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Aula 3 e 4

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Aula-3 
02/03/2020 
 
Foi visto como funciona a ordem dos processos nos tribunais, agora será visto como 
funciona o julgamento. 
Bom, no tribunal funciona a regra da colegialidade, a decisão em regra é colegiada. 
A gente viu até que o relator pode em alguns casos, decidir monocraticamente, mas são 
situações bem restritas, bem peculiares, a regra mesmo é que a decisão seja colegiada. 
Daí, partindo aqui dos principais recursos, os mais comuns, na apelação e no agravo de 
instrumento geralmente são cinco componentes numa câmara, numa turma. A princípio 
desses componentes, três votam, podendo e dependo de o caso haver ampliação de 
quórum, chamar mais gente para votar, mas a princípio são cinco componentes na turma 
sendo que desses cinco três votam. Esses três já são previamente escolhidos e os outros 
dois que eventualmente vão votar já ficam digamos assim no “banco de reserva” 
esperando também, sabendo que poderão vir a votar. Mas a princípio os três já estão 
definidos e já vão votar. Um como já aprendemos é o relator, o segundo é o segundo 
julgador e o terceiro é o terceiro julgador. Pode ser que uma dessas pessoas que votem 
seja ou o presidente do órgão. O presidente do órgão, na apelação e no agravo podem 
votar naturalmente. Então pode ser que de repente o presidente da segunda câmara 
também sorteei lá ele seja relator de um agravo ou de uma apelação. Não tem 
impedimento o presidente votar ou não. Também não tem obrigação que sempre o 
presidente da câmara vote. Não tem essa regra. 
Hoje a gente tem aqui na Bahia, tem cinco câmaras civis, cada uma tem o seu presidente, 
que vai coordenar o julgamento, vai receber a princípio, em alguns momentos os pedidos 
de preferência, pedidos de sustentação oral, mas nem sempre o presidente da câmara vota. 
Ele pode votar ou não. Isso varia. 
No STF Toffoli geralmente ele não vota, ele só vota se houver empate, o voto para o 
desempate. No TJ/BA o presidente de uma câmara pode votar, não tem problema nenhum, 
desde que seja componente do quórum. Então cinco componentes, três deles votam, 
podendo um deles ser o presidente da câmara. 
E quem são esses componentes? Esses componentes são o que a gente chama de 
desembargadores. Como é que a pessoa se torna desembargador. Como alguém galga até 
o cargo de desembargador. Tem dois caminhos. Ou ele vai galgar o cargo de 
desembargador por evolução na carreira, o cara que é juiz em primeira instância, juiz da 
vara civil, da vara penal, um dia ele vai se tornar desembargador. Se não morrer antes e 
desde que tenha vaga. Os juízes vão por antiguidade e por merecimento eles vão galgando 
até chegar o cargo de desembargador. E vai alternando se em jan/2020 foi promovido um 
desembargador por antiguidade o próximo vai ser por merecimento. E depois por 
antiguidade e depois por merecimento. E vai alternando, sempre subindo juízes ou por 
antiguidade ou por merecimento. Merecimento, por ex. o juiz não tem atrasos na sentença, 
quando faz a correção o juiz não tem erro no despacho, processos atrasados, não tem 
queixas, não tem nada no seu prontuário que o desabone, geralmente esse cara vai subir 
por merecimento. A corregedoria vai esse acompanhamento. Agente tem aqui o 
corregedor geral, o cara que controla toda a relação com os funcionários e com os juízes 
e tem o corregedor do interior que faz a parte de análise dos juízes do interior. E a segunda 
forma de virar desembargador é pelo quinto constitucional (forma de investidura na 
jurisdição). O quinto funciona da seguinte forma 3/5 dos desembargadores são formados 
de juízes de carreira (por antiguidade e por merecimento). E 2/5 dos desembargadores 
vem de categoria de classe 1/5 vem da advocacia e 1/5 vem do ministério público. 
 Então de tempos em tempos a OAB assim como o MP, quando surge uma vaga, faz uma 
eleição dos próprios membros, advogados, procuradores, promotores e votam entre si, 
uma lista sêxtupla advogados e promotores entrega essa lista para o tribunal, aí os 
desembargadores já efetivos votam dentro dessa lista sêxtupla e desses seis, elegem três. 
Então três ficam fora e três são eleitos pelos desembargadores. Feito isso a lista vai para 
o governador do estado já que eu tenho aqui o tribunal estadual. Ai no caso rui costa elege 
um desses três. A classe elege seis, o desembargador transforma os seis em três e desses 
três o governador elege um para se tornar desembargador. 
Agente tem duas formar de se tornar desembargador ou juiz, passando no concurso para 
juiz e depois de muitos anos por antiguidade ou merecimento se tornar desembargador ou 
através do quinto constitucional, lista sêxtupla da categoria depois vira lista tríplice no 
tribunal e depois o chefe do poder executivo respectivo elege, escolhe. Se fosse TRF 
faria o mesmo procedimento só que quem ia escolher não seria rui costa seria Bolsonaro. 
Recentemente teve um prof, que virou membro, o prof. José Aras, ele foi desembargador 
pelo quinto da advocacia, foi o primeiro da lista sêxtupla, aí depois rui costa escolheu. 
No ano passado na OAB 20 advogados se candidataram, por votação só seis formaram a 
lista. Depois disso o tribunal escolheu três, a classe não tem mais gerencia. E rui costa 
escolheu Aras. Para abrir vaga para desembargador ou tem que morrer alguém ou se 
aposentar. O número de desembargador varia de estado para estado. 
O local do julgamento geralmente é na sede do tribunal de justiça. Além disso pode 
ocorrer geralmente em câmaras regionais, e hoje em dia por exemplo por meio eletrônico. 
E aí apesar do julgamento e, tese ser na sede do tribunal, o desembargador pode estar em 
outra cidade, Ilheus ou Itacaré, ele acessa o sistema dele. Então em regra o julgamento 
ocorre no tribunal mas pode ser nas câmaras regionais e por meio eletrônico. 
Caminho de um processo ou de um recurso ou de uma ação originaria no tribunal. 
1º passo a distribuição que a gente já viu aqui realiza o sorteio eletrônico, aleatório, 
isonômico e define através desse sorteio o relator. E esse relator ele vai fazer um estudo 
do processo, vai adotar todas as providências que tiverem que ser adotadas, se tiver 
qualquer vicio, qualquer erro que possa ser corrigido, ele vai determinar a correção e 
apresentar um relatório, uma proposta de solução. Pelo prazo institucional de 30 dias. É 
obvio que ele não vai cumprir esse prazo, prazo improprio. Feito esse estudo, feito esse 
relatório, ele encaminha os autos para a secretaria e a secretaria manda para a presidência 
da câmara que esteja responsável pelo aquele processo. Por ex. o presidente pediu data 
para o julgamento de Lula a gente via muito isso nos jornais. Pediu data para julgar as 
ADC’s mesma coisa, o cara vai de dizer olhe estou pronto para julgar presidente então 
designe aí a data de julgamento. Ai o presidente da câmara, conhece a agenda toda, vai 
marcar a data do julgamento. Definiu a data do julgamento, essa data tem que ser 
publicada, na pauta com no mínimo cinco dias antes do julgamento. Então se o 
julgamento vai ser dia 20 tem que publicar até o dia 15 no diário oficial para que todos 
aqueles que tenham relação com aquele processo possam se preparar para aquele 
julgamento. Então aqui nesse momento, geralmente, os advogados tendo oportunidade de 
ter vista você apresentar os seus memoriais, vão conversar com os juízes ou 
desembargadores componentes do quórum e realmente se preparar. É importante que essa 
pauta tenha cinco dias de antecedência e tenha o nome de todo mundo. O professor disse 
que já viu várias vezes julgamento ser adiado porque faltou nome do advogado, a 
exemplo. Saiu o nome da parte autora e do seu advogado, publicou o nome da parte ré e 
não colocou o nome do advogado da parte ré. Nulo. Todo mundo tem que está 
devidamente intimado tanto as partes quanto os advogados pelo diário oficial. Também 
adia por faltar o sobrenome de uma pessoa. Podia ser homônimo. Vicente Cohen júnior.Tem que estar o nome completo para que a intimação tenha validade. Ai nessas horas a 
gente vai saber já quem é o relator, já vamos saber quem são os outros dois componentes. 
Aí é comum agente preparar os memoriais. 
O que são esses memoriais? 
É mais ou menos o que aprendemos em processo II, no momento das razoes finais nas 
audiências, ali você faz um resumo dos fatos mais importantes do processo e praticamente 
propõe uma solução para a causa de acordo com os seus interesses, com os interesses do 
seu cliente. Aqui é mais ou menos a mesma coisa só que ao invés de fazer o resumo do 
processo todo, você vai fazer o resumo do seu recurso ou da sua ação originária e vai 
levar para o relator e para os outros componentes. O Excelência esse processo está 
tratando de uma apelação existe aqui uma nulidade porque a testemunha era irmã e foi 
ouvida sem ser por informante e tal e tal vai explicar toda a situação do processo vai 
entregar para ele lá um documentuzinho que é o memorial. A mesma coisa você vai 
fazer com os outros juízes que estão vinculados a esse julgamento. No dia do julgamento 
quando você subir na tribuna você não vai ser mais um simples desconhecido. Ele vai 
lembrar ah o sr. teve no meu gabinete, com certeza ele vai lembrar. Poucos advogados 
fazer isso. Já foi até menos hj tem muito mais advogado que faz isso. Mas ainda não é a 
maioria que se preocupa em ir lá conversar, mostrar o seu memorial, mostrar seus 
argumentos. Isso gente é muito importante porque os juízes têm julgado em cada sessão 
de julgamentos 400, 500 processos. Então, ele não vai saber tudo. Ele não vai parar para 
olhar os 400 processos a cada semana. Então se você vai conversar, entrega o seu 
memorial, você tira o seu processo desses 400 processos ele vai tratar de uma outra forma, 
porque você conversou, você debateu, muitos desembargadores inclusive debatem 
mesmo, dr mas isso não tem cabimento, tem muitos que acabam até antecipando o ponto 
de vista dele no debate com você, ai você tem chance até de melhorar sua sustentação 
oral diante de uma possível perda. Então esse momento é muito importante porque você 
tira o seu processo desse ‘palheiro’ que está lá misturado com muitos outros processos. 
E os próprios desembargadores falam isso quando o advogado vai a gente não tem como 
esquecer de você debateu, você escutou, você está com o memorial na sua mão, ai você 
vai ter mais atenção. Isso vale principalmente para os outros juízes porque geralmente o 
desembargador relator, ele já conhece o processo, ele já votou, ele já preparou o relatório, 
mas os outros dois muitas vezes confia no colega muito processo para julgar ele vota, e 
não olha com o mesmo afinco que o relator está olhando. Muitas vezes quando você vai 
entregar o memorial o outro desembargador vai olhar para você e vai lembrar, vai dizer 
mais o advogado esteve no meu gabinete entregou o memorial e disse que tem isso e isso. 
Então estou aqui na dúvida vou pedir vista para examinar com mais calma. É objetivo 
maior do advogado é esse colocar dúvida na cabeça do desembargador. Você tem que 
fazer o trabalho de melhor esclarecimento do seu recurso da sua ação. Então, depois da 
