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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO PASSOS 2021 2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM Brenda Raniele da Costa Freitas Isabel Cristina de Lima Ribeiro Pires Josiane Pereira dos Santos Simone Inaiara de Paula AÇÕES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO Trabalho apresentado como pré- requisito para obtenção de créditos na disciplina de Ética e Legislação, lecionada pelo docente Prof.ª Maísa Leite para fins de avaliação semestral. PASSOS 2021 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 4 2 OBJETIVO ................................................................................................... 7 3 METODOLOGIA .......................................................................................... 8 4 DISCUSSÃO................................................................................................ 9 4.1 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ....................................................... 9 4.2 A PEDAGOGIA FREIREANA NA SAÚDE .......................................... 10 4.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE .................................................................... 11 4.4 EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE .................................................. 12 4.5 PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO NA ATENÇÃO BÁSICA ............... 12 ANEXOS ....................................................................................................... 16 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 19 4 1 INTRODUÇÃO O diabetes mellitus (DM) trata-se de um distúrbio metabólico crônico, com comprometimento do metabolismo da glicose e de outras substâncias produtoras de energia, estando associado a uma variedade de complicações em órgãos essenciais para a manutenção da vida. Nas últimas décadas, o número de portadores de DM tem apresentado um aumento significativo, representando uma importante causa de incapacitação e morte no Brasil. Segundo Vargas et al. (2017), as complicações nos pés são comuns entre as pessoas portadoras de DM, configurando uma comorbidade clínica, de base neuropática, oriunda da hiperglicemia, que acontece com ou sem a coexistência de doença arterial periférica. Existem alterações biomecânicas que ocasionam deformidades e ulceração dos pés, afetando planos cutâneos ou profundos, relacionadas a traumatismo prévio e/ou infecções desencadeantes. De acordo com Araújo (2011), a condição do pé diabético trata-se de uma das desordens que o DM não controlado pode ocasionar, e possui estreita ligação com o tempo de duração desta doença. As desordens relacionadas aos membros inferiores já são um crescente e significante problema de saúde pública tanto no Brasil quanto em outros países, sejam estes desenvolvidos ou em desenvolvimento. Infelizmente, a maior parte dos casos de ulceração nos membros inferiores leva às amputações: 4% a 10% dos portadores de DM apresentam alguma lesão nos pés; cerca de 50% das amputações de membros inferiores não traumáticas ocorrem em pacientes diabéticos, sendo que 85% destes casos são precedidos por úlceras nos pés (SANTOS et al., 2013). Segundo Santos et al. (2013), as amputações estão estreitamente relacionadas a impactos significativos no que diz respeito aos custos e, ademais, trará consequências a longo termo ao paciente e sua família, pois há o risco de reulceração, perda da mobilidade e diminuição severa na qualidade de vida. Lamentavelmente, as literaturas atuais discutem que condições sociodemográficas contribuem de maneira significativa para o agravamento do decurso da doença: aparentemente, a escolaridade traz impactos comuns entre os 5 portadores, sendo os mais atingidos aqueles que possuem pouca instrução formal. Tanto no Brasil quanto internacionalmente, indivíduos que possuem baixo grau escolar podem ter agravamentos no decorrer da doença, desencadeando complicações crônicas. Além disso, condições como idade, gênero, estilo de vida, situação econômica podem interferir de modo negativo no autocuidado (SANTOS et al., 2013). Diante deste cenário, a fim de reduzir e prevenir as complicações nos portadores de diabetes mellitus, bem como àquelas associadas a distúrbios cardiovasculares de membros inferiores; a educação em saúde representa uma estratégia muito eficaz. Pois, através de um processo ativo, busca auxiliar pacientes e familiares a