Buscar

Alcoolismo e Funções Executivas

Prévia do material em texto

Os conteúdos deste periódico de acesso aberto estão licenciados sob os termos da Licença
Creative Commons Atribuição-UsoNãoComercial-ObrasDerivadasProibidas 3.0 Unported.
v. 44, n. 1, pp. 122-129, jan./mar. 2013
Psico
Alcoolismo e Avaliação de Funções Executivas: 
Uma Revisão Sistemática
Maisa dos Santos Rigoni 
Nathália Susin
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
Porto Alegre, RS, Brasil
Clarissa Marceli Trentini
Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
Porto Alegre, RS, Brasil
Margareth da Silva Oliveira
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
Porto Alegre, RS, Brasil
RESUMO
O alcoolismo pode acarretar uma série de prejuízos cognitivos, principalmente déficits de aprendizagem e memória, 
capacidade visuo-espacial, habilidades percepto-motoras, abstração e resolução de problemas. Este estudo buscou realizar 
uma revisão sistemática de artigos publicados em revistas científicas indexadas, entre os anos de 2003 e 2008, sobre as 
consequências neuropsicológicas associadas ao alcoolismo em adultos, principalmente as funções executivas, avaliadas com 
o Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST). Os resultados apontam que os alcoolistas apresentam desempenho 
inferior quando comparados aos indivíduos controles não dependentes em funções cognitivas como raciocínio, capacidade 
de percepção visual, aprendizagem inicial, atenção, concentração e memória. Além disso, o WCST mostrou-se sensível, 
confirmando os achados em exames de neuroimagem, que detectaram alterações no lobo frontal de alcoolistas. Salienta-se 
a importância da avaliação neuropsicológica de alcoolistas, visto os diversos prejuízos causados pelo uso do álcool, 
principalmente em funções executivas, o que implica na capacidade de resolver problemas e tomar decisões.
Palavras-chave: Alcoolismo; avaliação neuropsicológica; função executiva; teste wisconsin de classificação de cartas.
ABSTRACT
Alcoholism and Evaluation of Executive Functions: A Systematic Review
Alcoholism can cause a range of cognitive impairments, especially deficits in learning and memory, visual-spatial ability, 
perceptual-motor skills, abstraction and problem solving. This study sought to conduct a systematic review of articles 
published in scientific journals between the years 2003 and 2008 on the neuropsychological consequences associated with 
alcoholism in adults, especially executive function, evaluated with Wisconsin Card Sorting Test (WCST). The results 
suggest that alcoholics have lower performance compared to control subjects not dependents on cognitive functions like 
reasoning, visual perception ability, early learning, attention, concentration and memory. In addition, the WCST was 
sensitive, confirming the findings in neuroimaging studies, which detect changes in the frontal lobe of alcoholics. The 
importance of neuropsychological assessment of alcoholics, should be noted, since the various damage caused by alcohol 
use, especially in executive functions, which implies the ability to solve problems and make decisions.
Keywords: Alcoholism; neuropsychological assessment; executive function; wisconsin card sorting test.
RESUMEN
Alcoholismo y Evaluación de las Funciones Ejecutivas: Una Revisión Sistemática
El alcoholismo puede causar una serie de perdidas cognitivos, especialmente el déficit en el aprendizaje y la memoria, la 
capacidad visual-espacial, habilidades perceptivo-motoras, la abstracción y resolución de problemas. Este estudio trata de 
realizar una revisión sistemática de artículos publicados en revistas científicas entre los años 2003 y 2008 sobre las con-
secuencias neuropsicológicas asociadas con el alcoholismo en los adultos, especialmente en la función ejecutiva, según la 
evaluación con la prueba de Test de Clasificación de Cartas de Wisconsin (WCST). Los resultados sugieren que los alcohó-
licos tienen un menor rendimiento en funciones cognitivas tales como el razonamiento, la capacidad de percepción visual, 
el aprendizaje temprano, atención, concentración y memoria cuando en comparación con los sujetos del grupo control (sin 
dependencia de alcohol). Además, el WCST se mostró sensible, pues los hallazgos fueran comprobados por exámenes de 
neuroimagen, que detectaron cambios en el lóbulo frontal de los alcohólicos. Es pertinente señalar la importancia de la 
evaluación neuropsicológica de los alcohólicos, considerando los diversos daños causados por el uso de alcohol, especial-
mente en las funciones ejecutivas. Estas perdidas cognitivas afectan la capacidad de resolver problemas y tomar decisiones.
Palabras clave: Alcoholismo; evaluación neuropsicológica; la función ejecutiva; wisconsin card sorting test. 
Alcoolismo e avaliação de funções executivas 123
Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 44, n. 1, pp. 122-129, jan./mar. 2013
INTRODUÇÃO
O alcoolismo tem sido considerado uma doença 
crônica, progressiva, além de ter se tornado um 
problema de saúde pública, visto que, de acordo com 
a Organização Mundial da Saúde (WHO, 2007), 
1,7 % da população mundial é diagnosticada com 
dependência de álcool. No Brasil, os dados de um 
levantamento realizado pelo Centro Brasileiro de 
Informações sobre Drogas Psicotrópicas – CEBRID, 
no ano de 2005, nas 108 maiores cidades do Brasil, 
entrevistando-se 7939 pessoas, apontaram que 74,6% 
dos participantes pesquisados já usaram o álcool na 
vida, sendo essa uma porcentagem inferior a de outros 
países (Chile com 86,5% e EUA, 82,4%). Desse 
modo, a estimativa de dependentes de Álcool foi de 
12,3%, sendo maior para o sexo masculino (19,5%) 
do que para o feminino (6,9%) (Galduróz, Noto, 
Fonseca e Carlini, 2007). Trata-se de um transtorno de 
grande poder destrutivo e de alta prevalência (Carlini, 
Galduróz e Noto, 2001), que está constantemente 
relacionado a outras enfermidades clínicas, como, por 
exemplo, câncer de boca, esôfago, fígado e pulmão, 
depressão maior, epilepsia, hipertensão e problemas 
cardíacos (Rehm, Sempos e Trevisan, 2003) e a 
comportamentos violentos, tais como agressões físicas, 
verbais e problemas com o sistema de justiça (Zhang, 
Welte e Wieczorek, 2002).
