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O que é mais importante saber: Fisiologia: • Hipófise anterior: produzidos hormônios hipofisários regulados pelo hipotálamo; • Hipófise posterior: armazenamento dos hormônios que são produzidos no hipotálamo; • Sistema porta hipofisário: haste hipofisária > liga hipotálamo à hipófise > sistema vascular por onde se liberam os hormônios hipotalâmicos que regulam a hipófise; • Quase todos os hormônios hipofisários são ESTIMULADOS pelos reguladores hipotalâmicos;l • PROLACTINA: exceção! É inibida pela DOPAMINA, produzida pelo hipotálamo; • A prolactina é produzida nos lactotrofos; • Macroadenomas: comprimem a haste hipofisária > impedem a dopamina de alcançar os lactotrofos > ELEVAÇÃO DA PRODUÇÃO DE PROLACTINA; • Ação da maior parte dos hormônios > indireta > REGULAM A PRODUÇÃO HORMONAL DE OUTRAS GLÂNDULAS; • GH: age elevando o hormônio IGF-1 NO FÍGADO (fator de insulina-símile tipo 1) > é como se o IGF-1 fosse o verdadeiro hormônio do crescimento > sem ele o GH não consegue realizar o seu efeito somatotrófico. HIPOPITUITARISMO • Conceito: deficiência de um ou mais hormônios da hipófise anterior ou posterior; • Em geral o acometimento acontece na sequência: LH/FSH > TSH > ACTH > PROLACTINA (poupa as funções primordiais à vida: TSH e ACTH principalmente); • A ordem acima não é respeitada em casos de hipofisite (ACTH é o primeiro acometido, nesse caso); IMPORTANTE: SÍNDROME DE SHEEHAM: hemorragia puerperal + Agalactia + amenorreia + astenia. • Manifestações clínicas são inespecíficas > subdiagnóstico > atenção: pacientes com maior risco de doença cerebrovascular; • Principal causa: tumoral > destruição das glândulas pelo tumor ou pelo seu tratamento (cirurgia, clínico ou radioterapia); • Síndrome da Sela Túrcica vazia: ela NÃO ESTÁ SEM HIPÓFISE! Haveria morte no período fetal se não houvesse hipófise. É um defeito no diafragma/assoalho da sela, permitindo a herniação da membrana aracnoide para a fossa hipofisária. > hipófise “cai”, distendendo a haste hipofisária > dopamina tem dificuldade em chegar á hipófise > aumento da prolactina. • Pacientes com macroadenomas podem apresentar sintomas compressivos: o Cefaleia; o Hemianopsia bitemporal (quiasma óptico); o Estabismo (NC III e VI). IMPORTANTE: sintomas clínicos mais frequentes do hipopituitarismo: HIPOGONADISMO, no adulto. DÉFICIT DE CRESCIMENTO, na criança. Diagnóstico • Quase sempre: testes provocativos > dosagens basais dos hormônios hipofisários não são capazes de fazer o diagnóstico > liberação pulsátil e cíclica dificulta; • Avaliação anatômica: RM é o método de escolha. • Deficiência de ACTH (corticotrofina): o Avaliação do ACTH normal ou baixo associado à confirmação do hipocortisolismo; o Cortisol basal colhido entre 7 e 10 da manhã (cortisol deveria estar alto nesse horário); o Valores menores que 3 microgramas/dL = CONFIRMADO O DIAGNÓSTICO; o Valores entre 3 e 18 = necessário o TESTE DE ESTÍMULO com insulina, glucagon e cortrosina. Se o cortisol não chegar a 18 > CONFIRMADO O DIAGNÓSTICO DE INSUFICIÊNCIA ADRENAL; o Valores maiores que 18 = EXCLUI O DIAGNÓSTICO. o Testes: ▪ ACTH humano sintético (cortrosina ou cosintropina), na dose de 250 microgramas; ▪ Insulina regular na dose de 0,05 a 0,15 U/kg IV; ▪ Glucagon, 1 mg SC ou IM; ▪ Após a administração: dosa-se a glicemia e