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CENTRO DE ENSINO IMPACTO - CEI CURSOS TÉCNICOS E PROFISSIONALIZANTES PROGRAMA NACIONAL DE ACESSO AO ENSINO TÉCNICO E EMPREGO – PRONATEC HERBIO BARBOSA DE GOES MÁRCIO RODRIGUES MONTEIRO RISCOS DE ACIDENTES BIOLÓGICOS: ESTUDO DE CASO NO LABORATÓRIO SAMARITANO, EM JACUNDÁ-PA JACUNDÁ-PA 2016 HERBIO BARBOSA DE GOES MÁRCIO RODRIGUES MONTEIRO RISCOS DE ACIDENTES BIOLOGICO: ESTUDO DE CASO NO LABORATÓRIO SAMARITANO, EM JACUNDÁ-PA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora do curso Técnico em Segurança do Trabalho do Centro de Ensino Impacto – CEI, como requisito para a obtenção do título de técnico em Segurança do Trabalho. Orientador: Esp. Vinicius Dias JACUNDÁ-PA 2016 HERBIO BARBOSA DE GOES MÁRCIO RODRIGUES MONTEIRO RISCOS DE ACIDENTES BIOLOGICO: ESTUDO DE CASO NO LABORATÓRIO SAMARITANO, EM JACUNDÁ-PA. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora do curso Técnico em Segurança do Trabalho do Centro de Ensino Impacto – CEI, como requisito para a obtenção do título de técnico em Segurança do Trabalho. Orientador: Esp. Vinicius Dias Aprovado em _______ de _________________ de __________. BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Avaliador 02 – Esp. Israel Soares ______________________________________________ Avaliador 03 (NOME DO PROFESSOR) JACUNDÁ-PA 2016 Dedicamos à Deus por ter nos possibilitado estar firme durante toda essa trajetória, ao ensinamento de todos os professores, ao apoio de nossos familiares, amigos. Queremos compartilhar essa vitória com todos vocês. AGRADECIMENTOS Primeiramente à Deus, por ter nos dado saúde, força para superar as dificuldades. Ao professor ESP. Israel Soares, pelo suporte, apoio e a paciência. Aos nossos familiares que nos deram apoio do início ao fim dessa longa jornada. Aos professores quecompartilharam seus conhecimentos tanto em sala de aula com fora, aos colegas de curso por terem sido companheiros e amigos no momento em que foi preciso. Agradecemos em especial, nosso orientador VINÍCIUS DIAS, pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos, do mesmo modo a coordenadora do curso técnico em segurança do trabalho INDRI SANTOS, Assim como todos que fazem parte da instituição Centro de Ensino Impacto (CEI). Não esquecendo também da nossa amiga ALINE, que foi de grande importância para a elaboração deste trabalho acadêmico. E a todos que direto ou indiretamente fizeram parte da nossa formação, o meu muito obrigado. “Não há problema de saúde que possa ser resolvido sem que se dê, antes de tudo, atenção à preparação do pessoal que terá à responsabilidade de enfrentá- lo”. (Organização Mundial de Saúde) RESUMO A biossegurança vem sendo cada vez mais valorizada à medida que o profissional começa a entender sua responsabilidade nas atividades de manipulação de agentes biológicos. O estudo dos riscos de acidentes biológicos no laboratório Samaritano de Jacundá-Pa justifica-se devido ao seu grau de contaminação por vírus, fungos e bactérias que podem acarretar sérios danos à saúde do trabalhador. O objetivo do estudo foi identificar os riscos biológicos no laboratório e alertar sobre os danos a saúde dos profissionais. A metodologia adotada baseou-se em levantamentos bibliográficos, vistas in loco e aplicação de questionário para identificar os possíveis riscos biológicos dos profissionais que atuam no setor laboratorial. Os resultados obtidos demonstram que o laboratório Samaritano possui inconformidades quanto as legislações aplicadas, tais como: o layout é pequeno para a manipulação das amostras e circulação dos profissionais, a estocagem dos resíduos é realizada de modo incorreto, com o descarte de resíduos líquidos diretamente no esgoto municipal, lixeiras abertas, bancadas em material inapropriado (granito ao invés de inox), ausência de local adequado para a troca de vestimentas dos profissionais. Nesse sentido, notou-se que a atividade de laboratório requer muita atenção durante e pós o colhimento do material, por sua rotina ser muita repetitiva o profissional deve ser treinado e capacitado para designar sua função de modo seguro e responsável. Palavras-chave: Riscos de Acidentes. Biológicos. Laboratório. ABSTRACT Biosecurity is being increasingly valued as the trader begins to understand his responsibility in the handling of a biological agent. The study of biological accident risks in the lab of Samaritan Jacundá-Pa is justified because of its degree of contamination by viruses, fungi and bacteria that can cause serious damage to the health of the worker. The objective of this study was to identify the biological risks in the lab and warn about the damage the health of professionals. The methodology adopted was based on bibliographic surveys, on-site views and application of a questionnaire to identify the possible biological hazards of professionals working in the laboratory sector. The results obtained show that the Samaritan lab has non- conformities as applied laws, such as:the layout is small for the handling and movement of professionals, storage of waste is carried out properly, with the disposal of liquid waste directly into the municipal sewer, dumps, countertops in inappropriate material (granite instead of stainless steel), the absence of a suitable location for the exchange of professional clothing. In this regard, it was noted that the laboratory activity requires a lot of attention during and post the kind of material for your routine to be much repetitive professional should be trained and empowered to designate its function safely and responsibly. Keywords: Risk of Accidents. Biological. Laboratory. LISTAS DE FIGURAS Figura 01 – Recepção............................................................................................24 Figura 02 - Recepção ............................................................................................24 Figura 03 - Sala De Coleta