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Processo Civil III - Recursos

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Processo Civil III – RESUMO – Recursos
Organização dos Tribunais: Chegam três tipos de processos aos Tribunais:
· Remessas Necessárias;
· Competência originária dos Tribunais;
· Recursos a sentenças proferidas em primeira instância
- Remessas Necessárias:
Disciplinada pela artigo 496 do CPC. Sua ideia é bastante simples: não produzirá efeitos senão após confirmada pelo tribunal a sentença: I) proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; e II) que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal.
- Competência Originária:
A competência originária costuma ser dos juízos de primeiro grau, dos juízos singulares, ou seja, perante o juiz singular. Mas, há casos de ações de competência originária dos Tribunais, como a Ação Rescisória de sentença, Mandado de Segurança contra ato de juiz etc. No que tange as Cortes brasileiras de última instância, a Constituição da República dispõe sobre a competência originária do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça nos artigos 102 e 105, respectivamente.
Há também as ações que se iniciam no primeiro grau, mas o recurso não vai para diretamente para o tribunal imediatamente seguinte, ou seja, há determinadas matérias que devem ser julgadas originariamente pelos juízes federais, por exemplo, mas que a competência recursal ordinária é de outros tribunais, como do STJ ou mesmo do STF. O artigo 109, IV da CF, diz que compete aos juízes federais processar e julgar originariamente o “crime político”. Ou seja, se o conflito em questão é sobre crime político, a competência originária para julgamento é dos juízes federais, mas, segundo o art. 102, II, “b”, da CF, o recurso ordinário vai direto para o STF, e não para o TRF, ou seja, no julgamento de crimes políticos, das decisões dos juízes federais caberá recurso ordinário diretamente para o STF.
Organização dos Tribunais:
- A principal diferença está no fato que o Julgamento deixa de ser singular e passa a ser colegiado
- As decisões acontecem em sessões públicas, salvo as que estão em segredo de justiça, com possibilidade de sustentações orais.
Órgãos Fracionários
Os órgãos fracionários são frações de um tribunal, a forma que o tribunal possui para atuar de forma mais eficiente, dividindo o trabalho entre seus membros que continuarão a atuar colegiadamente já que os órgãos fracionários são sempre compostos de mais de dois magistrados. Tais órgãos podem ser divididos em Câmaras, Turmas ou Seções.
As Câmaras são utilizadas nos Tribunais de Justiça – ESTADUAL
Turmas são os órgãos fracionários dos tribunais federais e equivale à Câmara dos Tribunais de Justiça - FEDERAL
Em razão desta divisão necessária para a celeridade, criou-se a necessidade de uniformização da jurisprudência, para manter a coerência de entendimento dentro de um mesmo Tribunal. Assim, os EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA se apresentam como o recurso responsável por impugnar as decisões de Tribunais que estejam em divergência com acórdãos anteriores de casos semelhantes. CPC: Art. 1.043. Deve-se ressaltar que a divergência deve ser atual, não sendo possível o conhecimento do recurso sobre uma matéria que o Tribunal já tenha uniformizado em determinado sentido. No caso de o Relator, por decisão monocrática, não conhecer, negar ou der provimento aos embargos, poderá se recorrer de tal decisão por meio de agravo interno.
Técnicas do CPC para decisões divergentes:
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas ou IRDR – visa a uniformização de decisões em lides semelhantes
Recursos Repetitivos - O Recurso repetitivo é aquele que representa um grupo de recursos que tenham teses idênticas, ou seja, que possuam fundamento em idêntica questão de direito. Quando um recurso é classificado como repetitivo, seu processo fica suspenso no tribunal de origem até o pronunciamento definitivo do STJ sobre a matéria e a suspensão é certificada nos autos. Segundo a legislação processual, cabe ao presidente ou vice-presidente do tribunal de origem selecionar dois ou mais recursos que melhor representem a questão de direito repetitiva e encaminhá-los ao Superior Tribunal de Justiça para afetação. Após o julgamento e publicação da decisão colegiada sobre o tema repetitivo pelo Superior Tribunal de Justiça a mesma solução será aplicada aos demais processos que estiverem suspensos na origem.
Assunção De Competência - O incidente de assunção de competência não pertence ao microssistema da tutela de casos repetitivos, ou seja, não se confunde com tal. Trata-se de um incidente no qual um órgão colegiado fracionário indicado pelo regimento interno do tribunal assume a competência anteriormente atribuída a outro órgão do mesmo tribunal, para o julgamento de um recurso, de uma remessa necessária ou de uma ação de competência originaria. É um redirecionamento de competência de um órgão para outro órgão de um mesmo tribunal. Assunção porque “assume-se a competência”. A finalidade é a prevenção ou a composição de divergência, entre órgãos fracionários do tribunal. Assim, no exemplo acima, se a corte especial julgar irá prevenir a divergência dentro do próprio tribunal. Seus requisitos estão no art. 947 do CPC.
OBS: O Plenário reúne todos os desembargadores do Tribunal, e como se tornou difícil reunir a todos para sessões plenárias, a Constituição, no Artigo 93 XI, autoriza a criação dos Órgãos Especiais, para questões judiciais e administrativas.
Ordem do processo no Tribunal:
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição. Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.
Protocolo eletrônico na Secretaria Geral, com distribuição imediata em razão da possibilidade de urgência. O Princípio da celeridade processual está contido no Art. 93 XV CF. O órgão competente para a demanda, exemplo: Matéria, fracionado, entre outras...
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo.
Apesar do regimento interno definir a distribuição imediata, ele tem critérios a serem obedecidos: 
Sorteio: em respeito ao principio do Juiz Natural
Alternatividade: estabelece harmonia entre os órgãos com relação a carga de trabalho, ou seja, evita a sobrecarga
Publicidade: exigência constitucional em relação as decisões judiciais
- OBS: Também o sorteio e a Alternatividade em relação ao Órgão e ao Relator
- “Parágrafo único”: Juízo prevento do Relator para eventual recurso interposto em mesmo processo conexo “Não há sorteio”
- Podendo haver reunião por conexão caso haja mesma causa de pedir, mesmo pedido. “relator do agravo é o relator da Apelação
Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediatamente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.
O Relator fará assim as vias de Juiz, com produção de provas, instrução do processo até a sessão plenária.
Art. 932. Incumbe ao relator:
Quando um recurso é interposto e chega ao Tribunal, é sorteado um magistrado para exercer a função de Relator deste processo. O Relator examina o recurso antes dos demais magistrados e elabora um relatório e um voto que serão levados ao colegiado para que os demais juízes decidam se concordam ou não com as conclusões do Relator. São poderes do Relator segundo o Art. 932 do CPC:
Não conhecer de recurso inadmissível: O Relator possui o poder de tomar algumas decisões de forma monocrática, ou seja, sozinho, sem levar isso ao colegiado. Dentre esses poderes, o Relator pode, monocraticamente, não conhecer do recurso que seja inadmissível, prejudicado ou quenão tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida. 
Art. 932. Incumbe ao relator:
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
Recurso inadmissível: Quando o Relator faz o juízo de admissibilidade, ele analisa se o recurso é admissível ou não. 
• Se o juízo de admissibilidade for positivo, o recurso é admissível e será possível ao Tribunal examinar o mérito do que nele foi pedido. Ele será CONHECIDO
• Se o juízo de admissibilidade for negativo, o recurso é inadmissível e significa que o mérito não será examinado. Neste caso, dizemos que o recurso NÃO FOI CONHECIDO ou não foi admitido (ex: o STF não conheceu do recurso extraordinário; o STJ não admitiu o recurso especial interposto).
Os recursos possuem duas espécies de requisitos:
a) requisitos intrínsecos: cabimento, legitimidade, interesse em recorrer e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer;
b) requisitos extrínsecos: preparo, tempestividade e regularidade formal.
O juízo de admissibilidade consiste em examinar se esses requisitos de admissibilidade acima expostos estão ou não presentes. Assim, se um agravo é interposto fora do prazo, o Relator, monocraticamente, não conhecerá do recurso.