O álcool é uma das substâncias mais antigas usadas 
pela espécie humana. Há relatos de fabricação de 
cerveja desde 3500 anos antes de Cristo, sendo que as 
bebidas de teor alcoólico passaram a ser amplamente 
produzidas aproximadamente entre 6000 e 8000 anos 
antes de Cristo (Longenecker, 1998). Atualmente 
o álcool é classificado como uma substância lícita 
presente em quase todas as culturas, sendo um 
elemento fundamental em rituais religiosos, utilizado 
em momentos de comemoração ou confraternização 
(Gigliotti e Bessa, 2004). 
Ao ser ingerido o álcool é facilmente absorvido 
do estômago para a corrente sanguínea e desta para 
o cérebro sem restrições. Suas propriedades químicas 
permitem que ele penetre e modifique as propriedades 
das membranas celulares. Quando um neurônio fica 
exposto ao álcool ele pode não conduzir os potenciais 
de ação com a mesma frequência e rapidez com que 
fazem normalmente, isto porque a ação do álcool 
no cérebro é sedativa. O álcool ativa o circuito de 
recompensa do cérebro, tendo uma ativação excitatória 
e dopaminérgica, porém também aumenta as ações 
inibitórias do GABA (neurotransmissor ácido gama-
aminobutírico) em uma parte do circuito, a área ventral 
tegumentar (AVT) (Longenecker, 1998). Inicialmente, 
o álcool produz uma sensação agradável de bem- 
estar devido a sua ação direta ou indireta sobre a via 
neuronal cerebral, a via dopaminérgica mesolímbica, 
também conhecida como via do reforço, da gratificação 
ou do prazer, responsável pela nossa capacidade de 
sentir prazer e/ou satisfação em diferentes situações.
Entre as drogas depressoras do Sistema Nervoso 
Central o álcool é a droga recreacional mais utilizada, 
de forma abusiva, pelos jovens, que buscam em 
seu uso uma desinibição comportamental, euforia, 
descontração, extroversão e, posteriormente, uma 
sensação de relaxamento (Lemos e Zaleski, 2004). No 
entanto,o álcool é uma das substâncias que mais causa 
danos à saúde, apresentando efeitos farmacológicos e 
tóxicos sobre o cérebro e sobre quase todos os órgãos 
e sistemas do corpo humano (Edwards, Marshall e 
Cook, 1999). Trata-se de uma droga que afeta todas as 
funções cerebrais, incluindo comportamento, cognição, 
discernimento, respiração, coordenação psicomotora e 
sexualidade (Washton e Zweben, 2009). 
As alterações cognitivas associadas ao consumo 
de álcool podem variar desde alterações leves, 
encontradas em abusadores desta substância, seguidas 
de prejuízos moderados em dependentes de álcool, 
podendo chegar a déficits neuropsicológicos mais 
graves, como a Síndrome de Korsakoff. Mesmo os 
bebedores sociais, que ingerem 21 ou mais doses por 
semana (cada dose equivale a 12 g de álcool), revelam 
indícios de alterações neurocognitivas em algumas 
funções mentais (Cunha e Novaes, 2004).
A Síndrome de Korsakoff é um transtorno amnésico 
alcoólico no qual há um déficit de memória recente 
irreversível, mas sem alterar a memória imediata, 
podendo haver outras complicações como sinais 
cerebelares, neuropatia periférica e cirrose. Geralmente 
ocorre em pessoas que vêm bebendo maciçamente 
por muitos anos. O alcoolista crônico também pode 
apresentar encefalopatia alcoólica ou Síndrome de 
Wernicke, uma doença neurológica na qual o paciente 
apresenta ataxia (falta de coordenação dos movimentos), 
oftalmoplegia (paralisia do 6º nervo craniano), nistagmo 
(oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou 
ambos os olhos em algumas ou todas as posições de 
mirada) e confusão. Esta encefalopatia alcoólica pode 
desaparecer espontaneamente após alguns dias ou sema- 
nas, mas também pode progredir até a síndrome amné- 
sica por álcool. A combinação dos dois é chamada de 
Síndrome de Wernicke-Korsakoff, e supostamente a cau- 
sa envolve uma deficiência de Tiamina (Kaplan e Sadock, 
1997; Scivoletto e Andrade, 1997; Baltieri, 2004). 
O alcoolismo pode acarretar uma série de prejuízos 
cognitivos, principalmente déficits de aprendizagem 
e memória, capacidade visuo-espacial, habilidades 
124 Rigoni, M. dos S., Susin, N., Oliveira, M. da S., et al.
Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 44, n. 1, pp. 122-129, jan./mar. 2013
percepto-motoras, abstração e resolução de problemas 
(Arias, Santin e Rubio, 2000; Langlais e Ciccia, 2000; 
Pfefferbaum, Sullivan e Rosenbloon, 2000; Nassif e 
Rosa, 2003), funções associadas às regiões frontais 
e fronto-têmporo-parietal (Nassif e Rosa, 2003). As 
alterações no córtex pré-frontal de alcoolistas tendem 
a prejudicar o processo de tomada de decisões, 
fazendo com que o paciente escolha caminhos mais 
atraentes que lhe proporcionem um prazer imediato, 
ou mesmo a busca de alívio imediato de sintomas 
que estão causando sofrimento, como, por exemplo, 
seguir bebendo ao invés de manter-se abstinente. 
