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TECNOLOGIA-ASSISTIVA-NO-PROCESSO-DE-REABILITAÇÃO-MOTORA

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4 
2 TECNOLOGIA ASSISTIVA ..................................................................... 5 
2.1 Tecnologia Assistiva – TA ................................................................ 5 
2.2 Tecnologia Assistiva – Conceito Brasileiro ....................................... 6 
3 TECNOLOGIA ASSISTIVA: LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS E 
CATEGORIAS ......................................................................................................... 7 
3.1 Legislação Nacional ......................................................................... 8 
3.2 Categorias de Tecnologia Assistiva ............................................... 11 
4 NEUROFISIOLOGIA DO MOVIMENTO ............................................... 15 
4.1 Neurofisiologia Motora.................................................................... 18 
5 MARCHA HUMANA .............................................................................. 21 
5.1 Marcha Normal ............................................................................... 22 
5.2 Marcha Patológica .......................................................................... 26 
6 POSTURAS .......................................................................................... 30 
6.1 Controle Postural ............................................................................ 31 
6.2 Aspectos Mecânicos da Postura Sentada ...................................... 31 
6.3 Postura sentada e cadeira de rodas ............................................... 33 
7 ÓRTESES E PRÓTESES ..................................................................... 34 
7.1 Histórico ......................................................................................... 35 
7.2 Política brasileira- órteses e próteses............................................. 36 
8 ORTESES ............................................................................................. 37 
8.1 Classificação das órteses ............................................................... 37 
8.2 Órteses de Membros Inferiores ...................................................... 37 
8.3 Palmilhas ........................................................................................ 38 
 
3 
 
8.4 Órteses suropodálicas .................................................................... 39 
8.5 Órteses cruropodálicas e órteses pelvicopodálicas ........................ 40 
8.6 Órteses para Coluna vertebral – Colares e coletes ortopédicos .... 41 
8.7 Órteses de Membros Superiores .................................................... 44 
9 PRÓTESES .......................................................................................... 45 
9.1 Próteses de Membros Inferiores .................................................... 47 
9.2 Próteses de Membros Superiores .................................................. 48 
10 AUXÍLIOS DE MOBILIDADE ............................................................. 48 
10.1 Bengalas ..................................................................................... 49 
10.2 Bengalas de 3 ou 4 pontas.......................................................... 50 
10.3 Muletas........................................................................................ 50 
10.4 Andadores ................................................................................... 53 
10.5 Cadeiras de Rodas ..................................................................... 56 
10.6 Adequação postural .................................................................... 59 
10.7 Auxílios para cegos ou com baixa visão ..................................... 60 
10.8 Auxílios para surdos ou com déficit auditivo ............................... 61 
10.9 Adaptações em veículos ............................................................. 62 
10.10 Recursos de acessibilidade ao computador ................................ 63 
10.11 Projetos arquitetônicos para acessibilidade ................................ 64 
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 67 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as 
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão 
respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 TECNOLOGIA ASSISTIVA 
 
Fonte: oficinadanet.com.br 
2.1 Tecnologia Assistiva – TA 
É um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de recursos 
e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de 
pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e 
inclusão (ROSE, 2002). 
Num sentido amplo percebemos que a evolução tecnológica caminha na 
direção de tornar a vida mais fácil. Sem nos apercebermos utilizamos 
constantemente ferramentas que foram especialmente desenvolvidas para 
favorecer e simplificar as atividades do cotidiano, como os talheres, canetas, 
computadores, controle remoto, automóveis, telefones celulares, relógio, enfim, 
uma interminável lista de recursos, que já estão assimilados à nossa rotina e, num 
senso geral, “são instrumentos que facilitam nosso desempenho em funções 
pretendidas”. Introduzirmos o conceito da TA com a seguinte citação: “Para as 
pessoas sem deficiência a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas 
com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis” (RADABAUGH, 1993). 
COOK e HUSSEY (1995) definem a TA citando o conceito do ADA - American 
with Disabilities Act, como “uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias 
 
6 
 
e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas funcionais 
encontrados pelos indivíduos com deficiências”. 
A TA deve ser entendida como um auxílio que promoverá a ampliação de 
uma habilidade funcional deficitária ou possibilitará a realização da função desejada 
e que se encontra impedida por circunstância de deficiência ou pelo 
envelhecimento. Podemos então dizer que o objetivo maior da TA é proporcionar à 
pessoa com deficiência maior independência, qualidade de vida e inclusão social, 
através da ampliação de sua comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, 
habilidades de seu aprendizado e trabalho. No contexto das PD, a ergonomia auxilia 
no desenvolvimento de produtos que podem aumentar a independência e qualidade 
de vidas dessas pessoas, como por exemplo, os equipamentos de Tecnologia 
Assistiva. A TA abrange produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, 
metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a 
funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa deficiente ou 
com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de 
vida e inclusão social (BRASIL, 2015). 
As TA englobam conhecimentos de diversas profissões, como por exemplo, 
de fisioterapeutas,terapeutas ocupacionais, médicos, engenheiros, designers, 
entre outros (GUIMARÃES, 2015). 
2.2 Tecnologia Assistiva – Conceito Brasileiro 
Em 16 de novembro de 2006, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos 
da Presidência da República - SEDH/PR, através da portaria nº 142, instituiu o 
Comitê de Ajudas Técnicas - CAT, que reuniu um grupo de especialistas brasileiros 
e representantes de órgãos governamentais, em uma agenda de trabalho. 
Para elaborar um conceito de tecnologia assistiva que pudesse subsidiar as 
políticas públicas brasileiras os membros do CAT fizeram uma profunda revisão no 
referencial teórico internacional, pesquisando os termos Ayudas Tecnicas, Ajudas 
Técnicas, Assistive Tecnology, Tecnologia Assistiva e Tecnologia de Apoio. Alguns 
dos conceitos pesquisados são citados e analisados no texto que segue. De acordo 
 
7 
 
com o Secretariado Nacional para a Reabilitação e Integração das Pessoas com 
Deficiência (SNRIPD) de Portugal afirma: 
“Entende-se por ajudas técnicas qualquer produto, instrumento, estratégia, 
serviço e prática utilizada por pessoas com deficiência e pessoas idosas, 
especialmente, produzido ou geralmente disponível para prevenir, 
compensar, aliviar ou neutralizar uma deficiência, incapacidade ou 
desvantagem e melhorar a autonomia e a qualidade de vida dos 
indivíduos”. (PORTUGAL, 2007). 
Nesta descrição percebemos a grande abrangência do tema, que extrapola 
a concepção de produto e agrega outras atribuições ao conceito de ajudas técnicas 
como: estratégias, serviços e práticas que favorecem o desenvolvimento de 
habilidades de pessoas com deficiência. 
Os recursos de tecnologia assistiva são organizados ou classificados de 
acordo com objetivos funcionais a que se destinam. Várias classificações de TA 
foram desenvolvidas para finalidades distintas e citamos a ISO 9999/2002 como 
uma importante classificação internacional de recursos, aplicada em vários países. 
O Sistema Nacional de Classificação dos Recursos e Serviços de TA, dos Estados 
Unidos, diferencia-se da ISO ao apresentar, além da descrição ordenada dos 
recursos, o conceito e a descrição de serviços de TA. 
3 TECNOLOGIA ASSISTIVA: LEGISLAÇÕES BRASILEIRAS E CATEGORIAS 
 
Fonte: tecmundo.com.br 
 
8 
 
3.1 Legislação Nacional 
No que se refere à legislação nacional podemos mencionar a promulgação 
do Decreto 3.298 de 1999, que no artigo 19, fala do direito do cidadão brasileiro com 
deficiência às Ajudas Técnicas. Nele consta que: “Consideram-se ajudas técnicas, 
para os efeitos deste Decreto, os elementos que permitem compensar uma ou mais 
limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa portadora de 
deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e 
da mobilidade e de possibilitar sua plena inclusão social. 
Parágrafo único. São ajudas técnicas: 
I - Próteses auditivas, visuais e físicas; 
II - órteses que favoreçam a adequação funcional; 
III - equipamentos e elementos necessários à terapia e reabilitação da pessoa 
portadora de deficiência; 
IV - Equipamentos, maquinarias e utensílios de trabalho especialmente 
desenhados ou adaptados para uso por pessoa portadora de deficiência; 
V - Elementos de mobilidade, cuidado e higiene pessoal necessários para 
facilitar a autonomia e a segurança da pessoa portadora de deficiência; 
VI - Elementos especiais para facilitar a comunicação, a informação e a 
sinalização para pessoa portadora de deficiência; 
VII - equipamentos e material pedagógico especial para educação, 
capacitação e recreação da pessoa portadora de deficiência; 
VIII - adaptações ambientais e outras que garantam o acesso, a melhoria 
funcional e a autonomia pessoal; e 
IX - Bolsas coletoras para os portadores de ostomia." (LIMA.2007). 
Também o decreto 5.296 de 2004 que dá prioridade de atendimento e 
estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das 
pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, possui um capítulo específico 
sobre as ajudas técnicas (VII) onde descreve várias intenções governamentais na 
área da tecnologia assistiva, além de referir a constituição do CAT/SEDH. Neste 
decreto encontramos que: 
 
