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O que é o médico de família e comunidade

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ANA BEATRIZ CAMPOS 1 
 
APS (DR. MARTIM) – 1ª AULA BLOCO 1 
O que é a Medicina de Família? 
 
• Qual o sentido dessa especialidade? É uma especialidade 
que cuida das pessoas, então, eu vou tratar a pessoa que 
tem asma, enxaqueca, profilaxia para paciente com 
tuberculose, diagnóstico de ICC, etc. 
• Além de tratar a pessoa, eu olho para um contexto mais 
global, olho para a família, pois a família que a gente 
pertence influencia no nosso modo de vida, a forma que 
eu tenho saúde e a forma também que eu adoeço. E, 
também, a própria comunidade, a cidade, que eu resido. 
• Um excelente médico de família tem que ser muito bom 
na clínica, pois é a porta de entrada, mas também, ser 
bom em entender as pessoas, o contexto familiar. 
• Cuida desde o momento que a pessoa nasce até o final da 
vida. 
• Trato todos os gêneros, masculino, feminino, qualquer 
idade e, trato mesmo, a pessoa que está doente, e 
também, fazendo a prevenção – promoção da pessoa que 
não está doente agora. 
• Não só cuidar da doença, mas aplicar prevenção – 
promoção a todos. Por exemplo, uma mulher com 25 anos 
e com vida sexual ativa: deve colher o primeiro 
Papanicolau, isso não é doença, é prevenção; homem ou 
mulher, a partir dos 50 anos, deve fazer um exame que se 
chama rastreio de sangue oculto nas fezes ou a 
colonoscopia, para detectar se apresenta chances de ter 
câncer de colo ou intestino. 
• Médico de família é aquele que trata todas as pessoas da 
família, do mais jovem ao mais idoso, que trata as pessoas 
quando estão doentes e, também faz a promoção e a 
prevenção. 
• Pode trabalhar tanto no setor público, como também no 
setor privado. 
 
PRÍNCIPOS DA MEDICINA DE FAMÍLIA 
 
 
 
 
 
• Primeira coisa: para você ser um bom médico de família 
você tem que trabalhar com a medicina baseada em 
evidências. 
• A medicina baseada em evidências é você ter acesso a 
melhor literatura possível, estudos clínicos randomizados, 
metanálise, ou seja, estudo sério e, discutir com a pessoa 
que está recebendo o tratamento se vale ou não a pena 
tomar aquela atitude. A medicina baseada em evidência é 
isso: tomar a melhor decisão baseada na melhor 
informação. 
 
 Para chegar a tal decisão, o médico tem que ter 
retirado de um estudo forte, ou seja, com nível de evidência 
Ia ou Ib (revisão clínica sistemática ou metanálise). 
 Todas as decisões dos médicos hoje em dia, tem que 
ser baseadas nas melhores evidências. 
 Não é que sem evidência você não possa usar, mas, 
se você faz uma coisa que não tenha uma boa evidência, 
você fica mais fragilizado, pois não está amparado na 
literatura. 
• Outro ponto importante da medicina de família é o método 
clínico centrado na pessoa: é uma forma que ver o 
atendimento médico de uma forma humanizada, entender 
que a pessoa tem uma história de vida e tem uma doença. 
 
 
 
ANA BEATRIZ CAMPOS 2 
 
APS (DR. MARTIM) – 1ª AULA BLOCO 1 
 
 Toda doença tem uma história, exame físico, exame 
complementar, medicamento prescrito, etc. Mas, para a 
pessoa que adoeceu, a doença vai ter características 
próprias. 
 Um bom médico não é só aquele que sabe diagnosticar 
e tratar (isso é obrigação), mas ele também tem que ter uma 
relação com o seu paciente de conhecer quem é essa pessoa, 
sentimentos, ideias, expectativas que a pessoa tem para 
com essa doença. A doença é uma só, mas a pessoa que tem 
a doença, cada uma é uma. É muito importante que a gente 
tenha esse olhar sobre a pessoa. 
 O ponto principal é a doença e a experiência da doença. 
Saber que a pessoa tem a doença de modo individual, mas 
ela é influenciada pela família e pela comunidade. Saber que 
eu tenho que decidir junto, saber elaborar um projeto 
terapêutico comum. 
 Sempre que eu puder vou incorporar a promoção e 
prevenção. 
 O método clínico centrado na pessoa é dizer assim: eu 
tenho que saber tudo sobre a doença, mas eu também tenho 
que conhecer o meu paciente e a experiência do adoecer. 
• Outro pilar importante é colher uma boa história. 
• Ainda dentro dos pilares, tem também os atributos da 
APS. 
 Eu posso ser um excelente médico, mas se o local que 
eu trabalho não me dá boas condições de trabalho, vai ser 
difícil. 
 
