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3 Aula - A Administração Científica de Taylor Conteudo do livro

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SISTEMAS DE 
PRODUÇÃO I
Ricardo da Silva e Silva
A administração 
científica de Taylor
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Entender a influência da Revolução Industrial nos sistemas de pro- 
dução.
 � Reconhecer a importância do estudo dos tempos e métodos de 
produção.
 � Identificar os primeiros desperdícios na produção.
Introdução
A administração surgiu em 3000 a.C., a partir do povo sumério, que, 
na intenção de fixar raízes em um único local e deixar de ser nômade, 
desenvolveu técnicas para aumentar a produção a fim de prover sua 
subsistência e solucionar problemas cotidianos. Assim, surgiram os pri-
meiros traços da administração. 
No entanto, a administração como ciência encontrou um precursor 
em Frederick W. Taylor, considerado o pai da administração científica e 
que, impulsionado pela Revolução Industrial, desenvolveu princípios 
e técnicas que balizaram a administração por muitos anos, ainda hoje 
influenciando empresas e suas definições de métodos de trabalho, como 
o estudo dos tempos e movimentos e a observância das falhas nos 
métodos de produção.
Neste capítulo, você vai compreender como a Revolução Industrial 
impulsionou os estudos de Taylor no desenvolvimento do entendimento 
sobre administração científica e os sistemas de produção, observar e 
compreender a importância do estudo dos tempos e movimentos no 
período taylorista e a influência desse estudo no contexto contemporâ-
neo e, ainda, analisar o histórico do desperdício nos sistemas de produção. 
1 Revolução Industrial e sistemas de produção
Se indicássemos apenas um fator que tenha impulsionado o capitalismo como 
sistema econômico, certamente ele seria a Revolução Industrial, que teve início 
no século XVIII e a partir da qual foram alteradas as relações de trabalho, 
do mercado e, por consequência, os aspectos organizacionais nas empresas. 
Desse modo, compreender as mudanças sociais nas relações de consumo 
e no funcionamento das empresas decorrentes da Revolução Industrial é 
fundamental para entender a administração como ciência.
A partir da Revolução Industrial, com a utilização do maquinário a vapor 
e o surgimento de uma série de novas fábricas, houve um grande aumento 
nos quadros de funcionários, bem como da produção e, por consequência, 
da necessidade de controle de uma nova forma produtiva. Segundo Maximiano 
(2012), com a Revolução Industrial, a produção relacionada a conhecimentos 
administrativos passou a ser balizada pela inovação do período — a empresa 
industrial. 
Da produção artesanal à maquinofatura
A empresa industrial passou a ser uma referência nas relações de trabalho, 
no mercado de consumo e, por consequência, na forma como eram fabricadas 
as mercadorias. Entretanto, outras fases da produção a precederam, cada uma 
com características distintas. Inicialmente, o sistema de produção era total-
mente artesanal, caracterizado pelo trabalho totalmente manual, que visava a 
atender apenas uma demanda local. A atividade produtiva ocorria em oficinas 
caseiras e o artesão, responsável pelo sistema produtivo, conhecia todas as 
etapas da produção e era proprietário dos meios produtivos. 
A expansão mercantilista marcou a necessidade de aumentar a produção 
e deu início ao processo manufatureiro, período a partir do qual o trabalho 
passou a ser organizado em grandes galpões. Nesse momento, mesmo que 
rudimentar, começou a se dar o processo de divisão de trabalho, em que o 
trabalhador continuou conhecedor de todas as etapas do processo de produção 
e, com a expansão dos mercados, o trabalho assalariado passou a se consolidar. 
A administração científica de Taylor2
A invenção da máquina a vapor e o acesso a outras fontes de energia 
também marcaram o início da Revolução Industrial, com o surgimento das 
grandes indústrias e a produção em larga escala, o que representou um grande 
aumento na capacidade produtiva, e o fato de o trabalhador passar a ser um 
operador de máquinas, alienado do sistema produtivo. A Figura 1 apresenta as 
diferentes fases da produção, indicando as principais características de cada 
uma delas e sua relação com os aspectos pertinentes à produção. 
Figura 1. Fases da produção.
Fonte: Adaptada de Maximiano (2012).
