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Auditoria Pública WEBCONFERÊNCIA III Dra. Andressa Ribeiro Responsabilidades do auditor nos controles internos • A profissão do auditor se encontra devidamente regulamentada por seu código de normas. • Esse código é reconhecido internacionalmente, inclusive pelo Brasil, por meio do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em sua resolução 915/2001, entre outros dispositivos; Responsabilidades do auditor nos controles internos • As normas gerais estão localizadas na NBC T.11, que é uma das Normas Brasileiras de Contabilidade emitidas pelo CFC. Essa norma define que as características pessoais do auditor e a qualidade do seu trabalho estão relacionadas aos seguintes aspectos: • Treinamento e capacidade; • Independência; • Diligência profissional Responsabilidades do auditor nos controles internos • as normas de trabalho de campo também devem seguir algumas diretrizes, são elas: • Planejamento e oportunidades adequados; • Avaliação do controle interno • Obtenção de evidência suficiente e competente Responsabilidades do auditor nos controles internos • auditor deve observar as normas de informação que se referem às diretrizes para a realização da auditoria e aos elementos que devem constar no relatório. • Aplicação dos princípios fundamentais da contabilidade • Revelação suficiente • Expressão de opinião Evidências nas organizações de serviços e controles internos Evidência em auditoria é a convicção razoável de que todos os dados contábeis expressados nas contas anuais estão suportados no tempo e contidos pelos fatos econômicos e circunstâncias realmente ocorridas. • A palavra evidência descreve os elementos – documentos, informações, suposições, conclusões e cálculos – por meio dos quais o auditor avalia se as contas mostram a imagem fiel do patrimônio. Evidências nas organizações de serviços e controles internos • A qualidade de uma evidência é condicionada fundamentalmente por algumas circunstâncias. Observe: • As fontes externas proporcionam maior confiança que as internas. Como exemplo, considere um extrato bancário. Por ser emitido por banco, uma fonte externa, é mais confiável que o livro razão da empresa. • A evidência surgida de sistema com controle interno confiável é melhor que aquela que surge de outro não confiável ou não analisado. • O conhecimento obtido de forma pessoal e direta – como exames físicos, inspeções e cálculos – é mais persuasivo que o obtido de forma indireta. Evidências nas organizações de serviços e controles internos • A qualidade da evidência é também condicionada por sua proximidade com aquilo que está sendo evidenciado. Por esse critério, é possível classificar as evidências em: • Evidência natural: definida como a coisa ou o fato em si mesmo. • Evidência criada: é aquela que não existe no mundo real. • Evidência derivada de argumentação racional: obtida mediante análise aplicada à evidência natural ou criada com a finalidade de produzir conclusões sobre os fatos Evidências nas organizações de serviços e controles internos • Outro fator condicionante da qualidade da evidência é a direção (ou trajetória) da correspondência entre a evidência e o que está sendo evidenciado. Outros tipos de evidência são: • Evidência direta • Evidência indireta ou circunstancial Evidências nas organizações de serviços e controles internos A auditoria é exercida, necessariamente, mediante a utilização do raciocínio lógico. Você deve refletir, por exemplo, sobre as seguintes questões: • Quais são as fontes de informação existentes? • Que confiança se deve ter nelas? • Até que ponto são convincentes? • Quais precisam de fundamentação e quais são satisfatórias por si mesmas? Evidências nas organizações de serviços e controles internos • A NBC TA 402 (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2010) regula a auditoria para a entidade que utiliza organização prestadora de serviços. • Ela trata da responsabilidade do auditor de obter evidências adequadas e suficientes. • Nessa normativa, se destaca a orientação de que o auditor deve determinar se foram compreendidas a natureza e a importância dos serviços prestados, bem como seu efeito sobre o controle interno da entidade usuária para a auditoria. • O objetivo disso é fornecer uma base para a identificação e a avaliação dos riscos de distorção relevante. Controles internos sob a perspectiva da governança corporativa • A governança corporativa e os controles internos têm diversas funções importantes. Entre elas, está a função de padronizar os procedimentos da empresa. • Conforme a empresa Deloitte Brasil Auditoria e Consultoria Empresarial, o controle interno é um processo executado por pessoas das companhias. Por meio de seu trabalho, essas pessoas impulsionam o sucesso dos negócios nas categorias de (DELOITTE, 2003): • Eficácia e eficiência das operações. • Confiabilidade dos relatórios financeiros. • Cumprimento das leis e regulamentos aplicáveis. Controles internos sob a perspectiva da governança corporativa • A governança corporativa aplica essas três categorias de objetivos. Ou seja: administrar as operações empresariais de maneira eficaz, preparar demonstrações financeiras de forma confiável e verificar o cumprimento de regras. • Os controles internos consistem em um processo no qual as rotinas são organizadas para que os colaboradores, além de cumprir as políticas