 
 
 
 Eu tenho que ter um sistema de saúde que me 
permita ver o meu paciente, longiditudinalidade – atendê-lo 
por toda vida. Eu tenho que ter competência para coordenar 
o cuidado. 
 Integralidade: ver a pessoa como um todo. 
• Esses, de modo bem simples, são os 4 pilares para um bom 
médico. 
• O médico de família tem um currículo, não é que ele tenha 
que saber tudo, mas muita coisa ele tem que saber. Então, 
foi construído o currículo baseado em competências para 
Medicina de Família e Comunidade. A boa medicina tem 
essa lógica, tem um currículo, é baseada em evidências, uma 
base filosófica que é o método clínico centrado na pessoa e 
os atributos da APS. 
 
 
HIPERTENSÃO ARTERIAL 
 
• Desde 2016 a gente tinha um protocolo brasileiro que era 7ª 
diretriz de hipertensão. Há 1 mês atrás, a diretoria da 
Sociedade Brasileira de Cardiologia lançou a diretriz 
brasileira de cardiologia 2020/2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANA BEATRIZ CAMPOS 3 
 
APS (DR. MARTIM) – 1ª AULA BLOCO 1 
 
 O Brasil tem cerca de 1 milhão de mortes por ano e, 
cerca de 300 mil delas são causadas por doenças do aparelho 
circulatório. 
 A 2ª causa de morte é o câncer. Tem um lado “bom”, por 
que significa que o país é desenvolvido, quanto mais as 
pessoas envelhecem, mais chance tem de ter câncer. 
 Em cima desse contexto, vimos que nada no mundo 
mata mais do que doenças do sistema cardiovascular: 
infarto, AVC, etc. 
 
❖ CASO CLÍNICO: 
 
 
 
 Como podemos diagnosticar a diabetes? 
 Quando a glicemia de jejum é ≥ 126. 
 Hemoglobina glicada a partir de 6,5. 
 TOTG > 200. 
 Quando a glicemia de acaso é superior a 200 e tem 
um dos 4 P’s: Poliúria, polifagia, polidipsia ou perda de 
peso. 
O paciente apresenta 2 glicemias de jejum > 126, 
então, já fecha o diagnóstico de DIABETES. 
Já existe uma lista de problemas grandes: é uma 
pessoa hipertensa, obesa (IMC 32), tabagista e tem diabetes. 
A pessoa está “bem”, não sente nada. 
O médico solicitou exames complementares, pois 
no Brasil há uma alta incidências de pessoas que fazem diálise 
e, a maioria desses pacientes são pessoas diabéticas que 
nunca trataram ou o tratamento foi mal feito. Não tenho que 
esperar a pessoa ficar nefrótica, anasarcada, para poder eu 
me preocupar com o rim, eu sei que ela é hipertensa e 
diabética, eu já tenho que avaliar o rim. 
Todo médico quando faz o diagnóstico de 
hipertensão, ele tem que pedir um ECG. Pois quando eu tenho 
o paciente hipertenso eu tenho um foco principal: saber se o 
coração do paciente está hipertrofiado. 
O que é a hipertensão? É uma hipertensão na artéria 
aorta. Quem empurra o sangue para A.A? É o V.E, se eu tiver 
pressão alta na artéria, meu V.E tem que fazer mais força para 
jogar o sangue para frente. O coração é músculo, se eu tenho 
que fazer mais força por conta da hipertensão, o músculo 
hipertrofia. 
 