ERA ARTESANAL ERA DA MANUFATURA ERA DA MAQUINOFATURA
Produção para
demanda local
Artesão
responsável
por todas as
fases da
produção Meios de
produção e
lucros eram
dos artesãos
Produção
manual
Divisão do
trabalho
Produção em
escala
Consolidação da
classe capitalista
Racionalização do
trabalho
Trabalho em
galpões de
produção
Consolidação do
trabalho
assalariado
O trabalhador
conhece as fases
do sistema
produtivo
Período antes da Revolução industrial Primeira Revolução industrial Segunda Revolução industrial
Contudo, cabe destacar que, apesar de as separações temporais do esquema 
na Figura 1 representarem rupturas, algumas características e, inclusive, 
a própria fase produtiva ocorreram de modo concomitante. Atualmente, por 
exemplo, ainda há a produção de produtos artesanais, mas com um caráter de 
exclusividade, e não para atender ao padrão industrial de fabricação. 
3A administração científica de Taylor
Gerenciamento dos sistemas de produção: 
taylorismo e fordismo
A Revolução Industrial influenciou as novas empresas e elevou a produção 
industrial a outro patamar, moldando os sistemas de produção das grandes 
organizações da época. Para Gaither e Frazier (2006, p. 7), “[…] esse avanço 
envolveu dois elementos principais: a difundida substituição da força humana 
e da água pela forma mecanizada e o estabelecimento do sistema fabril [...]”. 
Os sistemas produtivos das organizações passaram então de uma produção que 
atendia apenas a um mercado local a uma que atendia a uma grande demanda, 
o que levou à necessidade da administração da produção nas fábricas. Corrêa 
e Corrêa (2011, p. 24) definem a administração da produção como a:
[...] atividade de gerenciamento estratégico dos recursos escassos (humanos, 
tecnológicos, informacionais e outros), de sua interação e dos processos que 
produzem e entregam bens e serviços visando atender necessidades e/ou 
desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes [...]. 
Frederick W. Taylor foi um dos precursores no gerenciamento das atividades 
produtivas e o maior teórico da administração científica, também conhecida 
como taylorismo, que reunia uma série de teorias e técnicas de administração 
das indústrias no período da Revolução Industrial. Suas ideias tinham como 
maior objetivo aumentar a produtividade por meio da readequação dos métodos 
de produção, padronizando o trabalho e, por consequência, reduzindo custos. 
Segundo Gaither e Frazier (2006, p. 8), Taylor teorizou sobre “[...] a aplicação 
de racionalidade e métodos científicos à administração do trabalho nas fábricas 
[...]”. Já Quelhas (2008, p. 1) entendem que Taylor “[...] tratava a administração 
como ciência baseada na observação, medição, análise e aprimoramento dos 
métodos de trabalhos [...]”.
Porém, o principal teórico da administração científica observava alguns 
entraves para o aumento da produtividade, já que, para ele, conforme Costa 
(2009, p. 1):
[...] não havia incentivo para melhorar o desempenho do trabalhador; muitos 
trabalhadores não cumpriam as suas responsabilidades; não havia integração 
entre os departamentos da empresa; as decisões se baseavam em intuições 
e palpites; os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não 
tinham aptidão [...]. 
A administração científica de Taylor4
Nesse sentido, Taylor desenvolveu a administração científica em três mo-
mentos distintos, conforme apresentado na Figura 2, em que se destacam as 
diferentes fases e os princípios que as regem. 
Figura 2. Fases da administração científica.
Fonte: Adaptada de Maximiano (2012).
Primeira fase
Ataque ao problema
dos salários.
Estudo sistemático do
tempo.
De
nição de 
tempos-padrão.
Sistema de
administração de
tarefas.
Terceirafase
Consolidação dos
princípios.
Proposição de divisão
autoridade e
responsabilidade
dentro da empresa.
Distinção entre
técnicas e princípios.
Segunda fase
Ampliação do escopo
da tarefa para a
administração.
De
nição de princípios
de administração do
trabalho.
A administração científica de Taylor trouxe valiosas contribuições para a 
administração, visando à organização e à racionalização do trabalho, cujos 
efeitos podem ser sentidos até hoje. Entre as contribuições do teórico, podemos 
ressaltar a metodologia científica para realização das tarefas, a especialização 
e a divisão do trabalho, a seleção e o treinamento por meio de uma abordagem 
científica e, ainda, a supervisão e orientação dos operários a partir dessa 
mesma abordagem metodológica. 