Crianças.......................................................................24 Figura 04 - Sala De Coleta Adultas .........................................................................24 Figura 05 - Sala De Preparo Bancada.....................................................................25 Figura 06 - Sala De Preparo Pia..............................................................................25 Figura 07- Sala De Bioquímica Pia..........................................................................25 Figura 08 - Sala De Bioquímica Geladeirs Armario..................................................25 Figura 09 - Sala De Bioquímica Bancada.................................................................26 Figura 10 - Sala De Bioquímica Bancada.................................................................26 Figura 11 - Sala De Hemocultura Maca....................................................................26 Figura 12 - Recipiente Com Identificação.................................................................26 Figura 13 - Cesta de lixo de laboratorial....................................................................30 Figura 14 - Lixeira com pedal e estrutura em aço.....................................................30 Figura 15- Cadeira acolchoada.................................................................................30 Figura 16- Cadeirade exames..................................................................................30 Figura 17 - Armazenamento de lixo de laboratório....................................................31 Figura 18 - Armazenamento de lixo de laboratório....................................................31 Figura 19 - Sala de bioquímica..................................................................................31 Figura 20 - Sala de bioquímica..................................................................................31 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária ASO- Atestado de Saúde Ocupacional CAT - Comunicação de Acidentes do Trabalho CBS- Comissão de Biossegurança em Saúde CFF- Conselho Federal de Farmácia CTNBIO- Comissão Técnica Nacional de Biossegurança DNA - Ácido Desoxirribonucleico EAS- Elementos Sedimentos Anormais EPF- Exames Parasitológico de Fezes EPI – Equipamentos de Proteção Individual FIH - Ficha de Inquérito Hospitalar FR- Fator Reumatoide FUNASA - Fundação Nacional de Saúde HIV- Vírus Imunodeficiência Humana MIF- Mertiolate Iodo Formol MS - Ministério da Saúde NR- Normas Regulamentadoras ONA - Organização Nacional de Acreditação OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde PALC - Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PNCQ - Programa Nacional de Controle de Qualidade POP’s - Procedimento Operacional Padrão PPRA - Programa de Prevenção Risco Ambientais PRC- Proteína C Reativa PSA – Antígeno Prostático Específico RDC – Resolução da Diretoria Colegiada SAS - Secretaria de Atenção à Saúde SBAC- Sociedade Brasileira de Análises Clínicas SBPC/ML- Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial SCTIE – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos SUS – Sistema Único de Saúde SVS - Secretaria de Vigilânciaem Saúde TGO- Transaminase Glutâmico Oxalacética TGP- Transaminase Glutâmico Pirúvica VDRL- Venereal Doseasse Research Laboratory VHS- Velocidade de Hemo Sedimentação SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 13 2. OBJETIVOS ................................................................................................................................ 14 2.1 GERAL........................................................................................................................................... 14 2.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................................................. 14 3.REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................................ 15 3.1 HISTÓRICO DA BIOSSEGURANÇA ....................................................................................... 15 3.2 SURGIMENTODOS LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS NO BRASIL ............... 16 3.3 RISCOS AMBIENTAIS EM LABORATÓRIOS ........................................................................ 17 3.4 CLASSES DE RISCO BIOLÓGICO .......................................................................................... 19 3.5 DISPOSITIVOS LEGAIS ............................................................................................................ 19 4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................. 22 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ........................................................................ 22 4.2 DESCRIÇÃODAS ATIVIDADES DO LABORATÓRIO SAMARITANO ............................... 25 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................. 27 5.1 ANÁLISES DA SITUAÇÃO DO LABORATÓRIO E COMPARATIVO COM OS DISPOSITIVOS LEGAIS ................................................................................................................... 27 5.2 IDENTIFICAÇÕES DOS RISCOS DE ACIDENTES BIOLÓGICOS .................................... 31 ANÁLISE QUALITATIVA ................................................................................................................... 31 5.3 BENEFÍCIOS DA BIOSSEGURANÇA PARA O LABORATÓRIO SAMARITANO ............ 31 5.4 SUGESTÕES DE MEDIDAS PREVENTIVAS PARA O LABORATÓRIO SAMARITANO 33 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ Erro! Indicador não definido. ANEXOS .............................................................................................................................................. 