o cortisol basal > 30 e 60 minutos após a administração; ▪ Atenção: para o glucagon dosa-se também nos tempos de 90, 120, 150, 180 e 240 minutos > estímulo é mais lento; ▪ Atenção 2: no teste da insulina, como há risco de hipoglicemia, deve-se tomar cuidado, principalmente com idosos > com história prévia de convulsões, doenças cardiovasculares ou cerebrovasculares > risco de AVE e convulsões durante o teste > CONTRAINDICADO. • Deficiência de GH (DGH): o IGF-1 ou IGFBP3 baixos; o Atenção: a dosagem de GH basal não deve ser utilizada para o diagnóstico de DGH, já que a sua secreção é pulsátil e seu nível sérico pode se mostrar bastante reduzido, sem nenhum significado; o GH é ativado na hipoglicemia > utilizar o teste da insulina e glucagon; o DGH: caso o GH seja inferior a 5 ng/mL no texto do estímulo; o Outros testes que também avaliam GH: ▪ Clonidina (crianças); ▪ L-Dopa; ▪ L-Arginina. o Em crianças peripúbere o texto do GH pode não responder adequadamente aos testes devido á imaturidade > fazer o priming hormonal: ▪ Meninas (acima de 8 anos): estrógeno conjugado 1,25 mg/m² de superfície corporal/dia > por 3 dias consecutivos > 72, 48 e 24 horas antes do teste do estímulo (não tomar no dia do teste); ▪ Meninos (acima de 9 anos): duas doses de 50 mg de cipionato de testosterona antes do teste (uma dose 16 dias e outra 2 dias antes do teste); o Atençao 2: as crianças com diagnóstico de DGH, quando chegam à idade adulta, deem refazer os testes, já que pode haver recuperação espontânea do eixo. Em situações com mutação genética ou doenças do SNC documentadas, não é necessário que o teste seja refeito, uma vez que os déficits nesses casos são irreversíveis. • Deficiência de TSH: o Normalmente a avaliação de TSH e T4 livre já é suficiente; o O padrão laboratorial normalmente demonstra T4 livre baixo e TSH baixo, normal ou alto; o Teste do TRH para casos duvidosos: avaliação nos tempos 0, 15, 30, 45, 60, 90 e 120 minutos após a administração de TRH (200 mcg); o Em pacientes com hipotireoidismo hipofisário ou hipotalâmico a elevação do TSH após o estímulo é reduzida ou ausente; o Em pacientes normais ou hipotireoidismo primário, a elevação é acima de 2,5 vezes. • Deficiência de prolactina: o Avaliação: níveis reduzidos de prolactina basal ou que não se elevam pelo menos 2,5 vezes no teste do TRH > igual a avaliação do TSH. • Deficiência gonadal: o O diagnóstico de hipogonadismo hipogonadotrófico é feito diante de níveis séricos baixos dos esteroides sexuais (estrógenos e testosterona) e gonadotrofinas normais ou baixas (FSH e LH); o Teste com GnRH: raramente indicado nesses casos > usado em casos duvidosos: ▪ Infundir 100 microgramas de GnRH EV com coleta de LH e FSH basal e também após 30 e 60 minutos da administração; ▪ Diagnóstico da deficiência: feito quando há falha em se elevar o LH acima 10 U/L ou em dobrar o valor de FSH. Tratamento • Tratar a causa base: ressecção cirúrgica, radioterapia, cabergolina etc; • Correção dos déficits hormonais. • Eixo corticotrófico: o Reposição de glicocorticoide: ▪ Hidrocortisona: 5-15 mg/m²/dia; ▪ Outros corticoides: respeitar as doses e meia-vida das medicações conforme a tabela: ▪ Melhor os de curta ou média duração > menor incidência de síndrome metabólica; ▪ Monitorização: HAS, hiperglicemia, dislipidemia, ganho de peso e perda de massa