Recurso prejudicado: Diz-se que o recurso está prejudicado quando aconteceu alguma coisa depois de ele ter sido interposto que fez com que o recorrente perdesse o interesse de recorrer. Em outras palavras, recurso prejudicado ocorre na hipótese de falta superveniente de interesse recursal. Nesta hipótese, o Relator, antes de não conhecer o recurso, deverá intimar as partes para que se manifestem sobre esse fato superveniente no prazo de 5 dias, Art. 933 do CPC
Recurso que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida: Aqui é o caso do recurso que não enfrenta os fundamentos empregados na decisão recorrida. Dito de outro modo, é o recurso que não ataca, de forma específica, a decisão contra a qual se insurge. É o que ocorre, por exemplo, quando o autor tem seu pedido julgado improcedente e recorre apenas transcrevendo o que já havia escrito na petição inicial, sem questionar ou combater os fundamentos invocados pelo magistrado na sentença. No Recurso não há possibilidade de se derrubar uma decisão sem que se ataque os fundamentos nela contidos. É preciso demonstrar que os fundamentos são frágeis, ou até mesmo impossíveis. É preciso atacar aos fundamentos.
Recurso inadmissível: Se você reparar bem, irá perceber que "recurso prejudicado" e "recurso que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida" são, na verdade, espécies de "recurso inadmissível".
Recurso prejudicado = falta superveniente de interesse recursal (falta de um requisito intrínseco).
Recurso que não tenha impugnado = defeito na regularidade formal (falta de um requisito extrínseco).
Desse modo, ambas hipóteses poderiam ser abarcadas pelo recurso inadmissível, mas o legislador optou por prevê-las de forma expressa e separada.
Prazo para que o recorrente faça o saneamento do vício ou complemente a documentação: O CPC inovou ao trazer uma regra dizendo que o Relator, antes de inadmitir o recurso, deverá dar a oportunidade para que o recorrente corrija o vício que ele detectou ou traga aos autos a documentação que está faltando. Veja:
Art. 932 (...) Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.
Algumas observações: 
- Órgão Acor: Profere a decisão recorrida, 1 ou 2 instância 
- Órgão Ad Quem: Aquele que julga o recurso
O Relator, ao intimar o recorrente, deverá indicar com precisão o que deve ser corrigido ou completado (aplica-se, aqui, por analogia, o art. 321).
Esse prazo somente deverá ser concedido pelo Relator "quando o vício for sanável ou a irregularidade corrigível. Assim, por exemplo, tendo deixado o recorrente de impugnar especificamente as razões decisórias, não cabe regularização em razão do princípio da complementaridade, que estabelece a preclusão consumativa no ato de interposição do recurso. O mesmo se diga de um recurso intempestivo, quando o recorrente não terá como sanear o vício e por essa razão, não haverá motivo para a aplicação do art. 932, parágrafo único
Exemplos de vícios insanáveis: falta de interesse recursal, falta de repercussão geral no recurso extraordinário, existência de fatos impeditivos ou extintivos, intempestividade.
Vale ressaltar que, se o vício for sanável, a doutrina afirma que, neste caso, é dever do magistrado dar a oportunidade para que ele seja corrigido. Enunciado 82 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: É dever do relator, e não faculdade, conceder o prazo ao recorrente para sanar o vício ou complementar a documentação exigível, antes de inadmitir qualquer recurso, inclusive os excepcionais.
No caso de recurso intempestivo, como vimos acima, este vício é insanável. No entanto, a doutrina defende que, mesmo assim, o Relator deverá dar oportunidade para que o recorrente diga se houve algum motivo que fez com que o prazo se prorrogasse, ficasse suspenso ou interrompido. 
Vícios formais. A 1ª Turma do STF decidiu que: O prazo de 5 dias previsto no parágrafo único do art. 932 do CPC só se aplica aos casos em que seja necessário sanar vícios formais, como ausência de procuração ou de assinatura, e não à complementação da fundamentação. Assim, esse dispositivo não incide nos casos em que o recorrente não ataca todos os fundamentos da decisão recorrida. Isso porque, nesta hipótese, seria necessária a complementação das razões do recurso, o que não é permitido.
- Em regra, uma decisão de um recurso deve ser proferida por um órgão colegiado, mas o CPC traz hipótese expressa em que a decisão do mérito do recurso poderá ser dada por meio de uma decisão monocrática proferida por um relator. O Art. 932, IV e V, prevê as possibilidades em que o relator poderá julgar monocraticamente improvido ou provido um recurso. Tais hipóteses estão relacionadas à força vinculante dos precedentes judiciais que servem de direcionamento para as decisões judiciais no caso concreto dentro de diversas hipóteses legais e, uma delas, é a sua aplicação no julgamento dos recursos por meio de uma decisão monocrática proferida pelo Relator, onde o recurso será julgado improvido quando as razões recursais forem contrárias aos precedentes e; será julgado provido quando a decisão recorrida estiver contrária aos precedentes
Para a decisão de improvimento, o relator não fará a intimação do recorrido para apresentar as contrarrazões tendo em vista que essa decisão não lhe trará prejuízo.
Por outro lado, o relator somente poderá julgar provido o recurso depois que intimar o recorrido para apresentar as contrarrazões, já que essa decisão lhe trará verdadeiro prejuízo, sendo necessária concretização do contraditório nos termos dos artigos 9º e 10, do CPC
Por fim, é importante deixar registrado que dessa decisão monocrática cabe a interposição do recurso de Agravo Interno, previsto no artigo 1.021, CPC/2015 por ser uma decisão proferida por um relator.
Decisão de Mérito:
Art. 932 ... IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resoluçãode demandas repetitivas ou de assunção de competência;
Segundo Alexandre Câmara, o Art. 932, V, do CPC, ao exigir a prévia oitiva do agravado antes de se dar provimento a um recurso, só se aplica aos AGRAVOS DE INSTRUMENTO interpostos contra decisão interlocutória proferida após a citação do demandado. No caso das decisões que devem ser proferidas inaudita altera parte, não há essa exigência, e é perfeitamente possível o provimento do recurso sem prévia abertura de prazo para oferecimento de contrarrazões. APELAÇÕES não entram nesta incidência do inciso V
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.
§1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente.
§2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores.
Exemplo:
Menor vítima de acidente, hospitalizado. Sentença condena o causador a pagar o tratamento médico, além de danos. A apelação é distribuída e depois disso o menor morre. Com base no 933, o Relator abre vistas para manifestações das partes em razão do fato superveniente
· Existência de questão apreciável: Questões preliminares do Art. 337 CPC: “inexistência ou nulidade da citação; incompetência absoluta e relativa; perempção; coisa julgada; conexão; ausência de legitimidade ou de interesse processual, decadência
§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
· Então todas as preliminares, exceto duas, incompetência relativa e a questão da arbitragem, o juiz conhece de ofício
OBS: Principio Geral do CPC – Artigo 10: “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”. Princípio da não surpresa
Parágrafo 1: Constatada a questão preliminar ou o fato superveniente, dá-se as partes prazo de manifestação com a paralização do processo
Art. 934. Em seguida, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.
OBS: o Presidente em questão é o do Órgão fracionário
Questão: Será que a secretaria do Órgão fracionário pode publicar a pauta sem um prazo mínimo determinado?
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. §1º Às partes será permitida vista dos autos em cartório após a publicação da pauta de julgamento. §2º Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.
Este prazo de 5 dias, que antes do novo CPC era de 48 horas, é contado em dias corridos ou úteis? Resposta no CPC:
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
Art. 224. § 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da publicação.
EXEMPLO: 
23 - sexta-feira – Publicação em Diário Oficial
26 - segunda-feira – Primeiro dia do prazo em lei
02 - segunda-feira – Sessão 
OBS: as pautas não se comunicam e, portanto, aqueles processos que estavam em pauta mas não foram julgados não entram automaticamente na próxima pauta, sendo necessário uma nova inserção em pauta, a não ser que já tenha sido iniciado o julgamento
Ordem do Julgamento:
Após preferências legais e regimentais do Artigo 1048 dá-se o julgamento na seguinte ordem:
Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem: I – aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimentos; II – os requerimentos de preferência apresentados até o início da sessão de julgamento; III – aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e IV – os demais casos.
OBS: para ter direito a prioridade em razão da sustentação oral, é preciso que o advogado se antecipe, ou seja, solicite previamente a sustentação
Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:
Ordem de pronunciamentos na sessão:
1 – Relator;
2 – Partes que queiram se manifestar, recorrente e recorrido;
3 – Ministério Público em casos de sua intervenção
Questão Importante!
O texto fala em Recorrente e Recorrido, portanto, fala-se em Recurso, mas e os casos de competência originaria do Tribunal, ou seja, Réu e Autor? O CPC exclui essas possibilidades? NÃO... a ordem é para qualquer processo!