compreenderem a doença, atitude que contribui positivamente para o empoderamento do indivíduo portador. Desta forma, atenua medos e ansiedades e, consequentemente, contribui para o enfrentamento positivo de suas condições, elevando sua autoestima com o aumento da efetividade do tratamento, o que proporcionará ao paciente a manutenção do bom controle da patologia. (ARAÚJO, 2011). Por definição, o termo “educação” é proveniente do latim educare, cujo significado literal é conduzir para fora ou direcionar para fora. Caracteriza-se pelo ato de educar, de instruir, sendo polidez e disciplinamento. Segundo Fiori (2003), no seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de uma geração para a geração seguinte. A educação vai se formando através de situações presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida. Segundo Costa (2015) em sua análise do texto “Desafios da educação de adultos ante a nova reestruturação tecnológica”, Paulo Freire (2003, p.40) afirma que “A educação é sempre uma certa teoria do conhecimento posta em prática [...]”. Numa primeira apreciação, podemos entender que, com essa afirmação, Freire está dizendo que a educação sempre é um determinado conjunto de ideias relativas ao conhecimento sendo praticadas. Mas, para alcançarmos um entendimento mais aprofundado do significado desta afirmação de Paulo Freire, é necessário que saibamos o que é teoria do conhecimento e, para isso, precisamos saber primeiro o que é teoria. A teoria da educação, tem significado primário de contemplação, onde a visão é racional e voltada ao indivíduo como um só. A educação defendida por 6 Freire (2003) e Costa (2015) é uma educação voltada ao teórico-prático, sublinhando duas maneiras de repetição mental onde o indivíduo pratica o aprendido em teoria, fazendo jus à fixação do conteúdo adquirido. Tal vertente, complementa também que, a educação social e moral, onde a prática do bem após a reflexão leva à mudança de comportamento exponencialmente. As definições de educação, dadas por diversos autores, embora possam parecer diferentes, geralmente tem muitos pontos em comum, especialmente, colocam o indivíduo como sujeito no centro da atividade e caracterizam a educação como um processo de influencias sobre as pessoas que conduz sua transformação e as capacita para interagir com o meio (CALLEJA,2008, p. 109). Sendo assim, torna-se necessário compreender que os modelos de educação então existentes no mundo, hodiernamente trazem aspectos diferentes, que se acoplam às disciplinas como forma de otimização do aprendizado em determinado setor. Sendo a educação a vida de toda reprodução de aprendizado, ela se deriva nos campos da ética e filosofia, tomando determinações de cunho moral e social no coletivo e globalizado século XXI. 7 2 OBJETIVO Este estudo tem por objetivo por objetivo reunir, investigar e analisar referenciais teóricos que correlacionem as temáticas Educaçãoem Saúde e Pé Diabético a partir da literatura indexada nas bases de dados nacionais e internacionais. 8 3 METODOLOGIA Trata-se de estudo de revisão de literatura sobre a atuação da enfermagem da atenção primária na prevenção do pé diabético através de ações de educação em saúde. As buscas foram realizadas na BVS - Biblioteca Virtual em Saúde, nas bases de dados SCIELO - Scientific Electronic Library Online; BEDENF - Base de Dados de Enfermagem; LILACS - Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde; MEDLINE - Literatura Internacional em Ciências da Saúde. Filtros utilizados: atuação da enfermagem da atenção primária e prevenção do pé diabético. Foram selecionadas referências publicadas no período de 1995 a 2019. 9 4 DISCUSSÃO 4.1 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Aprendizagem significativa é caracterizada pela interação entre conhecimentos prévios e conhecimentos novos, e que essa interação é não-literal e não-arbitrária. Nesse processo, os novos conhecimentos adquirem significado para o sujeito e os conhecimentos prévios adquirem novos significados ou maior estabilidade cognitiva (MOREIRA, 2012). Para Bida et al. (2008), a aprendizagem significativa pode ser definida com ideias expressas simbolicamente que interagem de maneira substantiva e não- arbitrária com aquilo que o aprendiz já sabe. Substantiva quer dizer não-literal, e não-arbitrária significa que a interação não é com qualquer ideia prévia, mas sim com algum conhecimento especificamente relevante já existente na estrutura cognitiva do sujeito que aprende. Ausubel