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1 - Psicologia Sócio-Histórica - uma perspectiva crítica em Psicologia

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PSICOLOGIA 
SÓCIO-HISTÓRICA: 
uma perspectiva 
crítica em Psicologia
Disciplina: Psicologia Sócio-Histórica
Professora: Denise Martins
Questões iniciais
1. Como Pudemos nos tornar o que somos hoje?
2. De onde surgem as capacidades humanas que
apresentamos hoje?
3. Essas capacidades são naturais? São históricas?
Discussões introdutórias
1. Psicologia: enquanto área específica da ciência é o ano de 1875.
2. As condições históricas para a construção da Psicologia: século XIX.
3. A burguesia moderna ascende enquanto classe social: todas as
transformações daí decorrentes são consideradas condições históricas
para o surgimento da ciência moderna e posteriormente da Psicologia.
O QUE ACONTECIA NESSE PERÍODO HISTÓRICO?
Discussões introdutórias
1. Características do período de ascensão da burguesia que permitiram uma 
ciência racional:
- ÊNFASE NA RAZÃO HUMANA;
- ÊNFASE NA LIBERDADE DO HOMEM;
- ÊNFASE NA POSSIBILIDADE DE TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO REAL;
- ÊNFASE NO PRÓPRIO HOMEM.
Portanto: um método científico rigoroso permitiria ao cientista observar o real e
construir um conhecimento racional, sem interferência de suas crenças e valores.
Experimental Empírica Quantitativa
Discussões introdutórias
1. Outras características:
Positivista Se constituiu como sistema baseado no observável.
Racionalista Ênfase na razão como possibilidade de desvendar as leis naturais.
Mecanicista Se pautou na ideia do funcionamento regular do mundo, guiado por leis que 
poderiam ser conhecidas.
Associacionista Concepção de que as ideias se organizam na mente de forma a permitir 
associações que resultam em conhecimento.
Atomista O todo é o resultado da organização das partes.
Determinista O mundo como um conjunto de fenômenos que são sempre causados e que essa 
relação de causa-efeito pode ser descoberta pela razão humana.
A Psicologia como ciência (1875)
1. A Psicologia carregava as contradições do humano:
Wundt não tinha instrumentos metodológicos para solucionar essas contradições.
Sugeriu duas Psicologias: Psicologia Experimental e Psicologia Social. 
Dicotomias: - natural e social;
- autonomia e determinação.
- interno e externo.
- psíquico e orgânico.
O pensamento humano ao mesmo tempo é produto da natureza e criação da vida mental.
Indivíduo ao mesmo tempo como criatura e como criador.
Uma questão:
1. Em qualquer dos lados do pêndulo, a compreensão do fenômeno
psicológico é incompleta, pois fica sempre faltando o outro lado.
2. Esses lados são mesmo oposição um ao outro, ou eles são a contradição
presente do fenômeno psicológico?
3. A Psicologia Sócio-Histórica (VIGOTSKI 1896 -1934),
apresenta-se desde seus primórdios como uma possibilidade
de superação dessas visões dicotômicas.
O FENÔMENO PSICOLÓGICO
1. Experiência pessoal do sujeito.
2. Outras Psicologias (diferente da Psicologia Sócio-
histórica):
❑ Fenômeno Psicológico = algo abstrato e natural.
❑ A experiência psicológica estava dada como uma
característica do ser humano.
Rompimento da ordem feudal
● A burguesia constituiu as ideias liberais para se opor à
ordem feudal: uma ordem baseada na existência de
uma hierarquia no universo; um mundo pensado como
estável, ordenado e organizado pela vontade divina.
Um mundo pronto no qual a verdade se revelava aos
indivíduos. A hierarquia no universo se refletia na
hierarquia entre os homens. Um mundo paralisado, no
qual cada um já nascia no lugar em que devia ficar. Um
universo que tinha a Terra como centro. Um mundo de
fé e dogmas religiosos que ofereciam aos homens
ideias prontas e valores a serem adotados. Um mundo
que desconheceu individualidades, impedindo que os
sujeitos se constituíssem como tais. Um mundo que não
precisou de uma Psicologia.
(BOCK, 2007, p. 18) 
Outra perspectiva: liberalismo
● “Cada indivíduo é um ser moral que possui direitos derivados de sua natureza
humana. Somos indivíduos e somos iguais, fraternos e livres, com direito à
propriedade, à segurança, à liberdade e à igualdade”.
● Por que surgiam essas ideias liberais?
● O capitalismo precisava do indivíduo, como ser produtivo e consumidor.
● Desenvolvimento da noção de vida privada.
Conhecendo um pouco mais sobre o Capitalismo
Nesse contexto, qual a necessidade da 
Psicologia?