Ainda no período da Revolução Industrial, outro importante pensador da 
administração e do gerenciamento do sistema de produção foi Henry Ford, 
engenheiro mecânico e fundador da Ford Motor Company. Suas principais 
contribuições foram uma série de inovações com base nos estudos da adminis-
tração científica, elevando a produção a um novo patamar pelo desenvolvimento 
de sua linha de montagem móvel, em que o processo de fabricação ocorria 
em esteiras móveis. Segundo Maximiano (2012, p. 45): 
Assim como o nome de Taylor está associado à administração científica, 
o nome de Henry Ford está associado a linha de montagem móvel. Foi Henry 
Ford que elevou ao mais alto grau os princípios da produção em massa, que 
é a fabricação de produtos não diferenciados em grande quantidade: Peça 
padronizada e trabalho especializado.
5A administração científica de Taylor
Ford foi influenciado pelo taylorismo principalmente quanto aos aspectos 
da divisão do trabalho, à preocupação com os desperdícios e com a linha de 
montagem. Por suas inovações, possibilitou-se a produção em massa, para 
atender ainda mais a amplos mercados e a queda dos custos de produção. 
O taylorismo sofreu diversas críticas ao longo da história, sobretudo em relação ao fato de 
desconsiderar o lado social e humano do trabalhador. Outro ponto negativo destacado 
eram as rígidas formas de tratar os operários, com foco exclusivamente na produtividade. 
Os críticos apontavam que a administração científica tratava o homem como um 
apêndice da máquina, sem nenhum tipo de vontade ou desejo. Essa crítica é eviden-
ciada de forma brilhante no filme Tempos modernos, de 1936.
A seguir, detalharemos as principais teorias da administração científica, 
principalmente os aspectos inerentes à racionalização do trabalho e ao des-
perdício no processo produtivo, além dos reflexos de tais contribuições para 
a administração contemporânea. 
2 Estudo dos tempos e movimentos de Taylor
Uma das principais características da administração científica consistiu na 
otimização e na racionalização do trabalho, adicionando maior eficiência à 
produção das grandes fábricas, além de proporcionar maiores lucros e custos 
reduzidos para os proprietários. A receita de Taylor compreendia organizar o 
trabalho por meio de metodologias que estruturavam o processo de fabricação 
e motivar financeiramente os colaboradores para que fossem mais eficientes.
A administração científica de Taylor6
Segundo Taylor, havia a necessidade de controlar e orientar os operários 
de fábrica para um aumento de produtividade, tendo apontado como os prin-
cipais problemas das fábricas, na obra Princípios da Administração Científica 
(de 1911), considerada a principal que escreveu, a falta de integração entre 
departamentos e o fato de as decisões serem em geral intuitivas. Outro aspecto 
que observava residia na ineficiência dos operários, já que, segundo Taylor 
(1990), havia um grande prejuízo para as fábricas gerado pela ineficiência 
da falta de orientação aos colaboradores, os quais, segundo o autor, eram 
negligentes, preguiçosos e realizavam movimentos inadequados nos processos 
de trabalho.
Embora possamos tecer diversas críticas ao posicionamento de Taylor, 
é importante destacar que o contexto da época para suas formulações era 
diferente, e a obra foi muito importante para aquele período, assim como sua 
influência na administração contemporânea. Chiavenato (2011, p. 65) aponta: 
[...] As críticas não diminuem o mérito e o galardão de pioneiros e desbrava-
dores da nascente teoria da Administração. Na época, a mentalidade reinante 
e os preconceitos, tanto dos dirigentes como dos empregados, a falta de co-
nhecimento sobre assuntos administrativos, a precária experiência industrial 
e empresarial não apresentava condições propícias de formulação de hipóteses 
nem o suporte adequado para elaboração de conceitos rigorosos. 
Nesse contexto de crítica ao comportamento e à falta de ineficiência dos 
operários, Taylor realizou o estudo dos tempos e movimentos, o qual visou a 
eliminar dos processos de trabalho todo o movimento desnecessário, tentando 
simplificar as operações. A partir da observância sobre o fato de as ferra-
mentas e os locais de trabalho serem adequados para a realização das tarefas, 
modificavam-se as sequências de operações caso houvesse necessidade, assim 
como se facilitavam os movimentos realizados pelos trabalhadores. O expe-
rimento proporcionou um aumento da produtividade pela redução do tempo 
para a execução das tarefas. Segundo Oliveira (2013), o principal objetivo dos 
estudos foram os ganhos para os proprietários e empregados, a otimização do 
processo produtivo e a economicidade, pela redução do uso de matéria-prima.