apud Moreira (2012), defende que a incorporação de novos conhecimentos de maneira significativa ocorre a partir do que o aluno já sabe. Ele afirma ainda, que se o conteúdo não for significativo para o aluno, será armazenado de maneira isolada, podendo esquecê-lo em seguida, ocorrendo apenas a aprendizagem mecânica. Ao aprofundar a teoria da aprendizagem significativa, alguns estudiosos apresentaram contribuições importantes para tornar a aula um momento favorável à aprendizagem. Sendo assim, quem ensina algo deverá provocar a aprendizagem e deverá levar em conta que o mais importante é elaborar perguntas que instiguem quem está aprendendo a vivenciar a busca, a exercitar as várias possibilidades de resposta. Afinal, esse é o exercício que conduz à aprendizagem significativa. SANTOS (2008,p.65), recomenda: “„provocar a sede‟ de aprender, problematizando o conteúdo, tornando-o interessante e não tirar o sabor da descoberta dando respostas prontas”. Nesse sentido, é possível citar o método da Aprendizagem Baseada em Problemas, que, de acordo com Borochovicius; Tortella (2014), tem como propósito tornar o aluno capaz de construir o aprendizado conceitual, procedimental e atitudinal por meio de problemas propostos que o expõe a situações motivadoras e o prepara para o mundo do trabalho. 10 Por sua vez, Candau (2000) diz que a escola precisa ser o espaço de formação de pessoas capazes de serem sujeitos de suas vidas, ou seja, todos precisam estar conscientes de suas opções, dos valores e projetos de referência, além de mostrar comprometimento com um projeto de sociedade e humanidade. As aulas expositivas, em formato de palestra, por exemplo, têm estado mais voltadas para a transmissão de conhecimentos, nas quais o conteúdo a ser aprendido é apresentado pelos docentes aos discentes em sua forma final, privando- os do exercício das habilidades intelectuais mais complexas como a aplicação, análise, síntese e julgamento (GODOY, 2000). De acordo com Pereira (1998), para que a aprendizagem ocorra, ela precisa ser necessariamente transformacional, exigindo do professor uma compreensão de novos significados, relacionando-os às experiências prévias e às vivências dos alunos, permitindo a formulação de problemas que estimulem, desafiem e incentivem novas aprendizagens. 4.2 A PEDAGOGIA FREIREANA NA SAÚDE É sabido que todas as equipes que compõem a Atenção Básica exercem também o papel de educadores. E, assim sendo, é necessário que antes de explanar sobre qualquer teoria, a equipe compreenda a ciência prévia do educando sobre determinado assunto. Estando em meio às comunidades, aos saberes populares, é imprescindível que o profissional de saúde tenha consigo a ideia da pluralidade de conhecimentos, respeitando as divergências de opiniões, deixando para trás a perspectiva do “saber dominante”. Desta forma, quebrando essa equivocada hierarquia, o educador passa a conversar com o educando em saúde e não ao educando, caindo por terra o enfoque à “verdade única” (ITO, 2018). Ao pensar em ações de educação em saúde, faz-se necessário o pensar pedagogicamente. Sendo assim, é preciso que o educador leve em conta as pessoas com as quais está a lidar, não apenas os dados de produção e indicadores de saúde. Para isso, o ESF tem um ponto positivo: a relação estreita construída entre os profissionais que trabalham na área e a comunidade do território de atuação (OLIVEIRA; COTA, 2018). 11 Para Paulo Freire, é dever do educador comportar-se de forma respeitosa frente aos conhecimentos prévios dos educandos, priorizando os diálogos, à ética e à aplicação prática do conteúdo trabalhado, afinal, é muito possível que o conhecimento prévio do educando seja proveitoso ao assunto (OLIVEIRA; COTA, 2018). Ademais, Paulo Freire demonstra em suas obras a importância da visão holística em relação ao indivíduo, considerando sua face biológica, mas também psicológica, social e espiritural. Todas estas grandezas compõem o ser humano, e, ao abordar a educação em saúde com enfoque apenas à biologia, por exemplo, a capacidade de se conectar ao outro é reduzida. Além disso, utilizar outros recursos intensifica a ação, a atenção, o cuidado e a promoção da saúde e da cidadania (FREIRE, 2011). De acordo com Oliveira e Cota (2018), a educação popular em saúde à luz de Paulo Freire trata também da autonomia do indivíduo, do autocuidado com consciência, de modo que o liberte, tornando-o autônomo, ativamente responsável por seu processo de cura ou cuidado, sendo este processo transformador. Desta forma, a educação em saúde tem por objetivo também trabalhar com o educando o limiar entre saúde e doença, cuidado e descuido, assim como fragilidades e potencialidades. 