9 
 
“Consideram-se ajudas técnicas os produtos, instrumentos, equipamentos 
ou tecnologia adaptados ou especialmente projetados para melhorar a 
funcionalidade de pessoas portadoras de deficiência, com habilidade 
reduzida favorecendo autonomia pessoal, total ou assistida", (LIMA, 2007). 
O Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com deficiência 
da ONU e a incorporou ao seu ordenamento jurídico conferindo-lhe equivalência 
constitucional. (BRASIL, SDHPR - Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos 
da Pessoa com Deficiência - SNPD. 2012). 
Os Estados partem desta Convenção comprometem-se a assegurar os 
direitos nela impressos e aqui destacamos todos os artigos referentes ao tema da 
Tecnologia Assistiva: 
“Artigo 4. Das obrigações gerais: Realizar ou promover a pesquisa e o 
desenvolvimento, bem como a disponibilidade e o emprego de novas 
tecnologias, inclusive as tecnologias da informação e comunicação, ajudas 
técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias assistivas, adequados 
a pessoas com deficiência, dando prioridade a tecnologias de custo 
acessível; Propiciar informação acessível para as pessoas com deficiência 
a respeito de ajudas técnicas para locomoção, dispositivos e tecnologias 
assistivas, incluindo novas tecnologias bem como outras formas de 
assistência, serviços de apoio e instalações’’. 
Artigo 20: Mobilidade pessoal Facilitando às pessoas com deficiência o 
acesso a tecnologias assistivas, dispositivos e ajudas técnicas de qualidade, e 
formas de assistência humana ou animal e de mediadores, inclusive tornando-os 
disponíveis a custo acessível; Incentivando entidades que produzem ajudas 
técnicas de mobilidade, dispositivos e tecnologias assistivas a levarem em conta 
todos os aspectos relativos à mobilidade de pessoas com deficiência. 
Artigo 26: Habilitação e reabilitação Os Estados Partes promoverão a 
disponibilidade, o conhecimento e o uso de dispositivos e tecnologias assistivas, 
projetados para pessoas com deficiência e relacionados com a habilitação e a 
reabilitação. 
Artigo 29: Participação na vida política e pública. Proteção do direito das 
pessoas com deficiência ao voto secreto em eleições e plebiscitos, sem intimidação, 
e a candidatar-se nas eleições, efetivamente ocupar cargos eletivos e desempenhar 
quaisquer funções públicas em todos os níveis de governo, usando novas 
tecnologias assistivas, quando apropriado; 
 
10 
 
Artigo 32: Cooperação Internacional Propiciar, de maneira apropriada, 
assistência técnica e financeira, inclusive mediante facilitação do acesso a 
tecnologias assistivas e acessíveis e seu compartilhamento, bem como por meio de 
transferência de tecnologias.” (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência - UNU, 2007). 
Mais recentemente temos a Lei Brasileira de Inclusão, LEI Nº 13.146, de 6 
de julho de 2015, que no seu Art. 74 diz: 
"É garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, 
estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia 
assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade 
de vida." 
A legislação brasileira estabelece o direito à tecnologia assistiva e preconiza 
uma ação propositiva da parte do governo, para atender esta demanda, no entanto, 
o cidadão brasileiro com deficiência carece primeiramente da informação sobre a 
existência desta legislação e da implicação disto sobre o que lhe é de direito. Não 
há ainda uma orientação pública acessível (texto orientador ou site institucional) que 
concentre as informações necessárias sobre Tecnologia Assistiva e aponte aos 
usuários finais, de forma clara e fácil, os caminhos para o acesso a estes bens e 
serviços públicos. As informaçõesexistentes estão pulverizadas e ficam, muitas 
vezes, restritas aos diferentes agentes de governo e que atuam nas áreas saúde, 
educação, assistência social, direitos humanos, trabalho, fazenda entre outros. 
Cientes que nossa legislação "garante o acesso" à Tecnologia Assistiva cabe agora 
fiscalizarmos e pressionarmos o governo e autoridades constituídas, no sentido de 
dar continuidade as ações e políticas públicas já iniciadas dentro desta temática. 
De 2007 a 2010 tivemos importantes ações decorrentes da Agenda Social da 
Presidência da República e mais recentemente, 2011 para cá, do Programa Viver 
sem Limites, também da Presidência. Recursos financeiros públicos estão sendo 
aplicados em políticas sociais que integram ações de vários Ministérios e são 
voltadas às pessoas com deficiência. Entre elas, está o incremento da pesquisa, 
desenvolvimento e inovação da TA (Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação) e 
a organização de redes de serviços e concessão de Tecnologia Assistiva (Ministério 
da Saúde). 
 
11 
 
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva 
(Ministério da Educação) efetivou os Programas Salas de Recursos Multifuncionais 
e o Programa Escola Acessível. Uma ação conjunta entre Secretaria Nacional de 
Direitos Humanos, Ministério da Fazenda e Ministério de Ciência, Tecnologia e 
Inovação, em parceria com o Banco do Brasil, promoveu a criação de um crédito 
especial subsidiado para compra direta de 250 itens de produtos de TA. O usuário 
possui acesso a crédito facilitado, o "BB Crédito Acessibilidade" que conta com taxa 
de juros de 0,57% ao mês para quem recebe até cinco salários mínimos, ou 0,64% 
para quem recebe de seis a dez salários mínimos mensais. Para compra do bem 
ou serviço o financiamento pode ser de até 100% do valor, com limite máximo de 
até R$ 30 mil por pessoa e prestações debitadas diretamente na conta corrente 
(LIMA, 2007). 
O prazo para quitação é de quatro a 60 meses e a primeira prestação pode 
ser paga em até 59 dias. Outra ação que teve por objetivo facilitar o acesso a 
Tecnologia Assistiva e a diminuição do custo final dos produtos, foi feita pelo 
Ministério da Fazenda ao aprovar a isenção de impostos de importação de alguns 
itens de TA não fabricados no Brasil. Segundo resultados divulgados pelo IBGE, do 
Censo 2010, o País possui 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que 
representa 23,91% da população. 
No campo da Tecnologia Assistiva estes números revelam a grande 
demanda existente no sentido de se incrementar ações de desenvolvimento e 
concessão destes recursos que são fundamentais à promoção da inclusão das 
pessoas com deficiência, tanto no campo da educação, inserção no trabalho como 
na vida em sociedade. Apesar de visualizarmos ações importantes podemos afirmar 
que estamos dando os primeiros passos e o que conseguimos fazer no momento 
atual ainda é insuficiente. 
3.2 Categorias de Tecnologia Assistiva 
Auxílios para a vida diária e vida prática: Materiais e produtos que 
favorecem desempenho autônomo e independente em tarefas rotineiras ou facilitam 
 
12 
 
o cuidado de pessoas em situação de dependência de auxílio, nas atividades como 
se alimentar, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais. 
São exemplos os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, roupas 
desenhadas para facilitar o vestir e despir, abotoadores, velcro, recursos para 
transferência, barras de apoio, entre outros. Também estão incluídos nesta 
categoria os equipamentos que promovem a independência das pessoas com 
deficiência visual na realização de tarefas como: consultar o relógio, usar 
calculadora, verificar a temperatura do corpo, identificar se as luzes estão acesas 
ou apagadas, cozinhar, identificar cores e peças do vestuário, verificar pressão 
arterial, identificar chamadas telefônicas, escrever entre outros. 
Comunicação Aumentativa e Alternativa-CAA: Destinada a atender 
pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade 
comunicativa e sua habilidade em falar, escrever e/ou compreender. Recursos 
como as pranchas de comunicação, construídas com simbologia gráfica (BLISS, 
PCS e outros), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA para 
expressar suas questões, desejos, sentimentos, entendimentos. A alta tecnologia 
dos vocalizadores (pranchas com produção de voz) ou o computador com softwares 
específicos e pranchas dinâmicas em computadores tipo tablets, garantem grande 
eficiência à função comunicativa. 
Recursos de acessibilidade ao computador 
 
Fonte: oficinadanet.com.br 
Conjunto de hardware e software especialmente idealizado para tornar o 
computador acessível a pessoas com privações sensoriais (visuais e auditivas), 
 
13 
 
intelectuais e motoras. Inclui dispositivos de entrada (mouses, teclados e 
acionadores diferenciados) e dispositivos de saída (sons, imagens, informações 
táteis). São exemplos de dispositivos de entrada os teclados modificados, os 
teclados virtuais com varredura, mouses especiais e acionadores diversos, software 
de reconhecimento de voz, dispositivos apontadores que valorizam movimento de 
cabeça, movimento de olhos, ondas cerebrais (pensamento), órteses e ponteiras 
para digitação, entre outros. Como dispositivos de saída podemos citar softwares 
leitores de tela, software para ajustes de cores e tamanhos das informações (efeito 
lupa), os softwares leitores de texto impresso (OCR), impressoras braile e linha 
braile, impressão em relevo, entre outros. 
Sistemas de controle de ambiente 
 
Fonte: crfaster.com 
Através de um controle remoto as pessoas com limitações motoras, podem 
ligar, desligar e ajustar aparelhos eletroeletrônicos como a luz, o som, televisores, 
ventiladores, executar a abertura e fechamento de portas e janelas, receber e fazer 
chamadas telefônicas, acionar sistemas de segurança, entre outros, localizados em 
seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. O controle remoto pode ser acionado 
de forma direta ou indireta e neste caso, um sistema de varredura é disparado e a 
seleção do aparelho, bem como a determinação de que seja ativado, se dará por 
acionadores (localizados em qualquer parte do corpo) que podem ser de pressão, 
de tração, de sopro, de piscar de olhos, por comando de voz entre outros. 
 
 
 
14 
 
Casas inteligentes 
 
Fonte: eticasegurosesaude.com.br 
 As casas inteligentes podem também se auto ajustar às informações do 
ambiente como temperatura, luz, hora do dia, presença de ou ausência de objetos 
e movimentos, entre outros. Estas informações ativam uma programação de 
funções como apagar ou acender luzes, desligar fogo ou torneira, trancar ou abrir 
portas. No campo da Tecnologia Assistiva a automação residencial visa a promoção 
de maior independência no lar e também a proteção, a educação e o cuidado de 
pessoas idosas, dos que sofrem de demência ou que possuem deficiência 
intelectual. 
Projetos arquitetônicos para acessibilidade: Projetos de edificação e 
urbanismo que garantem acesso, funcionalidade e mobilidade a todas as pessoas, 
independente de sua condição física e sensorial. Adaptações estruturais e reformas 
na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adequações em 
banheiros, mobiliário entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas. 
 