O estudo dos tempos e movimentos trouxe várias contribuições para as 
empresas. Muitas organizações, sobretudo as indústrias, utilizam esses prin-
cípios para observar os tempos de trabalho e redefinir processos no intuito de 
racionalizá-los. Para Taylor, o gerenciamento científico das atividades consiste 
em preparar as tarefas e sua execução. 
7A administração científica de Taylor
Racionalização industrial: estudo de tempos e métodos
Taylor racionalizou as tarefas e definiu o tempo como uma maneira de mensurar 
a máxima produtividade e eficiência. Sob essa perspectiva, as empresas atuais 
utilizam técnicas para o controle dos tempos de produção, processo que leva 
o nome de estudo de tempos e métodos. Conforme Razmi e Shakhs-Niykee 
(2008), o estudo de tempos e métodos define-se como uma estratégia para 
aprimorar a produtividade, realizando conexões entre o tempo despendido 
e as formas de execução de tarefas. Slack, Chambers e Johnston (2009), por 
sua vez, apontam esse estudo como a aplicação de técnicas que possibilitam 
analisar o tempo que um trabalhador leva para realizar uma tarefa.
A alta competitividade empresarial, a necessidade da redução de custos e 
de aumento da lucratividade apontam para a necessidade de empregar métodos 
de racionalização nos processos de produção. Neste capítulo, serão destacadas 
três técnicas de estudos de tempos e métodos muito utilizados no ambiente 
industrial: lead time, takt time e o cronometrismo. 
O lead time representa o ciclo de um processo produtivo medido, conside-
rando o período de duração desde seu início até seu fim, ou seja, todo o processo 
de produção de uma mercadoria, desde a aquisição de matéria-prima até o 
momento de sua entrega para o consumidor. Para Ballou (2001, p. 84), o lead 
time é “[...] o lapso de tempo entre a colocação do pedido do cliente, o pedido 
de compra ou a requisição de um serviço é colocado e o momento em que o 
produto é recebido pelo cliente [...]”. Sob o prisma do sistema produtivo, o lead 
time abrange a mensuração do tempo empregado para que uma matéria-prima 
seja transformada em produto acabado. Quanto menor o lead time, maior a 
capacidade da empresa de atender a demanda de modo mais ágil mantendo 
as quantidades de estoques a baixos níveis. Segundo Corrêa e Corrêa (2011, 
p. 97), “[...] nessa abordagem os estoques são considerados úteis por proteger 
o sistema produtivo de problemas que podem causar a parada do fluxo de 
produção (falta de peças, atrasos fornecedores, etc.)[...]”. 
Já o takt time consiste na medida de tempo que as mercadorias de uma 
empresa devem ser produzidas, levando-se em conta a demanda de consumo, 
ou seja, o tempo que a empresa gasta para atender a sua demanda. Para obter 
esse cálculo, é necessário mensurar o tempo gasto para a fabricação de uma 
mercadoria e a demanda de consumo. Segundo Alvarez e Antunes (2001, 
p. 5), o “[...] takt time é o ritmo de produção necessário para atender a um 
determinado nível considerado de demanda, dadas as restrições de capacidade 
da linha ou célula [...]”. 
A administração científica de Taylor8
Para o cálculo do takt time, imagine uma fábrica que opera 9 horas por dia, em que 
se incluem 1 hora para o intervalo e mais 20 minutos de manutenção de máquinas 
e demais paradas programadas. Dessa forma, podemos contabilizar que a empresa 
produz efetivamente 7 horas 40 minutos por dia ou 460 minutos diários (7 horas = 
420 minutos (+) 40 minutos) ou 27.600 segundos (460 minutos × 60 segundos). 
Pense também que a demanda mensal da empresa é de 18.000 unidades do produto 
comercializado: se dividirmos a quantidade produzida pelos dias que a empresa 
opera (nesse caso, levaremos em conta os 30 dias do mês), teremos 600 peças diárias 
(18.000 peças/30 dias).