 Como eu enxergo a hipertrofia no coração? Eu vou 
em AVL no ECG e conto quantos quadradinhos tem no R de 
AVL, cada quadradão desse, tem 5 quadradinhos. Toda vez 
que eu tenho um R em AVL > 11, ou seja, eu já tenho um 
coração hipertrofiado. Então, esse paciente que possui 20 
quadradinhos, tem uma baita hipertrofia. 
 Então, quem é Roberto? Casado, 3 filhos, obeso grau 
1, sabe que é hipertenso, mas não tratou, fumante, as vezes 
bebe, diabético, o pai dele já infartou, os rins dele possui 
algumas alterações e o coração hipertrofiado, ou seja, 
Roberto é uma bomba relógio. Se a gente não tratar 
corretamente, ele vai reproduzir a história do pai dele e 
infartar antes dos 55 anos. 
 
 
 
 
ANA BEATRIZ CAMPOS 4 
 
APS (DR. MARTIM) – 1ª AULA BLOCO 1 
 
 Esse é o nosso projeto. É muita informação e ficam umas 
coisas meio perdidas, então é organizado em uma fichinha, 
sãoos fatores de risco para quem é hipertenso. Ser homem 
é fator de risco, pois está de acordo com a perspectiva idade-
sexo-morte no Brasil. O homem por doença cardiovascular 
morre mais cedo do que a mulher, pois a mulher tem a 
proteção do estrógeno. 
 O nosso paciente Roberto tem como fatores de risco: 
homem, histórico de DCV prematura em parentes, 
tabagismo, dislipidemia, diabético e obesidade. De 7 fatores 
de risco, Roberto possui 6. 
• Lesões de órgão alvo: 
 
 O eletro mostrou sobrecarga de V.E; 
 Microalbuminúria e alterações também, na taxa de 
filtração glomerular. 
 Então, eu marco 3 fatores na ficha de lesão de órgão alvo. 
 Na 2ª coluna, nada foi marcado. 
 Isso é o papel do médico de família, diagnosticar 
precocemente, tentar intervir e evitar que a pessoa fique 
grave. 
 
 
 
• Nova diretriz para hipertensão: 
 
 De acordo com a nova diretriz, seu Roberto é um 
hipertenso estágio 2 pela sistólica e estágio 1 pela diastólica. 
Quando os valores forem discordantes eu vou pro pior, 
então, seu Roberto é hipertenso estágio 2, com mais de 3 de 
fatores de risco: homem, tabagista, obeso, diabético, 
dislipidemia, doença cardiovascular na família e ainda, lesão 
de órgão alvo, por isso, ele se classifica no risco altíssimo. 
 O que é um risco alto? Uma chance de 30% de 
morrer nos próximos anos. 
 
 Esse paciente é estágio 2, então eu tenho que 
começar o tratamento dele com no mínimo 2 remédios 
(IECA ou BRA + BBC ou DIU) → IECA (captopril, inalapril); 
BRA (Losartana); BBC – bloqueador do canal de cálcio 
(anlodipino); DIU (clortalidona, hidroclotiazida). 
 Como meu paciente é diabético, é importante ele 
usar um IECA ou um BRA (nunca posso associar os 2), pois 
pode aumentar muito o potássio e causar uma fibrilação 
arterial. 
 Então, preciso escolher empírico: Losartana (BRA) 
12/12h + Hicroclorotiazida 1x/dia. 
 Como eu vou avaliar? 1ª – Roberto está disposto a 
fazer mudança no estilo de vida? Isso vai ser muito 
importante para ele, se eu fizer ele perder peso, tudo tende 
a melhorar. Para avaliar se o tratamento está dando certo, 
eu tenho as metas que também foram mudadas. 
 
 
ANA BEATRIZ CAMPOS 5 
 
APS (DR. MARTIM) – 1ª AULA BLOCO 1 
 Então, desejável: PAS 120x80 ou no máximo 120x70 (no 
máximo isso). 
• Resumindo: os 4 atributos da APS são → Trabalhar bem 
baseado em evidências; usar o método clínico centrado na 
pessoa; colher a história pelo registro clínico; usar os 
atributos da APS.

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