Fonte: vivadecora.com.br 
 
15 
 
4 NEUROFISIOLOGIA DO MOVIMENTO 
As respostas adaptativas neurofisiológicas caracterizam-se, principalmente, 
pelo aprimoramento da relação entre os estímulos provenientes no sistema nervoso 
central e o recrutamento de unidades funcionais de movimento, as unidades 
motoras (MCARDLE et al., 2003, p.405). 
 
Fonte: Guyton & hall 
4.1 Neuroanatomia e neurofisiologia do movimento 
Córtex motor e vias eferentes somáticas: os ordenadores do movimento. 
O sistema motor somático é construído pelos inúmerosmúsculos estriados 
esqueléticos e por neurônios que os comandam. 
Áreas corticais envolvidas no movimento: As regiões cerebrais 
envolvidas no movimento podem ser representadas por meio de quatro grandes 
áreas motoras: primária, suplementar, pré-motor e cingulada. 
Área motora primária: Localizada no giro pré-central, é a responsável pelo 
comando dos movimentos voluntários. 
Área motora suplementar e área pré-motor: A primeira se localiza em parte 
da área de Brodmann, na face medial do giro frontal superior, enquanto a segunda 
se coloca a frente da área motora primária, na face lateral do hemisfério cerebral. 
 
16 
 
As duas regiões estão mais relacionadas com o planejamento dos movimentos 
voluntários e não propriamente com a execução da motricidade em si. 
Área motora cingulada: Apresenta posição na face medial do córtex, 
imediatamente acima do corpo caloso. Aparentemente, essa região está envolvida 
com os movimentos com conotação emocional. 
• Tratos descendentes 
Tratos corticospinais: No córtex cerebral temos dois tratos corticospinais. 
Eles recebem essa nomenclatura porque se originam do córtex cerebral, nas áreas 
motoras primárias e suplementar, respectivamente, seguindo pela medula. As fibras 
desses tratos seguem um trajeto e passam pelo córtex, coroa radiada, parte 
posterior da cápsula interna, base do pedúnculo cerebral, base da ponte e pirâmide 
bulbar. No bulbo, na decussação das pirâmides, parte das fibras seguem 
ventralmente, formando o Trato Corticospinal Anterior (TCA), enquanto a outra parte 
cruza a decussação para formar o Trato Corticospinal Lateral (TCL). Devido a essa 
diferenciação anatômica, cada um desses tratos possuem funções distintas no 
movimento, de tal forma que o TCA é responsável pelo controle voluntário da 
musculatura axial, enquanto que o TCL atua sobre a musculatura distal dos 
membros, sendo o principal responsável pela motricidade voluntária do homem, o 
que inclui os movimentos finos e precisos. 
Trato Corticonuclear: Esse feixe de fibras tem funcionalidade semelhante à 
do trato corticospinal. No entanto, nesse caso, ele transmite informações a 
motoneurônios do tronco encefálico, atuando principalmente no controle de nervos 
cranianos. 
Cerebelo e núcleos da base – os coordenadores do movimento: Apesar 
da ordenação realizada pelos córtices motores e pelos tratos descendentes serem 
importantes, a velocidade e precisão dos movimentos dependem de um sistema 
ainda mais complexo. É nesse contexto que estão inseridos o cerebelo e os núcleos 
da base, que são fundamentais no controle da movimentação, atuando sobretudo 
na preparação da motricidade e na harmonia de movimentos menores que 
garantindo a intenção final. 
 
17 
 
Cerebelo: Anatomicamente, o cerebelo é dividido em hemisférios 
cerebelares (porções laterais) e verme (porção central do cerebelo, que interconecta 
seus hemisférios). Por razões didáticas, foi feita a partição do lobo cerebelar em: 
lobo anterior (relacionado a funções motoras e propriocepção, também denominado 
paleocerebelo), lobo posterior (o neocerebelo, responsável pela programação 
motora e atualmente relacionado à cognição) e lobo floculonodular (o arquicerebelo, 
relacionado ao sistema vestibular) (DAMIANI, 2016). 
O arquicerebelo (lobo floculonodular) está diretamente relacionado ao 
controle do sistema vestibular, recebendo aferências dos canais semicirculares e 
órgãos otolíticos, bem como dos núcleos vestibulares situados no tronco encefálico 
lateral (de Deiters), medial (de Schwalbe), superior (de Bechterew) e inferior (de 
Roller). O paleocerebelo (incluindo a área mediana do verme cerebelar e o 
hemisfério cerebelar medial) está relacionado ao controle da propriocepção, 
recebendo aferências da medula espinal (vias espinocerebelares anteriores e 
posteriores), além de aferências visuais e auditivas (SCHMAHMANN, 2006). 
O verme está relacionado à propriocepção do esqueleto axial (tronco e 
porções proximais dos membros), enquanto as porções mediais dos hemisférios 
correlacionam-se com a propriocepção das extremidades proximais dos membros 
inferiores e superiores. Ao verme também são atribuídas funções afetivas. Por fim, 
o neocerebelo (área do hemisfério cerebelar lateral) contém o maior núcleo presente 
no cerebelo, o núcleo denteado, e está relacionado com a programação motora e 
cognição. O neocerebelo recebe aferências de todo o córtex cerebral através de 
núcleos pontinos – constituindo a via córtico-pontocerebelar (que passa pela base 
do pedúnculo cerebral do mesencéfalo formando os feixes de Arnold e Turck) – e 
envia fibras eferentes para o núcleo rubro, tálamo e córtex cerebral: área motora, 
pré-motor e córtex pré-frontal (SCHMAHMANN, 2006). 
Núcleos da Base- NB: Os NB são um conjunto de estruturas cerebrais 
constituído pelo núcleo caudado, putamen, globo pálido, núcleo subtalâmico e 
substância negra. Estas estruturas controlam a atividade motora por meio da 
regulação de impulsos neuromotores que facilitam sua atividade tônica, auxiliando 
 
18 
 
o planejamento e a execução de movimentos sequenciados como, por exemplo, a 
marcha humana (FREUND, 2002). 
Os NB enviam e recebem sinais excitatórios do córtex sensório-motor e 
também do cerebelo e do próprio tálamo (GOBBI, 2006). 
A principal função dessas estruturas é manter a prontidão de neurônios 
corticais, principalmente na área motora suplementar (AMS), para organizar e 
liberar sequências de movimentos ou programas motores, em momentos 
adequados dentro de uma sequência de movimentos autogerados (CUNNINGTON 
et al., 1996). 
4.2 Neurofisiologia Motora 
 Substância Cinzenta da medula espinhal é a área integrativa para os 
reflexos espinhais. 
→ Sinais sensoriais entram na medula na parte posterior pelas raízes 
dorsais--> cada sinal sensorial trafega por duas vias separadas: um ramo do nervo 
sensorial term ia na substância cinzenta e provoca reflexos espinhais; outro ramo 
transmite sinais para níveis superiores na medula e no tronco cerebral. 
→ Na substância cinzenta tem 2 tipos de neurônios: 
Interneurônios: nos cornos dorsais, anteriores e nas áreas intermediárias 
entre eles, pequenos e muito excitáveis, apresentam muitas interconexões entre si 
e muitas delas fazem sinapse, diretamente, com os neurônios motores anteriores. 
Neurônios Motores Anteriores: estão nos cornos anteriores; dão origem as 
fibras nervosas que deixam a medula pelas raízes ventrais e inervam as fibras 
musculares esqueléticas. Inerva e estimula a contração do músculo. São de 2 tipo: 
Neurônios Motores Alfa: dá origem as fibras nervosas motoras grandes do 
tipo A alfa, a estimulação de uma só fibra nervosa alfa excita de três a centenas de 
fibras musculares esqueléticas. Forma Placa Motora. Inerva Fibras Extrafusais, que 
fica na periferia do músculo. 
Neurônios Motores Gama: Levam estímulo para o fuso muscular, ao lado 
dos neurônios motores alfa, promovem contração das fibras musculares 
 
19 
 
esqueléticos, nos cornos anteriores da medula espinal, transmitem impulsos por 
fibras nervos as motoras me nos calibrosas do tipo A gama, que inervam as 
pequenas fibras intrafusais que constituem o centro do fuso muscular que auxilia no 
controle do tônus muscular, funciona como receptor. 
→Para ter controle (não tem a penas com excitação do neurônio motor 
anterior) da função muscular, precisa da informação do estado do músculo, ou seja, 
informação sensorial. Precisa de feedback de informação sensorial (estado 
funcional – comprimento, tensão, velocidade, variação). 
→ Fuso Muscular: como está o comprimento e velocidade da variação do 
comprimento, porque se encontra dentro do ventre muscular. 
→ Órgão Tendinoso de Golgi: dá tensão do tendão ou velocidade de 
alteração da tensão do músculo, porque está dentro do tendão 
→ Fuso: constituído de fibras intrafusais (não tem actina e miosina na região 
central, só terminaçõessensoriais) e extrafusais (região lateral tem actina e miosina, 
ou seja, contrai) 
→ Parte Central da Fibra Intrafusal (porção sensorial, aferente): 
estimulação precisa do estiramento da região central do fuso para gerar impulso em 
cima das fibras sensoriais. 
Aumenta o comprimento do músculo --> estiramento da região central -
excitação do receptor. Nas regiões terminais sempre terá contração, mesmo que 
não tenha alteração no comprimento do músculo, sempre terá descarga de estímulo 
pela fibra motora A gama nas regiões terminais das fibras intrafusais. 
→ Dois tipos de terminações sensoriais captando informações da 
região central da Fibra Intrafusal: 
• Receptores Primários: no centro da área receptora, grande fibra nervosa 
sensorial, capta informação da fibra com saco nuclear e cadeia nuclear. 
•Receptores Secundários: fibra sensorial menor, inerva região receptora 
em um ou ambos lados da terminação primária, capta informações da fibra com 
cadeia nuclear, apenas. 
Divisão das Fibras Intrafusais: 
 