O paciente adota um comportamento sem levar em 
consideração as consequências futuras de suas atitudes 
(Bechara et al., 2001).
Cabe salientar que os lobos frontais, mais 
particularmente suas porções pré-frontais, são as 
principais estruturas anatômicas responsáveis pela 
função executiva, associada à capacidade de iniciar 
uma ação, planejar e prever formas de resolver 
problemas, antecipando consequências e mudando as 
estratégias adotadas de modo flexível, monitorando 
o comportamento passo a passo e comparando os 
resultados parciais com o plano original (Lezak, 
1995). Entre os muitos termos usados para descrever 
as funções executivas estão: flexibilidade cognitiva 
(aptidão para mudar uma resposta padrão em relação 
a uma contingência de mudança reforçada); circuito 
cognitivo (capacidade do sujeito para seguir ou 
identificar com sucesso a resposta correta gratificada, 
associada entre contingências frequentemente al- 
ternadas); manutenção do modo (habilidade para 
manter um determinado modo de resposta); abstração 
(capacidade para identificar um elemento comum 
entre estímulos que aparecem para diferir ao longo 
de várias dimensões); e atenção dividida (habilidade 
de atentar para dois estímulos diferentes simultanea- 
mente) (Moss e Killiany, 1994).
Um dos instrumentos que avalia algumas habi- 
lidades da função executiva é o Teste Wisconsin de 
Classificação de Cartas, conhecido na literatura com 
a sigla WCST, pode ser considerado uma medida da 
flexibilidade do pensamento. Foi criado em 1948, 
ampliado e revisado posteriormente, tendo como 
objetivo avaliar o raciocínio abstrato e a capacidade 
do sujeito de gerar estratégias de solução de problemas 
em resposta a condições de estimulação mutáveis. 
Inicialmente criado para a população geral, passou a 
ser empregado, cada vez mais, como um instrumento 
clínico na avaliação neuropsicológica de funções 
executivas, as quais envolvem os lobos frontais. O 
WCST requer planejamento estratégico, exploração 
organizada utilizando feedback ambiental para mudar 
contextos cognitivos, direção do comportamento para 
alcançar um objetivo e modulação da responsividade 
impulsiva (Heaton, Chleune, Taley, Kay e Curtiss, 1993).
Neste contexto, a avaliação neuropsicológica de 
pacientes alcoolistas é de suma importância para o 
profissional da área da saúde e para o próprio paciente, 
na medida em que ambos necessitam conhecer o 
perfil do funcionamento cognitivo, que pode ter sido 
afetado pelo uso do álcool. O exame neuropsicológico 
também busca identificar o possível curso crônico que 
afeta o organismo do paciente, podendo causar graves 
patologias sistêmicas por um grande período de tempo 
ao qual se somam outros fatores de risco de déficits 
cognitivos (Oliveira e Rigoni, 2005).
Os déficits cognitivos identificados nos depen- 
dentes do álcool têm implicação direta no tratamento, 
tanto para escolha de estratégias a serem adotadas, 
quanto para análise do prognóstico, bem como na 
identificação do estágio motivacional no qual o 
paciente se encontra (Calheiros, Oliveira e Andretta, 
2006). Em um estudo transversal foram avaliados 61 
alcoolistas adultos do sexo masculino, com média de 
idade de 41 (DP = 7,97) anos e escolaridade mínima 
relatada a 5ª série do Ensino Fundamental, utilizando 
os seguintes instrumentos: URICA, SADD; Screening 
Cognitivo do WAIS-III; Teste de Figuras Complexas 
de Rey e o Teste Wisconsin de Classificação de Cartas 
(WCST). Este estudo detectou que 72,81% da amostra 
apresentam uma dependência em relação ao álcool 
considerada grave e 65,5% encontram-se no estágio 
motivacional da pré-contemplação. Os participantes 
deste estudo apresentaram lentificação psicomotora, 
prejuízos na capacidade de percepção visual e memória 
imediata, assim como um declínio na capacidade de 
flexibilidade mental. Quando correlacionados os 
Estágios Motivacionais e os subtestes do WAIS-III, 
pôde-se constatar que quanto mais Pré-Contemplativo 
o participante estava pior era seu desempenho nos 
subtestes Vocabulário e Códigos, o que poderá 
refletir de forma negativa no tratamento. Neste sentido, 
apesar destes pacientes apresentarem um potencial 
intelectual verbal dentro de um termo médio, conforme 
este potencial decaia, aumentava a dificuldade do 
paciente adquirir consciência sobre o seu problema 
em relação à bebida. O mesmo ocorreu frente ao 
subteste Códigos, isto é, a lentificação psicomotora 
pode interferir na motivação para conscientização 
diante do problema de beber. Assim, houve um 
declínio no desempenho cognitivo, somado a uma 
total desmotivação para mudança de comportamento, 
talvez até impedindo estes pacientes de investirem no 
tratamento após a internação (Rigoni, Oliveira, Susin, 
Sayago e Feldens, 2009).
Alcoolismo e avaliação de funções executivas 125
Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 44, n. 1, pp. 122-129, jan./mar. 2013
Diante do exposto acima, se buscou com este 
estudo realizar uma revisão sistemática de artigos 
publicados em revistas científicas indexadas, sobre 
as consequências neuropsicológicas associadas ao 
alcoolismo em adultos, principalmente no que se 
refereàs funções executivas.
MÉTODO
O presente estudo foi avaliado e aprovado pelo 
Comitê de Ética da PUCRS, sob o protocolo de pes- 
quisa nº 07/03979. Trata-se de uma revisão sis- 
temática da literatura sobre as consequências 
neuropsicológicas associadas ao alcoolismo em 
adultos, principalmente as funções executivas. Este 
método é útil, visto que compila dados de estudos 
independentes relacionados ao tema em questão, 
auxiliando na orientação para possíveis investigações 
futuras (Linde e Willich, 2003).