Após o Voto do Relator, que não pode acontecer antes das Sustentações Orais, não poderá acontecer nenhum tipo de sustentação, já que o contraditório só se dá entre as partes, Artigo sétimo do Estatuto da Advocacia
São hipóteses de sustentação oral:
I – no recurso de apelação – Sempre haverá por refutar uma sentença
II – no recurso ordinário – Tendo o mesmo tratamento da Apelação
III – no recurso especial – STJ
IV – no recurso extraordinário - STF
V – nos embargos de divergência – Necessidade de uniformização da Jurisprudência
VI – na ação rescisória, no mandado de segurança e na reclamação – Competência Originária
VII – (VETADO);
VIII – no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;
IX – em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.
§3º Nos processos de competência originária previstos no inciso VI, caberá sustentação oral no AGRAVO INTERNO interposto contra decisão de relator que o extinga.
§4º sustentação oral por meio de videoconferência
Julgamento:
Juízo de admissibilidade:
Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão. §1º Constatada a ocorrência de vício sanável, inclusive aquele que possa ser conhecido de ofício, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, intimadas as partes. §2º Cumprida a diligência de que trata o § 1º, o relator, sempre que possível, prosseguirá no julgamento do recurso. §3º Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução. §4º Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1º e 3º poderão ser determinadas pelo órgão competente para julgamento do recurso.
Neste ponto, o Relator Conhece ou Não Conhece do recurso, mas pode acontecer da questão preliminar ser suscitada em sustentação oral de sessão, assim, cabe aos juízes enfrentarem a mesma
Juízo de Mérito:
Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o julgamento da matéria principal, sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na preliminar.
Todos os juízes, inclusive os vencidos deverão julgar o mérito
Pedido devistas:
Art. 940. O relator ou outro juiz que não se considerar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será reincluído em pauta para julgamento na sessão seguinte à data da devolução. § 1º Se os autos não forem devolvidos tempestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequente, com publicação da pauta em que for incluído. § 2º Quando requisitar os autos na forma do § 1º, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o presidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.
Questões:
Dez dias de prazo, prorrogáveis por mais dez para os juízes ainda não aptos a proferirem o voto. Será reincluído em pauta na sessão imediatamente seguinte a data da devolução, voltando com o voto de vistas sendo o autor deste pedido o primeiro a proferir o voto.
§ 1º: Prorrogação e em caso de desrespeito ao prazo, cabe ao Presidente do Órgão Fracionário proceder com a requisição do processo para julgamento
§ 2º: possibilidade de substituição do Juiz que não se sentir habilitado a votar
Proclamação Do Resultado Do Julgamento:
Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor. § 1º O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído. § 2º No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes. § 3º O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.
Acórdão: Art. 204 CPC: “Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais” É a decisão do colegiado. Enquanto a sentença é a decisão de um órgão singular. Agora, a sentença é muito mais simples: relatório – fundamentação – dispositivos. No acordão se tem: Relatório – votos – sustentação oral... até o resultado final. Então esse acordão não pode ser uma reprodução de tudo que aconteceu. Ele tem que ser os pontos mais relevantes. Trata-se de uma representação, resumida, da conclusão a que se chegou, não abrangendo toda a extensão e discussão em que se pautou o julgado, mas tão-somente os principais pontos da discussão. Não será publicado na íntegra, o que vai no diário é a ementa, quem quiser o inteiro teor que busque. Acordão traz uma representação resumida. 
 
Questões:
“o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor”: Relator, primeiro e segundo votos são favoráveis. Em seguida três votos seguidos contrários, sendo a contrariedade vencedora no exame. Fará o relatório o autor do primeiro voto vencedor, portanto o autor do terceiro voto fará o mesmo
“O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído”: Possibilidade de mudança de voto durante o julgamento, e até a proclamação do resultado pelo presidente do Órgão fracionário 
“No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes” 
“O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento”: Voto vencido parte do acórdão inclusive o Prequestionamento, que é a alegação prévia e análise pelo órgão julgador a quo da matéria de interesse do recorrente, para que um recurso excepcional seja recebido pelas instâncias superiores
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
A possibilidade de se recorrer é consequência de um princípio, que não está expresso na constituição, pelo menos não explícito, que é o duplo grau de jurisdição, a ideia de que se deve ter a possibilidade de rever uma decisão judicial que não lhe agradou. Esse princípio está expresso no pacto de São José da Costa Rica, convenção de direitos humanos. Por se tratar de um tratado que o Brasil subscreve, ele agrega ao nosso ordenamento. 
RECURSO é um meio voluntário de impugnar decisões judiciais, capaz de produzir, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração do pronunciamento impugnado.
Recurso é voluntário: O recurso é consequência da iniciativa da parte, tem que ser interposto, não se fala proposto, não se propõe o recurso, se propõe uma demanda, a ação. Tudo que automático não é recurso, tudo que for ex oficio não é recurso, como por exemplo a remessa necessária, que se dá ex oficio. 
Remessa Necessária: Art. 496 do CPC
“Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:”
É um duplo grau obrigatório, a parte não precisa tomar iniciativa, por isso não pode ser classificada/considerada como recurso. 
Pressupostos: são requisitos formais dos recursos, analisados no juízo de admissibilidade do recurso, que implicam, caso algum deles esteja ausente, a não admissão do recurso.
Requisitos intrínsecos: cabimento/adequação: ato impugnado suscetível de ataque; legitimidade: parte vencida, terceiro prejudicado e MP na qualidade de fiscal da ordem jurídica (o amicus curie pode ingressar apenas com embargos de declaração e IRDR); interesse: demonstração da necessidade de ajuizamento do recurso e a adequação do expediente recursal escolhidos; inexistência de: o fato impeditivo: parte proibida de falar nos autos (ex. abuso processual e litigância de má-fé) e desistência; e o extintivo: renúncia e aquiescência à decisão.
Requisitos extrínsecos: tempestividade recursal: prazo (em regra, 15 dias); regularidade formal: exigências formais para que possa ser admitido; Preparo: pagamento das custas processuais incidentes sobre aquela espécie recursal, e a respectiva comprovação no ato de interposição recursal.
Questão: Quem recorre pode estar querendo um desses quatro possíveis resultados: a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração do pronunciamento impugnado. São os possíveis resultados do RECURSO:
- REFORMA
- INVALIDAÇÃO
- ESCLARECIMENTO
- INTEGRAÇÃO
REFORMA: Na apreciação do recurso, o relator ou o órgão colegiado pode reformar a decisão, quando, por exemplo, se convence da prova dos autos no sentido contrário à decisão recorrida; nesse caso, “o julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso” (art. 1.008, CPC). Ou seja, MUDA a decisão proferida. O recorrente afirma a existência, no provimento recorrido, de um error in judicando (erro de julgamento). Ocorre o error in judicando quando ocorre um equívoco na conclusão da decisão recorrida. Exemplos:
Decisão que condena o réu a cumprir obrigação que não era verdadeiramente devida; Decisão que anula contrato que não apresenta qualquer vício; Decisão que declara a falsidade de um documento autêntico; Decisão que afirma ser o réu pai do autor quando ele não é.
 
Em matéria processual: Decisão que declara correto o valor da causa que está errado; Decisão que afirma faltar uma condição da ação quando estão todas presentes; Decisão que nega a gratuidade de justiça ao autor que, de fato, apresenta insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios.
INVALIDAÇÃO: Outra consequência do recurso é a invalidação da decisão atacada, caso em que haverá necessidade de se renovar a prática do ato ou abstenção da conduta, como ocorre, ilustrativamente, em caso de cerceamento do direito de produção de provas, exclusão de litisconsorte ou penhora indevida de bens. O recorrente afirma a existência, no provimento recorrido, de um error in procedendo (erro de atividade). Ocorre o error in procedendo quando o magistrado descumpre uma norma de naturezaprocessual, acarretando a nulidade da decisão, que apresenta um vício na atividade jurisdicional. Quando há error in procedendo pouco importa a conclusão a que chega o pronunciamento recorrido eis que a atividade jurisdicional está comprometida. Exemplos:
Decisão não fundamentada; Decisão proferida por juízo absolutamente incompetente; Decisão que julga o mérito quando já há coisa julgada.
As decisões judiciais que incorrem em error in procedendo devem ser anuladas para que outra seja proferida imune de vícios. 