4.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE De acordo com o Ministério da Saúde, o conceito de promoção em saúde reside num composto de estratégias focadas na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e coletividades. Materializam-se por meio de políticas, estratégias, ações e intervenções no meio com a finalidade de atuar sobre os condicionantes e determinantes sociais de saúde, de forma intersetorial e com participação popular, favorecendo escolhas saudáveis por parte dos indivíduos e coletividades no território onde residem, estudam, trabalham, entre outros. As ações de promoção da saúde são potencializadas por meio da articulação dos diferentes setores da saúde, além da articulação com outros setores. Essas articulações promovem a efetividade e sustentabilidade das ações ao longo do tempo, melhorando as condições de saúde das populações e dos territórios. 12 4.4 EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE Segundo Gomes e Merhy (2011), o conceito de educação popular em saúde pode ser facilmente confundido com as antigas práticas sanitárias no Brasil, que traziam estratégias autoritárias, tecnicistas e biologistas, ignorando o saber popular, de forma vertical e de mão única. Entretanto, para os autores que se baseiam na educação popular em saúde, fica claro que a educação popular se sustenta na prática educativa e no trabalho social emancipatório do povo, com o objetivo de promoção da autonomia,formação de pensamento crítico e à cidadania participativa. Os meios para a materialização deste conceito são: problematização; amorosidade, refletida no cuidado com o outro; engajamento com a edificação do projeto democrático popular, nisso, dá-se o fortalecimento da equidade e integralidade; estruturação compartilhada de conhecimentos, considerando o saber popular e o saber científico, horizontalmente; diálogo e, por fim, a emancipação, com participação, reflexão e incentivo à autonomia. Desta forma, fica claro que a educação popular em saúde não visa que um povo modifique seus hábitos para que adotem práticas higiênicas e recomendações médicas que evitariam o desenvolvimento de um conjunto de doenças, por exemplo, mas adotar práticas que auxiliem a população a compreender as causas destas doenças e se organizarem para superá-las. 4.5 PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO NA ATENÇÃO BÁSICA Ao falarmos sobre a prevenção do pé diabético no que concerne à Atenção Básica, é impossível dissociar a prática do tema autonomia. De acordo com Soares et al. (2007), o princípio da autonomia está relacionado também ao princípio da dependência, por isso, os autores classificam a temática como complexa. É impossível pensar no indivíduo como absolutamente autônomo. Desta forma, os autores defendem que a autonomia tem início no fortalecimento das relações entre paciente, profissionais da saúde e familiares, formando uma teia de cuidado e troca de experiências, fundamentais para a manutenção da cidadania e da saúde. 13 É necessário que o profissional de saúde supere a dinâmica paternalista sobre o paciente, encorajando a autonomia deste à medida que o processo terapêutico avança. A troca entre paciente, profissional e família durante o processo terapêutico é de extrema necessidade, uma vez que inclui o saber técnico, o apoio e o afeto, que, juntos, fortalecem a autonomia daquele que precisa do cuidado. Entretanto, é necessário observar que esta relação não deve presumir sujeição de quem está fragilizado, muito pelo contrário, este deve ser sujeito ativo no decurso. (SOARES et al., 2007). Desta forma, é papel do profissional de saúde promover e incentivar a autonomia e o empoderamento do paciente durante o processo de educação em saúde. No que concerne, especificamente, ao pé diabético, é papel do profissional de saúde da Atenção Básica engendrar estratégias que orientem os indivíduos portadores do DM à prevenção de agravos na saúde. De acordo com Araújo (2011), as complicações que envolvem o pé diabético atingem principalmente pacientes idosos com mais de dez anos de diagnóstico da DM e que não mantém as taxas de glicose controladas pelos métodos terapêuticos propostos, seja por maus hábitos, desinteresse ou não compreensão da doença. Lamentavelmente, nos casos em que a