20 
 
•Fibras Musculares com Saco Nuclear: muitos núcleos da fibra muscular 
e são reunidas em ‘’sacos’’ expandidos na região central da área receptora. 
Fibras com Cadeia Nuclear: núcleos alinhados em cadeia pela área 
receptora. 
Respostas das Terminações Primárias e Secundárias ao comprimento 
do receptor: 
• Resposta Estática: região receptora do fuso muscular é estirada 
lentamente, o número de impulsos é transmitido pelas terminações 
primárias e secundárias aumenta quase em proporção direta em 
relação ao grau de estiramento, terminações transmitem os impulsos 
por vários minutos. 
• Resposta Dinâmica: comprimento do fuso aumenta rapidamente, a 
terminação primária é fortemente estimulada, a terminação primária 
responde ativamente à rápida velocidade de alteração do 
comprimento do fuso, quando este aumenta apenas por fração de 
segundos, o transmissor emite enorme quantidade de impulsos em 
excesso para as grandes fibras sensoriais. 
Controle da Intensidade das Respostas Estática e Dinâmica pelos 
Neurônios Motores Gama: 
 •Gama D: excita a s fibras intrafusais com saco nuclear, resposta dinâmica 
do fuso muscular fica aumentada. 
•Gama E: excita fibras intrafusais com cadeia nuclear, aumenta resposta 
estática. 
Descarga Contínua dos Fusos Musculares sob condições normais: 
quando ocorre algum grau de excitação gama, os fusos musculares emitem 
impulsos nervosos sensoriais continuamente. Estiramento dos fusos musculares 
aumentam a frequência dos disparos (sinais positivos). Encurtamento dos fusos 
reduz frequência dos disparos (sinais negativos). 
Reflexo de Estiramento Muscular: músculo rapidamente estendido, 
excitação dos fusos causa contração reflexa das fibras musculares esqueléticas 
extrafusais do músculo estirado e também dos músculos sinérgicos. 
 
21 
 
Circuitos Neuronais do Reflexo de Estiramento: 
Via Monossináptica: sem participação de interneurônios, faz sinapse 
diretamente com neurônio motor anterior, sinal não passa por interneurônio. Via 
fibra Primária (Ia) (n m sempre termina em interneurônio, pode passar direto para 
neurônio motor anterior) --> retorno do sinal--> reflexo com menos atraso. 
Fibras tipo II do fuso (Secundária): só faz via interneurônio, sempre 
termina em interneurônio da substância cinzenta--> sinal com retardo para neurônio 
motor anterior. 
Reflexo de Estiramento (R.E): 
•R.E Dinâmico (fibra primária): músculo--> estiramento rápido --> sinal 
forte na terminação primária --> contração reflexa forte e instantânea do músculo 
que gerou estímulo (resposta do músculo, gerada pelo estiramento) --> acaba em 
segundos. 
•R.E Estática: músculo com receptor estático --> sinais contínuos --> 
terminações primárias e secundárias sendo estimuladas-->informação na medula--
> certo grau de contração--> duração prolongada. 
Os dois reflexos servem para impedir a oscilação ou sacudidas nos 
movimentos do corpo. 
5 MARCHA HUMANA 
 
Fonte: praticandofisio.com.br 
 
22 
 
O andar é uma das principais habilidades do indivíduo e, apesar de sua 
complexidade, este se caracteriza por movimentos suaves, regulares e repetitivos, 
com surpreendente eficiência do ponto de vista neuromusculoesquelético 
(VAUGHAN et al, 2006). GREVE (2009, p. 33) observa que: 
A marcha humana é o mecanismo capaz de promover o deslocamento do 
corpo entre dois pontos de maneira segura e eficiente. A marcha sofre 
variações individuais de acordo com fatores neurológicos, antropométricos 
e psicológicos que, acabam por produzir resultados positivos e negativos. 
Para Rose (2000 et. al., p. 56): 
Durante o ciclo da marcha, a ação muscular integrada, envolvendo tanto 
os membros superiores quanto os membros inferiores, transmite tensões 
cíclicas ao osso. Tensões de várias imensidades e direções são aplicadas, 
e todos esses esforços fazem parte do desenvolvimento do corpo humano, 
uma vez que evitam atrofias musculares e ósseas, e promovem sua 
manutenção. O ser humano, em média, dá um milhão de passos por ano. 
5.1 Marcha Normal 
Durante a marcha LUCARELI, (2010,) explica que um dos pés está sempre 
em contato com o solo, e por um breve espaço de tempo, em cada ciclo, ambos os 
pés estão sobre o solo. Pode-se assim caracterizar a marcha como uma sequência 
alternada de apoio simples e duplo. Por ser um ciclo repetitivo, a análise de apenas 
um ciclo permite a observação de todo evento. O ciclo da marcha é descrito em 
termos de percentagem, em vez de tempo decorrido, pois os eventos ocorrem em 
sequência bastante similar, independentemente do tempo (ROSE, et al., 1998). 
Na marcha do plano, padroniza-se que o tempo de apoio compreende 60% 
do total do ciclo e, o tempo de balanço, 40% do total do ciclo (LUCARELI, 2010). 
Para a subida e descida da escada esses valores se alteram. Os períodos 
são divididos em três tarefas básicas: aceitação de peso, apoio simples e avanço 
do membro (LUCARELI, 2010). 
A aceitação de peso inicia o período de apoio; o apoio simples dá seguimento 
ao apoio; e o avanço do membro começa na fase final do apoio. Cada uma dessas 
tarefas compreende algumas fases da marcha. Na tarefa de aceitação de peso, 
distinguem-se duas fases: o contato inicial do pé com a superfície e a resposta à 
 
23 
 
carga. A tarefa de apoio simples compreende três fases: apoio médio, apoio terminal 
e pré-balanço. A terceira tarefa se relaciona à fase de avanço do membro e engloba 
as seguintes fases: pré-balanço, balanço inicial, balanço médio e balanço terminal 
(LUCARELI, 2010). 
 
Fonte: treinoemfoco.com.br 
O comprimento da passada é a distância percorrida durante o ciclo da 
marcha. O passo é metade de uma passada. Dois passos (um direito e 
um esquerdo) equivalem a uma passada ou um ciclo da marcha, esses 
passos devem ser iguais. O comprimento do passo é a distância entre o 
toque do calcanhar de um pé no solo e o toque do calcanhar do outro é no 
solo. Um ponto importante é que um aumento ou diminuição da velocidade 
de caminhada aumenta ou diminui o comprimento do passo, 
respectivamente. Qualquer que sejam a velocidade, os comprimentos dos 
passos deverão ser iguais nos dois membros inferiores, para que se tenha 
uma marcha coordenada e equilibrada. A velocidade da caminhada ou 
cadência, é o número de passos por minuto e varia muito. Por exemplo, 
uma caminhada lenta pode ser de apenas 70 passos por minuto. Por outro 
lado, em uma caminhada rápida o indivíduo poderá alcançar um número 
de 130 passos por minuto (SOUSA, 2017). 
A sequência simples do apoio e avanço de um único membro é denominada 
ciclo de marcha. O ciclo então é o período compreendido entre o primeiro contato 
do pé com o solo até o próximo contato deste mesmo pé com o solo. O ciclo de 
marcha é dividido em duas fases: apoio - pé encontra-se em contato com o solo e 
balanço - pé é elevado do solo para o avanço do membro. (LUCARELI, 2010). 
A fase de apoioé subdividida em três períodos, segundo ROSE et al., (1998): 
 
24 
 
Duplo apoio inicial (primeiro duplo apoio) - início da fase de apoio com os 
dois pés no solo. Nesta fase ocorre o toque do pé no solo até o desprendimento do 
pé oposto. Corresponde de 0% do ciclo da marcha. 
Apoio simples - um único membro deve suportar todo o peso corporal que 
avança sobre o pé que está apoiado no solo; 
Duplo apoio final (segundo duplo apoio) - toque do pé oposto no solo até o 
final da fase de apoio. Corresponde a 100% da fase de apoio (ROSE et al., 1998). 
As durações das fases e períodos do ciclo de marcha variam de acordo com 
a velocidade. Na velocidade 130 centímetros por segundo, (padrão de normalidade 
em uma marcha madura), a fase de apoio compreende 62% do ciclo e a fase de 
balanço 38% do ciclo. Considera-se que dentro da fase de apoio cada período de 
duplo apoio compreende 12% e o apoio simples é de 38% (ROSE et al., 1998). 
Segundo os mesmos autores quanto maior a velocidade da marcha, menor 
são os períodos de duplo apoio e maior o período de apoio simples. Quando os 
períodos de duplo apoio desaparecem e são substituídos por breves períodos em 
que ambos os pés estão fora do solo, períodos de duplo balanço, a marcha passa 
a ser corrida. (ROSE et al., 1998). 
No primeiro duplo apoio ocorrem dois eventos importantes. O exato momento 
em que o pé toca o solo é chamado de contato inicial (0 a 2% do ciclo). O contato 
inicial é prontamente seguido pelo que denominamos de resposta à carga que se 
prolonga até o desprendimento do pé oposto do solo (0 a 10% do ciclo). 
Estes dois eventos têm como objetivo: absorção do choque e estabilidade 
para a recepção do peso corporal, pois a transferência de carga de um membro 
inferior para o outro, ocorre de forma muito rápida e cerca de 95% do peso corporal 
é transferido para o membro que inicia a fase de apoio em dois centésimos de 
segundo (ROSE et al., 1998). 
O objetivo do primeiro período da fase de apoio é a aceitação da carga e do 
segundo período é garantir continuidade do deslocamento anterior do corpo sobre 
o pé apoiado. O médio apoio (10 a 30% do ciclo) tem início com a saída do pé 
contralateral do solo e continua até que o peso corporal esteja exatamente sobre a 
região anterior do pé apoiado. O apoio terminal (30 a 50% do ciclo) tem início com 
 