Após a definição das questões a serem investigadas, 
foram estabelecidos os critérios de inclusão desta 
revisão, realizando-se a seleção dos estudos. Para 
tal, foram consultadas as bases de dados eletrônicas 
PsycInfo, PubMed e Lilacs, entre os anos de 2003 e 
2008, com os seguintes descritores: “alcoholic and 
cognitive impairment; and executive cognitive function; 
and cognitive function; and neuropsychological 
assessment; and neuropsychological tests; and memory; 
and cognitive function assessment; and Frontal Lobe”.
Os artigos selecionados foram divididos de forma 
aleatória entre dois pesquisadores, os quais realizaram 
uma leitura crítica, considerando os seguintes critérios 
de inclusão: a) abordar a avaliação de prejuízos de 
função executiva; b) a amostra apresentar o diagnóstico 
de alcoolismo sem outra comorbidade; c) ser um estudo 
empírico e transversal e d) utilizar o WCST como 
instrumento de avaliação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este estudo teve por objetivo pesquisar na 
literatura artigos que abordassem a temática sobre 
as consequências neuropsicológicas associadas ao 
alcoolismo em adultos, principalmente as funções 
executivas, tendo com uso o teste neuropsicológico 
WCST. Foram encontrados 966 artigos, sendo que 
destes apenas 99 preencheram os critérios de inclusão. 
A Tabela 1 retrata os resultados encontrados nas bases 
de dados pesquisadas.
No PsycInfo dos 406 artigos localizados, 62 
preencheram os critérios de inclusão do estudo, e os 
demais estudos foram classificados em: Estudos com 
animais (n = 39); Livros, revisões de livros e estudos 
TABELA1 
Publicações em bases de dados entre 2003 e 2008
Base de Dados Estudos encontrados (n)
Estudos aproveitados 
(n) 
PsycInfo 406 62 
PubMed 535 34 
LILACS 25 3 
PsycInfo (Base de dados mantida pela American Psychological Association); PubMed 
(PubMed is a service of the U.S. National Library of Medicine that includes over 
19 million citations from MEDLINE and other life science journals for biomedical 
articles back to 1948. PubMed includes links to full text articles and other related 
resources); LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em 
Ciências da Saúde); n = quantidade de artigos; % = porcentagem.
teóricos (n = 38); Tratamento, comportamentos sociais, 
sequelas físicas, ansiedade e depressão (n = 34); 
Demência, Alzheimer e Korsakoff (n = 29); Uso de 
múltiplas drogas e nicotina (n = 26); Dissertações 
(n = 23); Estudos com crianças, adolescentes e idosos 
(n = 19); Neuroimagem (n = 18); Genética (n = 16); 
Simpósios, comunicações gerais e congressos (n = 16); 
Esquizofrenia (n = 15); Exposição pré-natal ao álcool 
(n = 13); Assuntos gerais – aprendizagem, olfato, audi- 
ção – (n = 13); Estudos de Caso (n = 11); Farmacoterapia 
(n = 9); Estudos repetidos (n = 9); Mulheres e uso de 
álcool (n = 7); Estudos com indivíduos saudáveis 
(n = 4); Estudos comparativos entre homens e mulheres 
(n = 3); Associação entre uso do álcool e HIV, doenças 
bacteriológicas e virais (n = 3).
Na base de dados PubMed somente 34 estudos 
abordavam a questão dos prejuízos cognitivos 
observados em usuários de álcool. Destes, 27 também 
foram encontrados na base de dados PsycInfo. Os 
demais estudos foram classificados em: Neuroimagem 
(n = 49); Uso de múltiplas drogas e nicotina 
(n = 43); Demência, Alzheimer e Korsakoff (n = 41); 
Comportamentos sociais (N = 39); Neurobiologia 
(n = 37); Doenças em geral (n = 35); Estudos com 
animais (n = 36); Estudos com crianças, adolescentes 
e idosos (n = 33); Genética (n = 28); Assuntos gerais 
– aprendizagem, olfato, audição – (n = 26); Doenças 
físicas, ansiedade e depressão (n = 25); Tratamento 
(n = 21); Farmacoterapia (n = 20); Esquizofrenia 
(n = 14); Resumos não disponíveis (n = 13); Mulheres 
e uso de álcool (n = 9); Simpósios (n = 9); Estudos de 
Caso (n = 7); Exposição pré-natal ao álcool (n = 5); 
Estudos com indivíduos saudáveis (n = 5); Estudos 
comparativos entre homens e mulheres (n = 4); Estudos 
teóricos (n = 3). 
Na base de dados LILACS apenas três estudos 
abordavam a temática do alcoolismo e funções 
cognitivas, mas eram estudos teóricos. Somente 
dois foram publicados após 2003, os demais foram 
alocados em: Comportamento social e uso de álcool 
126 Rigoni, M. dos S., Susin, N., Oliveira, M. da S., et al.
Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 44, n. 1, pp. 122-129, jan./mar. 2013
(n = 3); Tratamento (n = 2); Estudos com adolescentes 
(n = 2); Manifestações somáticas e demais doenças 
físicas (n = 3); Estudo de caso e estudo teórico (n = 3); 
Neuroimagem (n = 2); Esquizofrenia (n = 2); Korsakoff 
(n = 2); Idosos (n = 1); Estudo com animais (n = 1); 
Conferência (n = 1).
Dos 99 artigos encontrados nas bases de dados 
pesquisadas apenas 9 eram estudos empíricos, trans- 
versais, utilizaram o WCST e abordaram a avaliação 
de prejuízos de função executiva em alcoolistas sem 
outras comorbidades. Na Tabela 2 estão apresentados 
os artigos e seus principais resultados.