óssea. IMPORTANTE: lembrar sempre que o cortisol é um hormônio do estresse e em situações de febre, trauma, infecção ou cirurgias, fisiologicamente, nosso organismo produzirá uma maior quantidade de hormônio, o que não ocorre na insuficiência adrenal. Por isso, nesse caso, devemos orientar o paciente a dobrar a dose de corticoide. Se evoluir com vômitos e/ou hipotensão, devemos fazer expansão volêmica com SF 0,9% e iniciar hidrocortisona: 100 mg IV em bolus e 50 mg 8/8h. • Eixo somatotrófico: o Reposição do GH: bem estabelecida para crianças. aplicação é diária e à noite (mimetizando o pico fisiológico de GH noturno; o Doses: ▪ Pré-púberes: somatotropina, 0,1 UI/kg/dia, SC; ▪ Púberes: somatotropina, 0,15 UI/kg/dia, SC. ▪ Conversão das unidades: 1 mg = 3 UI. ▪ Adultos que mantiverem a deficiência de GH (a maior parte desses que tem na infância, consegue recuperar o eixo): podem ser tratados se os sintomas associados ao déficit de GH não melhoraram com o tratamento habitual (estatinas para dislipidemias, bifosfonados para a osteoporose, antidepressivos etc). Doses: • Menores que 30 anos: 1 a 1,5 UI SC; • Entre 30 e 60 anos: 0,6 a 1 UI, SC; • Maiores que 60anos: 0,3 a 0,6 UI, SC; • Todos à noite. ▪ Monitorização: IGF-1: manter entre a mediana e o limite superior da fraixa de normalidade para a idade e nos adultos nunca maior que 3 UI/dia. • Eixo tireotrófico: o Reposição de levotiroxina > como no hipotireoidismo primário; o Antes da reposição: excluir insuficiência adrenal (hormônio tireoidiano aumenta a depuração do cortisol > já que aumenta a expressão da enzima 11 beta – HSD2); o Recomendação: iniciar de 25 a 50 mcg/dia, com titulação a cada 4 a 8 semanas com base no T4 livre (TSH não é necessário); o Objetivo: manter o T4 livre no limite superior da normalidade; o T3 livre pode ser usado para avaliar tirotoxicose (é um marcador mais precoce); o Aumento de SHBG, CTX e ferritina podem ser marcadores indiretos também; • Eixo gonadotrófico: o Mulheres: ▪ Reposição: para todas as mulheres acima de 40 anos, se sintomas vasomotores (fogachos), caso não apresentem contraindicações absolutas: • Antecedente pessoal ou suspeita de câncer de mama ou endométrio; • Doença arterial obstrutiva recente; • Doença hepática ativa; • Hipersensibilidade conhecida aos componentes da terapia; • Porfiria cutânea tarda; • Tromboembolismo venoso; • HAS não controlada. ▪ Crianças: reposição feita em 2 anos, dobrada a cada 6 meses, até chegar na posologia adulta; ▪ Além do estrogênio, nas mulheres com útero, usa-se a progesterona micronizada (200 mg/dia durante 10 dias no mês ou 100 mg diariamente); o Homens: ▪ Contraindicações: • Historia de câncer de mama ou próstata, ou na presença de nódulo na próstata; • PSA > 3 ng/mL (na ausência de avaliação urológica adicional) e hiperplasia prostática benigna severa não tratada; • Eritrocitose (HT > 50%) ou hiperviscosidade sanguínea; • Apneia do sono não tratada; • Insuficiência cardíaca descompensada. ▪ Monitorização: dosagem 1 a 2 dias antes da próxima aplicação, objetivando manter os valores entre 400 e 700 mg/dL e avaliação seriada do PSA e HT, devendo suspender a reposição se: • PSA > 4 ng/mL ou aumento maior que 1,4 ng/mL em 1 ano de tratamento ou ocorrer aumento progressivo do PSA de 0,4 ng/mL/ano; • Eritrocitose.
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