publicação da pauta, 5 dias antes com todos os nomes, vistas as partes para apresentar 
memorial. Todo mundo foi lá apresentou o memorial começa o julgamento. 
Começa o julgamento o relator faz uma breve exposição do que é o processo. Geralmente 
lê o relatório da decisão, trata-se da ação de despejo, a sentença julgou procedente 
determinando o despejo no prazo de 15 dias, o réu apresentou a apelação alegando que 
pagou que portando não deveria ser despejado. Ao relator. A outra parte apresentou as 
contra razoes. Ao relator. Ele faz ali um breve resumo para poder introduzir a causa. 
A apresentação de memorial é facultativa, não é uma peça obrigatória que vai gerar algum 
ônus caso você não faça. É uma peça inclusive que não deve ser, explorada, 
desnecessariamente. Tem situações que é matéria de direito, que a matéria já está 
sedimentada, não adianta você ir lá e entupir o cara de memorial e nem ir lá conversar, 
aquilo já está mais ou menos encaminhado você não vai ficar falando na cabeça do 
desembargador. Agora se é uma matéria que tem muita questão fática, que tem muita 
testemunha, que tem muita perícia, muito documento, aí vale a pena você ir mostrar, olha 
excelência a folha tal tem documento tal. E você coloca tudo isso no seu memorial. Folha 
tal tem um documento importante veja aí. Isso vale a pena em questões banais que toda 
hora se repetem. Aquele caso dos policiais, que toda hora se repete a gente já tem 
entendimento disso. Ai não adianta você ir lá, diria que até é contraproducente para você. 
A abertura do julgamento é pelo presidente, vamos abrir a sessão, tudo filmado, tudo 
divulgado, a sessão da pauta do julgamento do dia 02/03/2020, alguém tem algum 
processo para retirar de pauta? Eu tenho processo 50,52,28, beleza retirar de pauta. 
Alguém tem algum impedimento, alguma suspeição? Aí o juiz vai dizer eu tenho um 
impedimento e uma suspeição no 258, 300. 
Depois que passar toda essa preparação, aí vai ficar só mesmo o que vai ser julgado. Então 
vamos começar com os processos da pauta. Aí tem uma ordem, porque tem pedido de 
preferência, tem sustentação, é de acordo com a ordem que eles montaram lá. O primeiro 
processo da ordem aqui vai ser o processo 300 da pauta. O apelante fulano de tal. Apelado 
tem advogado para sustentar não tem? E aí relator como você vota. Eu voto tal. E aí 2º 
julgador como você vota, acompanho o relator. O terceiro também, por unanimidade foi 
dado provimento ao recurso. 
Você prepara o recurso, dá entrada, para ele entrar em pauta de julgamento no mínimo 
uns 3 meses, as vezes dura 6 meses e um ano. Você vai de acordo com os prazos que 
você tiver. Quando o julgamento entra em pauta, você já está com o recurso pronto é só 
fazer o memorial. No memorial você faz um resumo, mais objetivo, e foca no que precisa 
chamar a atenção. “Você diz olhe, preste atenção, no meu recurso tem uma questão de 
fato que testemunha que falou um fato e o juiz não observou. Isso é importante pode 
mudara causa, preste atenção nesse depoimento. Você se não vale a pena mudar com base 
nele. Se for isso que você tem que chamar a atenção o seu memorial vai falar so disso. 
Porque o resto já está nos autos, você não precisa repetir o que está nos autos. Você 
precisa chamar atenção daquilo que dê mais enfoque. O resto é resto. Geralmente a 
produção probatória vai ser nas ações originarias. Ação rescisória, mandado de segurança. 
O recurso muito difícil a produção probatória aqui. Só se surgir um fato novo, algum fato 
superveniente. Ai geralmente não é no tribunal. Aí o desembargador manda uma carta de 
ordem, como se fosse uma carta precatória como vem de cima para baixo é uma carta de 
ordem, aí o juiz de primeira instancia de repente ouve uma testemunha que ficou faltando 
tinha uma novidade, aí houve a testemunha e devolve, faz a perícia e devolve, faz um 
exame grafotécnico e devolve para o tribunal. Mas é muito raro. 
 Então faz a exposição da causa e aí gente, o relator faz o relatório e deixa o advogado 
sustentar o outro combater. Depois que sustentasse os outros juízes dariam seus votos. 
Na pratica como funciona o relator vendo quem vai sustentar, começa a fazer a exposição 
do voto dele. Ele você quem está para sustentação oral aí? O apelante, geralmente o 
apelante quer que a sentença seja revista ou anulada. Aí ele vai dizer seu advogado eu to 
dando provimento ao recurso, concordando com você, você vai querer sustentar? Não, to 
ganhando. Então ele não precisa sustentar. Alguns ainda dizem assim, o mais correto, me 
reservo a verificar divergência, porque pode ser que o relator esteja dando provimento e 
os outros dois não estejam dando provimento. Então ele tem que convencer esse que não 
está dando provimento. Aío advogado faz então excelência pode julgar pela ementa. Aí 
o cara faz o resumo da ementa, julga pela ementa e pronto. Se tiver alguma coisa para ele 
dizer que não foi abordado ele vai dizer pela ordem queria agora só complementar faltou 
um pedacinho aqui queria chamar a atenção. Existe este dialogo. Agora se os dois 
advogados tiverem na tribuna é melhor deixar sustentar, porque certamente alguém vai 
ganhar e alguém vai perder. E quem vai perder vai querer falar. Por outro lado, quem 
possivelmente vai ganhar vai querer combater os argumentos.de quem está perdendo para 
poder evitar que algum desembargador mude de ideia. Então se os dois estão lá, aí não 
vai ter jeito, vai ter que ter sustentação oral. Mas acontece muito isso, quem perdeu vai lá 
sustentar, por cautela, quem ganhou não vai, aí quem está na tribuna. Ah eu estou pelo 
apelado, a você está por quem já está ganhando, o dr. eu tô negando provimento ao 
recurso, ele vai sustentar para que. Tá bom não precisa sustentar não. Ele vai pela ementa. 
E continua o julgamento. Todos os julgadores acompanharam o relator, se algum não 
acompanhou ele pode sustentar para convencer aquele não acompanhou. 
Tem outros tribunais, lá em São Paulo é muito comum, eles não dizerem se está ganhando 
ou se está perdendo. Mas na pratica ele diz isso, ta com quem dr. ? Ah eu to pelo 
recorrente ‘posso julgar pela ementa pode, ou então dizia, ah eu to pelo recorrente acho 
melhor o sr sustentar. Então existe esse diálogo, mas o direito a sustentação oral é cabível 
em alguns recursos. Veremos quais os recursos que cabem e quais não cabem. 
Então qual é o principal objetivo da sustentação oral. 
Na verdade, o principal objetivo, é você fazer prevalecer o que você colocou no seu 
recurso. Se você la sustentando conseguir que todos ali presente acompanhem o seu 
recurso ai é o seu grande triunfo. Mas existe um ‘gol’ da sustentação oral que é tão 
importante quanto o do triunfo. Que é o que a chama de pedido de vista. Muitas vezes os 
advogados ficam mais feliz quando a o pedido de vista do que quando a gente ganha sem 
precisar ter o pedido de vista. Porque o pedido de vista por um dos desembargadores é 
uma demonstração de que você colocou uma dúvida na cabeça do desembargador. Depois 
da sustentação do advogado estou com uma dúvida quando pede vista. Isso mostra que 
de algum modo você conseguiu colocar uma dúvida na cabeça do desembargador no meio 
de tantos processos. Você conseguiu que um deles foi melhor examinado, melhor 
debatido, avaliado. 
Se não houver pedido de vista depois da sustentação oral, coleta se os votos. O presidente 
da câmara vai dizer como é que vota o relator, to votando para dar provimento. Como é 
que vota o 2º julgador, também estou dando provimento. Como é que vota o 3º também 
to dando provimento. Então por unanimidade foi dado provimento ao recurso. 
E ai depois que contou tudo, proclama-se o resultado. Ganhou, perdeu, por unanimidade, 
por maioria. Vai ser proclamado o resultado. 
Proclamei o resultado, não começa a contar o prazo de imediato, que só foi proclamado 
o resultado, só foi dado o resultado. 
Então se o voto do relator prevaleceu, ele mesmo vai lavrar o acordão. Ele vai ser, 
portanto o relator e o redator do acordão. E manda publicar. Isso demora. O prof. 
participou de um julgamento antes do carnaval, dia 18/02. Ainda não foi publicado. Por 
enquanto só tem o resultado proclamado. Não tem o acordão. O relator ainda vai redigir 
o acordão. Se por acaso o voto do relator não prevalecer, o voto que prevaleceu, aquele 
juiz vai se tornar o redator do acordão. O relator vai continuar sendo o relator. Mas o voto 
prevalente, quem vai lavrar o acordão é desembargador que teve o seu voto como 
prevalente. Aí ele vai se tornar o redator do acordão. Ai ele lavra o acordão e começa a 
contar o prazo para os próximos recursos. Esse é um resumo do que é um julgamento 
perante o tribunal. 
Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa 
necessária e os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem: 
I - aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos; 
II - os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento; 
III - aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e 
IV - os demais casos. 
Isso é importante, saiu a pauta do julgamento, você quer sustentar. Faça uma petição 
simples. De uma página. Excelentíssimo dr. Desembargador do processo nº..., em razão 
da publicação da pauta de julgamento para o dia 20/03, vem requerer preferência para 
sustentação oral. Nesses termos. Peço deferimento. Simples. Seu nome vai estar na lista. 
Quanto mais cedo você pedir, mais no começo da fila você fica. Então primeiro vai julgar 
os que tem sustentação. Pela ordem de quem pediu primeiro. Depois a gente vai julgar os 
pedidos de preferência, apresentados na sessão de início de julgamento. Pode ser que 
dentro dos que vai sustentar tenha um advogado mais idoso, ou algum que tenha a questão 
de saúde. Pode ser que tenha algum colega de fora da Bahia que tenha voo no dia, está 
aqui a passagem. Se dentro dos pedidos de sustentação tenha alguém que tenha 
preferência legal esse alguém vai passar na frente. Mesmo pedindo na hora da sessão. 
E também deve observar os processos cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior. 
Se tiver por ex. algum processo que tenha iniciado na sessão anterior. Se tiver algum 
processo que tenha sido adiado, porque algum desembargador pediu vista ou foi adiado 
por algum outro motivo, os que estavam na sessão anterior tem prioridade para os que 
estão na sessão atual, para zerar a pauta anterior e começar a pauta atual. E os demais 
casos. Ai a gente tem que ver porque cada regimento pode ter alguma regrinha que 
autorize mudar essa ordem do julgamento. Mas em regra é isso 1º quem tem sustentação, 
depois quem tem preferência e os que foram julgados na sessão anterior. Esses tem 
preferência com relação aos demais. 
 Quando você não pede preferência, julgamento prioritário ou presencial, hoje em dia os 
processos são julgados eletronicamente. Ainda que você não queira sustentar, mas que 
você queira acompanhar como é que o julgamento vai se dá, você tem também que fazer 
uma petição quando sair a pauta de julgamento. Dizendo eu quero que o julgamento seja 
presencial. Você vai lá mesmo que não vai sustentar, você só quer acompanhar, você so 