25 
 
a elevação do calcanhar do pé apoiado e se estende até o contato inicial do pé 
oposto (ROSE et al., 1998). 
No segundo duplo apoio ocorre o evento pré-balanço (50 a 60% do ciclo), 
que se inicia com o contato inicial do pé oposto e se estende até o desprendimento 
do pé apoiado. Neste período, ocorre a diminuição brusca da carga do membro 
apoiado e sua preparação para a fase de balanço (ROSE et al., 1998). 
A fase de balanço é dividida três eventos: 
Balanço inicial (60 a 73% do ciclo) tem início quando o pé é desprendido do 
solo e se prolonga até quando o pé em balanço se encontra em oposição ao pé em 
apoio. 
Balanço médio (73 a 87% do ciclo) inicia com o pé em balanço exatamente 
oposto ao pé em apoio e termina com o membro inferior em balanço à frente do 
membro inferior em apoio com tíbia verticalizada em relação ao solo. Observação: 
o balanço inicial e médio objetiva o avanço do membro inferior e a liberação do pé 
do solo (ROSE et al., 1998). 
Balanço terminal (87 a 100% do ciclo), tem início com a tíbia verticalizada 
em relação ao solo e continua até o novo contato inicial. 
Neste momento, o avanço do membro é completado, com o movimento 
anterior da perna em relação à coxa para a conclusão da progressão do membro e 
preparação para se iniciar um novo ciclo de marcha (ROSE et al., 1998). A descrição 
da marcha, sempre se refere aos acontecimentos que ocorrem dentro destes 
períodos específicos de um único ciclo, supondo-se que os ciclos sucessivos são 
todos semelhantes (KURIKI, 2013). 
 
26 
 
5.2 Marcha Patológica 
 
Fonte: picuki.com 
Existem múltiplas possibilidades para classificar os distúrbios da marcha 
devido a patologias. Por exemplo, podem ser classificados de acordo com sua 
etiologia, como marcha parkinsoniana, marcha hemiplégica, entre outras. Essas 
descrições nem sempre são úteis, porque nem todos pacientes com o mesmo 
diagnóstico caminham com o mesmo padrão de marcha (PEREIRA, 204). 
Outras classificações baseadas na área anatômica afetada e / ou a fase da 
marcha que está alterada, ajudam na clínica, já que diferentes patologias podem 
produzir resultados funcionais semelhantes, portanto, a marcha de Trendelenburg, 
com inclinação do tronco para o lado que está em apoio, observa-se na fraqueza e 
paralisia do glúteo médio, mas ocorre também quando o quadril é deslocado devido 
a fatores mecânicos que reduzem o braço de alavanca dos abdutores. Da mesma 
forma, o controle inadequado de dorsiflexão do tornozelo, com arrasto do pé em 
fase balanço e queda do antepé na fase de apoio, pode indicar paralisia anterior 
tibial ou uma mola usada na órtese (PEREIRA, 204) 
Marcha atáxica (Cerebelar ou marcha do ébrio): O paciente apresenta um 
caminhar com a base alargada, onde as pernas são projetadas para frente e para 
os lados e os movimentos são largos e imprecisos. Apresentam desequilíbrios e o 
olhar voltados para os membros inferiores. É uma marcha típica das lesões 
cerebelares. 
 
27 
 
 
Fonte: makeagif.com 
Marcha escarvante (Parética ou marcha do polineurítico): O paciente 
apresenta um caminhar arrastando a ponta dos pés no solo, pela fraqueza na 
dorsiflexão. 
Fonte: picuki.com 
O paciente tenta fazer uma compensação elevando os joelhos na tentativa 
de não arrastar os pés. É a marcha proveniente de lesões dos nervos periféricos, 
radiculites, polineurites e poliomielites. 
Marcha Tabética (talonante): Esse tipo de marcha ocorre por perda das 
informações sensoriais dos membros inferiores (MMII), principalmente da 
propriocepção. 
 
28 
 
 
Fonte: olharfisio.com 
Pode ocorrer por lesão do cordão posterior da medula ou neuropatia 
periférica sensorial. A marcha é realizada com a base alargada, com o olhar para o 
solo, e a perda da noção da proximidade do solo em relação aos pés, faz com que 
ele arremesse o pé para diante e bata com força no solo. Essa marcha foi descrita 
primeiramente nos pacientes com neurossífilis (Tabes Dorsalis). 
Marcha de passos miúdos (Marcha dos pequenos passos): O paciente 
apresenta uma marcha com uma postura típica de flexão da cabeça, tronco, ombro 
e cotovelo, punhos, joelhos e tornozelos, com passos curto de maneira lenta, rígida 
e arrastada. 
 
Fonte: olharfisio.com 
O balanceio característico do braço também fica comprometido. É a marcha 
da doença de Parkinson e na aterosclerose avançada. 
 
29 
 
Marcha de sapo: Nesse caso o paciente anda de cócoras fazendo apoio 
com as mãos, pela impossibilidade de andar na postura bípede. É observada nas 
miopatias avançadas (principalmente na distrofia muscular progressiva). 
Marcha Anserina (marcha de pato, marcha de Trendelenburg ou miopática): 
O paciente caminha com rotação exagerada da pelve, arremessando ou rolando os 
quadris de um lado para o outro a cada passo, para deslocar o peso do corpo, 
assemelhando ao pato quando anda. 
 
Fonte: feminefisioterapia.com 
Frequente nas miopatias com fraqueza da musculatura da cintura pélvica, 
principalmente dos músculos glúteos médios. 
Marcha hemiplégica/ Marcha em tesoura (Marcha espástica): Durante a 
marcha, o paciente adquire uma postura em flexão do membro superior e extensão 
do membro inferior no dimidio acometido, dessa forma, o paciente não consegue 
realizar a flexão da coxa, extensão da perna e dorsiflexão do pé, que normalmente 
é realizado durante uma marcha típica. 
 
Fonte: picuki.com 
 
30 
 
O caminhar é realizado fazendo um semicírculo do quadril, com o membro 
inferior em extensão, o pé em inversão e o braço em flexão e rígido. Bastante 
comum nos pacientes hemiplégicos.Marcha apráxica: Caracteriza-se pelo andar semelhante ao de uma criança 
dando os seus primeiros passos com dificuldade na iniciação da marcha e no 
movimento de virada para dar a volta; parece que seus pés estão presos ao solo 
 
Fonte: youtube.com.br 
Pode ser encontrada nos casos de hidrocefalia de pressão normal e 
demência vascular. 
 
6 POSTURAS 
 
Fonte: segredosdomundo.r7.com 
 
31 
 
6.1 Controle Postural 
O controle postural é a base do sistema de controle motor humano, 
produzindo estabilidade e condições para o movimento, como a habilidade de 
assumir e manter a posição corporal desejada durante uma atividade quer seja essa 
estática ou dinâmica. O controle do equilíbrio é feito a partir de entradas sensoriais 
provenientes dos sistemas visual, vestibular, e sensório-motor e, neste último, 
destaca-se a capacidade proprioceptiva como um dos seus componentes 
(FERREIRA, 2010). 
Reconhece-se no mecanismo de controle postural, uma interação complexa 
entre dois importantes sistemas orgânicos, sendo eles o musculoesquelético e o 
neural (controle neuromuscular), cujas funções primárias, no contexto do controle 
postural, são a de garantir que o equilíbrio seja mantido, e fixar a orientação e 
posição dos segmentos do corpo. Na postura ereta estática, por exemplo, as 
respostas neuromusculares garantem que a projeção vertical do centro de 
gravidade (CG), considerada uma variável passiva guiada pelo sistema de controle 
postural, seja mantida dentro da base de suporte, provendo estabilidade e 
funcionalidade aos centros superiores do corpo (DUARTE, 2010). 
6.2 Aspectos Mecânicos da Postura Sentada 
Assim como na posição de pé, a postura sentada também sofre as mesmas 
influências da gravidade. O corpo humano é organizado simultaneamente com e 
contra a gravidade. O homem se construiu em um jogo com a gravidade: esta é 
incorporada na organização de sua forma e participa de seu movimento. Assim 
sendo, o movimento do esqueleto acompanha o mesmo sentido da gravidade que 
atua sobre ele: ele se enrola. A gravidade enrola o esqueleto em pé para levá-lo à 
posição fetal. (PIRET e BÉZIERS, 1992). 
A posição ereta, tanto no ortostatismo como na postura sentada, só se faz 
possível graças à organização musculoesquelético do eixo estrutural. Sua 
 