TABELA 2 
Artigos sobre avaliação de Funções Executivas por meio do WCST em alcoolistas
Estudo N/Local Principais Resultados Instrumentos Complementares
Chao, Meyerhoff, 
Cardenas, Rothlind 
e Weiner (2003)
30 alcoolistas e 
30 não dependentes/ 
USA
WCST: alcoolistas completaram menos categorias e 
cometeram mais erros não perseverativos e totais.
Stroop: alcoolistas mostraram maior lentidão para ler as 
cores.
– Trail Making Test: parte A e B, quando comparados os 
resultados com MRI, os alcoolistas denotaram um raciocínio 
tardio em relação aos não dependentes.
Stroop
Trail Making Test
Controlled Oral Association Test 
(COWAT)
Fama, Pfefferbaum 
e Sullivan (2004)
51 alcoolistas e 63 
não dependentes/
USA
WCST: alcoolistas completaram menos categorias e 
obtiveram mais respostas perseverativas.
Alcoolistas apresentaram um desempenho inferior na 
capacidade de percepção visual e aprendizagem inicial.
Gollin Incomplete Pictures Test. 
Hidden Figures Test
Wechsler Memory Scale (WMS)
Blume, Schmaling 
e Marlatt (2005)
76 alcoolistas e 
41 abusadores de 
álcool/USA
Estudo de associação entre testes neuropsicológicos e 
estágios motivacionais.
WCST: Não foi preditor de estágio motivacional.
WMS-R: baixo escore na capacidade verbal e atraso na 
memória de recordação predizem o estágio motivacional 
da pré-contemplação. Escores altos de memória verbal 
predizem o estágio motivacional da contemplação e uma 
melhor capacidade de concentração e atenção prediz uma 
redução do consumo de álcool após follow-up de três meses. 
Memória Wechsler Revisada 
(WMS-R)
Controlled Oral Word Association 
Test (COWAT)
Ruff Figural Fluency Test (RFFT) 
Durazzo, Rothlind, 
Gazdzinski, Banys 
e Meyerhoff (2006)
20 não fumantes 
alcoolistas em 
recuperação e 20 
fumantes alcoolistas 
em recuperação/
USA
WCST: não foi detectada diferença significativa entre os 
grupos quanto à função executiva.
Não-fumantes: melhor desempenho em capacidade 
de aprendizagem, memória visual, velocidade de 
processamento e realizaram os testes em menos tempo.
Short Categories Test
Stroop Color-Word Test
Trail Making Test part B 
WAIS-III (Aritmética, Dígitos, 
Código, Informação, Completar 
Figuras, Cubos e Semelhanças) 
Auditory verbal: California
Verbal Learning Test-II (CVLT-II)
Brief Visual Memory Test-Revised
American
National Adult Reading Test 
Goudriaan, 
Oosterlaan, Beurs e 
Brink (2006)
29 jogadores 
patológicos, 
48 alcoolistas 
abstinentes, 46 
Tourette e 49 
controles normais/
Alemanha
WCST: Houve diferençasignificativa entre os grupos 
na categoria de pecentual de erros perseverativos. Os 
alcoolistas perseveraram mais que os normais e os jogadores 
patológicos completaram menos categorias que o grupo 
controle.
Todos os grupos apresentaram uma discreta baixa de 
respostas de inibição quando comparados aos controles 
normais.
Stop Signal Task
Circle Tracing Task
Stroop
Controlled Oral Word Association
Test (COWAT)
Self-Ordered Pointing Task – 
abstract designs (SOP)
Digit Span (WAIS)
Tower of London (ToL)
Chanraud et al. 
(2007)
31 alcoolistas e 28 
não dependentes/
França.
WCST: prejuízo em funções executivas de alcoolistas.
Exame de neuroimagem: alcoolistas sugeriram uma perda 
de 20% de massa cinzenta no córtex dorsolateral frontal e 
10% de massa branca no corpo caloso;
Resultados de neuroimagem e testes neuropsicológicos 
(WAIS, Trial e WCST): diferença significativa entre estes 
e o volume de massa cinzenta. No volume de massa branca 
houve diferença significativa apenas no WAIS e no Trial. 
Mini Mental State Examination 
(MMSE)
Trail Making Test Part B
Letter Fluency Test (LFT)
Stroop
Sequência de números e letras do 
WAIS-III
(continua)
Alcoolismo e avaliação de funções executivas 127
Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 44, n. 1, pp. 122-129, jan./mar. 2013
Estudo N/Local Principais Resultados Instrumentos Complementares
Jang et al. (2007) 20 alcoolistas e 20 
não dependentes/ 
Coréia
Exame de neuroimagem: alcoolistas tiveram um decréscimo 
tanto na massa cinzenta global quanto na massa branca 
global.
WCST: Respostas perseverativas e erros perseverativos 
tiveram uma correlação significativa com o decréscimo 
do volume de massa cinzenta incluindo o giro superior 
temporal esquerdo e a região pós-central direita.
Medidas de desempenho neuropsicológicas tiveram uma 
maior correlação com a massa cinzenta.
Rey auditory-verbal learning
test (RVLT)
Rey-Osterrieth complex figure test
(ROCF)
Trail-making tests 
Stroop 
Fortier et al. (2008) 14 alcoolistas 
abstinentes e 14 
não-dependentes/ 
USA
Somente na categoria respostas perseverativas do WCST e 
no Warrington Recognition Memory Test houve diferença 
entre os grupos, reforçando que os alcoolistas podem 
apresentar déficits na função executiva e no processamento 
visual.