quer o resultado. Você vai ver o eventual debate entre eles e você vai ter o resultado. Se 
você não fizer isso eles vão votar tudo eletronicamente. 
Ai no final da sessão você vai saber já o resultado. Mas para o julgamento presencial você 
tem que fazer uma petição pedindo julgamento presencial. 
O prof particularmente sempre pede, mesmo quando ele não pode sustentar, por ex. 
embargos ele não pode sustentar, mas ele pode esclarecer um fato. 
Então ele pede julgamento presencial ele vai para a tribuna, ele não pode sustentar, mas 
se ele perceber que alguma coisa saiu da linha, eu posso pedir pela ordem e fazer a questão 
de fato. Se não fizer isso vai ser eletronicamente ele não vai poder influenciar em nada. 
Vai ser tudo intracabinetes a gente não vai saber o que está acontecendo e vai saber só o 
resultado. 
Quais são as regras da sustentação oral? 
Primeiro que a ideia da sustentação oral é mais uma garantia do princípio do contraditório. 
Após Relator falar, fazer a exposição de fato dele, ele vai antecipar alguma coisa, aí você 
ja vai saber se ele está a favor, ou contra você. Se ele estiver contra você vai ter a 
oportunidade para mudar a opinião dele. Vice vai sustentar oralmente. Antes do relator 
votar, por enquanto ele só fez uma breve exposição do seu relatório. Ele não votou ainda. 
Você vai ter a oportunidade de fazer a sua sustentação oral. Geralmente precisa pedir isso 
antes da sessão. Ou por petiçãoou chega um pouquinho mais cedo antes de começar. 
Hoje em dia aceita sustentação por meio eletrônico, Skype desde que o tribunal tenha 
estrutura para isso. Alguns tribunais já têm. A lei garante o prazo de 15 min para sustentar. 
Improrrogáveis. Tanto quem recorre e contra quem se recorre tem direito a sustentar. 
Mesmo que o recorrido, contra quem se recorreu, tenha apresentado contra razão, ele 
pode sustentar. Ele pode apresentar a contra razão, ele pode sustentar, livremente, desde 
que ele seja parte no processo. E também o terceiro interessado se ele demonstrar que tem 
interesse jurídico qualificado na causa, ele pode apresentar a contrarrazão. Recorrente, 
recorrido, mesmo sem contrarrazão. Terceiro interessado. Só quem pode apresentar 
sustentação oral é advogado, MP, defensor público. A própria parte não pode ir lá 
sustentar salvo se ela estiver advogando em causa própria. 
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o 
presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos 
de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 
15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes 
hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021. (REGIMENTO 
INTERNO) 
 Eu apresentei a apelação a parte pode a presentar a contrarrazão a apelação, seria uma 
espécie de contestação. Mesmo que ela não tenha apresentado a contrarrazão, tenha ficado 
silente, (aqui é diferente na contestação você fica revel, no recurso não tem como você 
ficar revel porque o recurso está combatendo a sentença. A sentença não foi produzida 
pela outra parte, a sentença foi produzida pelo poder judiciário. A contrarrazão não vai 
ser obrigatória como a contestação é. Na verdade nem a contestação é. A contrarrazão 
não gera prejuízo não gera ônus para quem não apresenta.) Tanto é assim que eu ela pode 
sustentar. Mesmo que ela não apresente contrarrazão. 
Quando é que cabe sustentação oral? 
I - no recurso de apelação; 
II - no recurso ordinário; 
III - no recurso especial; 
IV - no recurso extraordinário; 
V - nos embargos de divergência; 
VI - na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação (ação originaria); 
VII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem 
sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência; 
VIII - em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal 
A principal questão é a dicotomia apelação e agravo de instrumento. Que são de fato os 
recursos mais comuns ao lado dos embargos de declaração. 
 Foi apelação pouco importa a matéria, pouco importa o que seja, se for civil, cabe 
sustentação oral. 
Já no caso de agravo de instrumento, tem um rol no art. 1015, de matérias que cabe agravo 
de instrumento. De todas as matérias do art. 1015, cabe sustentação nos agravos que 
envolverem decisões, que discutam, que peçam a revisão de tutelas provisórias de 
urgência e evidência. Sejam aquelas que foram concedidas, sejam aquelas que sejam 
rejeitadas. 
Você pede para fazer uma cirurgia o juiz aqui embaixo, nega sua liminar, qual o recurso? 
Agravo de instrumento. Neguei tutela provisória. Desse agravo de instrumento você vai 
´poder sustentar, porque esse agravo versou sobre uma tutela provisória negada. Por outro 
lado, se o juiz deu a tutela provisória, faça a cirurgia, plano de saúde não quer que você 
faça, o plano pode entrar com agravo de instrumento para derrubar a tutela provisória. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm
Então ele ode entrar com agravo porque se trata de decisão que concedeu tutela de 
urgência. E nesse caso caberá sustentação oral. Toda vez que o agravo versar sobe tutela 
de urgência ou de evidencia tem sustentação oral. O prof estava com o processo em que 
defende o condomínio, o juiz de 1º instancia tinha dado uma liminar para o cliente pagar 
menos enquanto estava tendo a discussão sobre o valor da taxa do condomínio, o juiz de 
1º instancia entendeu que ele deveria pagar um valor intermediário enquanto durasse o 
processo e o tribunal entendeu que não e derrubou a liminar. Foi feita a sustentação, teve 
o direito de sustentar, porque versou sobre tutela de urgência. A doutrina e a 
jurisprudência têm entendido que também caberá sustentação oral no agravo de 
instrumento se a decisão recorrida versar sobre o mérito. Em processo civil II temos a 
sentenças e as decisões interlocutórias. Essas decisões interlocutórias podem ser de mérito 
e pode ser processual, toda vez que houver decisão interlocutória de mérito. O recurso 
cabível e agravo de instrumento. E desse recurso cabe sustentação oral. Ex. então se eu 
tenho um julgamento antecipado parcial da lide, o cara pediu dano moral e dano material. 
Com relação ao dano material ele confessou, realmente eu devo ressarcir o prejuízo, mas 
eu não ofendi a honra dele em momento nenhum. Com relação ao dano moral eu quero 
continuar, mas com relação ao dano material de R$ 1000,00 que foi o valor que ele pagou. 
Essa decisão do juiz que homologa o pedido é uma decisão interlocutória de mérito. 
Porque decidiu o mérito do processo, mas não extinguiu o processo. O processo continuou 
com relação ao dano moral. Se o cara quiser impugnar de alguma forma essa decisão que 
homologou o acordo, ele vai ter que entrar com agravo, não pode ser apelação porque não 
é sentença. O processo ainda ta julgando o dano moral. Esse agravo que versar sobre 
mérito, já que foi uma decisão que homologou o acordou, extingue o processo com exame 
do mérito cabe agravo. Porque é uma decisão interlocutória de mérito. Essa decisão de 
mérito vai caber sustentação oral. Por que? A doutrina e a jurisprudência entendem que 
é como se fosse uma sentença parcial. Ora na sentença total cabe apelação que tem 
sustentação porque na ‘sentença parcial’ sobre o mérito tão importante não vai caber. Isso 
estaria gerando uma quebra da isonomia. Eu teria direito de sustentar em algumas 
situações de mérito em outras eu não sustentaria. 
Então a doutrina e a jurisprudência falaram que além dos casos de tutela provisória toda 
vez que o agravo versar sobre decisão interlocutória de mérito cabe sustentação oral desse 
agravo. 
Ex. o juiz entenda que determinado pedido está prescrito. O cara pede uma obrigação de 
pagar e uma declaração qualquer. Ação declaratória é imprescritível, mas a obrigação de 
pagar prescreve. Então o juiz julga de forma parcial improcedente liminar a lide. Esse 
pedido está prescrito. Julgar ele prescrito. Com relação a declaração preciso avaliar mais. 
Então uma decisão interlocutória de mérito. Decisão interlocutória não pôs fim ao 
processo em primeira instancia. Mas foi mérito porque a prescrição é mérito. Se o cara 
quiser impugnar essa prescrição que foi pedida pelo juiz, vai ser agravo de instrumento. 
Ainda tem processo que vai julgar a declaração. Essa parte do processo que foi julgada 
antes é mérito e cabe agravo. Para esse agravo cabe sustentação. Foi um agravo para 
discutir justiça gratuita, cabe sustentação não porque não é decisão interlocutória de 
mérito. Foi um agravo para discutir se vai incluir ou não litisconsorte não cabe sustentação 
porque não é uma decisão interlocutória de mérito, nem tutela de urgência. Para agravo 
do vai caber sustentação para essas duas situações. Se a decisão impugnada for uma 
decisão sobre tutela de urgência e/ou evidencia e se for para tratar de decisões que versem 
sobre o mérito. 
em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal. (IRDR) 
 A lei estabelece que toda decisão que envolva incidente de resolução de demandas 
repetitivas (IRDR) que uma forma de informar precedentes obrigatórios, tem direito a 
sustentação oral. No julgamento de IRDR cabe sustentação oral. 
Cabe sustentação oral na remessa necessária que é quando a decisão écontra o poder 
público. Que o processo sobe independente de recurso. A doutrina majoritária entende 
que sim. Pelo mesmo motivo que cabe sustentação para o réu que não apresentou sua 
contrarrazão. O cara que não recorre, no caso da remessa necessária, que ela foi sozinha, 
pode sustentar. A partir do momento que tenha sentença o interesse que a decisão se 
mantenha não é só das partes é do estado também. O estado tem interesse que os 
argumentos da sentença prevaleçam. Então ele pode ir lá sustentar. Ele não pode inovar. 
Pode ir sustentar trazendo os argumentos da decisão recorrível. Não é uma posição 
pacifica, mas a doutrina entende que em caso de remessa necessária também poderá haver 
sustentação oral. 
 Apelação sempre tem 
 Agravo de instrumento tem em duas hipóteses. Tutelas provisórias seja ele de urgência 
ou de evidência. E decisão interlocutória de mérito. 
IRDR cabe sempre 
Remessa necessária a maioria da doutrina cabe também 
E quem não apresentar contrarrazão cabe também sustentação oral. 
 Não cabe em embargo de declaração 
Não cabe em agravo interno salvo inadmissibilidade de processos de competência 
originária do tribunal (inciso VI, 937) 
Agravo de instrumento em geral (I e II [1.015]). Agravo de instrumento só cabe em tutela 
provisória e decisão interlocutória de mérito. 
Vimos que cabe sustentação oral em toda as apelações, todos os julgamentos de IRDR no 
agravo de nas hipóteses que envolve decisão interlocutória de mérito e também nas 
hipóteses que envolve tutela provisória de urgência. 
Não vai caber em embargos de declaração. Não vai caber em agravo de interno, salvo 
quando houver inadmissibilidade de processos de competência originária do tribunal e 
também não vai caber em agravo de instrumento em geral, pq agravo de instrumento só 
cabe em tutela provisória e decisão interlocutória de mérito. 
 Então agente conclui que a maioria dos recursos cabe sustentação oral. 
Não vai caber Embargos de declaração, agravo interno em regra e agravo de instrumento 
em geral. O resto cabe. 
 