● A noção do eu e a individualização
nascem e se desenvolvem com a
história do capitalismo. A ideia de um
mundo “interno” aos sujeitos, da
existência de componentes individuais,
singulares, pessoais, privados toma
força, permitindo que se desenvolva
um Sentimento de Eu.
● A possibilidade de uma ciência que
estude esse sentimento e esse
fenômeno também é resultado desse
processo histórico.
A Psicologia se torna necessária.
Construção de determinada psicologia
● As ideias liberais, construídas no decorrer do desenvolvimento do capitalismo, caracterizam-se
fundamentalmente por pensar o homem a partir da noção de natureza humana. Uma natureza que nos
iguala e exige liberdade, como condição para desenvolver nossas potencialidades como seres
humanos.
● O liberalismo propiciou o questionamento das hierarquias sociais e das desigualdades (período feudal).
● O liberalismo também produziu sua própria defesa: noção de diferenças individuais decorrentes do
aproveitamento diferenciado que cada um faz das condições que a sociedade “igualitariamente” lhe
oferece.
Pesquisa sobre o fenômeno psicológico
Chavões PARA O FENÔMENO 
PSICOLÓGICO
● O fenômeno é bio-psico-social;
● O fenômeno envolve ou implica a interação entre pessoas;
● O fenômeno se refere a um indivíduo que é agente e 
sujeito; (BOCK, 1999, p. 174).
Elementos 
recorrentes 
para 
designar o 
fenômeno 
psicológico
É um 
fenômeno 
interior ao 
homem
Há a noção de 
desequilíbrio, 
desorganização,
desestruturação.
Tem vários 
componentes
A interação 
é importante 
na sua 
constituição
Há algo de 
biológico e 
de social 
neste 
fenômeno
Possui 
aspectos 
conscientes e 
inconscientes
É um fenômeno 
passível de ser 
conhecido 
O psicólogo 
possui 
instrumento e 
conhecimentos 
para contribuir 
no 
conhecimento 
desse 
fenômeno e na 
sua 
reestruturação
É um 
fenômeno 
que se 
desestrutura
É uma 
estrutura, 
uma 
organização 
interna ao 
homem
Recebe 
influência de 
fora e 
influência do 
meio
Mas o que é mesmo esse fenômeno?
● Seja qual for sua conceituação, aparece deslocado da realidade na qual o
indivíduo se insere e, mais ainda, deslocado do próprio indivíduo que o abriga.
● Esta é a noção que se critica: algo que se abriga em nosso corpo, do qual não
temos muito controle;
3 CONCEPÇÕES QUE FUNDAMENTAM A PSICOLOGIA 
SÓCIO-HISTÓRICA
CONCEPÇÃO MATERIALISTA CONCEPÇÃO DIALÉTICA CONCEPÇÃO HISTÓRICA
- Realidade material tem
existência independente em
relação à ideia, ao
pensamento e à razão;
- existem leis na realidade,
numa visão determinista;
- e é possível conhecer toda
a realidade e suas leis.
- A contradição é
característica fundamental
de tudo o que existe, de
todas as coisas;
- O movimento da realidade
está expresso nas leis da
dialética e em suas
categorias.
- Só é possível compreender a
sociedade e a partir da
realidade concreta e não a
partir das ideias,
considerando-se que as leis
que regem a sociedade e os
homens não são naturais, mas
históricas;
A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
● Baseada na teoria de Vygotsky questiona o fenômeno psicológico.
● Fenômeno Psicológico: Experiência pessoal que se constitui no coletivo e na 
cultura.
● Se há uma estrutura psíquica, se há conteúdos psíquicos, é porque foram 
construídos ao longo dos milhões de anos de desenvolvimento da humanidade.
● Assim o fenômeno psicológico:
- Não pertence à natureza humana;
- Não é preexistente ao homem;
- Reflete a condição social, econômica e cultural em que vivem os homens.
● Fundamento teórico e epistemológico: materialismo histórico e dialético;
A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
● Estuda o ser humano e seu mundo psíquico como construções históricas e
sociais da humanidade.
● Falarda subjetividade humana é falar da objetividade em que vivem os homens.
A compreensão do mundo interno exige a compreensão do mundo externo, pois
são dois aspectos de um mesmo movimento, de um processo no qual o homem
atua e constrói/modifica o mundo e este, por sua vez, propicia os elementos para
a constituição psicológica do homem.
● Para a Psicologia Sócio-histórica, falar do fenômeno psicológico é
obrigatoriamente falar da sociedade.
A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
● As capacidades humanas devem ser vistas como algo que surge após uma série
de transformações qualitativas. Cada transformação cria condições para novas
transformações, em UM PROCESSO HISTÓRICO, E NÃO NATURAL.
● Qual a consequência da ocultação da produção social na constituição das
noções e teorizações sobre o fenômeno psicológico?
