenciosa, seus sintomas se manifestam principalmente nos estágios mais avançados e, consequentemente, as condutas terapêuticas adotadas acabam sendo mais invasivas. A maioria dos tumores colorretais, no entanto, tem origem em pequenas elevações (pólipos) na parede do cólon e do reto que crescem muito lentamente, e podem ser identificados e retirados inicialmente através de uma colonoscopia. “Estudo coorte mostra uma redução de 76% da incidência de câncer colorretal em pacientes portadores de adenoma, submetidos à colonoscopia e polipectomia” (WINAWER, 1993, p. 1977-1981). Sinais como sangramento ao evacuar, perda de peso inexplicado e anemia sem causa aparentes servem de alerta para uma possível complicação que deve ser investigada por um médico. Esta investigação pode ser feita por vários métodos diagnósticos. Os testes mais utilizados, de acordo com Meurer (2016), são a colonoscopia, a retossigmoidoscopia flexível e a pesquisa de sangue oculto nas fezes. A União Internacional de Controle do Câncer (UICC) utiliza o sistema de classificação TNM como uma ferramenta de estadiamento dos diferentes tipos de câncer com base em determinadas normas. Segundo a UICC (2004), o estádio da doença, no momento do diagnóstico, pode ser um reflexo não somente da taxa de crescimento e extensão da neoplasia, mas também do tipo de tumor e da relação tumor-hospedeiro. O principal propósito a ser conseguido pela concordância internacional na classificação dos casos de câncer pela extensão da doença é fornecer um método que permita comparações entre experiências clínicas sem ambiguidade. 5 Nesse sistema, é atribuída uma letra ou número a cada tipo de câncer com finalidade de descrever o tumor, os linfonodos e a presença ou ausência de metástases. A categoria T fornece informações sobre os aspectos do tumor primário (tamanho, profundidade, invasão de tecidos adjacentes) e pode ser numerada de 0 a 4. A categoria N descreve se o câncer se espalhou para os linfonodos vizinhos e pode ser numerada de 0 a 3. A categoria M descreve se o câncer foi metastático (ou seja, se espalhou para locais distantes do corpo) e pode ser numerada de 0 a 1. Os procedimentos para avaliação das categorias incluem o exame físico, diagnóstico por imagem, colonoscopia e/ou exploração cirúrgica. Em seguida, no entanto, deve haver uma confirmação histológica da doença. Figura 1 – Resumo esquemático da Classificação TNM (Fonte: UICC). 6 Figura 2 – Desenho esquemático da Classificação TNM. (Fonte: https://www.misodor.com/CANCER%20GASTRICO.html. Acesso em: 04 de jun de 2019). https://www.misodor.com/CANCER%20GASTRICO.html 7 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Acompanhar a rotina do departamento de digestivo baixo do Hospital de Câncer de Barretos e conhecer os diferentes tipos de intervenções cirúrgicas do câncer colorretal, bem como seu diagnóstico realizado no ambulatório. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ✓ Revisar conteúdos anatômicos em visão cirúrgica. ✓ Conhecer os métodos de estadiamento dos pacientes com câncer colorretal. ✓ Acompanhar o diagnóstico do câncer colorretal e metástases através de exames de imagem (colonoscopia e tomografia). ✓ Conhecer as principais indicações para a cirurgia laparoscópica. ✓ Conhecer as técnicas da cirurgia aberta e laparoscópica. 8 3. METODOLOGIA Trata-se de um estudo observacional, realizado no departamento de digestivo baixo do Hospital de Câncer de Barretos (HCB) – Fundação Pio XII durante o período de 20 de maio de 2019 à 07 de junho de 2019. As áreas de interesse para a realizaçãodo trabalho foram: ambulatório de digestivo baixo e centro cirúrgico de digestivo baixo. Foi realizado o acompanhamento da equipe de cancerologia cirúrgica do digestivo baixo do Hospital de Câncer de Barretos, composta por médicos cirurgiões oncológicos, médicos residentes em cirurgia oncológica, técnicos de enfermagem, enfermeiros e anestesistas. A fim de atingir os objetivos propostos, houve um aprofundamento nos assuntos através da revisão bibliográfica. Durante a vivência foi feito o acompanhamento pelo período da manhã das consultas realizadas no ambulatório de digestivo baixo, seguidas do acompanhamento da discussão de caso de cada paciente e registro digital do prontuário. No período da tarde, foi realizado o acompanhamento das cirurgias com a equipe de digestivo baixo no centro cirúrgico, sendo vivenciadas cirurgias abertas e laparoscópicas, desde o momento da sedação do paciente até o término da cirurgia. Pontualmente também foi realizado o acompanhamento dos pacientes em internação pós-cirúrgica junto da equipe médica diante de intercorrências e a necessidade de determinados procedimentos. 9 Figura 3 – Acompanhamento colectomia total no centro cirúrgico (Fonte: Acervo pessoal). Figura 4 – Acompanhamento anastomose ileorretal por laparoscopia após colectomia total. (Fonte: Acervo pessoal). 10 Figura 5 – Acompanhamento da cirurgia robótica (Fonte: Acervo pessoal). Figura 6 – Sala de cirurgia robótica e posicionamento do robo (Fonte: Acervo pessoal). 