37 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356034 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356035 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356036 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356037 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356038 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356039 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356040 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356041 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356042 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356043 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356046 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356047 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356048 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356049 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356050 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356050 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356051 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356052 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356053 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356054 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356055 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356056 file:///D:/TCC%20%20PRONATEC%20ORIGINAL%20(FEVEREIRO)%20(dia%204).docx%23_Toc441356057 13 1. INTRODUÇÃO A biossegurança vem sendo cada vez mais valorizada à medida que o profissional começa a entender sua responsabilidade nas atividades de manipulação de agentes biológicos, microbiológicos, químicos, entre outros, de uma forma que a prevenção de riscos não está somente na sua atividade específica, mas também no colega de trabalho, no auxiliar e de outras pessoas que participam direta ou indiretamente da atividade. Os profissionais de laboratórios clínicos trabalham com agentes infecciosos e com materiais potencialmente contaminados, sendo este o principal fator de risco. São considerados riscos biológicos os fungos, bactérias, vírus, parasitas, protozoários, insetos e qualquer outra forma de “vida”. Segundo a Norma do Ministério do Trabalho (NR-09: Programa de Prevençãode Riscos Ambientais – PPRA). No ambiente laboratorial, uma série de situações e atividades de fatores potenciais se acentua na presença de agentes contaminantes. Os laboratórios clínicos representam ambientes hostis, ao agregarem, no mesmo espaço, equipamentos, reagentes, soluções, microorganismos, pessoas, papéis, livros, amostras e outros. Conforme Vendrame (1997), as atividades de laboratório requerem muita atenção durante e após o colhimento do material por sua rotina ser muita repetitiva, o profissional deve ser treinado e capacitado para designar sua função de modo seguro e responsável. Os laboratórios de análises clínicas recebem vários tipos de materiais contaminados para diagnóstico. Geralmente a natureza infecciosa do material é desconhecida, sendo o material submetido a várias análises para a determinação dos agentes. Entretanto, mesmo com o desconhecimento do potencial de risco no trabalho de laboratório, a frequência dos acidentes é relativamente baixa, mas eles ocorrem e podem ter sérias consequências (CIENFUEGOS, 2001). Nesse sentido, o presente trabalho possui o intuito de verificar os principais riscos de acidentes biológicos no ambiente laboratorial, no caso o Laboratório Samaritano, sendo essencial que os profissionais sejam previamente conscientizados sobre os riscos de determinada atividade, assim como da importância das medidas de controle e proteção adotadas para a manutenção e respeito à segurança. 14 2. OBJETIVOS 2.1 GERAL Analisar os riscos de acidentes biológicos aos quais os profissionais estão expostos no seu ambiente de trabalho. Fazendo com que eles se conscientizem da gravidade dos riscos ao qual estão expostos. 2.2 ESPECÍFICOS Verificar casos de acidentes durante a utilização de matérias perfurocortante, materiais e fluidos biológicos pelos profissionais; Identificar o desenvolvimento de doenças por riscos biológicos na sua atividade ou função; Observar o papel da biossegurança em laboratórios; Sugerir medidas preventivas para os riscos biológicos no Laboratório. 15 3. REFERENCIAL TEÓRICO O surgimento da biossegurança no Brasil e no mundo, até os dias de hoje, mostra a evolução da biossegurança em prol da saúde dos trabalhadores de laboratório. Devido a grande quantidade de acidentes de trabalho com materiais infectados ouve a necessidade de criar leis e normas que amparassem o trabalhador na sua atividade. Com o passar dos anos a tecnologia foi aumentando e os padrões se viram abrigados a capacitar cada vez mais seus colaboradores e passaram a realizar auditorias através de profissionais com conhecimento e vivencia na área laboratorial o que permite a troca de experiências entre auditor e auditado. 3.1 HISTÓRICO DA BIOSSEGURANÇA Especialmente nos anos 1960 e 1970, o desenvolvimento da biossegurança foi estimulado pela ação da indústria, que, visando normas de segurança do trabalho, começou a aplicar procedimentos de biossegurança como estratégia de minimização de riscos. Práticas específicas, como atenção ao ambiente de trabalho e à minimização dos riscos biológicos no ambiente ocupacional, foram consolidadas nesse período. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (1993) a atenção voltava-se para as “práticas preventivas para o trabalho em contenção a nível laboratorial, com agentes patogênicos para o homem” o que alinhava suas políticas de ação com o desenvolvimento científico. A Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS) foi instituída no âmbito do Ministério da Saúde (MS) por meio da Portaria n° 343, de 19 de fevereiro de 2002, e posteriormente revogada e substituída pela Portaria GM/MS nº1.683, de 28 de agosto de 2003. Atualmente, a CBS é coordenada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) e é composta por representantes desta, por representantes da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), da Assessoria de Assuntos Internacionais de Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 16 Durante mais de 20 anos, desde que foi publicado em 1983, o Manual de Segurança Biológica nos Laboratórios tem sido uma fonte de orientações práticas sobre técnicas de segurança biológica para os laboratórios de todos os níveis. Boas Técnicas de Microbiologia e a utilização apropriada do equipamento de proteção por parte de um pessoal bem formado continuam a ser os elementos fundamentais da segurança biológica laboratorial. No entanto, a globalização, os progressos consideráveis da tecnologia, a emergência de novas doenças e as ameaças graves que constituem a utilização e libertação intencionais de agentes microbiológicos e toxinas obrigaram a uma revisão dos procedimentos em vigor. Nesta nova edição, o Manual foi, portanto alvo de uma ampla revisão e expansão do seu âmbito. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1993). A OMS (1993) reconhece há muito tempo que a segurança, e particularmente a segurança biológica, são questões importantes a nível internacional; na primeira edição do Manual de Segurança Biológica em Laboratório, este estimulava os países a aceitar e introduzir conceitos básicos de segurança biológica e a elaborar códigos nacionais de procedimentos para um manuseamento seguro dos microrganismos patogênicos nos laboratórios dentro dos seus territórios. 3.2 SURGIMENTODOS LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS NO BRASIL Em 1976 a Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) cria o Programa Nacional de Controle de Qualidade (PNCQ) com o objetivo de pesquisar, preparar, comprar e distribuir material de controle, receber, processar, avaliar e expedir resultado do desempenho que voluntariamente participassem do Programa. Em seguida, no ano de 1977 através de uma parceria com uma empresa, a, Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) criou um programa de controle externo da qualidade com o objetivo de avaliar a proficiência dos laboratórios clínicos para os exames realizados (AQUINO, 2015). Por volta de 1985 a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) desenvolvem o Manual de Padrões de Acreditação Seguidamente, foram elaboradas normas básicas para o processo de acreditação, como o credenciamento de organizações acreditadoras, quesitos 17 para a qualificação e capacitação de avaliadores, código de ética e programa brasileiro de acreditação hospitalar (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). Em 1998 a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) criou o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC). Este programa realiza auditorias através de profissionais com conhecimento e vivencia na área laboratorial o que permite a troca de experiências entre auditor e auditado. Após a avaliação de documentação é concedido ao laboratório o certificado de acreditação (AQUINO, 2015). A ideia da acreditação foi à elaboração de uma ferramenta que permitisse avaliar os perigos e ameaças em ambientes hospitalares com o objetivo de resguardara segurança do profissional que executava estes serviços Comumente é apresentada como dispositivo que concede e viabiliza uma produção de qualidade nos hospitais e serviços de saúde” (MANZO, 2012; p. 388-394). 3.3 RISCOS AMBIENTAIS EM LABORATÓRIOS Conforme o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA NR-9 (2014), atualizada pela Portaria Nº 25 de 29/12/1994, estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscosambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, de acordo essa legislação, consideram-se os seguintes tipos de riscos no ambiente de trabalho: 1. Risco de Acidentes: qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, pisos escorregadios, etc. 2. Risco Ergonômico: qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual de peso, o 18 ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, etc. 3. Risco Físico: diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontiagudos, etc. 4. Risco Químico: substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. 5. Risco Biológico: bactérias, fungos, parasitos, vírus, entre outros patógenos. Esses agentes são capazes de provocar dano à saúde humana, podendo causar infecções, efeitos tóxicos, efeitos alergênicos, doenças autoimunes e a formação de neoplasias e malformações (NR-09, 2014; p.111) Especificamente para os trabalhadores da área da saúde, a NR-32 que estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, identifica os riscos biológicos de acordo com: a) Fontes de exposição e reservatórios: as fontes de exposição incluem pessoas, animais, objetos ou substâncias que abrigam agentes biológicos, a partir dos quais se torna possível a transmissão a um hospedeiro ou a um reservatório. Reservatório é a pessoa, animal, objeto ou substância no qual um agente biológico pode persistir, manter sua viabilidade, crescer ou multiplicar-se, de modo a poder ser transmitido a um hospedeiro. A identificação da fonte de exposição e do reservatório é fundamental para se estabelecerem as medidas de proteção a serem adotadas b) Vias de transmissão e de entrada: é o percurso feito pelo agente biológico a partir da fonte de exposição até o hospedeiro. A transmissão pode ocorrer das seguintes formas: - Direta: transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou vetores. Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por gotículas e contato com a mucosa dos olhos; - Indireta: transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores. Exemplos: transmissão por meio de mãos, pérfurocortantes, luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies. c) Transmissibilidade, patogenicidade e virulência do agente: é a capacidade de transmissão de um agente a um hospedeiro. O período de transmissibilidade corresponde ao intervalo de tempo durante o qual um organismo pode transmitir um agente biológico; a Patogenicidade dos agentes biológicos é a sua capacidade de causar doença em um 19 hospedeiro suscetível; e a Virulência é ograu de agressividade de um agente biológico, isto é, uma alta virulência de um agente pode levar alma forma grave ou fatal de uma doença. A virulência relaciona-se à capacidade de o agente invadir, manter-se e proliferar, superar as defesas e, em alguns casos, produzir toxinas. d) Persistência do agente biológico no ambiente: é a capacidade de o agente permanecer no ambiente, mantendo a possibilidade de causar doença. (GUIA TÉCNICO RISCOS BIOLÓGICOS, 2008; p.19-20) 3.4 CLASSES DE RISCO BIOLÓGICO De acordo com as Diretrizes Gerais para o Trabalho em Contenção com Material Biológico, elaborado em 2004 pela Comissão de Biossegurança em Saúde - CBS do Ministério da Saúde, os tipos de agentes podem ser classificados com base no seu risco biológico em 5 Classes: Classe de Risco I: escasso risco individual e comunitário – quando o microorganismo tem pouca probabilidade de provocar enfermidades humanas ou veterinárias. Ex.: Lactobacillus. Classe de Risco II: risco individual moderado; risco comunitário limitado – a exposição pode provocar infecções, porém, se dispõe de medidas profiláticas e terapêuticas eficazes, sendo o risco de propagaçãolimitada. Ex.: Schistosoma mansoni (causador da esquistossomose. Classe de Risco III: risco individual elevado; risco comunitário limitado – pode causar infecções graves em humanos e animais; se propagar de uma pessoa para outra, mas existe profilaxia/tratamentoeficazes. Ex.: Bacillusanthracis(causador de carbúnculo ou antraz). Classe de Risco IV: elevado risco individual e comunitário – agentes biológicos de fácil propagação e altamente patogênicos para o homem, animais e meio ambiente, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas eficientes. Ex: Vírus Ebola (causa febre hemorrágica). Classe de Risco V: elevado risco de contaminação em animais e do meio ambiente – agentes patogênicos não existentes no país, podendo ou não oferecer risco direto ao homem, mas causando graves perdas econômicas e na produção de alimentos. Ex: Achantinafulica(caramujo-gigante-africano trazido para o Brasil para produção e comercialização de escargot) (MINISTÉRIO DA SAUDE, 2004) 3.5 DISPOSITIVOS LEGAIS A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) encontra-se vinculada ao Ministério da Saúde (MS) e integra o Sistema Único de Saúde (SUS), absorvendo seus princípios e diretrizes. Dentre as competências da ANVISA está a 20 coordenação de todos os setores relacionados a produtos e serviços que possam afetar a saúde da população brasileira, abrangendo tanto a regulação sanitária quanto a regulação Econômica do mercado (VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010). Em 2008, foi deliberado a Norma Regulamentadora (NR) 32 que dispõem sobre a Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, tendo por finalidade. Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, considerando-se o risco biológico e a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. (VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2010). Em 25 de novembro de 2011 a ANVISA sanciona a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 63) que dispõe sobre os Requisitos de Boas Práticas de Funcionamento para os serviços de saúde. Esta resolução obriga os estabelecimentos de saúde a utilizarem uma ferramenta de gerenciamento da garantia da qualidade, abrangendo as boas práticas de funcionamento, além de requerer a atenção com a saúde de seus funcionários e atenção pós-atendimento aos seus clientes e usuários do serviço (VIGILÂNCIA SANITÁRIA , 2010) O PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) foi criado em 29 de Dezembro de 1994, através da NR 9, pela Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho. Tem como objetivo estabelecer ações que garantam a preservação da saúde e integridade dos trabalhadores, identificando os riscos existentes em seu ambiente de trabalho (ADALBERTO, 2014, p.11). NR-7, Norma Regulamentadora nº 7, é o sétimo capítulo, a sétima Norma, contida na Portaria n. 3.214/78. Atualmente esta Norma recebe o nome de "PCMSO- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional" anteriormente a dezembro de 1994 era chamados simplesmente Exames Médicos (LUCIENELUKA, 2013). Conforme a NR-06, considera-seEquipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (ADALBERTO, 2014; P.83). A Lei Nº 8974 de 5 de Janeiro de 1995 - Lei de Biossegurança - estabelece as diretrizes para o controle das atividades e produtos originados pela moderna Biotecnologia, a tecnologia do Ácido Desoxirribonucleico (DNA) recombinante. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio é definida https://www.trabalhosgratuitos.com/profile/Lucieneluka.html 21 pela Lei como o órgão responsável pelo controle dessa tecnologia no Brasil. (CARDOSO, 2001). NR-15, Atividades e operações insalubres, anexo 14 (agentes biológicos) relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa. Trabalhos e operações em contato permanente com paciente, animais ou com material infectocontagiante (ADALBERTO, 2014 p, 320). 22 4. MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa foi conduzida pelo modelo descritivo de um Estudo de Caso, com problemas de ação e abordagem qualitativa através de uma consulta interna aos colaboradores nas diversas áreas do Laboratório e observação assistemática, não participante e de forma natural. Sendo que o processo de estudo teve início após ter sido autorizado pela Direção do Laboratório, no qual o projeto da pesquisa foi apresentado. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A área de estudo, trata-se do Laboratório de Análises Clínicas Samaritano, está situado na Rua Dom Pedro II, 747, Jacundá - PA, CEP- 68590- 000,com extensão de 100m2, dividido em oito partes deferentes incluindo o corredor. O local tem as seguintes características, todo na laje e paredes de alvenaria e revertidas com tintas óleo, e composta por uma pequena parte de vidros, o pisos é de cimento de alta resistência e iluminação artificial e natural com ventilação natural e forçada. A recepção consta um balcão de mármore e cadeiras de metal com polietileno e um armários de madeira para guarda os exames até que possam ser entregue aos clientes. A mesma com uma sala de espera muito confortável, essa sala é para os clientes que vai receber os resultados, e ser chamado para sua vez de será dado início aos exames. A Figura 01 e 02 ilustra a recepção do Laboratório estudado Figura 1: Recepção Fonte: Laboratório Samaritano Figura 2: Recepção Fonte: Laboratório Samaritano 23 A sala de coleta (um) é especialmente para coleta de materiais de crianças, sendo ela toda adaptada, onde se encontra nos parâmetros adequados, o mobiliário contem cadeira de polietileno acolchoada e metal e uma maca confortável para crianças, do mesmo modo a sala de coleta (dois) e (três) onde é recolhido o materiais dos adultos, também com uma cadeira de apoio para as costa e braços, um pequeno armário para guardar os frascos dos reagentes. Já a Figura 03 e 04 demonstra as salas de coleta para crianças e adultos. Sala (quatro) é a sala de preparo, com bancadas de mármore e pias de inox, prateleiras de metal onde é feito o processo de preparo do material para ser analisado na sala de bioquímica. No local também existem máquinas de atividade do laboratório ex: (centrífuga, estufa).A mesma também serve para estocar os materiais de limpeza e alguns EPI como: luvas, tocas, mascaras entre outros equipamentos, serve também para armazenar o lixo do laboratório até a chegada da empresa (terceirizada), que faz o recolhimento semanalmente do material para o descarte. Figura 4: Sala De Coletas Adultos Fonte: Laboratório Samaritano Figura 3: Sala De Coleta Crianças Fonte: Laboratório Samaritano 24 A sala (cinco) bioquímica onde fica concentrada o estudo de todo material recolhido para fazer os exames que são realizados no laboratório, com uma pia de mármore e inox e bancada de mármore e prateleiras com material de vidro onde é guardado o material de uso pessoal dos funcionários (serve de armários), e existe uma pequena câmara fria (geladeira) onde ficam os materiais coletados para analises e observação. Figura 7: Sala de Bioquímica Pia Fonte: Laboratório Samaritano Figura 8: Sala de Bioquímica Geladeira Armário Fonte: Laboratório Samaritano Figura 5: Sala De Preparo Bancada Fonte: Laboratório Samaritano Figura 6: Sala De Preparo Pia Fonte: Laboratório Samaritano 25 Na mesma sala é feito o preventivo (hemocultura) separado apenas por uma pequena divisória de alvenaria, na sala existe uma maca acolchoada para o conforto dos pacientes no processo de coleta de material a ser analisado. Obs: Todo tipo de material que não servirá para nem um procedimento é recolhido, armazenado, separado e identificado após o expediente. Figura 11: Sala de Hemocultura Maca Fonte: Laboratório Samaritano Figura12: Recipiente com Identificação Fonte: Laboratório Samaritano Figura 9: Sala de Bioquímica Bancada Fonte: Laboratório Samaritano Figura 10: Sala de Bioquímica Bancada Fonte: Laboratório Samaritano 26 4.2 DESCRIÇÃODAS ATIVIDADES DO LABORATÓRIO SAMARITANO O laboratório Samaritano atua como prestador de serviços em saúde, realizando cerca de 900 exames laboratoriais por mês, como: hemograma, tipagem sanguínea, glicose, colesterol, colesterol HDL, colesterol LDL, colesterol VLDL, triglicerídeos, acido úrico, ureia, creatina, coagulo grama (TS+TC), Transaminase Glutâmico Oxalacética TGO, Transaminase Glutâmico Pirúvica TGP, teste de gravidez ( beta HCG) – Venereal Disease Research Laboratory-VDRL, Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), Proteína C Reativa PRC Fator Reumatóide-FR, Velocidade de hemo Sedimentação-VHS, urina, Elementos Sedimentos Anormais EAS, Exames Parasitológico de Fezes EPF, Mertiolate Iodo Formol MIF, malária teste para dengue, secreção vaginal, Vírus Imunodeficiência Humana-HIV. Diversos procedimentos são realizados diariamente, todos descritos em (Procedimento Operacional Padrão) POP’s. – É uma ferramenta muito simples que compõe a área da qualidade, as Instruções de Trabalho – IT, também, conhecidas como POP (Procedimento Operacional Padrão), têm uma grande importância dentro de uma empresa, o objetivo básico é o de garantir, mediante uma padronização, os resultados esperados por cada tarefa executada, ou seja, é um roteiro padronizado para realizar uma atividade. O Laboratório tem 4 trabalhadores, bioquímica, onde realiza análises clínicas, toxicológicas, fisioquímicas, biológicas, microbiológicas, moleculares e bromatológicas; realizar pesquisa sobre estruturas macro e microbiológicas, sobre efeitos de medicamentos e outras substâncias em órgãos, tecidos e funções vitais dos seres humanos e dos animais. Técnica de laboratório é a pessoa responsável para receber e fazer a coleta dos pacientes é responsável também pelo preparo do material e esterilização dos equipamentos e bancada de trabalho. Auxiliar administrativo é o funcionário responsável pela parte burocrática do laboratório e quem faz a compra de todos os matériais a serem usados. Auxiliar de serviços gerais é quem faz a limpeza do chão “já que o técnico é responsável pela esterilização dos equipamentos e bancadas de trabalho” auxilia também na coleta diária dos resíduos. 27 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Acredita-se que o resultado desse estudo poderá contribuir para a divulgação do conhecimento produzido sobre a referida temática, assim como para a construção de estratégias de prevenção e controle dos acidentes de trabalho com material biológico, mediante a identificaçãodos possíveis fatores de riscos que possam existir no decorrer das atividades laborais. Diante de todo contexto, e ponderando a respeito da problemática levantada crescente número de notificações envolvendo acidente de trabalho com material biológico, justifica-se a realização deste estudo que tem como objetivos: conhecer os acidentes de trabalho com exposição a material biológico, ocorridos no local de trabalho. 