DM não tem suas condições clínicas controladas, os agravos nos pés podem levar à amputação, o que sugere mudanças drásticas na vida do paciente e de seus familiares. A fim de evitar estes agravos, os profissionais da Atenção Básica têm papel fundamental na prevenção e promoção de saúde, com enfoque no autocuidado, possibilitando que o paciente exerça o protagonismo no processo, apropriando-se de conhecimentos que o auxiliarão a enfrentar de maneira positiva a situação (ARAÚJO et al., 2011). Para que haja boas propostas de promoção de saúde, é necessário que todos os profissionais envolvidos sejam capacitados para tratar do assunto, sendo assim, imprescindível que a unidade trabalhe com a educação continuada, que consiste em um programa de formação e desenvolvimento dos recursos humanos que objetiva manter a equipe em um constante processo educativo, com a finalidade de aprimorar os indivíduos e consequentemente melhorar a assistência prestada aos usuários. Ela pode ser entendida como a elaboração de uma experiência formal da pessoa, para Mariotti (1995), a educação é um processo contínuo e continuado que 14 só a morte pode interromper; caracteriza-se por ser um processo de incessante busca e renovação do saber fazer. Os profissionais, por meio da educação continuada que lhes permite o acompanhamento das mudanças no decorrer de sua profissão, são mantidos atualizados, podendo aplicar novas melhorias no seu trabalho e qualificando-se, favorecendo o seu desenvolvimento e sua participação eficaz na vida da instituição. Para Leite e Pereira apud Davim, Torres e Santos (1999) a educação continuada é definida como um processo que propicia novos conhecimentos, capacitando o funcionário para execução adequada do trabalho, e preparando-o para futuras oportunidades de ascensão profissional tendo como objetivo o crescimento profissional e pessoal. No que tange aos métodos de prevenção ao agravamento do pé diabético, a Sociedade Brasileira de Diabetes (2015) sugere algumas práticas que envolvem o autocuidado, sendo elas: diariamente, examinar os pés em um lugar com boa iluminação, a fim de detectar frieiras, cortes, calos, rachaduras, férias ou alterações na cor, e caso seja necessário, pedir a outra pessoa para fazê-lo ou utilizar um espelho; conservar os pés sempre limpos e secos, utilizando água em temperaturas amenas para fazê-lo e uma toalha macia sem esfregar a pele; faz-se necessário manter a pele sempre hidratada, entretanto, é importante não utilizar cremes no meio dos dedos ou ao redor das unhas, a fim de evitar a proliferação de bactérias e fungos; ao usar meias, optar sempre por aquelas sem costura e de tecido macio como algodão ou lã, evitando os sintéticos; sempre que for fazer o corte das unhas, antes lavá-las e secá-las, utilizar ferramentas apropriadas, fazer o corte quadrado com laterais levemente arredondadas e nunca tirar as cutículas; dar preferência a profissionais especializados para cuidar dos pés, como podólogos (as); utilizar sempre sapatos fechados, manter os pés protegidos por calçados macios e confortáveis com solado rígido, evitando saltos altos e finos; evitar calçados apertados, de materais como plástico e couro sintético, evitar pontas finas; sempre optar por calçados ortopédicos. 5 PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE 15 Com todos os profissionais capacitados para abordar a temática, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) serão os responsáveis por convidar e articular a adesão dos pacientes nas ações de educação em saúde. Tal proposta terá como público alvo os portadores de DM que apresentam mais riscos, de acordo com o conhecimento prévio da clientela. Os grupos deverão conter até 15 pessoas, de modo a tornar a ação educativa mais horizontal e possibilitar trocas a comunicação adequada entre os profissionais e os pacientes. Para isso, a equipe poderá contar com recursos visuais, impressos, vídeo e áudio. Os grupos operativos contarão com temáticas variadas que abordem mudanças no estilo de vida, nutrição, atividade física e cuidados com os pés, sempre prezando pela autonomia e autocuidado dos indivíduos. As reuniões acontecerão semanalmente, sendo possível aproveitar os dias específicos de visitas dos pacientes à unidade – o HIPERDIA – para realizar as oficinas educativas em sala de espera. TEMA: PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO NA ATENÇÃO BÁSICA DATA OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDO DESENVOLVIMENT O