32 
 
estabilidade e mobilidade são garantidas pelos ligamentos e cadeias musculares 
dos sistemas: reto (eixo estrutural) e cruzado (eixo relacional). 
A coluna cumpre um papel duplo de rigidez e flexibilidade (2 imperativos 
mecânicos contrários) - desempenhando funções não só de suporte como também 
de eixo protetor da medula espinhal. A flexibilidade de eixo raquidiano se dá à custa 
de sua constituição por múltiplas peças ósseas sobrepostas, ligadas umas às 
outras, através dos ligamentos e das cadeiras musculares. A base do tronco é a 
cintura pélvica que, através do seu conjunto, vai transmitir e distribuir esforços entre 
a coluna e os membros interiores. Através dos pés, ligação com a terra, o corpo 
recebe uma força ascendente (estímulo de extensão). 
Na posição sentada esta base é transferida para a bacia. Pequeno 
desequilíbrio anterior. Ocorre também a retroversão pélvica, retificação da curvatura 
lombar, diminuição do espaço intervertebral e aumento da carga sobre o disco. Na 
posição ortostática o desequilíbrio anterior é garantido pela articulação do tornozelo 
e na posição sentada por uma ligeira anteroversão do quadril que se faz em torno 
da articulação coxo femural. É importante ressaltar que a complexidade da cintura 
pélvica se dá ao fato de participar como elemento da deambulação, através do 
sistema mecânico dos membros inferiores, e também como base de alavanca de 
movimento do corpo no espaço. Como segmento de transição entre os eixos 
estrutural e relacional, a bacia se configura como ponto de cruzamento de tensões 
musculares dos membros superiores e inferiores (MORAES, 2010). 
Este fato a torna elemento fundamental nas alterações de posicionamento e 
funcionamento dos membros superiores e inferiores. Além destes fatores 
mecânicos, a cintura pélvica também abriga órgãos importantes e o bom 
funcionamento destes também está ligado ao posicionamento adequado desta 
cintura. Observando sua forma, é possível entender rapidamente que esta não seria 
a mais adequada, se fosse para o homem viver apenas sentado sobre ela. 
Apesar da paralisia dos membros inferiores, esta ainda continuará como 
elemento de ligação entre os eixos relacional e estrutural, recebendo influências dos 
movimentos dos membros superiores, da organização estrutural do tronco e das 
possibilidades de posicionamento dos membros inferiores. A falta de equilíbrio, a 
 
33 
 
inversão de função dos Membros Superiores (retomando a locomoção) e os 
encurtamentos da musculatura dos membros inferiores o do tronco irão afetar 
diretamente para determinar uma boa ou má postura. Porém, o caminho inverso 
também é verdadeiro, o mau posicionamento postural também pode influir na 
diminuição do equilíbrio, no aumento do gasto energético dos membros superiores 
(que irão facilitar lesões nas articulações do ombro e cotovelo) e desenvolver 
encurtamentos que determinarão deformidades dos membros inferiores, 
dificultando ainda mais a postura sentada correta, obedecendo às leis de equilíbrio, 
conforto e economia (BASSO, 2013). 
6.3 Postura sentada e cadeira de rodas 
O estudo de ALVES DE OLIVEIRA et al. (2011) aponta que promover a 
estabilidade pélvica, no sentar de crianças com paralisia cerebral, é uma forma de 
favorecer maior estabilização de tronco e membros superiores. O posicionamento 
correto das crianças com paralisia cerebral portanto, é uma medida para combater 
as complicações motoras frequentemente encontradas em indivíduos com 
desequilíbrio muscular influenciado pela espasticidade. Assim, cadeiras e 
mobiliários adaptados são importantes ferramentas para crianças com paralisia 
cerebral, visto que estas necessitam de um posicionamento particularizado que 
tenha como objetivo inibir os padrões reflexos, promover padrões que facilitam a 
normalização do tônus e maximizar as funções de MMSS. 
 
34 
 
7 ÓRTESES E PRÓTESES 
 
Fonte: casadaptada.com.br 
Próteses são peças artificiais que substituem partes ausentes do corpo. 
Órteses são colocadas junto a um segmento corpo, garantindo-lhe um melhor 
posicionamento, estabilização e/ou função. São normalmente confeccionadas sob 
medida e servem no auxílio de mobilidade, de funções manuais (escrita, digitação, 
utilização de talheres, manejo de objetos para higiene pessoal), correção postural, 
entre outros. 
Para uma avaliação da população de usuários, portadores de deficiência, é 
necessário descrever e definir o equipamento necessário como também as 
categorias e características desses usuários. Esta pode ser uma tarefa bastante 
difícil, dada à diversidade de características que são encontradas e que variam entre 
as deficiências. Porém, esta mesma diversidade impõe ao designer o desafio 
projetual, desenhando na perspectiva do usuário. 
RICE (1998) afirma que, para avaliar equipamentos de reabilitação, deve-se 
contar com um jogo de critérios e os testes de usabilidade devem seguir um ritmo 
dinâmico, envolvendo a “execução de procedimentos para determinar facilidades 
de uso e a boa exatidão da performance” por parte do usuário. Cabe ressaltar a 
necessidade de se reconhecer o ‘expertise’ de cada área (Design, Engenharia, 
Terapia, Ergonomia) e, desta forma, identificar o desenvolvimento de produtos com 
o design voltado para a reabilitação que domina os elementos estético-funcionais, 
 
35 
 
de produção e estruturais que dizem respeito à confecção dos equipamentos de 
reabilitação. 
7.1 Histórico 
Histórico A busca por dispositivos que pudessem auxiliar o homem diante de 
perdas de segmentos do corpo ou perdas funcionais tem sido descrita desde épocas 
remotas, datadasde 3.500 a.C. Contudo, apenas a partir da guerra civil americana 
e das primeira e segunda guerras mundiais, quando ocorreu um maior compromisso 
dos governos em assistir seus soldados, puderam ser observado avanços nos 
processos relacionados às técnicas cirúrgicas das amputações e na confecção de 
OPMs (NORTON, 2007). 
No século passado, após a primeira guerra mundial, foram criados fóruns e 
instituições, como a Associação Americana de Órteses e Próteses, com a intenção 
de discutir e desenvolver padrões éticos, programas científicos e educacionais, 
além de alternativas para melhorar o relacionamento entre os protesistas e os 
profissionais da área da saúde (NORTON, 2007). 
Avanços na restauração protética e ortética sempre vêm de múltiplas frentes: 
do desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas, da melhoria no tratamento de pré 
e pós-operatório, dos avanços na tecnologia de materiais, design e técnicas 
utilizadas pela indústria de OPMs e do melhor entendimento das implicações 
psicossociais decorrentes de perdas funcionais ou da perda de um membro 
(NORTON, 2007). 
Pode-se citar como eventos de destaque nesta trajetória: 
(a) a introdução do alumínio, substituindo a madeira em 1912; 
(b) o início da fabricação de componentes em série, como articulações de 
joelhos e pés em 1919; 
(c) dos sistemas endoesqueléticos/modulares em 1951; 
(d) do sistema mioelétrico, em 1958 e, a partir de 1980, do emprego de 
materiais que permitem maior conforto e resistência como o silicone, fibra de 
carbono e titânio. Mais recentemente a utilização de componentes eletrônicos 
 
36 
 
microprocessados proporcionam avanços funcionais em articulações de joelho e de 
mãos. 
7.2 Política brasileira- órteses e próteses 
No Brasil, ainda não há um controle de qualidade normatizado para as 
Cadeiras de Rodas específicas para crianças com paralisia cerebral (PC) 
disponíveis no mercado. No entanto esta discussão se faz necessária considerando 
o avanço das novas tecnologias, as legislações vigentes e as demandas da 
população com deficiência que necessita desses equipamentos. 
A Portaria SAS/MS n° 661, de 2 de dezembro de 2010, reconhece no Sistema 
Único de Saúde (SUS), que a prescrição das Órteses, Próteses e Materiais 
Especiais (OPM) deve ser prioritariamente realizada por um profissional habilitado. 
Ela estabelece que este exercício é atribuição de terapeutas ocupacionais e 
fisioterapeutas; cabe a eles prescrever os equipamentos adequados, ampliando as 
possibilidades de intervenção desses profissionais no processo de avaliação e 
prescrição terapêutica (BRASIL,2010). 
E a Portaria nº 1.272, de 25 de junho de 2013, inclui procedimentos de 
Cadeiras de Rodas e adaptação postural em Cadeira de Rodas na tabela Órteses, 
Próteses e Materiais Especiais (OPM) do Sistema Único de Saúde, devendo a 
prescrição e dispensação dos equipamentos serem realizadas por profissionais 
capacitados. Portanto, promover entre os profissionais responsáveis, uma revisão 
e discussão do conceito intrínseco da adequação postural de modo personalizado 
ou personalizável merece atenção e análise para fazer a distinção e aplicação de 
cada sistema, em crianças com paralisia cerebral (BRASIL, 2013). 
 
37 
 
8 ORTESES 
8.1 Classificação das órteses 
Sauron4 classifica as órteses quanto à função em estáticas (quando 
imobilizam e ou limitam e posicionam as articulações), ou dinâmicas que são 
compostas de várias partes para promoverem movimentação articular, neutralizam 
forças deformantes e promovem manutenção e fortalecimento da musculatura 
envolvida. Pode-se também classificar as órteses quanto à sua confecção em 
órteses pré-fabricadas, quando confeccionadas e fabricadas em série e disponíveis 
em tamanhos padronizados, e em órteses sob medida, cujo molde é elaborado 
sobre o próprio corpo do paciente (DELISA, 2002). 
8.2 Órteses de Membros Inferiores 
 As órteses de membros inferiores são comumente indicadas para 
facilitar/auxiliar o ortostatismo, imobilizar segmentos articulares durante processos 
inflamatórios ou após intervenções cirúrgicas, prevenir/evitar/ corrigir a instalação 
de deformidades, evitar ou minimizar a dor e, principalmente, para 
permitir/facilitar/garantir uma marcha funcional e segura para a pessoa com 
deficiência de natureza transitória ou definitiva. 
 
Fonte: mundofisio.com.br 
 
38 
 
8.3 Palmilhas 
 Qualquer material colocado entre a sola do sapato e o pé que exerça alguma 
influência nas forças de pressão que atuem no membro, será considerada uma 
palmilha19. 
As palmilhas ou órteses plantares são órteses para os pés cujo objetivo é 
manter a correta postura deste segmento e aliviar a dor e pontos de pressão durante 
ortostatismo e marcha além de prevenir, acomodar as deformidades, alinhar e dar 
suporte ao pé (WHO, 2011). 
As órteses plantares são usualmente divididas em: 
Calcanheiras - quando apoiam somente o calcanhar; 
Palmilhas 2/3 - quando terminam antes da cabeça dos metatarsos; 
Palmilhas 3/4 - quando terminam na altura da cabeça dos metatarsos; 
Palmilhas inteiras - quando acomodam todo o pé. 
 