5.1 ANÁLISES DA SITUAÇÃO DO LABORATÓRIO E COMPARATIVO COM OS DISPOSITIVOS LEGAIS O laboratório pode ser considerado um local perigoso, de acordo com as normas de biossegurança não for seguido os riscos de acidente tornam-se propício. Os profissionais de laboratórios clínicos trabalham com agentes infecciosos com materiais potencialmente contaminados, sendo este o principal fator e risco. Segundo a Norma Regulamentadora – NR-32 tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Os profissionais responsáveis devem programar políticas e procedimentos, com ampla informação, atos que trabalhem no laboratório, sobre o potencial de risco relacionado ao trabalho. O acesso ao laboratório deve ser restrito aos profissionais da área, mediante autorização do profissional responsável “bioquímico”. O objetivo é dotar profissionais e a instituição de ferramentas para o desenvolvimento de atividades com um grau de segurança adequado seja para o profissional de saúde, ou para a comunidade. 28 Os exames principais, fezes, urina e sangue, o primeiro passo e a coleta dos materiais para a análise, para cada tipo de exames existem um tipo de tubo e frasco específico. Após a coleta é necessário que o tubo com material colhido fique em inércia por um período de meia hora, após esse tempo passa pelo próximo processo que e a centrífuga por um período de dois minutos para que sejam liberado o soro ou plasma, a partir daí o material é encaminhado para a sala de bioquímica onde e feito todo o processo de analise, de onde sai todos os resultados. Os exames passam por mais um processo “banho Maria” que e uma maquina que faz o exame ficar na temperatura correta para o teste a ser feito. Em seguida e levado para o microscópio em resultado final do exame. Fezes e urina são feitos a identificação nos tubos e colocado uma fita para colher a amostra preliminar (urina) e depois e levado para ler no microscópio e chegar no resultado de confirmação do exame. O ambiente de trabalho é um local onde tem que ter bastante atenção, devido sua atividade por ter um alto grau de risco devido a grandes quantidades de materiais infectantes onde e de fácil contaminação. Nesses casos, na maioria das vezes, a presença do agente requer atenção com o manuseio e descarte dos materiais contaminados. O laboratório samaritano não utiliza de equipamentos adequados, como exigidos na norma 32, no item 32.2.4.3, pois algumas lixeiras encontram-se sem a tampa, expondo os colaboradores ao risco existente no ambiente laboral. Como podemos observar na foto abaixo. 29 Figura 13: Cesta De Lixo De Laboratorial Fonte: Laboratorio Samaritano Assim como as lixeiras, o layout também se encontra inadequado, devido seu pequeno espaço, a probabilidade de ocorrer um acidente é grande. Como podemos observar na foto, o laboratório não dispõe de um mobiliário adequado. Figura 15: cadeira acolchoada Fonte: Laboratório Samaritano Todo ambiente de trabalho requer atenção com o lixo que produz o laboratório não e diferente e com mais responsabilidade por que produz lixo altamente infeccioso e de alto risco de contaminação ambiental devido o seu descarte inadequado. De acordo com a NR 32, o lixo mesmo em um recipiente Figura 14: Lixeira com pedal e estrutura em aço Fonte: Mundialmed Figura 16: cadeira de exames Fonte: Cirúrgica net (internet) 30 adequado ele deve estar em um local reservado com sua identificação e sinalizado para os devidos fins. O lixo deve ser recolhido do local de trabalho no mínimo duas vezes ao dia, e necessário de um local especifico sendo fora do local de trabalho ou de fluxos de pessoas para armazenamento ate a chegada de uma empresa especializada para o recolhimento. Figura 17: armazenamento de lixo de laboratorio Fonte: Laboratório Samaritano Uma das principais atividades de laboratório é do bioquímico, é esse profissional que faz toda parte de analises de todo o material colido para qualquer tipo de exame que o laboratório oferece para a sociedade. Esse profissional necessita de um ambiente espaçoso bem limpo para a realização de sua atividade com mais segurança. Sabemos que o laboratório Samaritano não dispõe de um layout que possa colaborar para um ambiente mais seguro, temos como exemplo as fotos abaixo que podem nos mostrar como é o ambiente pequeno deixando assim os profissionais vulneráveis aos riscos existentes, a outra que retrata um local propicio para a atividade, de acordo com o que pede todos as normas, reduzindo assim possíveis acidentes com matérias biológicos. Figura 18: Armazenamento de lixo de laboratório Fonte: Projeto Feup (internet) 31 5.2 IDENTIFICAÇÕES DOS RISCOS DE ACIDENTES BIOLÓGICOS- ANÁLISE QUALITATIVA Cada risco específico possui metodologias particulares de avaliação, tanto quantitativa como qualitativamente onde foi construída a identificação dos riscos biológicos, parasitas, fungos, bactérias protozoários bacilos entre outros. Os riscos precisam ser medidos através de técnicas específicas, que podem também ser bem caras. As medições são material biológico. Nem sempre as empresas e os órgãos fiscalizadores possuem equipamentos apropriados ou se dispõem facilmente a realizar tais medições. Trata-se da forma com que os trabalhadores manuseiam os equipamentos durante suas atividades. 5.3 BENEFÍCIOS DA BIOSSEGURANÇA PARA O LABORATÓRIO SAMARITANO A segurança parte das pessoas com profissionalismo e capacitadas, pões a Biossegurança ela e composta por vários outros aparatos de segurança como as normas e regimentos voltado para a saúde, com as normas em vigor e respeitadas naturalmente ao trabalhador vai sentir confortável na sua atividade. A Biossegurança ela e parte das novas metodologias implantadas visando a saúde dos trabalhadores com aparato de diminuir casos acidentes internos por Figura 19: Sala de bioquímica Fonte: Laboratório Samaritano Figura 20: Sala de bioquímica Fonte: LARCET. UFSC (internet) 32 partes dos funcionários, as medidas são as higienizações corretas tanto das mãos quanto dos equipamentos e bancadas do ambiente, sinalização das salas e equipamentos locais de despejo de material infecciosos em locais apropriado, a utilização dos equipamentos de proteção individuais e coletivo. O Laboratório, ele também tem seu papel que além de cumprir as normas, fazer sua parte, de modo que melhore a qualificação de seus profissionais com incentivos de atualização da sua área, promover seminários palestras voltado sua pratica e treinamentos para sua equipe de laboratório. 