O erro in procedendo é um erro na atividade do juiz, ele está produzindo uma decisão nula, não porque ele tem um entendimento diferente do tribunal, não sabe conduzir um processo. O juiz viola a lei processual na condução do processo. SEMPRE A LEI PROCESSUAL. A decisão não é reformada, é anulada. O vício não está na conclusão, está na ATIVIDADE JURIDISCIONAL. A conclusão pode ser perfeita em termo de conteúdo, mas ele cometeu um erro terrível na condução do processo, vai ter que anular. 
ESCLARECIMENTO: O recurso pode ter por finalidade o esclarecimento de obscuridade ou contradição de algum ponto, supressão de omissão ou correção de erro material, pleito que pode ser veiculado por embargos de declaração (art. 1.022 e ss., CPC).
O recorrente afirma que a decisão proferida pelo órgão judicial é obscura ou contraditória. Não se quer uma nova decisão, se quer um esclarecimento daquela decisão que está confusa
Nestas hipóteses é possível a interposição de recurso tendo por fim o esclarecimento da decisão. O que se pretende nestas situações é que o juízo prolator reexprima o que já havia afirmado em sua decisão, mas que não havia sido expresso de forma clara.
Neste caso o recurso não é destinado a provocar uma nova decisão sobre a questão, mas sim a fazer com que o juízo reafirme, em termos mais claros, o que já havia sido dito anteriormente. Trata-se de situação em que a atividade de julgamento já se encerrou, havendo vício tão-somente de expressão de ideias.
Recurso cabível - Embargos de Declaração - Art. 1.022, I: Decisão obscura: Decisão judicial cujo texto é, no todo ou em parte, incompreensível. Decisão contraditória: Pronunciamento judicial contém postulados incompatíveis entre si. Contradição interna! Embargos de Declaração acolhidos sem efeito modificativo, apenas para prestar esclarecimentos
 
INTEGRAÇÃO: SUPRIR omissões, a decisão foi omissa, o juiz não falou sobre determinado ponto que se queria que ele falasse, se provoca o juiz. 
Decisão citra petita: decisão que deixa de examinar alguma demanda proposta. Assim, o recurso será destinado a suprir omissões verificadas na decisão judicial (e também aqui o recurso será de embargos de declaração – art. 1.022, II,*). No entanto, a hipótese, agora, difere da anterior, eis que a atividade de julgamento não se encerrou, haja vista ter o juízo omitido uma questão sobre a qual deveria ter se pronunciado. Neste caso não se deseja apenas que o juízo reexprima o que já havia dito, mas se pretende reabrir a atividade decisória, com a apreciação de questão que ainda não havia sido apreciada.
 
Note-se que, acolhidos os embargos, o resultado final do processo pode ser inteiramente modificado, e a parte que havia sucumbido, pode passar a vencedora. São os chamados “embargos de declaração com efeitos infringentes” ou “embargos de declaração com efeitos modificativos”, de existência controvertida.
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: (...) § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: (...) IV não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
 
INFIRMAR: enfraquecer, tirar a força, a autoridade, a eficácia de...
É um argumento que vai de alguma forma enfraquecer a decisão. Então, todos os argumentos contrários a decisão que se vai tomar, tem que ser enfrentados e afastados, pois se um sobreviver, a decisão será omissa.
E os argumentos capazes de confirmar a decisão? Também é necessário enfrentar todos? Não. Nesse caso, ele poderá utilizar de somente um para fundamentar a sua decisão. Ou seja, se houver o autor com 5 fundamentos e o réu com 3 fundamentos e ele julgar o processo procedente, o juiz terá que enfrentar nesse processo pelo menos 4 fundamentos: os 3 do réu (porque o julgamento o prejudicou) e pelo menos 1 do autor, para fundamentar a decisão. Por isso é obrigatório que o juiz enfrente todos os argumentos contrário a sua decisão.
RECURSO: “impedir que a decisão impugnada se torne preclusa ou transite em julgado.” Enquanto pende recurso, não há trânsito em julgado, uma forma de impedir o trânsito em julgado é recorrer.
Questão: Qual a diferença entre preclusa e transitada em julgado?
Preclusão: Se perde a faculdade de se praticar um ato processual em virtude do tempo, se perde o prazo, ou até de outras circunstâncias, pois se tem a preclusão temporal, lógica e consumativa. Quando se tem um prazo para interpor recurso de qualquer decisão, se não se interpõe, não se muda mais aquela decisão. Se for uma decisão interlocutória, não é comum se falar transitou em julgado, a decisão interlocutória, qualquer que seja, quando não se recorre no prazo que a lei prevê, ela está preclusa. Agora, a sentença, quando não se recorre ela transita em julgado, é uma decisão final. 
Impugnação de decisões judiciais: Somente se recorre de decisões, o que não for é irrecorrível. São provimentos jurisdicionais: Sentença, decisão interlocutória e despacho. Somente os dois primeiros são recorríveis, pois são decisões. O despacho não tem conteúdo decisório, não é à toa que a lei estabelece que não cabe recurso. “Art. 1001. Dos despachos não cabe recurso”. O despacho mais evidente é “cita-se o réu” despacho liminar positivo, o juiz manda citar o réu, não é uma decisão, é uma consequência de uma avaliação positiva da petição inicial que preenche os requisitos, não é uma decisão, portanto não cabe recurso.
Questão: Tem que ser decisão para ser recorrível, mas toda decisão é recorrível?
Não, nem toda decisão judicial recorrível, as vezes o CPC veda essa possibilidade, ele vai dizer que não cabe recurso. Ex.1: Art. 1007, § 6º do CPC. “No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. § 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo.
O relator tem que fazer o papel de juiz de primeira no tribunal, quando chega lá o recurso, tem que ter o comprovante de recolhimento das custas. Caso não estejam, ele dá uma nova oportunidade, mas para recolhimento em dobro. E se mesmo assim não recolheu ou recolheu a menor, se aplica pena de deserção, está deserto, não tem como mais se recorrer. Mas, se o recorrente provar justo impedimento (dificuldade que extrapola qualquer possibilidade que a parte teria de recolher, ex. greve geral, o sistema todo caiu, algo muito grave que justifique) com isso, o relator relava e essa decisão é irrecorrível. Ex.2: Art. 1.031. § 2º
MODALIDADES DE RECURSOS:
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação;
II - agravo de instrumento;
III - agravo interno;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.
Essas são modalidade de recursos que estão previstos no CPC. Mas existem outros que estão em leis especiais. Por exemplo: o recurso inominado do Juizado Especial.
PRINCÍPIOS QUE REGEM OS RECURSOS NO CPC:
- Princípio da Taxatividade;
- Princípio da Unirrecorribilidade ou Singularidade Recursal;
- Princípio da Vedação Reformatio in Pejus;
- Princípio da Fungibilidade;
- Princípio do Duplo Grau de Jurisdição.
Princípio da Taxatividade: Os recursos existem em números clausus na lei, istoé, em um rol taxativo ou fechado no ordenamento jurídico. Só é recurso o que a lei considera como tal. No CPC os recursos são os previstos no Artigo 994, como vimos anteriormente. Fora do CPC, na Lei 9.099/95, que se aplica aos juizados especiais dos Estados e completa o regramento dos juizados especiais federais e dos juizados especiais da Fazenda Pública, existe a previsão de um recurso a ser usado, em 10 dias, contra a sentença (art. 41 á 43). Ele foi denominado "Recurso Inominado" na doutrina, porquanto desprovido de nome legal. OBS: Não é apelação, pois na apelação o prazo é de 15 dias e este é de 10; a apelação vai para o tribunal e este vai para turma recursal.