Fonte: mundofisio.com.br 
As principais indicações para o uso de órteses plantares são o alívio de zonas 
de pressão dolorosas, úlceras, calosidades e o suporte dos arcos longitudinal e 
transversal do pé. São também utilizadas para modificar a posição do pé, de modo 
a corrigir o alinhamento de outras articulações do mesmo membro inferior. Existem 
ainda as que somam o controle funcional com a proteção, sendo indicadas para 
pessoas de todas as idades que apresentem problemas nos pés ou membros 
inferiores (DHOKIA, 2010). 
 
39 
 
8.4 Órteses suropodálicas 
 
Fonte: shopfisio.com.br 
As órteses suropodálicas ou órteses tornozelo-pé ou ankle-footorthosis 
(AFO’s) são aparelhos ortopédicos utilizados para substituir a perda da função 
fisiológica de movimentação ativa e estabilização do tornozelo pelos músculos da 
perna. Têm como finalidades principais: 
(a) prevenir a instalação de deformidades em equino; 
(b) favorecer o ganho da amplitude de movimento de dorsiflexão (quando 
articuladas e associadas a um distrator); ou 
(c) controlar o alinhamento e a movimentação do pé e do tornozelo, afetando, 
desta forma, as descargas de peso, o alinhamento corporal, o equilíbrio e, 
consequentemente, o desempenho na marcha. Estas órteses são geralmente 
confeccionadas em termoplásticos de alta temperatura sendo o polipropileno o 
material mais utilizado. Elas podem ser fixas, não permitindo movimento ao nível da 
articulação do tornozelo, ou articuladas, garantindo o movimento de dorsiflexão. 
As órteses suropodálicas articuladas são comumente indicadas para 
pessoas capazes de realizar marcha. A articulação desta órtese deve ser alinhada 
com os maléolos e o plano frontal, evitando uma rotação indesejada da perna 
durante a transferência de peso. 
 
40 
 
8.5 Órteses cruropodálicas e órteses pelvicopodálicas 
 A lesão ao nível da coluna vertebral - em decorrência de espinha bífida, 
mielomeningocele, poliomielite ou de acidente - provoca perda de movimento dos 
MMII e paraplegia. Pessoas nestas condições podem não conseguir assumir o 
ortostatismo e deambular sem o auxílio do dispositivo ortopédico. Para estes casos 
existem dois tipos de órteses, indicadas para deambulação funcional e/ou para 
proporcionar o ortostatismo: as cruropodálicas e as pelvicopodálicas. 
 
Fonte: mundofisio.com.br 
As órteses cruropodálicas são aquelas de joelho-tornozelo-pé, conhecidas 
como Knee-ankle-foot-orthosis (KAFO) e também podem ser denominadas de 
tutores longos. São usualmente utilizadas por pessoas com paralisia de membro 
inferior, proveniente de lesões de coluna ao nível lombar, poliomielite e outras 
doenças neuromusculares. 
As órteses pelvicopodálicas são as órteses de quadril-joelho- tornozelo-pé, 
também denominadas de tutores longos com cinto pélvico. Utilizadaspor pessoas 
com lesão acima da coluna lombar com comprometimento motor da articulação do 
quadril, ela possui uma faixa pélvica e articulação ao nível do quadril que pode estar 
livre ou bloqueada, impedindo a flexão e extensão desta articulação. 
 
41 
 
8.6 Órteses para Coluna vertebral – Colares e coletes ortopédicos 
Primordialmente designadas a restringir o movimento de segmentos da 
coluna vertebral, as órteses para coluna se constituem de dispositivos externos, 
aplicados ao corpo. Podemos destacar como principais aplicações, o auxílio na 
recuperação de lesões ósseas e ligamentares, redução da dor e prevenção de 
deformidades progressivas na coluna. A restrição do movimento causada por uma 
órtese é relativa, pois as forças não são aplicadas diretamente sobre as estruturas 
ósseas, mas através da pele e dos tecidos moles, alterando os vetores de força 
conforme suas características elásticas. Dessa forma, por exemplo, indivíduos 
obesos terão maior mobilidade dentro da órtese do que indivíduos magros 
(JOAQUIM, 2013). 
A indicação de uma órtese para a coluna, submete-se aos seguintes critérios: 
Objetivo da órtese, segmento da coluna envolvido e movimento que será limitado 
(para as órteses imobilizadoras). As órteses para coluna vertebral podem se dividir 
por segmento da coluna o qual se deseja imobilizar ou tratar, tendo como referência 
a coluna cervical, coluna torácica, coluna lombar e região sacral, podendo a 
imobilização se aplicar a um ou mais segmentos associados. Podemos ainda 
classificar segundo a finalidade da órtese, entre corretivas e imobilizadoras. 
Algumas das órteses para coluna cervical mais utilizados: 
Colar macio de espuma: pré-fabricado, de baixo custo e menos 
desconfortável, porém com pouca capacidade de imobilização. Utilizado geralmente 
para alívio de contraturas da musculatura cervical, sem grandes restrições de 
movimento e possivelmente útil em cervicalgias agudas benignas, embora não haja 
estudos com evidências científicas para corroborar seu uso (BRASIL, 2015). 
Colar de Thomas ou Schanz: pré-fabricado, utilizado para imobilização 
provisória em emergências ou no pós-operatório de cirurgia de coluna, sem grande 
capacidade de restringir os movimentos. 
Colar de Philadelphia: pré-fabricado, promove pouca restrição dos 
movimentos, sendo, porém mais eficiente do que os colares acima descritos. Possui 
apoio occipital e mentoniano. Pode ser usado em fraturas menores do áxis e do 
 
42 
 
atlas, fraturas mínimas do corpo ou de processo espinhoso das vértebras cervicais 
e no pós-operatório de procedimentos menores, como discectomias cervicais por 
via anterior. 
 
Fonte: mundofisio.com.br 
Algumas das principais órteses toracolombosacras: 
Colete de Boston: Confeccionados em termoplástico, geralmente 
polipropileno. Como corretivo é utilizado para escoliose lombar e como imobilizador, 
para restrição da coluna torácica inferior. Sua construção é a partir de molde 
gessado do tronco do paciente, podendo ou não, nesta etapa, promover correções 
com alinhamentos e pressões orientadas. Também pode ser utilizada para pessoas 
com espondilólise e espondilolistese (EDELSTEIN,2006). 
A fixação e ajuste é através de correias com fecho de contato (tipo velcro) ou 
fivelas. Em órteses corretivas, almofadas de pressão internas e “janelas” (aberturas) 
são feitos de forma adequada a corrigir desvios da coluna. 
Colete Jewet: muito utilizado no tratamento conservador de fraturas da 
coluna tóracolombar (T11-L2), bloqueia a cifose torácica, limitando a flexão com 
apoio anterior no esterno e na pube e apoio posterior no ápice da fratura ou 
deformidade, contrapondo a tendência de cifotização por falha na coluna anterior. 
Pode causar lesões cutâneas nas áreas de pressão, podendo por vezes não ser 
tolerado (JOAQUIM, 2013). 
 
43 
 
 
Fonte: fisionet.com 
Lombossacrais (LSO): Em geral são menos eficientes em restringir a 
movimentação da coluna, quando comparadas às órteses toracolombosacras. 
Atuam entre L2-4, variando com o uso de extensores torácicos e para as coxas 
(pouco comum), que melhoram a imobilização 
Colete Knight: Construído com uma estrutura de alumínio, tem duas hastes 
posteriores paralelas que acompanham a coluna dispostas de forma que a coluna 
fique entre elas. Seu limite posterior superior é abaixo da escápula e inferior na 
altura da coluna sacral. 
Colete putti baixo: Órtese geralmente pré-fabricada, construída em tecido, 
com barbatanas de alumínio na parte posterior, não promove restrição dos 
movimentos de forma efetiva. Indicado como coadjuvante para reduzir dores de 
lombalgias. 
Órtese cervicotoracolombossacra: A mais popular entre estas órteses é o 
colete Milwaukee, indicado para tratamento de escoliose, lordose e cifose, aplicado 
geralmente em adolescentes, com deformidade não estruturada e que esteja em 
fase de crescimento. 
 
44 
 
 
Fonte: mundofisio.com.br 
8.7 Órteses de Membros Superiores 
Dentre as classificações disponíveis para descrever as características das 
órteses de membros superiores se destacam as que agrupam os equipamentos por 
tipo, finalidade e modelo. No entanto, a configuração externa, as características 
mecânicas, as fontes de energia, os materiais e as partes anatômicas envolvidas 
também podem ser utilizadas para categorizar estes equipamentos (BELKIN, 2005). 
A órtese de punho é recurso que pode proporcionar o alívio dos sintomas, 
porém há um bloqueio da ADM, o que diminui a ativação muscular e leva à perda 
do trofismo na região. Além disso, a menor mobilidade afeta a circulação do líquido 
sinovial e estimula a fibrose local. 
Os materiais mais comumente utilizados na confecção das órteses de 
membros superiores são os termomoldáveis de baixa e alta temperatura além do 
gesso, gesso sintético, neoprene, lona, couro e diferentes tipos de metais. Cada 
situação disfuncional requer uma análise aprofundada e individualizada, visando 
garantir a escolha do material mais apropriado a cada caso (BELKIN, 2005). 
Órteses Estáticas de Membro Superior 
 
45 
 
 
Fonte: mundofisio.com.br 
O profissional de saúde habilitado, baseando-se em um conjunto de 
habilidades cognitivas e práticas, deve ter em mente quando e para qual propósito 
uma órtese estática de membro superior é recomendada. Este tipo de aparelho não 
possui componentes dinâmicos em sua estrutura (ASSUMPÇÃO, 2005). 
Podem ser divididas, quanto à finalidade, em: 
Proteção: tem a finalidade de proteger músculos fracos de serem 
hiperalongados evitando, consequentemente, contraturas, como nos casos de 
paralisias. 
Suporte: as órteses estáticas podem ser utilizadas com o propósito de dar 
suporte a articulações, segmentos, arcos palmares, entre outros, nos casos de 
fraqueza muscular/paralisias/plegias. São úteis também para imobilizar os tecidos 
facilitando o processo de cicatrização ou prevenindo processos degenerativos, 
como no caso das doenças reumáticas. 
Correção: têm por função promover forças capazes de corrigir o alinhamento 
das articulações envolvidas e/ou estabilizar os segmentos, oferecendo suporte 
contra as forças deformantes ou patológicas. 
9 PRÓTESES 
As próteses são peças ou aparelhos de substituição dos membros ou órgãos 
do corpo. Compreende qualquer material permanente ou transitório que substitua 
total ou parcialmente um membro, órgão ou tecido (BRASIL, 2016). 
 