Qual a diferença de sustentação oral e esclarecimento de fato. 
A sustentação oral é essa oportunidade em que o cara tem 15 minutos para destacar os 
seus pontos relevantes. Tentar convencer os julgadores, etc. 
Os outros processos que não cabe sustentação oral são aqueles que pede para acompanhar 
presencialmente. O esclarecimento de fato é a oportunidade que o advogado tem de 
chamar atenção para determinadas questões fáticas, que não tenham sido observadas pelo 
desembargador isso não está no código, mas está na lei da advocacia, o estatuto da 
advocacia, art. 7º ,da lei 8906/94. 
 
Art. 7º (Lei 8.906-94) - São direitos do advogado: 
- X - Usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante 
intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, 
documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação 
ou censura que lhe forem feitas; 
Em um embargo de declaração de um processo que estava discutindo uma questão que 
envolvia um imóvel e a desembargadora relatora por duas vezes ao ler o voto dela ela fez 
menção ao imóvel que estava na cidade de Itabuna. O prof, advogado do processo pela 
ordem, e disse que o imóvel em questão era da cidade em Ibicaraí. Não cabe disser que 
Ibicarai tem as mesmas expansões urbanísticas que Itabuna tem. Ele conseguiu colocar a 
dúvida na cabeça de um dos desembargadores que pediu vista, porque estava 
considerando que os imóveis fossem em Itabuna. A questão estava indo para uma questão 
de fato. Você chama atenção para questão de fato que a pessoa não está percebendo para 
isso que serve o esclarecimento. O pedido de esclarecimento vai caber sempre. 
- Pode ser feito a qualquer momento do julgamento, independentemente de 
requerimento prévio, em qualquer recurso ou ação originária. 
- Não pode sustentar teses jurídicas, nem interferir nos votos lançados pelos 
julgadores, nem discordar do entendimento manifestado. (FD LC) 
 
O esclarecimento de fato vai caber sempre. Tanto nos recursos que não cabem sustentação 
oral quanto nos próprios recursos que cabem a sustentação oral. Eu posso ter sustentado. 
Usado os meus 15 minutos. Na hora que a desembargadora começou a dar o voto ela pode 
trazer um erro na questão fática. Eu posso de novo pedir. Em que pese tenha falado, pela 
ordem queria esclarecer. Aí vão ter que me dar a oportunidade. O que que pode acontecer 
eu peco pela ordem começo a falar e o juiz percebe que eu to tentando deturpar o pedido 
de fato, aí cortar a palavra ou pede que encerre. 
Se você usar com moderação sumariamente, você vai poder usar quantas for necessário. 
 Então eu posso usar a palavra pela ordem e prestar esclarecimento de fato. Desde que 
seja de modo sumario, que seja em relação a fatos ou documentos que influem no 
julgamento. 
Isso pode acontecer tanto em processo que não caibam sustentação oral, como embargos, 
agravo interno ou agravo de instrumento, ou até mesmo em situações que caibam 
sustentação oral e você queira de algum modo complementar ou chamar atenção para 
questões que estejam sendo ditas de forma errada pelos desembargadores. 
Pode ser feito a qualquer momento do julgamento, independentemente de requerimento 
prévio, em qualquer recurso ou ação originária. Não preciso, por ex, me inscrever para 
fazer esclarecimento de fato. 
Posso fazer a qualquer momento, mas se você não pedir julgamento presencial não tem 
como fazer, porque vai ser julgado eletronicamente. Então no mínimo você vai pedir em 
que pese ser embargos de declaração e eu não posso sustentar oralmente eu quero que o 
julgamento seja presencial. 
 Sendo presencial, você pode a qualquer momento pedir pela ordem e fazer o seu 
esclarecimento de fato. 
Não pode sustentar teses jurídicas, nem interferir nos votos lançados pelos julgadores, 
nem discordar do entendimento manifestado. (FD LC) 
 O pedido de esclarecimento de fato é para trazer fatos pontuais que estejam com alguma 
divergência ou com algum erro de interpretação ou observação. 
 
Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir 
imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias (pode 
ser sumariamente em mesa), após o qual o recurso será reincluído em pauta para 
julgamento na sessão seguinte à data da devolução. 
 
§ 1o Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz 
prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário 
os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com 
publicação da pauta em que for incluído. 
§ 2o Quando requisitar os autos na forma do § 1o, se aquele que fez o pedido de vista ainda 
não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na 
forma estabelecida no regimento interno do tribunal. (Manter o debate do tema recente) 
 
Se o cara sustentou gerou dúvida o desembargador pediu vista, ele tem esse prazo, que é 
um prazo improprio, pode ser prorrogado. Mas em tese, ele tem que em 10 dias para 
reexaminar e tem que pedir para pautar na sessão subsequente que ele devolver. 
Geralmente é na próxima sessão. 
 Outra coisa que pode acontecer é o pedido de vista sumaria na própria sessão, vamos 
suspender o julgamento por 10 min, deixa eu dar uma olhadinha aqui no processo, e volta 
depois na mesma sessão. Isso pode acontecer, mas o normal é que peça, recolha. 
 Também o desembargador não pode ficar com o processo infinitamente. Se demorar 
muito o presidente pode pedir para incluir em pauta e aí ele terá que votar. Não tem esse 
controle tão ferrenho, por isso não acontece muito. Se demorar muito o código da a 
solução de designar um juiz substituto para votar. Isso acontecia muito na dec de 90 o 
juiz pedia vistas e ficava anos, o engavetamento. Hoje tem pelo menos mecanismopara 
que o processo vai para pauta mais rápido. 
 