Princípio da unirrecorribilidade ou singularidade recursal: Contra cada decisão o mesmo legitimado só pode interpor um único recurso em cada oportunidade. Por tanto, o mesmo legitimado não pode manejar contra a mesma decisão dois ou mais recursos, de uma só vez (Essa é a regra geral). Em razão disso e do efeito interruptivo que os declaratórios quando os embargos de declaração concorrerem com outro recurso, eles sempre serão opostos sozinhos em primeiro lugar, pois a mera interposição dos embargos interrompe os prazos dos demais recursos. Então, os embargos serão processados, decidido e as partes intimadas dessa decisão, intimação essa que reabre do zero os prazos para interposição dos demais recursos. O efeito interruptivo dos embargos ocorre em qualquer processo, dentro do juizado especial ou fora dele
Princípio da vedação da “reformatio in pejus”: Existem duas espécies de sucumbência a unilateral e a recíproca a primeira ocorre quando apenas o autor ou o réu é derrotado. A secunda se verifica quando autor e réu são simultaneamente vencedores e vencidos quando houver sucumbência recíproca ambas as partes podem recorrer, mas isso não significa que elas recorrerão, se houver sucumbência recíproca e ambas as partes recorrerem, a decisão pode ser mantida ou modificada em qualquer sentido, porém, se houver sucumbência recíproca e apenas o autor ou o réu recorrer, a decisão recorrida poderá ser mantida ou reformada para melhorar a situação do recorrente, não para agrava-la (Reforma para pior). Entretanto esse princípio possui uma exceção ligada as matérias de ordem pública, assim entendidas algumas temáticas que o órgão judicial pode (deve) declarar de ofício porque interessa não só as partes, mas também a jurisdição. Além da prescrição e decadência que são temas de direito material, também são matérias de ordem pública todas as preliminares do 337, com exceção da incompetência relativa e da convenção de arbitragem.
Princípio da fungibilidade processual: A fungibilidade recursal consiste no recebimento de um recurso inadequado em lugar do recurso que seria o correto para o tipo da decisão recorrida. No CPC de 1939, a fungibilidade recursal estava prevista em termos genéricos e a utilização dela dependia apenas da inexistência de erro grosseiro e de má-fé por parte do recorrente. O CPC de 1973 silenciou sobre a fungibilidade porque imaginou que o seu sistema recursal, demasiadamente simples não geraria dúvida sobre qual recurso interpor nos casos concretos. Essa suposição não se confirmou na prática e por isso doutrina e jurisprudência passaram a admitir a fungibilidade entre recursos se existisse, no caso, duvida objetiva a respeito do recurso cabível. Uma orientação minoritária a época também exigia o requisito da tempestividade, isto é, que o recurso inadequado fosse manejado no prazo do recurso correto. O CPC de 2015 não contem norma genérica sobre a fungibilidade para toda e qualquer recurso, senão apenas duas previsões para situações especificas.
Principio da personalidade dos recursos: Evidentemente que quando você recorre é porque se quer melhorar a situação e não piorar. Portanto, o recurso serve para que a parte que não alcançou o que queria na primeira instância, tente conseguir em segunda. Então, se você recorrer, o tribunal só poderá melhorar o seu recurso (a não ser que a outra parte recorra também, e sendo contemplada, pode piorar). Então, pelo fato do Tribunal só poder apreciar o que está no recurso e pelo fato do recurso só poder te trazer vantagens, surge o princípio da personalidade dos recursos. O Tribunal ao julgar o recurso ele não pode piorar a situação de quem recorreu em benefício de quem não recorreu, pois isso seria “reformatio in pejus”. Portanto, essa parte só pode melhorar ou ficar do mesmo jeito, nunca piorar (a não ser se as duas partes recorrerem, ai é liberado). Uma importante consequência deste efeito é o princípio da personalidade dos recursos, pelo qual o recurso só aproveita ao recorrente, não podendo beneficiar a parte que não interpôs recurso
OS EFEITOS DOS RECURSOS:
•	efeito suspensivo
•	efeito devolutivo
•	efeito obstativo
•	efeito substitutivo
•	efeito translativo
•	efeito regressivo
EFEITO OBSTATIVO: Obstar significa impedir. Ou ele impede o trânsito em julgado (porque enquanto há recurso pendente de julgamento, não há trânsito em julgado), então ele OBSTA o trânsito em julgado. Ou impede a preclusão, por que preclusão? porque quando for recurso em face de uma decisão interlocutória não se fala em trânsito em julgado e sim em preclusão. É uma característica de todo e qualquer recurso.
EFEITO DEVOLUTIVO: Consiste em transferir, para órgão diverso daquele que proferiu a decisão recorrida, o conhecimento da matéria impugnada. Consiste em levar ao órgão ad quem o conhecimento do que foi objeto de impugnação. O efeito devolutivo é a manifestação do princípio dispositivo, já que permite ao recorrente estabelecer os limites dentro dos quais o órgão ad quem poderá apreciar a pretensão manifestada. Quer-se dizer, com isto, que o órgão ad quem está adstrito ao que foi, efetivamente, objeto de impugnação, não podendo julgar extra, ultra ou citra petita. Devolve-se ao órgão ad quem aquilo que foi objeto de impugnação, ressalvadas as matérias que podem ser conhecidas de ofício, como as questões de ordem pública.
“tantum devolutum quantum apelatum”: O princípio do tantum devolutum quantum appellatum é manifestação do princípio devolutivo. Assim, pelo princípio dispositivo, a parte dispõe do seu direito para apelar somente daquilo que desejar (evidentemente, no limite do que perdeu) e o Tribunal, em atenção ao princípio da inércia, somente poderão conhecer daquilo que a parte recorreu. Esta regra vem prevista no art. 515 do CPC, sendo que o Tribunal não poderá conhecer de matéria que não foi veiculada no pedido da apelação. Portanto, na parte em que não houver impugnação, o Tribunal não pode manifestar-se. Assim, o pedido formulado em apelação restringe a decisão do órgão ad quem. É por isso que fica proibida a reformatio in pejus (reforma para pior). Veja: se o Tribunal está limitado àquilo que a parte recorreu e a parte sempre recorre para melhorar sua situação, por certo não poderá haver reforma para pior.
Exemplo: se eu fui condenado a pagar R$ 1.000,00 e apelar apenas de R$ 800,00, apenas de R$ 800,00 que o Tribunal poderá julgar. Ele pode até não me dar os R$ 800,00, mas nunca poderá me condenar a pagar R$ 1.500,00, pois o Tribunal não pode piorar a situação da parte.
Como exceção à regra nós temos alguns casos:
a) as matérias de ordem pública: é importante que se saiba que as matérias de ordem pública possuem livre acesso ao Tribunal, independente de provocação da parte, pois elas podem ser conhecidas a qualquer tempo e grau de jurisdição.
b) supressão de instância pelo tribunal: poderá o Tribunal conhecer acerca de toda matéria de mérito quando o Juiz da causa proferir uma sentença terminativa (art. 267). Tal situação só poderá acontecer se a matéria for de direito e estiver em condições de imediato julgamento.
Exemplo: o autor propõe uma ação qualquer contra o réu. O réu se defende e levanta uma preliminar de ilegitimidade de parte do autor. O Juiz acolhe a preliminar e extingue o processo sem resolução de mérito. A parte apela e a única matéria da qual requereu a reforma foi acerca dailegitimidade (afinal, é a única matéria que consta da sentença). O Tribunal não só verifica a legitimidade como também observa que a matéria da qual as partes controvertem é exclusivamente de direito (não haverá necessidade de produção de provas em audiência) e está em condições de imediato julgamento. Assim, o Tribunal conhece toda a matéria do processo e julga como se primeira instância fosse.
Questões: O efeito devolutivo e suspensivo são os mais importantes. Quando se ouvir “o recurso foi recebido em duplo efeito”, entende-se que ele terá o efeito devolutivo e o efeito suspensivo. A palavra “devolutivo” no “juridiquês” perde o seu significado usual e ganha um outro significado. Porque quando a gente fala “devolver” entende-se como se estivesse restituindo algo. Mas nesse caso não significa isso! Aqui tem o sentido de TRANSFERIR. O efeito devolutivo consiste em transferir para órgão diverso daquele que proferiu a decisão a matéria impugnada.
O que não for impugnado não será conhecido. Ou seja, se você não impugnar alguma parte da decisão anterior, o tribunal não irá julgar sobre aquela parte. Isso quer dizer que se você só impugnou uma parte da decisão, somente esta será verificada no recurso. E a outra parte que você não impugnou é como se tivesse um trânsito em julgado em relação a ela, porque você nunca mais poderá discutir aquele fato. O princípio da congruência: diz que o juiz não pode decidir fora do pedido. E por esse motivo, ele fica vinculado ao pedido. E o Tribunal fica vinculado ao recurso, ao que foi impugnado.
IMPORTANTE: Os EMBARGOS DE DECLARAÇÃO não tem efeito devolutivo, porque o embargo é para o próprio juiz que julgou o processo. Ou seja, o embargo não é um recurso que transfere para outro órgão, é o mesmo juiz. Então é possível dizer que os embargos de declaração é o único recurso que não tem efeito devolutivo no CPC. Mas isso não tira a natureza recursal dos embargos de declaração.