● Consequências danosas do ponto de vista das possibilidades de a Psicologia
contribuir para a denúncia e a transformação das condições de vida
constitutivas do fenômeno.
FUNDAMENTOS E VISÃO DE HOMEM E DE MUNDO 
PARA A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA
● O ser humano é um ser ativo, social e histórico.
● O homem constrói sua existência a partir de uma ação sobre a realidade, que tem por objetivo
satisfazer suas necessidades.
● As necessidades são sociais e produzidas historicamente em sociedade.
● As necessidade básicas do ser humano não são apenas biológicas.
● Os hábitos alimentares e o comportamento sexual, por exemplo, são formas sociais e não
naturais de satisfazer necessidades biológicas.
O SER HUMANO CONCRETO
● O ser humano existe, age e pensa de certa maneira porque existe em um dado momento e local,
vivendo determinadas relações.
Por que a Psicologia Sócio-histórica é crítica a 
determinadas perspectivas?
● Porque tais perspectivas fazem uma Psicologia descolada da realidade social e
cultural, que é constitutiva do fenômeno psicológico. E essa é uma questão
importante, porque é a partir dessa “descolagem” que se constitui o processo
ideológico da Psicologia. Passamos a contribuir significativamente para ocultar os
aspectos sociais do processo de construção do fenômeno psicológico em cada um
de nós.
● Ou seja:
- O mundo psicológico é um mundo em relação dialética com o mundo social.
Analogia Barão de 
Munchhausen
● O fenômeno psicológico, como
qualquer fenômeno, não tem força
motriz própria.
● Crítica da psicologia sócio-histórica:
ideologia do esforço próprio de cada
um para desenvolver a si mesmo e ao
potencial contido em sua natureza.
● Responsabiliza os sujeitos por seus
próprios fracassos e sucessos.
A denúncia da Psicologia sócio-
histórica
● A Psicologia não tem sido capaz de, ao falar do fenômeno psicológico, falar de vida, das
condições econômicas, sociais e culturais nas quais se inserem os homens. A Psicologia tem, ao
contrário, contribuído significativamente para ocultar essas condições.
● Fala-se da mãe e do pai sem falar da família como instituição social marcada
historicamente pela apropriação dos sujeitos; fala-se da sexualidade sem falar da
tradição judaico-cristã de repressão à sexualidade; fala-se da identidade das
mulheres sem se falar das características machistas de nossa cultura; fala-se do
corpo sem inseri-lo na cultura; fala-se de habilidades e aptidões de um sujeito sem
se falar das suas reais possibilidades de acesso à cultura; fala-se do homem sem
falar do trabalho; fala-se do psicológico sem falar do cultural e do social. Na
verdade, não se fala de nada. Faz-se ideologia!
Natureza x condição humana
● Para os sócio-históricos NÃO há natureza humana.
● Natureza humana: essência abstrata, universal que caracterizaria o humano.
● Condição humana: Algo que nos caracteriza, mas que não nos dá, de imediato,
nenhuma aptidão ou habilidade.
● A importância da cultura
● Nossas conquistas estão depositadas nos objetos e nas ideias que construímos ao
longo desse tempo histórico em que nos desenvolvemos.
● A cultura é a humanização do mundo material.
● Criamos rituais, ideias, ciências, arte... Criamos um mundo a nossa volta humanizado.
● A importância da linguagem: é mediação para a internalização da objetividade,
permitindo a construção de sentidos pessoais que constituem a subjetividade.
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO E DO USO DE 
FERRAMENTAS
● Trabalho: Atividade instrumental de transformação do mundo para obter a sobrevivência.
● Ferramenta: mediação entre o humano e o mundo material.
● A ferramenta nos permitiu o deslocamento do imediatismo; o ser humano criou o tempo,
como distância entre uma coisa e outra.
● Para a Psicologia sócio-histórica o mundo psicológico é esse mundo de registros e
possibilidades que acompanham e possibilitam intervenções do ser humano no mundo.
● Se o mundo muda é porque o humano mudou, e ao mudar o mundo o humano se
transforma. Um movimento incessante de transformação.
SUJEITO E MUNDO: ÂMBITOS DO MESMO 
PROCESSO
● Ao interferir de modo transformador sobre o mundo material, o ser humano estará se
constituindo e construindo o mundo que tem a sua volta.
● Subjetividade Individual
● Subjetividade Social
● Quando nos tornamos humanos, o que só ocorre socialmente, nos apropriamos de todos os
significados sociais.
referências
● BOCK, Ana Mercês Bahia; GONÇALVES, Maria da Graça Marchina; FURTADO, Odair (orgs.) Psicologia 
sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia. São Paulo: Cortez, 2007. 224 p.

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