Uma nova técnica de julgamento que foi inserida pelo novo CPC. 
Para entender essa técnica tem que falar dos embargos infringentes que antecedeu essa 
técnica. 
 No código de 73, existia u recurso chamado embargos infringentes. O objetivo desse 
recurso era possibilitar as partes de recorrer toda vez que o julgamento de um recurso 
ou uma ação originaria o resultado fosse um resultado não unanime. Se tivesse 2 a 1, 
3 a 2. Permitia que eu pudesse que eu pudesse entrar com outro recurso para tentar 
qualificar mais esse debate. Já que havia uma dúvida, divergência existente. 
De 73 para 2000 houve muitas reformas no CPC e na maioria delas sempre se questionava 
os embargos infringentes. Tinha a intenção de reduzir as hipóteses de embargos 
infringentes. 
No CPC de 2015 que veio com essa tentativa de trazer mais celeridade, mais duração 
razoável, mais efetividade para o processo. Finalmente chegou a conclusão de acabar com 
os embargos infringentes. Não há mais qualquer hipótese de embargos infringentes no 
processo civil brasileiro. Em compensação o código previu uma nova técnica de 
julgamento para as hipóteses que houver divergência no código. Primeira coisa que coisa 
que a gente tem que entender que se trata de uma nova técnica de julgamento não é um 
recurso. Essa nova técnica acontece independente de provocação das partes. Ela acontece 
independe da vontade das partes. Nesse caso o julgamento prossegue. Toda vez que for 
cabível a nova técnica o julgamento prossegue para buscar maior quórum. 
Foi visto na aula passada que em regra a gente tem pelo menos cinco julgadores e pelo 
menos três julgadores votam. Então se eu tenho desses julgadores 2 a 1, em alguns casos 
esse julgamento continua, desta feita com mais dois julgadores. 
Porque mais dois? Porque se eu colocar mais dois julgadores eu tenho condição de mudar 
o resultado osso virar um 3 a 2. 
 Então a técnica nova de julgamento acontece nas hipóteses. Que vamos estudar. Não são 
todas em alguns casos quando não houver unanimidade, ou seja, quando houver 
divergência na votação a gente convoca como continuação de um julgamento. O mesmo 
julgamento continuado convoca novos desembargadores em número capaz de alterar o 
resultado anterior. Não adianta chamar apenas um por fica 2 a 2, e não resolve o problema. 
Então tenho que convocar desembargadores em número suficiente para reverter o placar 
anterior. Em regra, vai ser de 3 para 5. Pode ter algum recurso que o quórum seja 6 a5 e 
eu preciso de 7. Esta 3 a 2 eu também preciso de mais dois para poder virar o resultado. 
Sempre tem que ser em número capaz de alterar o resultado anterior independente de 
vontade das partes, é uma consequência natural. 
Esta 2 a 1 é uma das hipóteses de ampliação de quórum? É, automaticamente se convoca 
novos julgadores, em números capazes de se alterar o resultado anterior. 
Continua gente, automaticamente, eu não preciso que alguém peça. É automático. É 
regra, pré-estabelecida. 
Essa continuidade de julgamento pode se dar no mesmo dia, na mesma sessão de 
julgamento ou pode se adiar para uma sessão subsequente. Isso fica a critério dos novos 
julgadores. Esta 2 a 1, mas dois tem que votar, os dois julgadores que vão dizer que estão 
prontos para votar, já me sinto à vontade para votar porque já escutei a sustentação oral, 
já estou pronto e preparado. Eu também. Então automaticamente eles votam. Ao contrário 
dos embargos infringentes que demoravam anos, a nova técnica se resolve se resolve de 
repente em mais 10 minutos. Técnica de ampliação de quórum. Eu tenho um quórum que 
antes era de três, agora meu quórum é de cinco votantes. 
Então os novos dois julgadores que vão compor o quórum eles se sentirem à vontade já 
vão aproveitar a própria sessão para votar. O que antes demoravam dois anos a três anos 
que eram os embargos infringentes. Agora dura de 10 min a uma hora. Porque os 
julgadores vão poder dar os seus votos no mesmo momento. Aí eu terei um quórum mais 
qualificado três a dois ou quatro a um, terei um quórum mais qualificado, com mais gente 
votando, o que dá maior segurança para os jurisdicionados. 
Eu não estou buscando unanimidade, não é obrigatório ter unanimidade. 
Se não teria que convencer esse cara que votou, a mudar o voto, não estou buscando 
unanimidade, eu estou buscando mais gente, já que foi apertadinho 2 a1. Buscando mais 
gente, vamos chamar mais dois ali, para poder ter um quórum mais qualificado, para 
poder ter um debate mais interessante, mais completo. Aí pode ser 3 a 2, 4 a 1. O que for. 
Mas eu tive aí um debate maior com maior qualificação. O objetivo da ampliação do 
quórum não é obter unanimidade, eu não posso obrigar quem votou mudar o seu voto. O 
objetivo é permitir maior debate, já que a vitória foi apertada, vamos chamar mais gente 
para ver se é isso mesmo. 
 A lei diz os recursos que cabem ampliação de quórum. Nesses recursos toda vez que a 
votação não for unanime, caberá ampliação de quórum. Toda apelação cabe a ampliação 
de quórum. Se a votação for não unanime. Se o cara ganhar, numa apelação de 3 a 0, não 
amplia quórum. Mas se ele ganhar de 2 a 1, vai ter ampliação. O critério é bem objetivo, 
não tem como a pessoa ficar sentindo prejudicada. Porque ela já sabe em sendo apelação, 
se não for unanime vai ter ampliação de quórum. 
 A lógica disso, se eu tenho uma sentença favorável ao autor, aí o réu entra com apelação. 
Se for unanimidade para manter a sentença, o placar para o autor está 4 a 0. 3 votos dos 
desembargadores e 1 ‘voto’ do juiz da primeira instância. 
Mas, se for na apelação dois a um, se a gente considerar o tribunal, digo o tribunal o poder 
judiciário como um todo, na prática estava 2 a 2, eu teria um juiz dizendo uma coisa, um 
desembargador dizendo outra e dois desembargadores dizendo outra. 
Então se eu somasse independentemente da hierarquia, a gente teria aqui dois a dois. A 
gente teria dois juízes dizendo uma coisa e dois juízes dizendo outra, sendo que dois juízes 
são desembargadores. Mas se eu amplio o quórum, para 3 a 2, não tem. Não vai ter 
empate, vai ter sempre alguma uma posição que vai prevalecer. Somando todos os votos 
inclusive do juiz de 1º instancia. 
Sem falar que ainda que tivesse empate, eu teria mais duas pessoas, opinando sobre o 
caso. Não vai ser algo que vai se resolver ali com quatro pessoas. Vai se algo que vai ser 
resolvido com seis pessoas, votando. Então você tem um espectro muito maior de opinião 
e mais segurança de que a parte realmente teve um julgamento que o estado examinou 
com cuidado a situação. Então esse novo sistema que substitui na pratica os embargos 
infringentes. Ele diz o seguinte: 
Art. 942 Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá 
prosseguimento (isso fica muito claro, que não é um recurso, o julgamento terá 
prosseguimento) em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que 
serão convocados nos termos previamente definidos (Juiz Natural) (então o regimento 
interno vai dizer, quem são as pessoas.) Como já aprendeu, geralmente quando eu defino 
o relator, aí vem aqui o 1º mais antigo, depois do relator do tribunal e o 2º mais antigo. 
Quem vai ser o 3º julgador? O 3º mais antigo, 4 º mais antigo e o 5º mais antigo. Já está 
tudo definido. Sabe quando cada um entrou. Então fica todo mundo já sabendo quem é o 
quorum. Os outros dois sá vao ser chamados se for não unanime. Se for unanime eles nem 
falam no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de 
inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de 
sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. (Garantida sustentação oral 
em nova sessão) 
 Se os outros dois julgadores estiverem presentes e já quiserem votar eles já votam. Se 
eles estiverem ausentes por algum motivo aí tem que vero que diz o regimento interno. 
 Quando a apelação não for unanime, o julgamento tem continuidade. Pode ser no mesmo 
dia? Pode. Se todo mundo tiver lá e quiser votar no mesmo dia, pode. Se não estiver lá 
ou não estiver à vontade. Vai para a sessão subsequente. Repare que ir para a sessão 
subsequente não é vantagem porque o embargo vai demorar anos para votar. 
Agora se o advogado sustentou oralmente e um dos julgadores não foram, um dos 
julgadores não estavam presentes ou então alguém pediu vista, eu sustentei e o segundo 
julgador pediu vista. Adiou o processo. Quando voltou para cá, eu não sustento de novo 
não. O cara que pediu vista, vota aí gerou uma não unanimidade. 2 a 1. No que gerou a 
unanimidade eu preciso ampliar o quórum. Chamo dois. No que eu chamo esses dois, um 
deles não estava presente na sessão que eu sustentei. Eu tenho direito de sustentar de 
novo para esse que não ouviu minha sustentação. Agora se eu sustentei estavam todos 
presentes eu não sustento mais. 
Eu sustentei não tinha alguém presente ampliou o quórum, esses que não escutaram a 
minha sustentação tenho o direito de sustentar para eles. Para garantir o direito de eu 
também poder conhece-los. 
Se for numa mesma sessão dificilmente eu vou ter que sustentar de novo, porque está 
todo mundo presente na sessão. Só se de repente o cara se distraiu e saiu na hora que 
estava sustentando, pq achou que fosse unanime. Mas isso é cada vez mais raro, porque 
eles já ficam previamente vinculados eles já ficam aguardando a sustentação. 
Mas a ampliação de quórum é ótima pq de uma forma ou de outra eu vou ter um maior 
quórum e menos tempo eu vou ter a resposta disso. No máximo em uma sessão. Eu vou 
ter resolvido o meu problema. 
Toda vez que eu tiver apelação não unanime, o julgamento não se encerra, no mesmo 
recurso, o julgamento não terá o seu fim prossegue com mais julgadores, em número 
necessário e suficiente para alterar o placar anterior. 
No caso de apelação já que está 2 a1 eu tenho que chamar mais dois. Permitir pelo menos 
que vire três a dois. Pode ser que os dois acompanhe o que está ganhando e vire 4 a1. 
Então toda vez que a apelação for não unanime não encerra o julgamento. Prossegue na 
mesma sessão ou na próxima. Se alguém não ouviu minha sustentação oral eu posso 
sustentar de novo para esse que não ouviu. 
 