33 6.CONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante os fatos expostos, a realização dessa pesquisa de enfoque qualitativo, é demonstrar o risco que o trabalhador de laboratório de análises clínicas tem durante sua atividade, reforçar que a sua saúde vem em primeiro lugar e naturalmente trabalhar com segurança. Esse estudo permitiu desvendar que os acidentes de trabalho com exposição a material biológico têm grandes consequências a sua saúde. Observamos também que essa preocupação com os trabalhadores de laboratóriosurgiu o bastante tempo, devido à grande quantidade de acidente envolvendo esses profissionais. Com a gravidade desses acidentes, foram surgindo leis como: NRs, CTNBio, OMS, entre outras, podemos citar também a capacitação dos profissionais através de palestras com pessoas de grande conhecimento na área, levando sempre como principal objetivo a saúde do trabalhador. Sabe-se que em quaisquer que seja o laboratório existente no mundo o risco vai ser eminente aos colaboradores, no entanto, existem vários laboratórios que não seguem a risca os cuidados necessários para um laboratório. A biossegurança inclui cuidados pessoais que começam bem antes mesmo de entra no ambiente, laboral como: Calçado fechado com solado antiderrapante, calça comprida, cabelo preso, unhas curtas e limpa. Além disso, os colaboradores tem que lavar bem as mãos ao entrar e ao sair do seu local de trabalho isso reduz a possibilidade de aderência de agentes infecciosos em sua pele, assim como antes e após o contato com os pacientes, são âmbito que reforçam sua proteção pessoal contra exposição à matérias biológicos. Porém para que tudo isso funcione na pratica o empregador precisa estar atento a varias questões, essas medidas preventivas começam já nos projetos dos espaços físicos obtendo assim um espaço confortável e seguro. É obrigação de o empregador fornecer a quantidade e especificação das atividades exercida no ambiente de trabalho o empregador também é responsável por descontaminar e lavar os jalecos. É fundamental que os profissionais de saúde saibam usar os EPI`s, além de fornecer os EPI`s outra obrigação dos empregadores previstos nas legislações 34 vigentes é a de oferecer capacitação inicial e continuada para todo pessoal que trabalham em local que exista risco biológico. Existe ainda outra classe de equipamentos chamados de equipamentos coletivos, os equipamentos de proteção coletiva são aqueles utiliza para proteger o meio ambiente e também a saúde e a integridade dos ocupantes de uma determinada área, devem estar estalados em locais bem sinalizados e de fácil acesso, a sinalização de ambientes laboratoriais também devem indicar a classe de risco em cada setor Ergonômico, Físico, Químico ou biológico. Em alguns laboratórios já podemos encontrar chuveiro de emergência, chuveiro do tipo lava olhos e as cabines de segurança biológicas chamadas também de capelas de fluxo laminar. Atenção o pessoal do laboratório deve ser treinado não só para a utilização dos epi, mas também para todos os equipamentos de proteção coletiva, além disso, junto aos equipamentos deve haver instruções sobre como utilizar e fazer a manutenção de cada um deles. Todo material potencialmente infectante utilizado na rotina deve ser descontaminado antes de seu descarte, tubos contendo sangue, soro ou plasma e também as caixas contendo materiais perfuro- cortantes devem ser descontaminado por alto clavação, a alto clavação é um processo de esterilização executada também para materiais reutilizáveis. Devem ser também adotado medidas para diagnósticos acompanhamento e prevenção de doenças inclusive com monitoração de um possível soro conversão, essas medidas devem constar no plano de controle medico de saúde ocupacional, esse plano deve ser escrito em linguagem clara e acessível, deve ser distribuído a cada trabalhador e ficar disponível ao alcance de todos. Seu conteúdo tem que incluir tratamento médico de emergência, a identificação dos responsáveis pela aplicação das medidas pertinentes a relação dos estabelecimentos de saúde em que podem prestar assistência e as formar de remoção para atendimento. Lembrando ainda que todo profissional de saúde deve ser vacinado conta: Difteria, Gripe, Hepatite B e tétano. 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SZABÓ JUNIOR, ADALBERTO MOHAI. Manual de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho 7ed 2014 pp 111. SZABÓ JUNIOR, ADALBERTO MOHAI. Manual de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho. 7ed 2014 pp 320. MANZO, Bruna F.; Brito, Maria J. M.; Corrêa, Allana R. (2012). Implicações do processo de Acreditação Hospitalar no cotidiano de profissionais de saúde. Revista de Escola de Enfermagem da USP. São Paulo, vol.46,no.2, pp.388-394. VENDRAME, A. C. A insalubridade por agentes biológicos. Revista. CIPA, São Paulo, artigo de capa ed 241, 1997. Risco Biológico Guia Técnico. Os riscos biológicos no âmbito da Norma Regulamentadora Nº 32. (2008)pp19-20. Silveira EAA, Robazzi MLC, Luis MAAV. Varredores de rua: acidentes de trabalho ocorridos na cidade de Ribeirão Preto,Estado de São Paulo-Brasil. 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Será que a empresa promove treinamentos palestras aos funcionários? Detalhar a sala de coleta e preparo do material? Verificar os exames feitos no laboratório? Onde e armazenado o lixo do laboratório? 38 ANEXOS – FOTOS 39 40
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