Obs.: Os tribunais tem entendido que os Embargos de Declaração devem ser julgados pelo JUIZO e não pelo juiz que deu a decisão. Por exemplo: em um processo que foi julgado por juiz substituto e na entrada do embargo o juiz titular já tinha voltado. Quem julga o embargo? A doutrina tem entendido que quem julga é o JUIZO. Ou seja, nesse caso seria o juiz titular.
O QUE É EFEITO DEVOLUTIVO DIFERIDO?
Ocorre quando o conhecimento do recurso depende de recurso a ser interposto contra outra ou a mesma decisão. No primeiro caso, pode-se dar como exemplo a necessidade de a apelação ser conhecida para que a impugnação da decisão interlocutória não recorrível por agravo de instrumento ser julgada em seu mérito. No segundo pode-se lembrar do recurso especial e do extraordinário contra o mesmo acórdão, sempre que a análise do segundo dependa do conhecimento e julgamento do primeiro. Também o recurso adesivo, que somente será julgado se o recurso principal for conhecido e julgado em seu mérito.
EFEITO SUSPENSIVO: Integra o chamado “duplo efeito”, juntamente com o efeito devolutivo. O próprio nome já diz: suspender alguma coisa, mas suspender o que? Suspender a eficácia da decisão recorrida até que o recurso seja julgado. Às vezes se recorre, mas não se pode esperar até que o recurso seja julgado. O julgamento do recurso demora, e as vezes aquela decisão do primeiro grau vai te causar um dano, as vezes irreparável ou de difícil reparação. então é preciso suspender a eficácia daquela decisão para não lhe causar nenhum prejuízo. O julgamento do recurso demora, assim como o procedimento do primeiro grau até sair a sentença demora e não se pode esperar as vezes e pede uma tutela, é mais ou menos o que acontece aqui, se tem um periculum in mora, a decisão que se está impugnando vai causar um dano e as vezes se esperar até o recurso ser julgado já era. Se precisa suspender a eficácia daquela decisão. Regra Geral: Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso.
Efeito suspensivo é a paralisação da execução de uma sentença. É produzido por alguns tipos de recurso, seja por força de disposição legal ou de decisão judicial, e dura até que a causa interposta seja julgada. O efeito suspensivo automático advém da mera recorribilidade do ato, não decorrendo da interposição do recurso nem de sua aceitação ou de seu recebimento pelo órgão judicial. A apelação, em regra, é dotada do efeito suspensivo Art. 1.012 CPC
Cumprimento provisório da sentença: Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: (...)
 
Apelação terá efeito suspensivo, o Agravo de Instrumento não: Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e (...), o relator, no prazo de 5 (cinco) dias: I – poderá atribuir efeito suspensivo ao (...);
Lei 9.099/95 – Recurso Inominado: Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz (*) dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
LEI No 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985: Ação civil pública: Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
 
Efeito suspensivo concedido pelo relator: Art. 995. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. 	
 
O efeito suspensivo não é específico de recurso, existe outras situações em que o efeito suspensivo é cogitado:
Exemplo: quando o devedor está sendo executado, a decisão já transitou em julgado contra ele, já existe eventualmente um título executivo judicial ou extrajudicial, ele já está no papel de executado, durante a execução já existem atos tendentes a mexer em seu patrimônio, tornar o patrimônio indisponível, O executado tem como defesa na execução os chamados “embargos à execução”, e esses embargos não são considerados recurso, como vimos no art. 994 do CPC tudo que é considerado recurso, e lá não tem embargos à execução, constitui a instauração de um novo processo de conhecimento. Então, os embargos à execução podem ter efeitos suspensivos. Quando se entra com os embargos a execução, o que isso vai ajudar se a execução continuar? Enquanto se está nos embargos discutindo alguma ilegalidade, alguma situação que se acha que pode de alguma forma trazer algum benefício, se o juiz continua penhorando bem, os levando a leilão, talvez não vai adiantar muita coisa porque são atos irreversíveis. Os embargos a execução podem ter efeito suspensivo, embora não seja um recurso. Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. A execução continua a correr, não suspende a eficácia da decisão que determinou a execução dos bens, aquele procedimento de execução. § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante (quem entrou com os embargos), atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes. Efeito suspensivo é similar a uma tutela, para conferi-lo tem que estar presente o periculum in mora e o fumus. 
Exemplo: Todo juiz tem que ser imparcial. E nós temos situações que levam a uma presunção de imparcialidade, como quando o juiz for cônjuge, pai de uma das partes, se ele for parte. Porém, existem situações que se a lei não dissesse não ia ser tão evidente, como no caso de o juiz ter parentesco com o advogado de alguma das partes. O fato é que o juiz não pode atuar naquele determinado processo quando é impedido ou suspeito. Mas quando ele atua, a parte deve instaurar um incidente para avaliar esse impedimento ou suspeição, e nesse caso, poderá dar efeito suspensivo para que o juiz pare de praticar atos enquanto seja decidido o incidente em relação a sua parcialidade.Art 144 - IMPEDIMENTO. Muito grave, são situações que o juiz de cara tem que se declarar e se afastar. Art 145 - SUSPEIÇÃO. Questão mais subjetiva. Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, à parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instrui-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. § 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o incidente for recebido: I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; O relator desse incidente ele pode atribuir efeito suspensivo ou não, caso ele não atribua o processo vai andar. II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente. Nesse caso, o processo para até que seja julgado o incidente. “Periculum in mora e fumus”. Não se trata de um recurso, é um incidente que se vai instaurar tão logo se tome conhecimento do juiz que em tese não deveria estar ali naquele processo, teria que ter se afastado, como não se afastou voluntariamente, o juiz não pode impedir que o processo chegue na mesa dele, mas a partir do momento que ele toma conhecimento, se passa para outro. O problema é que tem juiz as vezes que não faz isso, entende que não é o caso. 
OBS: O efeito suspensivo nada tem a ver com a suspensão de prazo processual. O efeito suspensivo é suspenção da eficácia de uma decisão
O EMBARGO DE DECLARAÇÃO é um recurso (Art 994 do cpc), embora não tenha efeito devolutivo é recurso, é o único que não tem. Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. Ou seja, o fato de entrar com embargos de declaração não suspendem os efeitos da sentença. Mesmo que o recurso não tenha pela lei efeito suspensivo, o recurso pode dar. Agora, em relação a segunda parte desse artigo, os embargos de declaração interrompem o prazo para interposição de recurso porque, uma vez dada a sentença, se houver algum erro material ou obscuridade, primeiro é necessário entrar com os embargos de declaração para que seja sanado, para só então entrar com a apelação. Portanto, os embargos de declaração interrompem o prazo para a apelação, nesse caso, que é de 15 dias.
Exemplo: Saiu a sentença. No quarto dia, o advogado interpôs os embargos de declaração. Quanto tempo resta para o advogado interpor a apelação caso se continue vencido? A resposta são: 15 dias novamente, recomeça a contagem, uma vez que a interposição dos embargos interrompe o prazo. E quando se interrompe, zera a contagem. (E isso não tem nada a ver com o efeito suspensivo do recurso, e confunde muito, porque uma coisa é o prazo parar de correr e outra coisa totalmente diferente é a suspensão da eficácia da decisão, impedir que a decisão embargada produza efeito até que o recurso seja julgado). CUIDADO: A Lei 9099 fala diferente. 
Os recursos têm efeito suspensivo ou não tem? Todo recurso tem? Deve ter? A ideia de efeito suspensivo está ligada ao direito ao duplo grau de jurisdição e a ideia de que normalmente você recorre da decisão de primeiro grau e essas decisões são fruto de uma cabeça só e essa decisão deve ter a possibilidade de uma reavaliação, reexame por um colegiado, pois o juiz sozinho, órgão singular, pode errar e quando se leva para um reexame esses erros podem ser consertados, enfim, você não pode ser prejudicado pelo entendimento de uma só pessoa. Portanto, a ideia que orienta o efeito suspensivo é esse questionamento de que um juiz decide e você de repente já está sofrendo com os efeitos dessa decisão. No entanto, com o passar dos anos, a ideia de que você reserve a produção de qualquer efeito a uma confirmação daquela decisão por um tribunal, prejudica as vezes o outro lado, a parte que ganhou, mas por enquanto nada, pois ele não pode tirar qualquer vantagem dessa decisão pois ela não foi confirmada, porque fica completamente suspensa quando a outra parte recorre.