§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, 
colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. 
(Deverá ampliar de 03 para 05 julgadores – modifica a composição do órgão julgador, 
sob pena de nulidade por incompetência funcional) 
 
§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do 
prosseguimento do julgamento. 
Pode ser que um novo traga um argumento que derrube a posição dos outros dois 
julgadores. Acompanho o voto do desembargador. Pode até acontecer de virar 
unanimidade, mas não é o objetivo. Pode alterar o voto até o fim do julgamento. Se eu 
tiver já finalizado o meu voto não posso mais votar. Se eu tiver presente na sessão eu 
posso mudar meu voto. 
 Hipóteses de cabimento: 
1º hipótese é a apelação. 
Toda e qualquer apelação. 
Apelação que julga o mérito foi não unanime cabe ampliação. 
Apelação que julga questões processuais , erros de procedimento, uma nulidade, uma 
improcedência, se for não unanime cabe ampliação 
 Uma apelação que a turma não conheça do recurso, ou seja, entenda que esteja 
intempestiva, portanto não poderia julgar o mérito, se for não unanime, cabe ampliação. 
Então pouco importa qual seja o conteúdo da apelação, se o resultado do julgamento da 
apelação for não unanime tem que ter ampliação de quórum (mérito, questão processual, 
não conhecimento, provimento, anulação, não anular, parar reformar, para não anular, 
para manter a sentença, não conhecer o recurso e não julgar o mérito, pouco importa tem 
que ter ampliação) 
 Apelação sempre. 
Ação rescisória, ação que visa desconstituir a coisa jugada. Eu estou diante de uma 
sentença transitada e julgada e já passou por todos os recursos. TJ, STJ, STF. E todo 
mundo disse que aquela sentença deveria ser julgada daquela forma. Ainda assim o cara 
entra com uma ação rescisória para derrubar essa sentença que já passou por todo esse 
caminho. E nessa ação rescisória a decisão é de manter a sentença. No julgamento dessa 
ação rescisória o tribunal diz vamos manter a sentença e fala isso de forma não unanime 
foi 2 a 1, vamos manter a sentença. Ai não tem ampliação de quórum 
Se a gente quiser modificar a sentença, transitada e julgada e der um resultado não 
unanime aí tem que ampliar o quórum. porque eu tenho que proteger a coisa julgada. Se 
for para manter o que está aqui, eu não preciso ampliar porque eu já tenho uma decisão 
dizendo que é para manter. Se o tribunal confirma isso pode ser não unanime, mas o 
tribunal vai mexer em algo que é importante está ali. Está protegido com a manta especial 
eu preciso ter algo com maior quórum, eu não vou dá uma sentença transitada e julgada 
com votação não unanime. É muito pouco. 
Então no caso de ação rescisória só vai caber ampliação de quórum se a decisão for para 
modificar a decisão anterior, se a decisão for para rescindir a sentença. Porque a ação é 
rescisória. Se a decisão for para manter a sentença pode ser 2 a 1, pode ser não unanime, 
porque manter, ele vai manter, o que estava valendo antes. 
Mas se for para reformar a sentença ou modificar a sentença ou rescindir a sentença tem 
que ter ampliação de quórum, porque aí eu tenho que ter um cuidado maior para proteger 
o que estava transitado e julgado antes. 
Ação rescisória é uma ação originaria que tramita no tribunal porque não pode um juiz da 
mesma instancia, da mesma hierarquia, modificar a decisão de um juiz. Então ação 
rescisória sempre vai ser no tribunal. Pode ser inclusive tribunais superiores, não 
necessariamente vai ser no TJ. 
 A apelação todo tipo tem que ampliar o quórum. Mas rescisória que eu tenho transitado 
e julgado uma decisão eu preciso de um motivo maior para poder ampliar o quórum. Que 
motivo maior é esse? Se for para modificar. Se for para manter não. 
Agravo de instrumento em decisão interlocutória de mérito foi muito por conta desse 
inciso II, & 3º do art 942, CPC/2015, que a doutrina e a jurisprudência sustentaram que 
deveria caber sustentação oral nas decisões de agravo de instrumento que julga 
parcialmente o mérito. Se na apelação, em todos os tipos de apelação, eu devo ampliar o 
quórum, porque na hora de julgar o agravo que julga a decisão interlocutória de mérito 
eu não vou poder ampliar o quórum se é mérito também. Só que no agravo tem uma 
diferença na mesma linha da ação rescisória. No caso do agravo de instrumento, só vai 
caber ampliação quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. 
Então se eu tenho no agravo, na decisão interlocutória de mérito, o tribunal não por 
unanimidade decidir manter a decisão interlocutória de mérito, não amplia. 
Mas se por não unanimidade decidirem reformar a decisão interlocutória de mérito 
amplia. 
 Toda apelação, independentemente do resultado amplia. 
 Ação rescisória só amplia se for para rescindir a sentença de mérito transitado e julgado. 
 Agravo de instrumento só amplia se for decisão interlocutória de mérito e para reformar 
essa decisão interlocutória. Se for para manter não amplia. Todas as outras hipóteses de 
agravo não têm ampliação de quórum. Só vai ampliar para agravos que envolvam decisão 
interlocutória de mérito e ainda assim para reformar se for para manter não amplia. As 
hipóteses de cabimento são simples. 
O objetivo dessa técnica é permitir um maior quórum, permitir maior debate, permitir 
maior reflexão a respeito do julgamento. 
 Na hipótese que o recurso já tem um quórum elevado, um quórum bom, de 5, 7, 20 
julgadores, não cabe a técnica de ampliaçãode quórum. Porque a técnica de ampliação 
de quórum é justamente para quóruns pequenos. De 3 para 5. Mas quando o quórum já é 
grande eu não preciso ampliar quórum, porque o quórum já é imenso. 
 
Art. 942 
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: 
I – do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; 
II – da remessa necessária; 
III – não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. 
 
No IRDR e incidente de assunção de competência são julgados pelo pleno do tribunal ou 
pelo órgão especial do tribunal que tem 20 e tantos julgadores. 
Quando o quórum for um ‘super quórum’, não preciso ampliar quórum. Por isso o IRDR 
e incidente de assunção de competência mesmo que seja não unanime não amplia quórum. 
Porque já são quórum numeramente elevados. 
A mesma coisa com remessa necessária não precisa ampliar quórum, aí é uma opção 
legislativa. Remessa necessária nunca amplia quórum. 
Decisão não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial não 
amplia quórum, porque já são cortes numerosas. 
 
Demais hipóteses de julgamento de Agravo de Instrumento  não cabe 
1) Julgamento unânime de agravo de instrumento não precisa ampliar quórum, 
porque já é unanime. 
2) Julgamento de agravo que não foi conhecido, não cabe. Só cabe se for julgamento 
de decisão interlocutória de mérito, para reformar a decisão interlocutória de mérito. 
Então se ele já pará na admissibilidade, não tem como ele ser reformado. Então não cabe. 
Então julgamento de agravo de instrumento que não recolheu as custas, se for não 
unanimidade não amplia quórum. Mesmo sendo decisão interlocutória de mérito. Porque 
só amplia se a decisão interlocutória de mérito se for reformado. Se ele se quer for 
admitido não amplia quórum. 
3) Se for admitido e desprovido. Admitiu o agravo, mas não acolhi, não reformei, 
não cabe ampliação de quórum. 
4) Se for admitido e provido para ANULAR a decisão; não cabe ampliação de 
quórum, porque só cabe para reformar decisão interlocutória de mérito. Para anular 
decisão não cabe. Só cabe para reformar a decisão interlocutória de mérito. 
5) Se for admitido e provido para reformar decisão que não trate de mérito. Não cabe. 
Se não for mérito não cabe. Intervenção de terceiros, desconsideração da personalidade 
jurídica, tutela provisória, justiça gratuita. Se não for mérito não cabe. 
OBS- > também não cabe nos casos de improvimento de Ação Rescisória para manter a 
sentença. Só cabe para reformar, rescindir sentença transitado e julgado. 
 Como funciona o cálculo dos votos. 
Vamos supor que temos vários votos e a gente precisa computar os votos. 
Pode acontecer uma dispersão quantitativa ou pode acontecer uma dispersão qualitativa. 
Uma dispersão quantitativa é 2 a 1 ou 3 a 2. Ou muitas vezes todo mundo vota para dar 
provimento. 
Então, por ex., a sentença condenou o réu a pagar 40 mil reais, de danos morais. 
O autor recorre para aumentar, acha que deveria ser mais. E aí o relator acha que ele deve 
aumentar para 50 mil, o 1º julgador acha que deve ir para 80 mil, e o 2º julgador acha que 
deve ir para 100mil. 
Observe que o recurso tem uma unanimidade, que é tem que aumentar. 
A sentença não vai ser 40 mil, tem que aumentar. Mas cada um deu um voto diferente. 
No caso de dispersão de votos, não é feita a média aritmética não. A gente pega o voto 
médio. Agente vai dar 80 mil. Agente pega o voto por continência, ele está contido entre 
o maior e o menor voto. O voto médio por continência, no meio das extremidades. Nada 
impede que os julgadores chegam a um consenso do valor a ser pago. 
Voto médio é quando eles não chegam a um consenso. Esse, foi o ex. de dispersão de 
voto quantitativo, que envolve quantia. 
Mas pode ser também qualitativa. 
Ex 2  guarda da criança. 
Um acha que tem que tirar a guarda e dar para a mãe. O outro acha que tem de tirar e dar 
para o pai, o outro acha que tem que dar para o avô. Podemos adotar três critérios. O 
critério da superlotação. Podemos adotar o critério da opção coacta ou o critério da 
exclusão. Isso vai depender de cada regimento interno. 
 A superlotação a gente convoca novos juízes mais ou menos o que acontece com 
ampliação do quórum. A gente convoca novos juízes e aí obviamente que vai desempatar. 
A opção coata é quando um juiz obrigatoriamente tem que aderir uma das teses. Pai, mãe 
e avo, eles vão conversar entre eles e alguém vai ter que ceder. O critério da exclusão, 
exclui uma das teses e coloca as outras duas remanescentes. Entre pai, mãe, avo, a gente 
tira o avo, exclui uma das opções e vota de novo. 
Resultado do julgamento. 
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, 
designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto 
vencedor. (Quem geralmente é o relator é também redator, mas se o voto dele perder, o 
voto de quem ganhou essa pessoa se transforma no redator). 
Caso haja proclamação errada pode ser retificado no próprio julgamento por provocação 
dos Desembargadores ou dos Advogados; 
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado (exaure a 
atividade jurisdicional de conhecimento) pelo presidente, salvo aquele já proferido por 
juiz afastado ou substituído. (JCBM) (PM) (se ele for afastado o voto dele fica, agora se 
ele tiver participando do julgamento ele pode alterar o voto.) 
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no 
órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes. 
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do 
acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento. (Isso faz parte da 
fundamentação da decisão do tribunal, juntar todos os votos vencedores e vencidos, 
convergentes e divergentes) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula-4 
09/03/2020 
 
Teoria geral dos recursos. 
 