WAIS-III
Warrington Recognition Memory 
Test
Wechsler Memory Scale – Third 
Edition (WMS-III
Trail Making Test
Controlled Oral Word Association
Test (COWAT)
Stroop
Ruff Figural Fluency Test
Easton, Sacco, 
Neavins, 
Wupperman e 
George (2008)
9 fumantes 
alcoolistas com 
relato de violência 
física em parceiros, 
9 fumantes 
alcoolistas sem 
violência a parceiros 
e 7 fumantes não 
dependentes/USA
WCST: Fumantes alcoolistas com relato de violência ao 
parceiro quando comparados a não dependentes, apresentam 
mais prejuízos graves de flexibilidade cognitiva, o mesmo 
ocorreu em relação a atenção e concentração.
– Os dois grupos de alcoolistas sugerem maiores prejuízos 
em testes de impulsividade.
– WCST: fumantes alcoolistas sem relato de violência 
ao parceiro denotam um desempenho prejudicado na 
capacidade de flexibilidade cognitiva quando comparado ao 
grupo de fumantes não dependentes. 
Continuous Performance Test 
(CPT)
California Verbal Learning Test 
(CVLT)
Dígitos do WAIS
Iowa Gambling Test (IGT)
Trail Making Test parte A e B
Visuospatial Memory Task 
(VSWM)
Stroop
Observa-se na Tabela 2 que na maioria dos estudos 
(n = 7) os alcoolistas apresentaram um desempenho 
neuropsicológico inferior quando comparados a 
controles normais (Chao et al., 2003; Fama et al., 2004; 
Goudriaan et al., 2006; Chanraud et al., 2007; Jang 
et al., 2007; Fortier et al., 2008; Easton et al., 2008), 
sendo que no WCST estes tendem a completar menos 
categorias, cometem mais erros não persevertaivos e 
totais (Chao et al., 2003; Fama et al., 2004), obtém 
mais respostas perseverativas (Fama et al., 2004; 
Goudriaan et al., 2006; Jang et al., 2007; Fortier 
et al., 2008) e cometem mais erros perseverativos 
(Jang et al., 2007). Apenas em dois estudos (Blume 
et al., 2005; Durazzo et al., 2006) o WCST não foi 
sensível para detectar um desempenho prejudicado 
em alcoolistas, possivelmente isto ocorreu, pois 
nestes dois estudos os autores objetivaram comparar 
o desempenho de dependentes de álcool com abu- 
sadores de álcool, e alcoolistas fumantes e não fuman- 
tes respectivamente.
No que tange as amostras utilizadas nos estudos, 
estas se mostram em média relativamente pequenas 
relacionadas ao alcoolismo, ficando entre 20 e 50 
alcoolistas pesquisados por estudo, tendo até grupos 
menores de 9 a 14 participantes (Easton et al., 2008; 
Fortier et al. 2008). Apenas em um estudo conduzido 
por Blume et al. (2005) a amostra estudada foi de 76 
alcoolistas, no entanto cabe salientar que neste estudo 
os participantes receberam 50 dólares para realiza- 
rem a avaliação neuropsicológica e um adicional 
de 5 dólares para responderem informações após 3 
meses por telefone, o que no Brasil não é uma prática 
permitida.
Como se optou em analisar artigos que utilizaram 
o WCST em suas avaliações foi possível identificar 
que o segundo teste mais utilizado nestes estudos 
foi o Stroop Test. Este avalia a atenção seletiva e 
habilidade de inibir uma resposta em detrimento de 
outra, ou frente uma mudança, sendo um teste que 
mede função executiva relativa à flexibilidade mental, 
envolvendo controle de resposta. Outro teste utilizado 
foi Trail Making Test, tanto a parte A, quanto a B, 
que avaliam respectivamente atenção concentrada e 
dividida. Por fim verifica-se o uso de alguns subtestes 
TABELA 2 (cont.)
128 Rigoni, M. dos S., Susin, N., Oliveira, M. da S., et al.
Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 44, n. 1, pp. 122-129, jan./mar. 2013
do WAIS, que possibilitam a identificação de déficits 
cognitivos em alcoolistas. Além disso, os estudos 
apontam, também, que os alcoolistas apresentam de- 
sempenho inferior quando comparados aos indivíduos 
controles não dependentes em funções cognitivas como 
raciocínio (Chao et al., 2003), capacidade de percepção 
visual e aprendizagem inicial (Fama et al., 2004), 
atenção, concentração (Easton et al., 2008), memória 
(Blume et al., 2005), bem como detectam um declínio 
de respostas inibitórias (Goudriaan et al., 2006).
Na análise dos artigos encontrados salienta-
se a pouca produção com a utilização do WCST, o 
que pode ter algum tipo de relação com o fato dele 
não ser aplicado como um único teste, necessitando 
de outras medidas, acarretando mais tempo de apli- 
cação com os participantes. O fato de ter que des- 
pender um tempo maior na aplicação dos testes 
neuropsicológicos pode estar associado, também, às 
amostras relativamente pequenas. Apenas o estudo 
de Blume et al. (2005) contemplou uma amostra 
maior (n = 117), possivelmente porque foi um estudo 
em que os participantes focos da pesquisa recebiam 
dinheiro para participarem.
No entanto, mesmo em poucos estudos publicados 
entre 2003 e 2008, se pode perceber que o WCST é um 
teste importante e sensível para medir o desempenho 
de alcoolistas com relação à habilidade da função 
executiva, quando comparados a controles normais não 
dependentes de álcool. Em todos os artigos em que esta 
comparação foi realizada o desempenho dos alcoolistas 
foi bastante prejudicado, corroborando achados 
da literatura (Arias et al., 2000; Langlais e Ciccia, 
2000; Pfefferbaum et al., 2000; Nassif e Rosa, 2003; 
Bechara et al., 2001). Salienta-se também que estudos 
que realizaram exames de neuroimagem detectaram 
alterações no lobo frontal de alcoolistas, confirmando 
os achados relacionados aos testes neuropsicológicos 
como o WCST e o Stroop (Chao et al., 2003; Chanraud 
et al., 2007; Jang et al., 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio desta revisão fica evidente a importância 
da avaliação neuropsicológica de alcoolistas, visto 
os diversos prejuízos causados pelo uso do álcool, 
principalmente nas funções executivas, implicando 
na capacidade que possuímos de resolver problemas 
e tomar decisões.Conforme Bechara et al. (2001) 
as alterações no processo de tomada de decisões 
podem fazer com que o paciente escolha seguir 
bebendo ao invés de manter-se abstinente, já que este 
não consegue refletir sobre as consequências futuras 
de seus atos.