O próprio juiz pode conferir efeito suspensivo a um recurso ou qualquer que seja o ato que não possui esse efeito suspensivo:
“Art. 919. Os embargos à execução não terão efeito suspensivo. § 1º O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes”.
“Art. 1.026. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. § 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação”.
IMPORTANTE:
Na contramão diz o CPC: “Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo”
Porém, há exceções em que a apelação não possuirá efeito suspensivo. Por exemplo: ação de alimento. “§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição”.
A apelação é, basicamente, o único recurso que tem efeito suspensivo, os demais não tem, agravo de instrumento, embargo de declaração, recurso especial e extraordinário. Detalhe: a quem se pede o efeito suspensivo quando é o caso de exceção na apelação? A apelação é um recurso que se pede ao juiz de primeiro grau que a encaminhe ao Tribunal, e o juiz intima o apelado para apresentar as contrarrazões. Não vai apreciar qualquer pedido que se faça que não seja o de intimação para as contrarrazões e encaminhamento ao tribunal. Se quiser efeito suspensivo:
Art. 1011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator: I - decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V; II - se não for o caso de decisão monocrática, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado.
CURIOSIDADE DO CPC: olhando o art. 932, que fala das atribuições do relator, não possui nenhum inciso falando sobre essa atribuição de atribuir o efeito suspensivo. Isso na verdade, é uma pegadinha da lei, pois o legislador não colocou no 932, mas colocou no 995, parágrafo único essa previsão.
EFEITO TRANSLATIVO: Para entender esse efeito, primeiramente é necessário relembrar o efeito devolutivo: “O efeito devolutivo do recurso é o efeito recursal pelo qual a interposição do recurso transfere ao órgão ad quem o reexame da matéria que se impugna”. Esse efeito devolutivo é consequência do princípio da congruência ou adstrição (art. 492 do CPC), ou seja, você limita a jurisdição do tribunal ao impugnar somente uma parte ou toda a decisão. Existem questões que mesmo que não tenha sido objeto do recurso, o Tribunal está autorizado pela lei a enfrentá-las de ofício (ex oficio), pois constituem matéria de ordem pública. São questões que pouco importa se o recorrente falou ou não, se o Tribunal se deparar com uma das exceções ele vai ter que julgar pois constituem matéria de ordem pública. O efeito translativo é justamente essa exceção, ou seja, quando há matérias de ordem Pública que não precisam ser impugnadas, questionadas, o Tribunal enfrenta de ofício, pois é interesse da justiça, essas questões não podem levar ao trânsito em julgado, porque irão macular o próprio trânsito em julgado, que irão dar margem a uma ação rescisória.
Essas questões estão no art. 485, § 3º do CPC. Artigo que prevê a prolação de sentença sem resolução do mérito, justamente porque tem um vício grave que impede esse julgamento. 
“Art. 485. § 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI eIX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado”. 
Ou seja, isso pode ser um recurso para um tribunal local, no STJ, no Supremo quando este vai ver algo que ninguém viu. Desde que não ocorra o trânsito em julgado, mas ocorrendo, dará margem a uma ação rescisória na maioria dos casos.
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
Se verificar essa ausência de pressupostos, deverá ser corrigido. Exemplo de pressupostos processuais: A parte não tem capacidade para estar em juízo, não tem capacidade processual. O incapaz está sem curador. São situações que o tribunal não precisa que ninguém provoque. V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
IMPORTANTE: o efeito translativo é uma mitigação ao efeito devolutivo. Porque o efeito devolutivo limita a apreciação do Tribunal ao que foi impugnado, enquanto o efeito translativo diz que há outras questões que o Tribunal está autorizado a apreciar e enfrentar de ofício. Por exemplo: incompetência absoluta do juízo. Uma matéria que era cível, passou a ser trabalhista. Uma questão como essa não foi percebida pelo juiz de primeiro grau, e chegando em grau de recurso ninguém arguiu. Mas isso é incompetência absoluta, podendo gerar uma ação rescisória. Ao chegar no Tribunal, ele extinguiu o processo ali, por faltar o pressuposto processual, que é matéria de ordem publica e o juiz em qualquer grau de jurisdição conhece de ofício. 
EFEITO SUBSTITUTIVO: Efeito substitutivo: Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso.
 
= Julgamento de Mérito
Sentença: Julgo Improcedente o pedido...
Apelação: Decisão reforma a sentença e julga procedente o pedido
- O julgamento proferido pelo tribunal substitui o julgamento do juízo a quo
Sentença: Julgo Improcedente o pedido...
Apelação: Decisão mantém na íntegra a sentença e julga improcedente o pedido
- O julgamento proferido pelo tribunal substitui o julgamento do juízo a quo
Sentença: Julgo Improcedente o pedido...
Apelação: Anula a sentença por error in procedendo
- O julgamento proferido pelo tribunal não substitui o julgamento do juízo a quo
Sentença: Julgo procedente o pedido...
Apelação: decisão mantém integralmente a sentença e julga procedente o pedido
- O julgamento proferido pelo tribunal substitui o julgamento do juízo a quo
Sentença: Julgo procedente o pedido...
Apelação: anula a sentença por error in procedendo
- O julgamento proferido pelo tribunal não substitui o julgamento do juízo a quo
Não é qualquer julgamento que substitui o anterior e sim, somente se houver julgamento do mérito! Pois se o recurso não foi admitido essa decisão não substitui a decisão anterior. SÓ HAVERÁ EFEITO SUBSTITUTIVO SE O RECURSO FOR JULGADO NO MÉRITO, COM ISSO APAGA A DECISÃO ANTERIOR, SEJA ELA QUAL FOR, E PASSA A VALER A DECISÃO DO TRIBUNAL, PORQUE ELA É SUPERIOR. Agora não é uma decisão de juiz de primeiro grau, é uma decisão de tribunal.
EFEITO REGRESSIVO: Regresso: Sentido de voltar atrás. Ocorre quando ao recorrer abre-se uma brecha para o juiz voltar atrás da sua decisão. Antes do recurso seguir em frente, o juiz exerce o chamado juízo de retratação. Esse efeito regressivo é o efeito pelo qual o recurso oferece ao juiz a possibilidade de exercer o juízo de retratação. O efeito regressivo existe em 3 situações:
DOIS CASOS NA APELAÇÃO:
Primeiro caso: Indeferimento da inicial. Se o juiz entender que a inicial não preenche os requisitos, ele pode dar prazo para emenda ou se ele ver que não é nem o caso da emenda, ele indefere. Dando o prazo para emenda, pode ser que a parte não atenda as recomendações dele, ele não pode simplesmente determinar a emenda, ele tem que dizer, isso vem com o CPC, ele tem que dizer de forma objetiva o que tem que ser consertado na inicial. Se a inicial acaba sendo indeferida, com ou sem emenda, a lei estabelece o prazo de 5 dias para o juiz se retratar. Mas e se o juiz fizer isso apenas do sexto ou sétimo dia? Não tem problema nenhum, é um prazo impróprio. Esse juízo de retratação diz respeito a evitar que uma questão que possa ser superada por uma emenda, retificação, leve a parte a em um outro processo fazer tudo de novo, se ainda é possível consertar, e eventualmente a parte ao recorrer ele já traz a situação sanada, então o juiz pode se retratar e o processo seguir adiante.
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. Se a inicial é indeferida, a lei estabelece o prazo de 5 dias para o juiz se retratar. § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. Se não houver, haverá a citação do réu para oferecer as contrarrazões.
Por que é citar? Porque o réu ainda nem é réu, nem está integrado a relação jurídica processual porque ainda não foi citado.
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: § 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. Prazo de 5 dias que não terá consequências se o ultrapassar.
Segundo caso: Improcedência liminar do pedido. O juiz faz isso nas situações que estão previstas no CPC: Ex: quando a questão é puramente de direito, não há necessidade de instrução, e ele verificada que o pedido contraria uma sumula d o STF, STJ, ou um entendimento fixado em recursos repetitivos (IRDR), e também no caso do pedido contrariar uma súmula do próprio tribunal. Nesses casos, desde que não haja necessidade de instrução, sendo uma questão puramente de direito, o juiz PODE, não é obrigado, julgar improcedente o pedido de forma liminar. O autor ao recorrer, talvez demonstre para o juiz que não é bem o caso, que o caso é diferente da súmula, ou pode demonstrar uma superação da súmula, que os tribunais não estão mais se inspirando nela, se ele convencer o juiz, o juiz ao apreciar poderá se retratar em um prazo de 5 dias que não terá consequências se manifestar depois. 