traçadas pelas empresas, também contribuam para elas. Controles internos sob a perspectiva da governança corporativa • Segundo a governança corporativa, para estabelecer um bom sistema de controle de gestão é inevitável tratar os riscos empresarias. Ou seja, é preciso estar atento a eventos futuros e incertos que podem influenciar, de forma significativa, o cumprimento das metas. Para uma boa governança corporativa dentro da empresa, é importante a implantação de técnica, avaliação e controle de risco. Normas aplicáveis à auditoria pública • O surgimento da auditoria pública está associado à prática que a administração pública realizava no controle da arrecadação de tributos e na respectiva destinação dos recursos. • No território brasileiro, a auditoria governamental encontra seu amparo legal na lei n° 4.728, de julho de 1965 (BRASIL, 1965). • Atualmente, estabelece-se que a auditoria governamental deve comprovar a legalidade das ações empreendidas pelos órgãos e entidades que compõem a administração pública direta e indireta. Ela abrange as esferas federal, estadual e municipal. • Possibilita uma melhor alocação de recursos públicos Normas aplicáveis à auditoria pública • Contribui para detectar e propor a correção dos desperdícios de recursos, da improbidade administrativa, da negligência e da omissão. • Procura garantir a observância de normas que regulamentam a aplicação desses recursos. • Busca garantir os resultados pretendidos em consonância com as boas práticas de transparência da administração pública. Normas aplicáveis à auditoria pública • De acordo com o que prevê a Instrução Normativa nº 01/2001 (BRASIL, 2001), da Secretaria Federal de Controle, as auditorias na área governamental são executadas das seguintes formas: • Direta: quando se tratam das atividades de auditoria executadas diretamente por servidores em exercício nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sendo subdivididas em: • Centralizada: executada exclusivamente por servidores em exercício nos órgãos central ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. • Descentralizada: executada exclusivamente por servidores em exercício nas unidades regionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. • Integrada: executada conjuntamente por servidores em exercício nos órgãos central, setoriais, unidades regionais e/ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Normas aplicáveis à auditoria pública • Indireta: quando se tratam das atividades de auditoria executadas com aparticipação de servidores não lotados nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. • Compartilhada: coordenada pelo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal com o auxílio de órgãos/instituições públicas ou privadas. • Terceirizada: executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas empresas de auditoria externa. Normas aplicáveis à auditoria pública • O marco referencial das normas profissionais da INTOSAI (2017) tem quatro níveis. A seguir, você pode conhecer melhor esses níveis. • Nível 1: aborda os princípios fundamentais da estrutura. • Nível 2 (ISSAI 10-99): estabelece critérios para o funcionamento adequado e a conduta profissional das EFS. São requisitos como independência, transparência ética e controle de qualidade, que são essenciais para todas as auditorias das EFS. • Níveis 3 e 4: tratam do desenvolvimento de cada espécie de auditoria e abrangem princípios profissionais reconhecidos. Estes estabelecem Os tipos de auditoria no setor público • Auditoria de gestão: objetiva emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas. • Auditoria de programas: objetiva acompanhar, examinar e avaliar a execução de programas e projetos governamentais específicos • Auditoria operacional: atua nas áreas inter-relacionadas do órgão/entidade. • Auditoria contábil: é a técnica utilizada no exame dos registros e documentos e na coleta de informações e confirmações. • Auditoria de sistema: objetiva assegurar a adequação e a privacidade dos dados e informações oriundas dos sistemas eletrônicos de processamento de dados. • Auditoria especial: objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária. Princípios da auditoria pública • Ética e independência • Julgamento, zelo e ceticismo profissionais • Controle de qualidade • Gestão de equipes de auditoria e habilidades • Risco de auditoria • Materialidade • Documentação • Comunicação O controle interno na auditoria pública • No Brasil, o controle interno na administração pública teve como marco inicial a criação do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), em 1936. • O fundamento do controle interno na administração pública brasileira está no artigo 76 da Lei nº 4.320/64 (BRASIL, 1964). Esse artigo estabelece que o Poder Executivo exercerá os três tipos de controle da execução orçamentária: • 1) a legalidade dos atos que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações; • 2) a fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos; e • 3) o cumprimento do programa de trabalho expresso em termos monetários e em termos de realização de obras e prestação de serviços. O controle interno na auditoria pública • O Decreto-lei nº 200/67 (BRASIL, 1967b) estabeleceu que as atividades da administração obedeceriam aos princípios fundamentais de planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competência e controle (artigo 