Outro ponto importante é a escassez de estudos com 
o uso do WCST, o que reforça a necessidade de mais 
pesquisas com este instrumento preciso na avaliação 
das funções do lobo frontal, fundamentalmente na 
medida em que este, dentre os instrumentos que 
avaliam a função executiva, é o único que está em 
processo de validação para uso com adultos no Brasil. 
Atualmente está em fase de coleta por Oliveira, Rigoni, 
Werlang, Argimon e Trentini, já tendo sido validado 
para crianças e adolescentes (Cunha et al., 2005), e 
mais recentemente para idosos neste mesmo país 
(Trentini, Argimon, Oliveira e Werlang, 2009). Além 
disto, como esta revisão foi feita no período de 2003 a 
2008, talvez estudos importantes tenham ficado de fora 
por serem anteriores a 2003.
REFERÊNCIAS 
Arias, J.L., Santin, L.J. & Rubio, S. (2000). Effects of chronic 
alcohol consumption on spatial reference and working memory 
tasks. Alcohol, 20, 149-159.
Baltieri, D.A. (2004). Álcool, crimes e leis. Jornal Brasileiro de 
Dependência Química, 5(1), 37-49.
Bechara, A., Dolan, S., Denburg, N., Hindes, A., Anderson, S.W. 
& Nathan, P.E. (2001). Decision-making deficits, linked to a 
dysfunctional ventromedial prefrontal cortex, revealed in 
alcohol and stimulant abusers. Neuropsychologia, 39, 376-89. 
Blume, A.W., Schmaling, K.B. & Marlatt, G.A. (2005). Memory, 
executive cognitive function, and readiness to change drinking 
behavior. Addictive Behaviors, 30(2), 301-314.
Calheiros, P.R.V., Oliveira, M.S. & Andretta, I. (2006). 
Comorbidades Psiquiátricas no Tabagismo. Alethéia, 23, 65-74.
Carlini, E.A., Galduróz, J.C. & Noto, L. (2001). I Levantamento 
Domiciliar Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil – 
2001. São Paulo: CEBRID.
Chanraud, S., Martelli, C., Delain, F., Kostogianni, N., Douaud, 
G., Aubin, H. J., Reynaud, M. & Martinot, J.L. (2007). Brain 
Morphometry and Cognitive Performance in Detoxified 
Alcohol-Dependents with Preserved Psychosocial Functioning. 
Neuropychopharmacology, 32, 429-438.
Chao, L.L., Meyerhoff, D.J., Cárdenas, V.A., Rothilind, J.C. & 
Weiner, M.W. (2003). Abnormal CNV in chronic heavy drinkers. 
Clinical Neurophysiology, 114, 2081-2095.
Cunha, J., Trentini, C.M., Argimon, I.L., Oliveira, M.S., Werlang, 
B.G. & Prieb, R.G. (2005). Manual do Teste Wisconsin de 
Classificação de Cartas (Revisado e ampliado). São Paulo: Casa 
do Psicólogo.
Cunha, P.J. & Novaes, M.A. (2004). Avaliação neurocognitiva no 
abuso e dependência do álcool: implicações para o tratamento. 
Revista Brasileira de Psiquiatria, 26(1), 23-27.
Durazzo, T.C., Rothlind, J.C., Gazdzinski, S., Banys, P. & 
Meyerhoff, D.J. (2006). A comparison of neurocognitive 
function in nonsmoking and chronically smonking short-term 
abstinent alcoholics. Alcohol, 39, 1-11.
Easton, C.J., Sacco, K.A., Neavins, T.M., Wupperman, P. 
& George, T.P. (2008). Neurocognitive performance among 
alcohol dependent men with and without physical violence 
toward their partners: A preliminary report. The American 
Journal of Drug and Alcohol Abuse, 34(1), 29-37.
Edwards, G., Marshall, E.J. & Cook, C.C.H. (1999). O tratamento 
do alcoolismo: um guia para profissionais de saúde (3ª ed.). 
Porto Alegre: Artes Médicas.
Alcoolismo e avaliação de funções executivas 129
Psico, Porto Alegre, PUCRS, v. 44, n. 1, pp. 122-129, jan./mar. 2013
Fama, R., Pfefferbaum, A. & Sullivan, E.V. (2004). Perceptual 
Learning in Detoxified Alcoholic Men: Contributions From 
Explicit Memory, Executive Function, and Age. Alcoholism: 
Clinical and Experimental Research, 28(11), 1657-1665.
Fortier, C.B., Steffen, E.M., LaFleche, G., Venne, J.R., Disterhoft, 
J.F. & McGlinchey, R.E. (2008). Delay discrimination and 
reversal eyeblink classical conditioning in abstinent chronic 
alcoholics. Neuropsychology, 22(2), 196-208.
Galduróz, J.C., Noto, A.R., Fonseca, A.M. & Carlini, C.M. (2007). 
II Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas 
no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do País – 
2005. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas.
Gigliotti, A. & Bessa, M.A. (2004). Síndrome de Dependência do 
Álcool: critérios diagnósticos. Revista Brasileira de Psiquiatria, 
26(1), 11-13.
Goudriaan, A.E., Oosterlaan, J., Beurs, E. & Brink, W.V.D. 
(2006). Neurocognitive functions in pathological gambling: a 
comparison with alcohol dependence, Tourette syndrome and 
normal controls. Addiction, 101, 534-547.
