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@VET.MAALENCAAR Toxicocinética Intoxicação Conjunto de efeitos nocivos representado pelos sinais e sintomas que revelam o desequilíbrio orgânico produzido pela interação do agente químico com o sistema biológico Fase de exposição Fase de toxicocinética (o que o corpo faz com o agente tóxico) Fase de toxicodinâmica (o que o agente tóxico faz com o organismo) Fase clínica Toxicocinética Área da toxicologia que estuda o percurso de um agente tóxico dentro de um organismo exposto Etapas da toxicocinética Absorção Distribuição Metabolização Excreção 1° - Absorção É a transferência do agente tóxico do seu sítio de exposição (ex: pele/extracelular) para a circulação sistêmica através de uma membrana biológica/plasmática (ex: céls. Epiteliais/intracelular) Vias/sítios de exposição aos agentes tóxicos (caminhos até a circulação) Principais vias para a toxicologia Respiratória - Via nasal Digestiva/Digestória - Via oral Dérmica/Transdérmica - Via tópica Extensão área de contato Rica vascularização = Mais rápida absorção devido o objetivo dos agentes tóxicos ser de chegar na circulação Via Respiratória Toxicologia ocupacional, ambiental e social Ex: Fábricas/Indústrias que não seguem as regras de sustentabilidade ambiental e lançam poluentes podendo gerar à longo prazo pequenos acúmulos de agentes tóxicos no organismo animal Alguns agentes tóxicos são bioacumulativos (maior absorção e lipossolubilidade), causando à longo prazo intoxicação crônica gerando aparecendo de neoplasias. Ex: Tabagismo Toxicologia ocupacional = Trabalho (ex: limpadores de chaminés) Nessa via, o animal se intoxica com substâncias voláteis (que se dispersam no ar) Absorção > Excreção Ex: Formaldeído Via Digestiva/Digestória Toxicologia social e clínica (comum na dia a dia da clínica) Medicamentos e drogas de abuso (ex: maconha) Via oral (terapêutica) Ex: Paracetamol em gatos Via Dérmica/Transdérmica Toxicologia ocupacional e ambiental Quando fábricas/indústrias jogam os poluentes nos rios ou mares Toxicologia ocupacional = Trabalho Não uso de EPI’s Dependente de lipossolubilidade do tóxico (quanto mais lipossolúvel mais rápida a absorção pela via dérmica) Ex: Etil metano sulfonato (SEM) @VET.MAALENCAAR Fatores que influenciam na absorção Relacionados agentes tóxicos Afinidade com lipídeos Grau de ionização Diâmetro do agente tóxico OBS: Lipossolúvel – Permite uma maior rapidez no processo de absorção; Hidrossolúvel – Mais fácil de ser excretado; pH – Ácido ou Básico; pKa – pH ideal do ambiente (sitio de exposição, ex: estômago) para que meu agente tóxico (substância) deve ter para que se consiga ser 50% ionizado e 50% não ionizado. A ionização facilita no processo de metabolização, excreção e biotransformação. Caso o pH seja mais baixo que o pKa o agente tóxico pode não ser ionizado e ficar acumulado, passando mais tempo no organismo sem ser excretado podendo gerar intoxicação se chegar na circulação; Diâmetro – Importante para que possa atravessar canais iônicos e substâncias com pequeno peso molecular são mais fáceis de serem absorvidas Fatores que influenciam na absorção relacionados ao indivíduo exposto Local de exposição pH (importante na absorção) e fluxo sanguíneo (quanto maior a vascularização maior será a absorção) Área de superfície disponível (grande (pele) ou pequena) Tempo de contato Tempo de esvaziamento gástrico Aumento do tempo de contato > Induz uma maior absorção do agente tóxico Loperamida (fármaco antidiarréutico - imosec) + Metilmercúrio (poluente ambiental bioacumulativo – maior lipossolubilidade e se acumula nos tecido causando intoxicação crônica. Ex: Garimpeiros). A loperamida interfere no trânsito gastrointestinal fazendo com que o metilmercúrio passe mais tempo em contato com a mucosa gástrica havendo uma maior absorção Diminui o contato > Inibi absorção Sorbitol (adoçante menos calórico) + Benzodiazepínicos (diazepam; midazolam) Quando associados ocorre uma inibição/diminuição da absorção do benzodiazepínico com a mucosa gástrica Interação com os constituintes do TGI Inibe absorção Ex: Demulcentes (mucoprotetores – aveia, linhaça, hibisco) + Hipoclorito de sódio Quando associados, os demulcentes impedem a absorção do hipoclorito de sódio protegendo a mucosa de possíveis lesões Induz absorção Aldicarb (chumbinho) + Leite integral Quando associados aumenta o processo de absorção Eliminação pré-sistêmica (antes de entrar na circulação sanguínea) Reduz a biodisponibilidade dos agentes tóxicos absorvidos (reduz a disponibilidade do agente tóxico na forma ativa para os tecidos) Principal: Fígado (faz o processo de metabolização e biotransformação de uma determinada molécula para que ela seja menos biodisponível/absorvida e eliminada na bile) Outros: Trato digestório, pulmão e pele 2° - Distribuição O agente