11 4. RESULTADO De acordo com o propósito do estadiamento foi evidente constatar sua utilidade na escolha da conduta terapêutica realizada em pacientes com câncer colorretal. A prática médica baseada na resolubilidade busca cada vez mais evidências que comprovem a efetividade de determinada conduta terapêutica. Para tal fornecimento de um banco de dados fidedigno é necessária a classificação de qual tipo de câncer colorretal foi destinado a determinada conduta. Assim como o estadiamento contribui para a pesquisa sobre o câncer humano e a efetividade de cada tratamento e intervenção, ele também é necessário para o acompanhamento da evolução individual da doença. Após determinada a classificação do paciente, é possível se ter um prognóstico em relação a doença e a sobrevida do paciente. “As lesões retais em geral são as de pior prognóstico, com taxas de sobrevida que variam de 62 a 66%, em detrimento de tumores colônicos, onde essas taxas encontram-se entre 74 e 77,5% em estudos mais recentes” (FARHOUD, 2002, p. 163-172). Além disso, assistir à evolução do tumor em cada indivíduo permite que o médico compare os resultados clínicos e laboratoriais ao longo do tratamento, viabilizando uma avaliação de seus resultados. Outro dado essencial advindo do estadiamento é a respeito das metástases. Para cada tipo de câncer existem órgãos com maior acometimento de metástases. No caso do câncer colorretal, o fígado e o pulmão são os principais órgãos afetados pelo câncer metastático a distância. Devido a esse dado que provém do sistema TNM, é possível que a investigação de tumores metastáticos preceda seu desenvolvimento ou encontre-o em um estágio inicial. Na prática, o diagnóstico do câncer colorretal é realizado pela colonoscopia e, o rastreamento de metástases (no fígado e pulmão) é feito através da tomografia do tórax. 12 Figura 7 – Relação existente entre o estágio TNM e a sobrevida no carcinoma colorretal. (Fonte: Compton CC, Greene FL: The staging of colorectal cancer: 2004 and beyond. CA Cancer J Clin 54:295, 2004). 13 5. CONCLUSÃO Segundo a UICC, o estadiamento é capaz de ajudar o médico no planejamento do tratamento, dar uma indicação do prognóstico, ajudar na avaliação dos resultados de tratamento, facilitar a troca de informações entre os centros de tratamento e contribuir para a pesquisa contínua sobre o câncer humano. Durante o estudo observacional com a equipe de digestivo baixo do Hospital do Câncer de Barretos ficou evidente a necessidade da aplicação dos métodos de classificação TNM para cada paciente. “Grande parte dos pacientes são diagnosticados em fases avançadas da doença, o que empobrece o prognóstico, pois as chances de cura despencam em até 90% nos casos de estádio I para menos de 5% em doentes em estádio IV” (FRY, 2001, p. 215). Segundo Monteiro (2006), o estadiamento no momento do diagnóstico é considerado, por muitos autores, o melhor indicador prognóstico. Na vivência da cirurgia oncológica do digestivo baixo foi demonstrada a importância do estadiamento do câncer colorretal na escolha das condutas terapêuticas. A determinação de um prognóstico, com os dados obtidos pela classificação TNM, auxilia na decisão da conduta que será adotada pelo médico, seja curativa ou paliativa. A sobrevida depende do estadiamento tumoral, que denota o grau de extensão anatômica e o envolvimento de órgãos pela doença, porém outros fatores prognósticos, como estado clínico, anormalidades laboratoriais, grau e padrão histológicos, entre outros, são utilizados como variáveis independentes, podendo atribuir significado prognóstico ao paciente com CCR (SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA, 2006, p. 3). Diante dessa relevância, a aplicação prática do estadiamento foi devidamente acompanhada (com auxílio da bibliografia), aliada aos exames clínicos e de imagem, seguida de confirmação histopatológica. Em conjunto com a equipe multiprofissional, pode-se afirmar que os objetivos propostos foram devidamente cumpridos. A revisão anatômica em âmbito cirúrgico foi alcançada e o conteúdo aprendido academicamente pode ser aplicado na prática. O conhecimento sobre as principais indicações para a cirurgia laparoscópica e suas técnicas também foi alcançado através das inserções observacionais no centro cirúrgico. 14 O período de aprendizado no Hospital de Câncer de Barretos foi de plena contribuição profissional, pessoal e emocional por meio do contato com todos os profissionais e pacientes do âmbito hospitalar. 15 6. REFERÊNCIAS FARHOUD, S; et al. Variáveis clínicas e macroscópicas que influenciam o prognóstico do carcinoma colorretal. Arq. Gastroenterol., Jul 2002, vol.39, no.3, p.163-172. FRY, RD. Cólon, reto e ânus. In: JARRELL, BE; CARABASI, RA. National medical series – cirurgia. 3a. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. p. 215 – 47. MEURER, R. I.; Prevenção do câncer colorretal (CCR): Avaliação da utilidade da pesquisa de sangue oculto nas fezes previamente à colonoscopia. Universidade de Santa Cruz do Sul, 2016. MONTEIRO, EP; et al. Neoplasia colorretal até 40 anos: experiência em cinco anos. Rev bras. colo-proctol., Jun 2006, vol.26, no.2, p.156-161. SOCIEDADE BRASILEIRA DE UROLOGIA. Câncer colorretal: prognóstico. Projeto Diretrizes. 2006, p. 3. UICC, TNM – Classificação dos Tumores Malignos. 6ª edição. 2004. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. WINAWER, S. J. et al. Prevention of colorectal cancer by colonoscopic polypectomy. New England Journal of Medicine, v. 329, n. 27, p. 1977-1981, 1993. 16 ANEXO A – Workstation do ambulatório de digestivo baixo. 17 ANEXO B – Sala cirúrgica da equipe de digestivo baixo.
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