6º). • Quanto ao controle, seria exercido em todos os níveis e em todos os órgãos. Ele compreende o controle pela chefia competente, pelos órgãos próprios de cada sistema e pelos órgãos do sistema de contabilidade e auditoria (artigo 13). • Cada ministério passou a ter sua inspetoria de finanças como órgão setorial do sistema de administração financeira, contabilidade e auditoria, cujo órgão central era a Inspetoria-Geral de Finanças do Ministério da Fazenda (artigo 23). • Com relação aos custos dos bens e serviços, tanto a Lei nº 4.320/64 (artigo 85) quanto o Decreto-lei nº 200/67 (artigo 25, IX, e artigo 79) estabeleceram que a contabilidade deveria apurá-los. O controle interno na auditoria pública • Passados mais de30 anos sem aplicação, a Lei Complementar nº 101/2000 (BRASIL, 2000), Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), volta a exigir a apuração de custos, como se fosse novidade. • A Constituição Federal de 1988 estabelece com mais clareza o escopo do controle interno ao mesmo tempo em que consagra no texto constitucional os Princípios Básicos da Administração Pública (BRASIL, 1988): Art. 74 – Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União; II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União; IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. O controle interno na auditoria pública • A fiscalização contábil diz respeito aos procedimentos necessários para a avaliação e a certificação. • Ela busca garantir que a contabilidade do órgão/ entidade registra adequada e fidedignamente os atos e fatos que envolvem os sistemas orçamentário, financeiro e patrimonial. • Objetiva validar as transações registradas, os registros completos, autorizados por quem de direito, e os valores exatos. Sendo a contabilidade a espinha dorsal do sistema de informações econômico-financeiras, constitui instrumento indispensável em todos os enfoques do controle. • A fiscalização financeira se ocupa em verificar se a administração dos recursos financeiros está sendo realizada de acordo com as normas e princípios da administração pública. O controle interno na auditoria pública • A fiscalização orçamentária, segundo Ferraz (1999), não deve se esgotar na verificação. • A fiscalização operacional diz respeito ao acompanhamento e à avaliação das ações empreendidas pelo órgão/entidade para alcançar seus objetivos Institucionais. • A fiscalização patrimonial diz respeito não só ao controle de bens móveis ou imóveis. Ela inclui também créditos, títulos de renda, participações e almoxarifados, além das dívidas e de fatos que, direta ou indiretamente, possam afetar o patrimônio. Procedimentos dos órgãos de controle interno • O relatório de auditoria é o documento emitido pelo auditor que refletirá os resultados dos exames efetuados. • Esse relatório deve seguir os padrões usualmente adotados em auditoria governamental. • A linguagem do relatório de auditoria deve ser clara, precisa, direta e coerente. • É importante que haja um programa de supervisão e revisão dos trabalhos, a fim de aperfeiçoar e assegurar a qualidade dos relatórios de auditoria. Tipos de auditoria de controle interno Identificando a amostragem de controles internos • O planejamento em auditoria envolve procedimentos de coleta de evidência sufi ciente e apropriada. O desenho geral da auditoria se constitui em vários estágios. • É importante determinar o nível de observação em termos de quantidade e qualidade. • O planejamento deve pressupor margem de flexibilidade. Isso porque existem perspectivas obtidas no transcorrer do trabalho que podem alterar a proposta inicial. • Os métodos de auditoria escolhidos devem permitir que os dados sejam coletados de uma maneira eficiente e eficaz. Identificando a amostragem de controles internos • Amostragem em auditoria é a aplicação de um procedimento em percentual em relação à totalidade que compõe um saldo de uma conta ou uma classe de transações. • A finalidade disso é avaliar algumas características do saldo ou classe. A amostragem é aplicável tanto a testes de controle como a testes substantivos. • A amostragem é amplamente utilizada nas técnicas de confirmação e análise documental, no entanto não é adequada se aplicado o método da indagação e observação. • A amostragem é um método também nomeado, enquanto procedimento, de exames parciais ou prova seletiva. Para determinar a extensão de um teste,a seleção de itens a serem testados é feita por técnicas de amostragem. • Os métodos de amostragem podem ser por estatística ou não estatística. Identificando a amostragem de controles internos Na determinação da amostra, o auditor deve levar em consideração os seguintes fatores: • Objetivos específicos da auditoria. • População objeto da amostra. • Estratificação da amostra. • Tamanho da amostra. • Risco da amostragem. • Erro tolerável. • Erro esperado. Plano de amostragem para testes de controles • Há diferença entre amostragem probabilística (ou estatística) e amostragem não probabilística (ou subjetiva). • A primeira se fundamenta na distribuição amostral e na seleção aleatória. Já a segunda não tem base estatística. • Na amostragem probabilística, o tamanho da amostra tem relação com: • O(s) parâmetro(s) a estimar. • O nível de confiança desejável. • O erro tolerável ou índice de precisão escolhido. • O grau de dispersão da população.
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