tóxico chegou na circulação sanguínea, como será a distribuição? Ligação com as proteínas plasmáticas Fatores influenciadores Afinidade entre a droga e a proteína plasmática (albumina se liga a maioria dos fármacos e dos agentes tóxicos) Ligação rápida ou fraca/forte ou reversível/irreversível Um animal com hipoalbunemia e que o agente tóxico precisa se ligar a albumina, essa ligação não vai ser efetiva Concentração da droga na corrente sanguínea Quanto de droga chegou na corrente sanguínea? Concentração da proteína na corrente sanguínea Quanto de proteína plasmática existe na corrente sanguínea? Albumina (ligação com ácidos fracos) B-globulinas (ligação com bases fracas) Proteínas Plasmáticas Metalotioneína Desfavorece a distribuição, enquanto que a albumina e a b- globulina favorecem Proteína rica em grupamentos tiol (23 a 33% de cisteína) Forte ligação com metais tóxicos (cobre, chumbo, cádmio) Produzida no fígado, rins e intestino quando se tem um agente tóxico (metal), depende da presença dele para ser induzida Detoxificação: Torna o metal pesado indisponível/inativado de ser absorvido e atravessar as Hidrossolubilidade Lipossolubilidade pH pKa Canais iônicos Substâncias de pequeno peso molecular @VET.MAALENCAAR membranas plasmáticas = Metal acumulado. Para ser excretada deve-se estimular a diurese do animal (pode causar lesões a nível renal) ou via secreção biliar por hepatoprotetores ou antioxidantes ou por substâncias lipídicas que irão ter ação no fígado para melhorar a atividade dos hepatócitos e a produção da bile Armazenamento Associação das drogas a elementos teciduais Alguns agentes tóxicos podem se ligar a elementos de um determinado tecido e acabar ficando armazenado/acumulado Tecidos mais comumente envolvidos: Ósseo e adiposo (possuem uma maior facilidade no armazenamento dentro das suas células desses agentes tóxicos) Formação de depósitos/armazenado = Prolongamento do efeito Flúor/Chumbo/Tetraciclinas (antibiótico) Armazenamento no tecido ósseo durante a fase de mineralização (por isso não se deve dar antibióticos a filhotes) Anestésicos gerais/Inseticidas Armazenamento no tecido adiposo (por isso animais obesos demoram muito mais a acordar do que animais com peso normal, dependendo da dose pode acontecer do animal não voltar da anestesia e vir a óbito) 3° - Metabolização Formação/Transformação do agente tóxico em um metabólito inativo Formação/Transformação do agente tóxico em um metabólito ativo Ativação de compostos inativos Objetivo: Fazer com que o agente tóxico deixe de ser lipossolúvel (mais absorvido pelas membranas plasmáticas) e seja mais hidrossolúvel (compostos que são mais facilmente eliminados)Biotransformação Locais: Fígado, rins, pulmões e TGI Objetivo: Eliminação (forma hidrofílica = composto mais hidrossolúvel) e cessação da atividade do agente tóxico Reações de fase 1 (não sintética = não forma uma nova droga) Reações de fase 2 (sintética = origina uma nova droga) Reações da fase 1 – Catabólicas (quebra) Quebram as moléculas em estruturas simples Objetivo: Inativação, ativação ou potencialização Principais tipos Hidrólise (quebra de um composto utilizando uma molécula de água) Oxidação – Perda de elétrons – Enzima citocromo P450 realiza o processo de oxidação para tornar um fármaco mais biodisponível (mais comum) Redução – Ganho de elétrons (mais raro) Reações de fase 2 – Anabólicas (síntese) Sintetizam compostos maiores e hidrossolúveis Eliminação do agente Principais tipos de reação para deixar o agente tóxico mais hidrossolúvel Conjugação/Junção com ácido glicurônico Acetilação Metilação Conjugação/Junção com sulfato Conjugação/Junção com glicina Conjugação/Junção com glutationa (antioxidante hidrossolúvel) produzido pelos hepatócitos Fatores que afetam o metabolismo do agente tóxico Diferenças marcantes entre as espécies Espécies que produzem determinada enzima enquanto outras não produzem Espécies que apresentam a falta de um determinado agente oxidante no seu organismo enquanto outras apresentam todos os agentes oxidantes possíveis produzidos naturalmente Variações inter-individuais (polimorfismo genéticos) Fatores ambientais (animais que moram perto de indústrias) Dieta (animal que tem uma dieta balanceada tem maior facilidade para uma desintoxicação) Substâncias químicas (pesticidas, álcool, nicotina, etc) Idade e sexo Outros agentes 4° - Excreção OBS: Excreção Pulmonar é feita através da expiração, só que é em pouca quantidade e pouco falada @VET.MAALENCAAR OBS: A excreção vai depender das características físico-químicas de um agente tóxico Depende de vários fatores Reabsorção Tubular (após filtração) Substâncias Hidrossolúveis (Excretadas com a urina) Substâncias Lipossolúveis e de pequeno peso molecular (Reabsorvidas voltando à circulação)
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