Heaton, R.K., Chleune, G.J., Taley, J.L., Kay, G.G. & Curtiss, 
G. (1993). Wisconsin card sorting test manual (Revised and 
expanded). Odessa: Psychological Assessment Resources.
Jang, D.P., Namkoong, K., Kim, J.J., Park, S., Kim, I.Y., Kim, S.I., 
Kim, Y.B., Cho, Z. H. & Lee, E. (2007). The relationship between 
brain morphometry and neuropsychological performance in 
alcohol dependence. Neuroscience Letters, 428, 21-26.
Kaplan, H.I. & Sadock, B.J. (1997). Compêndio de Psiquiatria: 
ciência do comportamento e psiquiatria clínica. Porto Alegre: 
Artmed.
Langlais, P.J. & Ciccia, R.M. (2000). An examination of the 
synergistic interaction of ethanol and thiamine deficiency in the 
development of neurological signs and long-term cognitive and 
memory impairments. Alcohol Clinical Experimental Research, 
25, 622-634.
Lemos, T. & Zaleski, M. (2004). As principias drogas: Como 
elas agem e quais os seus efeitos. In I. Pinsky & M. Bessa. 
Adolescência e Drogas (pp. 16-29). São Paulo: Contexto.
Lezak, M.S. (1995). Neuropsychological assessment. New York: 
Oxford Universities Press.
Linde, K. & Willich, S.N. (2003). How objective are systematic 
reviews? Differences between reviews on complementary 
medicine. Journal of the Royal Society of Medicine, 96, 17-22.
Longenecker, G. (1998). Como agem as drogas: abuso de drogas e 
o corpo humano. São Paulo: Quark.
Moss, M.B. & Killiany, R. (1994). Neuroanatomical Correlates of 
Cognitive Function. In J.M. Ellison, C.Weinstein & T. Hodel- 
Malinofsky (Ed.). The Psychotherapist’s Guide to Neuropsy- 
chiatry (pp. 23-52). Washington, DC: American Psychiatric 
Press.
Nassif, S.L.S. & Rosa, J.T. (2003). Cérebro, inteligência e vínculo 
emocional na dependência de drogas. 1ª ed. São Paulo: Vetor.
Oliveira, M.S. & Rigoni, M.S. (2005). Avaliação das funções 
cognitivas. In B.S.G. Werlang & M.S. Oliveira. Temas em 
Psicologia Clínica. Porto Alegre: EDIPUC.
Pfefferbaum, A., Sullivan, E.V. & Rosenbloon, M.J. (2000). Pattern 
of motor and cognitive deficits in detoxified alcoholic men. 
Alcohol Clinical Experimental Research, 25, 611-621.
Rehm, J., Sempos, C.T. & Trevisan, M. (2003). Average volume of 
alcohol consumption, patterns of drinking and risk of coronary 
heart disease – A review. Journal of Cardiovascular Risk, 10(1), 
15-20.
Rigoni, M.S., Oliveira, M.S., Susin, N.S., Sayago, C. & Feldens, 
A.C.M. (2009). 
Prontidão para Mudança e Alterações das Funções Cognitivas em 
Alcoolistas. Psicologia em Estudo, 14(4), 739-747.
Scivoletto, S. & Andrade, A.G. (1997). Complicações psiquiátricas 
pelo uso de álcool. In S.P. Ramos & J.M. Bertolote. Alcoolismo 
hoje (pp. 111-129). Porto Alegre: Artes Médicas.
Trentini, C.M., Argimon, I.I.L., Oliveira, M.S. & Werlang, B.S.G. 
(2010). O Teste Wisconsin de Classificação de Cartas: versão 
para idosos/adaptação e padronização brasileira. São Paulo: 
Casa do Psicólogo.
Washton, A.M. & Zweben, J.E. (2009). Prática Psicoterápica 
eficaz dos problemas com álcool e drogas. Porto Alegre: Artmed.
WHO, World health Organization. (2007). World Health Estatistic. 
Paris: Library Cataloguing.
Zhang, L., Welte, J. & Wieczorek, W. (2002). The role of aggression 
related alcohol expectancies in explaining the link between 
alcohol and violent behavior. Substance Use and Misuse, 37(4), 
457-471.
Recebido em: 16.03.2012. Aceito em: 28.08.2012.Autoras:
Maisa dos Santos Rigoni – Psicóloga Clínica, Psicanalista pela Associação 
Psicanalítica Sigmund Freud, Mestre em Psicologia Clínica (PUCRS) e Doutora 
em Psicologia (PUCRS). Professora Adjunta da Faculdade de Psicologia 
(PUCRS).
Nathália Susin – Psicóloga, Mestranda CNPq do Programa de Pós-Graduação 
em Psicologia (PUCRS).
Clarissa Marceli Trentini – Psicóloga, Especialista em Psicologia Clínica com 
ênfase em Avaliação Psicológica (UFRGS), Mestre em Psicologia Clínica 
(PUCRS) e Doutora em Ciências Médicas: Psiquiatria (UFRGS). Professora 
Adjunta do Instituto de Psicologia (UFRGS).
Margareth da Silva Oliveira – Psicóloga, Doutora em Psiquiatria e Psicologia 
Médica (UNIFESP), Pós -Doutorado na University of Maryland Baltimore 
County (UMBC-US). Professora adjunta da Faculdade de Psicologia (PUCRS) 
e coordenadora do Grupo de Pesquisa Avaliação e Atendimento em Psicoterapia 
Cognitiva do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PUCRS).
Enviar correspondência para:
Margareth da Silva Oliveira
Programa de Pós-Graduação em Psicologia – PUCRS
Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 11, Sala 927 – Partenon 
CEP 90619-900, Porto Alegre, RS, Brasil 
E-mail: marga@pucrs.br

Continue navegando