O que é recurso? 
É uma oportunidade de sanar os erros, corrigir esses equívocos. 
E diante disso se fala que as decisões judiciais, elas podem ser, em regra, objeto de 
impugnação. 
 
Então recurso antes de mais nada, ele é um meio de impugnação de decisões judiciais. 
O recurso é o ‘remédio’ para decisões defeituosas. Decisões que precisam de reparos. 
Mas o recurso não é o único meio de impugnar a decisão judicial. Recurso é um gênero 
do qual, ele é uma espécie de impugnação de decisão judicial. 
Nós temos dois grandes blocos de impugnação de decisões: os recursos e as ações 
autônomas de impugnação. 
Ambos são meios de impugnação de decisão judicial. Ambos têm como objetivo corrigir 
defeitos, corrigir vícios, corrigir imperfeições de decisões judiciais. 
 
 Tem até um pesquisador da USP, prof. Hélio Perwich, ele está fazendo uma dissertação 
de doutorado, justamente questionando isso. Será que ainda hoje é necessário fazer essa 
distinção de recursos e ações autônomas. Já que no fundo tudo é meio de impugnação de 
decisão judicial. É uma provocação bem interessante. 
Porque no fundo, no fundo hoje a grande diferença dos recursos para a ação autônoma de 
impugnação é que o recurso é um meio de impugnação interno, ele ocorre dentro do 
mesmo processo. Não gera uma nova demanda processual. 
E as ações autônomas elas são os meios de impugnação externos, que geraram uma nova 
demanda, um novo processo, um novo objeto, uma nova causa de pedir, um novo pedido, 
as mesmas partes, mas com novas causa de pedir e com novo pedido. Essa é a grande 
diferença. 
 
Geralmente os recursos pressupõem que não haja coisa julgada, naquela demanda. 
Enquanto não houver coisa julgada, enquanto a decisão puder ser modificada, o remédio 
utilizado para impugnar a decisão judicial será recurso. 
 
Já nas ações autônomas, impugnação externa, é preciso que haja coisa julgada. Não posso 
mais impugnar aquela decisão dentrodaquele processo, internamente dentro dele, mas a 
lei faculta em algumas situações que eu possa rever, revisar a coisa julgada. E aí caberia, 
por exemplo, ação rescisória que é um meio de impugnação autônomo, meio de 
impugnação externa ao recurso. Vai gerar uma nova demanda. Pressupõe que o processo 
tenha transitado e julgado. 
 
Isso tudo em regra, pq por ex. com relação a reclamação constitucional tem algumas 
diferenças. Mas a princípio o prof quer mostrar é que, o recurso é um meio de impugnação 
de decisão judicial, mas ele não é o único meio de se impugnar uma ação judicial porque 
as ações autônomas também se prestam a esse fim. 
 
“Os meios de impugnação dividem-se, pois, em duas grandes classes: a dos 
recursos – assim chamados os que se podem exercitar dentro do processo em que 
surgiu a decisão impugnada e o das ações impugnativas autônomas, cujo 
exercício, em regra, pressupõe a irrecorribilidade da decisão, ou seja o seu trânsito 
em julgado. No direto brasileiro, protótipo da segunda classe é a ação rescisória”. 
( José Carlos Barbosa Morerira – era quem melhor escrevia sobre os recursos) 
 
 A nossa aula é teoria geral dos recursos. Vamos focar exclusivamente neles. Só queria 
fazer essa dicotomia para que a gente saiba que o recurso não é o único meio de se 
impugnar uma decisão judicial. 
 
 Outra característica importante dos recursos é a voluntariedade (e aí gente usa o conceito 
de Marinoni) ou seja, o recurso é um meio de impugnação voluntário. 
A parte que se sentir prejudicada, que se sentir lesada deve provocar essa reanálise, essa 
reforma, essa anulação, esse aperfeiçoamento do recurso. 
O juiz não pode provocar o recurso, da mesma forma que o processo começa por iniciativa 
da parte (princípio do dispositivo), a fase recursal começa também por inciativa da parte. 
 
Isso é importante porque quando a gente for estudar o reexame necessário, a remessa 
necessária, existe uma discussão se o reexame necessário é recurso ou não é recurso. 
E uma das questões que se levanta é justamente isso. A remessa necessária ela depende 
de provocação? Ela é um ato voluntário? 
As partes voluntariamente provocam o poder judiciário para essa segunda análise. 
A princípio para ser considerado recurso é preciso que seja um ato de vontade das partes. 
As partes têm que ter se sentido prejudicadas e busquem, portanto, um meio de 
impugnação dessa decisão que lhes está prejudicando. 
A voluntariedade é, portanto, uma das principais características do recurso. 
 Ele também é meio de impugnação interna. 
 
Os objetivos do recurso, são três; 
Ou o recurso visa a reforma; 
Ou ele visa a anulação; 
Ou o aprimoramento; 
 
 Então se eu tenho uma decisão e entendo que o juiz julgou mal, interpretou mal a lei, 
interpretou mal as provas produzidas, aplicou a tese jurídica errada, eu digo que aí há um 
erro de julgamento do juiz. Seria um erro injudicando. Errou no julgamento, julgou mal, 
mas julgou dentro das regras processuais, mas julgou mal. 
Nesses casos o que a gente quer é uma reforma. A gente quer que o tribunal mude o 
entendimento fixado pelo juiz. 
A gente quer ele que ele mude a posição adotada pelo juiz de 1º instância. 
Nesse caso gente fala em reforma, quando a gente quer mudar o resultado do processo. 
Se o juiz deu o despejo, a gente quer que o tribunal reverta o despejo. 
Se o juiz não deu o dano moral, a gente quer que o tribunal reverta para dar o dano moral. 
A gente quer mudar o conteúdo da decisão de mérito do juiz. Ou até mesmo de conteúdo 
processual, mas eu quero que ele modifique o entendimento dado pela 1º instancia. 
A gente fala em reforma. 
 
Mas pode ser que o juiz tenha cometido um vicio processual, a gente chama não mais em 
erro judicando como no caso da reforma a gente chama em erro improcedendo. Houve 
um erro no proceder, ele julgou sem observar as regras processuais vigentes. 
Não deu o contraditório, não permitiu a oitiva de uma prova que era fundamental para a 
parte provar os seus fatos alegados, não observou a correta intimação ou citação da parte, 
não observou que é necessário a presença de um litisconsorte obrigatório. 
Enfim, qualquer das regras processuais que gere algum prejuízo que não foram 
observadas. Isso gera um erro improcedendo, o juiz errou no proceder. 
Em deixar de observar aspectos formais no processo. 
Isso não adianta eu reformar. Porque se houve um erro que macula todo o processo, todo 
o procedimento, toda a marcha processual, toda a sua validade. 
Eu não posso apenas reformar. Eu preciso anular. Preciso retomar ao estado de onde 
ocorreu aquela violação relevante para o processo e anular os atos posteriores para serem 
na maioria das vezes repetidos, quando forem possíveis. Quando não for possível anula 
mesmo tudo. Mas só vamos anular tudo quando não tiver jeito. 
Agente aprendeu isso também que a nulidade é a última racio. 
Se eu puder corrigir, se eu puder aproveitar, se eu puder refazer eu devo adotar essas 
condutas. 
Só vou anular mesmo, total, quando não tiver jeito. 
Então nesses casos em que há erros de procedimento, que geram nulidades, eu tenho que 
gerar a anulação do processo. Para que haja uma nova decisão dessa feita observando a 
correta marcha processual. 
Os erros de procedimento podem ser corrigidos de oficio pelo juiz. Quando o juiz faz isso 
não é considerado um recurso, aí é dever de oficio do juiz, faz parte do princípio do 
inquisitivo. Se o juiz perceber que há um vício, ele pode corrigir. Agora tem um detalhe 
se o juiz já proferiu a sentença e uma das partes recorreu. Ele não pode mudar. O tribunal 
eventualmente, como se tivesse transitado e julgado. O máximo que pode acontecer é se 
for um erro muito grave e se for de repente um erro material, por ex eu somei errado dei 
5000, 00 de dano moral e 5000,00 de dano material, e condeno a pagar 20.000,00. É um 
erro material grave, nesse caso obviamente você correge de ofício 5000 + 5000 não é 
igual a 20.000 é 10.000. Aí ele pode. 
Mas se por ex. ele deixou passar algo, se for uma nulidade e ele não viu, aí é complicado 
porque ele não pode violar a coisa julgada. Agora se a parte embargar aí ele vai poder 
corrigir. Ele tem competência funcional. Ele não tem competência para poder rever a 
própria decisão dele. Quem tem competência é o tribunal. Só se na execução o juiz 
perceber isso e anular tudo, mas isso não seria recurso, seria dever de oficio. 
 