46 
 
De acordo com a Associação Médica Brasileira, essas próteses podem ser: 
Interna ou Implantada: (Ex: prótese articular, prótese não convencional para 
substituição de tumor, coração artificial, válvula cardíaca, ligamento artificial, entre 
outros). 
Externa ou não implantada (Prótese para membros superiores e 
inferiores): Implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo (Exemplo: 
implante dentário, pele artificial); – Estética, quando mantém apenas a forma e a 
estética (Exemplo: prótese ocular, prótesemamária, cosmética de nariz) (BRASIL, 
2015). 
BLOHMKE (1997), classificou as próteses externas ou não implantadas 
(Próteses de Membros Superiores e Inferiores) de acordo com o princípio de 
construção, como convencionais ou exoesqueléticas e modulares ou 
endoesqueléticas. 
Próteses Convencionais ou Exoesqueléticas: As próteses 
exoesqueléticas apresentam estrutura externa rígida que proporciona, além da 
sustentação, bom acabamento estético. Inicialmente, estes dispositivos eram 
confeccionados em madeira, mas atualmente existem técnicas que utilizam 
espumas rígidas extremamente leves e recobertas com resinas plásticas reforçadas 
com fibras de vidro e/ou carbono (DE CARLO, 2004). 
As próteses exoesqueléticas podem ser utilizadas para quase todos os 
tipos de amputações, principalmente para os membros superiores, porém, para 
alguns níveis de amputações de membros inferiores preconiza-se o emprego de 
componentes modulares, por exemplo, em pacientes com amputações 
transfemurais, desarticulação do joelho e de quadril. As articulações de joelho 
convencionais, fabricadas em madeira ou plástico, são mais simples e não permitem 
aos pacientes a realização de atividades mais sofisticadas. Pode-se citar como 
vantagens do sistema exoesquelético a resistência, a durabilidade e a pouca 
manutenção das próteses, porém, encontram-se como desvantagens a estética 
menos agradável, as dificuldades para realinhamentos, as poucas opções de 
componentes e a impossibilidade de intercâmbio rápido destes (CARVALHO, 2003). 
 
47 
 
 
Fonte: ortopedia.com 
Próteses Modulares ou Endoesqueléticas: As próteses modulares 
possuem uma estrutura interna de sustentação formada por componentes 
modulares. As próteses endoesqueléticas podem ser utilizadas para todos os níveis 
de amputação dos membros inferiores, com exceção das amputações parciais do 
pé e do tornozelo. Para os membros superiores se restringem às amputações 
transumerais (CARVALHO, 2003). 
 
Fonte: ortopedia.com 
9.1 Próteses de Membros Inferiores 
A amputação causa perdas no comprimento do membro, na mobilidade 
articular, no controle muscular direto e na propricepção do local, particularmente na 
percepção para a colocação precisa do pé no solo. 
A função das próteses de MMII é obtida satisfatoriamente, tanto na 
complementação do membro e sustentação do peso corporal, quanto na marcha. 
 
48 
 
 
Fonte: conforpes.com.br 
9.2 Próteses de Membros Superiores 
Fonte: conforpes.com.br 
 As próteses de membros superiores podem ser estéticas, sem realizar a 
função de preensão ou funcionais por acionamento mecânico por energia da própria 
pessoa, mioelétricas com sistema de bateria ou híbridas que consistem da 
combinação de componentes mecânicos, mioelétricos e estéticos para 
funcionamento dos dispositivos terminais denominados mãos ou ganchos, 
dependendo do modelo prescrito. 
10 AUXÍLIOS DE MOBILIDADE 
Os meios auxiliares de locomoção ocupam um dos lugares de maior 
destaque entre os recursos de Tecnologia Assistiva disponibilizados às pessoas 
com deficiência. Proporcionam a mobilidade pessoal independente e ampliam as 
 
49 
 
funções físicas48, fornecendo apoio suplementar durante o deslocamento, através 
da marcha ou não, devendo sua prescrição obedecer a critérios objetivos20. 
A mobilidade pode ser auxiliada por bengalas, muletas, andadores, 
carrinhos, cadeiras de rodas manuais ou elétricas, scooters e qualquer outro 
veículo, equipamento ou estratégia utilizada na melhoria da mobilidade pessoal. 
Na postura sentada, a homem volta a utilizar os membros superiores como 
os quadrúpedes, para sua locomoção. Só que agora esta articulação não apresenta 
mais características de sustentação e sim de relação (movimentação ampla). 
Devido à ausência de outros músculos do tronco, torna-se cruel e exaustiva a 
conquista da sua verticalidade e equilíbrio. Pode-se ressaltar, então, o valor do 
equipamento adequado no processo de reabilitação. 
A cadeira de rodas deverá ser muito mais que um simples veículo que possa 
favorecer a locomoção da massa corporal paralisada. Esta terá de compensar as 
funções inerentes à espécie humana. Terá de possibilitar e pertencer à imagem 
deste novo corpo. Terá de combinar com o biotipo e com o estilo de vida. O homem 
não foi feito para andar sentado, mas a cadeira de rodas foi feita para o homem que 
não caminha. (PECCI, 1998). 
10.1 Bengalas 
 
Fonte: ortoponto.com.br 
As bengalas são meios auxiliares de locomoção com boa aceitação social e 
cujo apoio durante a marcha é realizado em uma única mão. Embora esses 
 
50 
 
dispositivos possam ser fabricados em diversos materiais, são mais comumente 
fabricados em madeira (são de tamanho fixo, mais pesado e mais barato) ou 
alumínio (mais caras, leves e resistentes, com regulação de tamanho por meio de 
mecanismo de trava com pinos de pressão). 
As bengalas auxiliam no equilíbrio, na redução da dor, do apoio e da carga 
sobre o membro lesado, compensam a fraqueza muscular e melhoram a informação 
sensorial, auxiliando na fase de aceleração e desaceleração da marcha. São 
indicadas nos casos de desequilíbrio leve e quando há dor ou fraqueza de membro 
inferior unilateral, pode reduzir de 20 a 25% o peso descarregado em um membro. 
10.2 Bengalas de 3 ou 4 pontas 
 
Fonte: cirurgicamg.com.br 
É uma bengala constituída por um cabo geralmente semelhante aos das 
bengalas, reguláveis, mas com uma base de sustentação alargada terminando em 
três ou quatro pontos de apoio. Aumentam a base de apoio e permitem maior 
estabilidade, segurança e descarga de peso. Estão indicadas em perturbações do 
equilíbrio e sobretudo em indivíduos com hemiparesia/ hemiplegia. 
10.3 Muletas 
As muletas são dispositivos auxiliares de locomoção que proporcionam maior 
estabilidade do que a bengala. São utilizadas para reduzir a descarga de peso nos 
 
51 
 
membros inferiores e melhorar a propulsão da marcha. Permitem deslocamento 
rápido, pendular e semipendular. Embora exijam maior período de aprendizagem 
para realização da marcha são bastante seguras, pois permitem o contato com o 
tronco. Esses dispositivos podem reduzir de 50 a 100% o peso em um membro e 
geralmente são usadas aos pares (BRANCO, 2008). 
Tipos de Muleta: 
 Muletas canadenses: 
 
Fonte: ortoponto.com.br 
 Possui uma haste vertical de alumínio, com braçadeiras acima e abaixo dos 
cotovelos, para compensar a fraqueza dos extensores de cotovelo. Exigem que a 
pessoa tenha bom equilíbrio de tronco, membros superiores fortes e boa 
coordenação. As muletas canadenses raramente são prescritas, podendo auxiliar 
pessoas com fraqueza de tríceps (FERREIRA, 2010). 
Muleta de Lofstrand: 
 
Fonte: reabe.me 
 
52 
 
Consiste em uma haste tubular de alumínio ajustável no comprimento, uma 
peça de mão moldável e uma com braçadeira na altura do antebraço para aumentar 
o braço de alavanca o que permite que o indivíduo solte a empunhadura sem que a 
muleta caia, dando liberdade às mãos. 
Estão indicadas quando o uso desse meio auxiliar de locomoção for 
prolongado. É o tipo de meio auxiliar de locomoção mais funcional e que permite 
melhor mobilidade em escadas e para entrar e sair de automóvel (FERREIRA, 
2010). 
Muletas axilares: 
 
Fonte: dentalccess.com.br 
Tipo mais comumente prescrito, constituídas por dois tubos de alumínio ou 
madeira, interconectados em níveis distintos: superior, para apoio não axilar ao nível 
da face anterolateral do tronco; intermédio, regulável em altura, para apoio manual 
e um inferior; e imediatamente antes da terminação num único ponto de apoio 
revestido por uma ponteira de borracha. A muleta axilar de madeira é facilmente 
ajustável, com duas hastes verticais conectadas por uma peça axilar acolchoada no 
topo, uma peça de mão no meio e, embaixo uma peça de extensão. (COLLANGE, 
2009). 
As muletas axilares são indicadas para pessoas com pouca estabilidade

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