METODOLÓGICO RECURSOS DIDÁTICOS AVALIAÇÃO TEMPO De 04/03/2 021 à 25/03/2 021 Conscientar o público alvo sobre a importância do autocuidado no que tange ao DM; Estimular à auto- observação; Incentivar a adoção e práticas de bons hábitos de vida; Promover métodos de prevenção a agravos nas condições dos portadores de diabetes mellitus no que concerne à ulcerações e lesões nos membros inferiores; Diabetes: um cuidado que envolve paciente, família e profissional de saúde;Autocuidado e autoestima: a importância do cuidar de si; Atividade física e dicas para uma alimentação saudável; Métodos para cuidados com os pés. Serão 4 reuniões com grupos operativos com até 15 pacientes, ministrados pelo(a) enfermeiro(a), técnico(a) de enfermagem, médico(a) e ACS. Nas reuniões, serão discutidos os temas propostos, incentivando a participação e cooperação dos pacientes, observando seu conhecimento prévio acerca do assunto através de pré-testes, problematizando a temática e instigando às dúvidas e perguntas. Ademais, serão fornecidos ao final das reuniões folhetos com as partes mais importantes da reunião, a fim de que o paciente leve para casa para relembrar o que foi discutido. Rodas de conversa; cartazes e folhetos informativos. Pré-testes, pós- testes e depoimentos ao final das ações. 40 minutos de reunião. 16 ANEXOS 1) Pré-teste/pós-teste INICIAIS: ________________________________ SEXO: ( ) MASCULINO ( ) FEMININO IDADE: ______________ 1) Pra você, quem é o responsável por cuidar da sua diabetes? a) Somente eu sou o responsável; b) Minha família é responsável por cuidar de mim; c) Os médicos e o pessoal do ESF são os responsáveis; d) Eu, minha família, os médicos e o pessoal do ESF, todos juntos. 2) Pensando no seu dia a dia, quanto você cuida de si mesmo? Assinale as afirmações que fazem sentido para você ( ) Tomo os remédios nos horários certos; ( ) Confiro minha glicemia regularmente; ( ) Mantenho uma alimentação balanceada; ( ) Evito comer muito açúcar; ( ) Pratico atividade física; ( ) Sempre confiro meus pés, para checar se há alguma lesão; ( ) Mantenho meus exames em dia; ( ) Sempre esclareço minhas dúvidas com a equipe do ESF; ( ) Sempre procuro informações sobre o diabetes; ( ) Mantenho minha família informada sobre minhas condições de saúde; ( ) Evito consumir alimentos industrializados; ( ) Evito seguir receitas de curar milagrosas que recebo pelo celular; ( ) Coloco minha saúde como prioridade; ( ) Evito consumir álcool; ( ) Evito fumar. 3) Quais são as atitudes que você deve tomar para cuidar dos pés no dia a dia? ( ) Utilizando sapatos confortáveis; ( ) Mantendo os pés secos após o banho; ( ) Hidratando os pés com cremes; ( ) Cortando as unhas com cuidado, sem cutucar; ( ) Usando sapatos fechados, para proteger os pés de ferimentos; ( ) Inspecionando os pés todos os dias para procurar alguma anormalidade; ( ) Conversando com a equipe do ESF caso haja alguma dúvida ( ) Evitando retirar a cutícula 17 4) Quais alimentos você deve evitar para que a sua alimentação seja considerada saudável? R: __________________________________________________________ ____________________________________________________________ _____________________________________________________________ 5) Manter uma rotina de exercícios físicos auxilia no controle da diabetes? ( ) Auxilia muito ( ) Auxilia pouco ( ) Não auxilia em nada 6) Envolver toda a família no tratamento auxilia no controle da diabetes? ( ) Auxilia muito ( ) Auxilia pouco ( ) Não auxilia em nada 2) CARTAZ DE CONVOCAÇÃO 18 3) FOLHETO INFORMATIVO 19 REFERÊNCIAS ARAUJO, C. P. A educação em saúde como estratégia multiprofissional para prevenção do pé diabético em uma Equipe de Saúde da Família. Universidade Federal de Minas Gerais. 2011. MG. Disponível em < https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/registro/A_educacao_em_saude_co mo_estrategia_multiprofissional_para_prevencao_do_pe_diabetico_em_uma_Equip e_de_Saude_da_Familia/459> Acesso em 15 de fevereiro de 2021. BOROCHOVICIUS, E; TORTELLA, J. C. B. Aprendizagem Baseada em Problemas: um método de ensino-aprendizagem e suas práticas educativas. Ensaio: aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v.22, n.83, p.263-294, abr/jun. 2014. CANDAU, V. M. (Org.). Reinventar a Escola. Petrópolis: Vozes, 2000. COSTA, J. J. S. A educação segundo Paulo Freire: uma primeira análise filosófica. THEORIA, Revista Eletrônica de Filosofia. Pouso Alegre, 2015, p. 72-88. 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