Então os recursos são meios de impugnação de decisão judicial internos. Geralmente nos 
casos dele não há coisa julgada ainda no processo. É necessário que seja um ato 
voluntario, das partes e ele visa a reforma, a anulação ou o aprimoramento. 
 
O aprimoramento a decisão não tem vícios, e a parte não discorda propriamente do 
resultado do processo, mas a decisão as vezes carece de clareza, carece de coerência, ou 
muitas vezes carece de completude. Ela está incompleta. 
Então no aprimoramento a gente vai falar de alguns objetivos secundários ou eu vou 
aprimorar em regra para corrigir uma omissão (vicio de completude) ou eu vou corrigir 
uma contradição (coerência, precisa ser coerente) ou uma obscuridade (clareza). 
E também para corrigir erros materiais. São visíveis a olho nu, aí o juiz pode também ser 
instado a corrigir esses erros materiais. 
 
 RECURSO é um 
“Meio voluntário* de impugnação de decisões judiciais, interno ao processo, que visa à 
reforma, à anulação ou ao aprimoramento da decisão atacada.” (LGM) 
 
Repare que no aprimoramento eu não quero modificar a decisão a princípio, eu posso até 
gerar esta modificação por via transversa. Mas meu principal objetivo quando eu busco o 
aprimoramento é melhorar a decisão. É torna lá mais coerente, torna-la mais clara, e até 
mesmo completa-la. Porque a parte pode ter pedido danos morais e danos patrimoniais o 
juiz julgou só os danos patrimoniais esqueceu de julgar os danos morais. Aí háuma 
omissão. A gente entra com o recurso, nesse caso embargos de declaração, ele vai 
completar a decisão que estava faltando esse pedaço. 
 
Seguindo no conceito, o recurso pode também ser classificado, enquadrado como um 
direito protestativo. Porque? Os direitos protestativos a principal característica deles é 
colocar o sujeito passivo desse direito em estado de sujeição. 
É assim no divórcio, é assim na demissão, é assim no desligamento de um funcionário, e 
também é assim no recurso. Quando o empregado vira para o empregador e diz, to indo 
embora, não quero mais trabalhar com o senhor. O empregador não tem nada que possa 
fazer para impedir isso. Está comunicando, uma declaração recepticia de vontade. Ele 
pode até aplicar sanções a esse empregado. Você vai embora não posso te impedir, mas 
eu vou te descontar seu aviso prévio. Tchau. Não vai mudar ele vai continuar indo 
embora. 
 Quando o casal se separa apenas comunica, estou indo embora, não quero mais continuar 
casado com você. Declaração receptiva de vontade. Coloca o outro em estado de sujeição. 
A mesma coisa é o recurso. Imagina ganha uma ação de 100 mil reais de indenização, 15 
dias depois a parte recorre, ah não quero que você recorra não ganhei 100 mil. A partir 
do momento que a parte recorre, se tiver todos os requisitos materiais do recurso, todos 
os requisitos de admissibilidade tiverem cumpridos, automaticamente, obrigatoriamente 
vai se instaurar uma nova instancia. Vai instaurar o procedimento recursal. Vai começar 
toda a discussão daquela matéria no âmbito do tribunal. E vai sobrar para quem perdeu o 
processo, pode ter sido o autor, pode ter sido o réu a quem perdeu se defender também 
lá em cima porque senão ele vai perder. Então o recurso é um direito protestativo porque 
ele instaura uma nova fase processual no recurso, em âmbito recursal. 
 
- É Direito protestativo (porque ele coloca o outro em estado de sujeição, o 
processo não se acaba se houver o recurso, não transita em julgado. O 
processo continua naturalmente) por instaurar o procedimento recursal, mas 
gera um direito a um prestação jurisdicional recursal (FD LC) 
- 
Mas ao exercer esse direito protestativo de instaurar o procedimento recursal nasce um 
direito a prestação. Pois se eu recorro perante ao tribunal de justiça, ou STJ ou STF. A 
partir do momento que eu exerço o meu direito de recorrer esses tribunais tem o dever de 
me prestar uma reposta. Assim como o juiz tinha que me dar uma sentença, agora os 
tribunais têm o dever também de me dar uma decisão recursal. 
Então apesar de ser um direito protestativo, de colocar tanto o estado quanto a outra parte 
no estado de sujeição. Ele gera um direito a prestação. Porque agora o tribunal, como 
poder judiciário, como membro do estado, como parte do estado ele tem o dever de 
entregar a prestação recursal. Nas aulas direito civil o direito protestativo tem essa 
potencialidade de gerar um direito a prestação. Mesmo o empregado pedindo demissão, 
repare surge direito de prestação dos dois lados. O empregado tem o dever de pagar o 
aviso prévio para o empregador, porque isso é uma prestação que ele está devendo para 
o empregador. E o empregador também tem que pagar as outras verbas. Se ele tiver férias 
para receber, ele tem direito de receber, se ele tiver 13º para receber ele tem direito de 
receber. Ele vai perder algumas coisas, talvez não possa sacar o FGTS, não vai ter a multa 
de 40%, não vai receber salário desemprego. Enfim vai receber os outros direitos. E foi 
um direito protestativo. 
Se os casais se separam a depender do caso pode surgir o direito a prestação alimentícia. 
Ou para a parte que, uma das partes que separou, ou até para os filhos. Não é problema 
haver o direito protestativo que gere um direito a prestação. 
Porque a uma discussão doutrinaria grande, se o recurso seria um direito protestativo ou 
um direito a prestação. E aí Freidie diz é um direito protestativo, mas gera um direito a 
prestação. Não é uma coisa nem outra. 
Ele é um direito protestativo porque coloca o outro em estado de sujeição, mas isso não 
impede que gere um direito a prestação. Isso pacificou a discussão. 
 
O recurso gera um novo julgamento dentro de uma mesma relação processual. Um meio 
de impugnação interno. Isso vai gerar um novo julgamento. 
Se eu já tinha ganho aqui o meu despejo, eu tenho oportunidade de manter o meu despejo 
ou até mesmo perder o meu despejo. Porque vai ser um novo julgamento. Se o pedido for 
reformar. 
Se eu peço a anulação eu tenho a possibilidade de o tribunal dizer que não houve vícios 
e o tribunal considerar que a decisão é rígida e vai ser mantida, ou eu tenho a possibilidade 
do tribunal entender que a decisão está viciada, maculada, e deve ser anulada. 
E até mesmo no aprimoramento eu vou revisitar não vou julgar de novo. Mas de alguma 
forma vou revisitar aquela questão para aprimorar, para corrigir, para aclarar, para trazer 
coerência, ou até mesmo para completar. Para corrigir erros materiais. 
Então há um novo julgamento dentro de mesma relação processual, não se gera um novo 
processo. 
 
Quem é que julga o recurso? 
 Em regra, os recursos são julgados por órgão hierarquicamente superior em regra 
colegiada. É uma decisão feita por mais de uma pessoa. 
 A maioria dos recursos por três desembargadores. 
Mas pode ser que o recurso seja destinado para o mesmo órgão que prolatou a decisão. 
Isso ocorre, por exemplo, nos embargos de declaração. Nos embargos de declaração se 
foi um juiz de 1 º instancia que julgou faltando algo. Eu vou entrar com embargos de 
declaração que ele foi omisso, está faltando completude. Quem vai julgar é o próprio juiz 
que proferiu a decisão. Se foi o tribunal, se foi a terceira câmera, que julgou com 
contradição o recurso, com problema de coerência, meu embargo vai ser para a mesma 
câmara para os mesmos desembargadores que prolataram a primeira decisão. 
Então o recurso ele é julgado ou pelo mesmo órgão, que prolatou a decisão, isso ocorre 
nos embargos de declaração ou por um órgão hierarquicamente superior a aquele que 
proferiu aquela decisão. Então geralmente se eu estou na sentença meu recurso vai para 
o TJ, se for matéria estadual, de competência de matéria estadual. Chegando no TJ ainda 
precisa, ainda há erros, ainda há vícios, ainda há necessidade de reforma. Agente vai para 
STJ e/ou STF. 
Se eu estou na JF, da vara, eu vou para o TRF’s e daqui se for necessário para o STJ e/ou 
STF. 
Fora os embargos de declaração que vai para o mesmo órgão que julgou a decisão 
anterior. 
 O recurso revê a matéria de fato, de direito, de mérito e de processo. Agora depende do 
recurso. Tem recursos que tem fundamentação vinculada, só posso alegar um 
determinado tipo de matéria. Tem outros que posso alegar todo tipo de matéria. Mas em 
tese como instituto o recurso pode atacar tanta matéria de direito quanto matéria de fato. 
 
O recurso quando ele está interposto ele vai manter esse estado de não haver a coisa 
julgada. O recurso tem a potencialidade de impedir a formação da coisa julgada. 
Enquanto a parte tiver prazo para recorrer e tiver possibilidade de recorrer, não vai haver 
coisa julgada. Se a parte recorrer, obviamente. Saiu a sentença entra com os embargos, 
os embargos eu posso entrar com outros embargos, depois apelação, outros embargos, 
REsp. R Extraordinários, dentro desses recursos pode também ter embargos tanto de 
declaração como de divergência. Fora os recursos que pode acontecer ao longo do 
processo agravo de instrumento, agravo interno. Quanto essa matéria não tiver exaurida 
de debate pelos meios de impugnação interno, não haverá coisa julgada. O recurso, 
portanto, ao ser utilizado, protocolado ele retarda a formação de coisa julgada. 
 
Recurso só faz sentido para quem perdeu algo no processo. Se eu ganhei tudo eu não 
preciso recorrer, salvo se for para aprimorar.

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