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a CITAÇÃO do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. 
Importante dar atenção a citação! E não intimação.
Se o juiz se retratar, ele vai citar o réu para que o processo vá adiante, com a audiência de mediação/conciliação, de autocomposição, ou com a contestação se não for o caso dessa audiência. Se o direito for passível de autocomposição, então o juiz já vai designar uma data para essa audiência, e o réu vai comparecer ou se o réu não quiser conciliação, vai pedir para que seja cancelada essa audiência. Agora, se o juiz não se retratar, ele vai manter a improcedência e o réu será citado para contrarrazões. 
NO AGRAVO DE INSTRUMENTO: Agravo de Instrumento é um recurso que a parte irá impugnar uma decisão interlocutória de um juiz de primeira instancia. Se interpõe diretamente no tribunal, agora com o processo sendo eletrônico, é claro que o juiz tem como tomar conhecimento do agravo, o que não acontece no processo com autos físicos. A parte comunica ao juízo que houve o agravo de instrumento, justamente para que se o juízo entender que é o caso, ele se retrata. Se o juiz se retratar o agravo perde a razão de ser. Com isso o relator considera o recurso prejudicado (art 932 do CPC). O Juiz comunica ao relator e o relator simplesmente vai considerar em decisão monocrática o recurso prejudicado.
Art. 1.018. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso. O agravo é um recurso interposto direto no tribunal. § 1º Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento.RECURSO: CONDIÇÕES DA AÇÃO E PRESSUPOSTOS RECURSAIS
Em TGP, falamos das condições da ação e dos pressupostos processuais. As condições da ação são duas: legitimidade ad causam (legitimidade da parte) e o interesse de agir. E os pressupostos processuais são órgão investido de jurisdição, partes tem que ter capacidade processual e demanda regular. Ao recorrer, o exercício da ação está sendo novamente exercido. E por isso, essas mesmas condições da ação têm que ser satisfeitas novamente no recurso. E os pressupostos processuais, agora serão chamados de pressupostos recursais. Haverá uma análise na admissibilidade do recurso, ver se estão preenchidas essas condições e pressupostos.
Legitimidade para recorrer: 
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou fiscal da ordem jurídica.
- parte vencida
- terceiro prejudicado
- Ministério Público – parte e fiscal da ordem
Partes do processo e não partes da demanda: Significa dizer que não apenas o demandante e o demandado, mas todos aqueles que participam do procedimento em contraditório podem, legitimamente, interpor recurso. Assim sendo, além do autor e do réu, podem recorrer, em enumeração meramente exemplificativa, o assistente simples e o qualificado, o litisdenunciado, e o arrematante de um bem no processo executivo.
A PARTE VENCIDA: Tem que ter sucumbência, não pode recorrer se você não sucumbiu, se ganhou tudo. Não diz respeito apenas ao demandante e demandado. Além do autor e o do réu, está se referindo a partes que de qualquer forma participaram do contraditório no primeiro grau. Podem recorrer, por exemplo, o assistente simples (mero auxiliar, não é titular do direito. Vai requerer a sua entrada no processo porque apesar de não ser o titular do direito, ele vai ser prejudicado com aquela decisão. Ex: Sublocatário. Uma ação de despejo proposta contra o locatário que sublocou, o sublocatário não faz parte dessa relação jurídica entre locador e locatário, mas ele sabe que se o locatário for despejado, ele vai para rua. Ela pode querer ingressar para auxiliar o locatário, pois ele tem todo o interesse que o locatário vença. Ele pode interpor recurso da decisão contrária, ele ingressou como assistente, a sentença foi desfavorável ao locatário, ele recorre) e o qualificado (o litisconsorcial qualificado, ele faz parte daquela relação jurídica, é titular do direito, não é um mero interessado que está fora da relação, o direito que está sendo discutido também é dele, então ele ingressa como um assistente litisconsorcial, a relação jurídica que está sendo discutida também o envolve. 
Ex.1: Se pode ter um imóvel em condomínio, dois donos, dois proprietários, uma ação possessória, reivindicatória pode ser proposta apenas contra um, ou apenas por um dele se for no polo ativo, o outro que não participou, pelo menos inicialmente, pode ingressar como assistente, mas assistente litisconsorcial por o direito de propriedade também é dele; 
Ex.2: Substituto processual (art 18 do CPC), às vezes a demanda é proposta pelo substituto, pelo legitimado extraordinário (aquele que litiga em nome próprio por direito alheio), nada impede que o substituído ingresse, o direito é dele, é evidente que se ele ingressar ele vai ingressar como assistente litisconsorcial (art 18, parágrafo único do CPC); o litisdenunciado (passa a ser réu), o arrematante de um bem no processo executivo.
Ex: Em uma assistência simples, o assistido e a parte adversa fazem um acordo, e o juiz homologa com a sentença. O assistente não gostou. Ele teria legitimidade para apelar não sendo titular do direito, mas vai sofrer uma consequência? O assistente simples não tem poder para questionar o acordo, o juiz não deve considerá-lo parte legitima, pois ele está como mero auxiliar, ele pode auxiliar, mas não pode contrariar. 
Todos os terceiros intervenientes têm legitimidade para recorrer?
O amicus curiae (amigo da corte) faz parte da relação jurídica, não será protagonista. Vai lá suprir alguma falta de conhecimento técnico ou não, uma questão que não é do dia a dia do judiciário, ou às vezes é pela reflexão social. Aquela decisão vai repercutir de uma forma muito significativa na sociedade, não é bom que o juiz decida sem ouvir a opinião de especialistas. Essa situação só era admitida pelo supremo em uma ação direta, questão constitucional, o CPC abriu isso, hoje até o juiz de primeiro grau pode. É o terceiro interveniente que deve ser imparcial.
Ele poderia recorrer?
Existem dois casos em que este poderia recorrer: embargos de declaração (tem um erro, tem uma omissão); e o incidente de resolução de demanda repetitiva (apenas contra decisão que julgar o IRDR). O IRDR tem efeito vinculante, pode ter tribunal local, STJ, STF, vai vincular todos os magistrados que estão debaixo daquele tribunal, é uma decisão muito importante que vai ter uma repercussão, nesses casos a lei concede essa possibilidade com base no entendimento que ele tem, pode achar que a decisão não foi boa, e ai ele pode recorrer, mas é claro que ele vai ter que estar com advogado, não é vedado nesses dois casos.
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. § 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. “§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas”.
TERCEIRO PREJUDICADO: Tem que ter sido prejudicado de alguma forma. Quem é terceiro prejudicado?
Art. 996. Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual. 
A primeira situação em que alguém que por alguma decisão o terceiro foi atingido:
Exemplo.1: Usucapião em que uma pessoa que não fez parte daquela relação jurídica, pelo menos no primeiro grau, ter a sua propriedade atingida de alguma forma. 
Exemplo.2: o sublocatário que não interveio como assistente e no sinal a sentença acaba lhe ponto na rua.
O segundo caso é o do substituto processual: ele pode não ter substituído e o titular do direito perde no final, nada impede que aquele que poderia ter sido substituto, recorra como terceiro prejudicado. 
Exemplo 1: O caso clássico de substituição processual é o sindicato. O sindicato pode pleitear direitos da categoria, ele pode mover o processo e ninguém da categoria vai estar em juízo a não ser o sindicato. Se ele ganhar, quem ganha é a categoria. Mas vamos imaginar, nesse caso, que não houve a substituição, um pequeno grupo de integrantes daquela categoria move uma ação em litisconsórcio e o sindicato não substitui eles. E perdem a sentença. Nesse caso, poderá o sindicato vir a recorrer, porque ele é terceiro, ele não fez parte da primeira relação inicial, mas ele pode recorrer. E vice-versa, a ação é conduzida pelo sindicato, ele perde e de repente alguém da categoria resolve recorrer e substituir, nada impede que ele recorra como terceiro, pois não fez parte daquela relação. O substituto e o substituído nada impede que possam recorrer como terceiro prejudicado.
Exemplo 2: o advogado pode recorrer de algum processo em que pediu honorários sucumbenciais e o juiz não deu ou deu menos? Hoje há um consenso, podendo o advogado recorrer como terceiro prejudicado. O advogado não é parte do processo, está apenas representando, suprindo a incapacidade postulatória. 
Interesse em recorrer: (utilidade): Para o interesse de agir no primeiro

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