Para descobrir o takt time da empresa, basta dividirmos os segundos operacionais 
diários pelo número de peças diárias que atendem à demanda: 
Takt time = 27.600 / 600 = 46
A empresa tem um takt time de 46 segundos, ou seja, o tempo limite que uma peça 
deve demorar para ser fabricada é de 46 segundos.
Fonte: Novidá (2020) 
Por fim, a cronoanálise consiste em observar e mensurar o tempo de todas 
as etapas do processo produtivo, podendo também ser utilizada na mensu-
ração do lead time e do takt time. Para empregarmos essa técnica, torna-se 
fundamental observar algumas etapas, como a análise anterior dos processos 
mensurados, detalhando, além do processo por completo, as pessoas envolvidas 
e as ferramentas utilizadas. O processo deve ser fracionado, pois não é útil 
cronometrar e registrar um processo do início ao fim, sendo mais eficaz medir 
cada parte da atividade e, então, determinar o tempo de execução de cada 
processo no ciclo produtivo. Para Peinado e Graeml (2014), a cronoanálise é 
um método que permite medir e controlar de maneira estatística as tarefas 
realizadas, em que o cronometrista consegue observar a velocidade e o ritmo 
na execução de uma atividade. 
Como você pôde observar, a influência de Taylor para as técnicas de tempos 
e métodos é evidente. De acordo com Novaski e Sugai (2002), a administração 
científica e os estudos de tempos e movimentos idealizados por Frederick W. 
Taylor representaram uma verdadeira racionalização do trabalho, tornando-se 
a base do sistema de estudo de tempos.
9A administração científica de Taylor
3 Primeiros desperdícios na produção
Como vimos, os estudos de Taylor e a administração científica encontram res-
paldo ainda hoje na modelagem da execução de tarefas e na busca do aumento 
da produtividade, além dos importantes princípios da divisão do trabalho, dos 
estímulos financeiros como forma de motivar os trabalhadores, entre outros. 
O teórico desenvolveu seus estudos da administração científica motivado 
por aquilo que observava como displicência dos operários, já abordada neste 
texto, e falta de profissionalismo dos gerentes. Taylor (1990) indicava como 
principais males das organizações os falhos sistemas de administração, que, 
em sua visão, eram ineficientes, além do desconhecimento da gerência quanto 
aos métodos e às rotinas de trabalho e a falta de uniformidade nas rotinas de 
trabalho. Ainda, afirmava que os aspectos expostos acarretavam um grande 
desperdício, tanto no tempo de realização das tarefas quanto no excesso de 
matéria-prima utilizada. Dessa forma, a administração científica caracterizou-
-se pela ênfase nas tarefas, e preocupação de Taylor voltou-se à organização 
no trabalho, preocupando-se com os aspectos pertinentes à racionalização 
das tarefas no sentido de minimizar o desperdício. 
Estudos de Taylor e desperdício
Para compreender a preocupação de Taylor com o desperdício em relação 
ao sistema produtivo, é necessário analisar o contexto pré-Revolução Indus-
trial. Na produção artesanal, que precedeu o período das grandes indústrias, 
o processo produtivo envolvia apenas o artesão, responsável pela aquisição e 
pela coleta de insumos e cuja produção se destinava ao atendimento de uma 
demanda local. Nesse período, em razão da baixa demanda de consumo, 
o desperdício também era reduzido. 
A produção manufatureira marcou o início do processo de divisão do 
trabalho e de uma produção com capacidade para atender a uma demanda 
maior. Entretanto, pela baixa especialização dos operadores dos maquinários 
utilizados nos galpões nos quais as mercadorias eram produzidas, havia des-
perdício de insumos. Nesse período, os proprietários dos meios de produção 
não detinham do controle sobre a maneira como os operários realizavam as 
atividades. A passagem da fase da manufatura para a maquinofatura marcou o 
aumento dos níveis de produção em larga escala, o que também contribuiu para 
um maior desperdício ao longo do sistema produtivo. Taylor (1990) evidenciava 
um alto grau de desperdício relacionado às atividades rotineiras, situação em 
não havia, por parte dos colaboradores, uma metodologia empírica eficiente.
A administração científica de Taylor10
A partir da administração científica, foi possível organizar uma série de 
princípios e técnicas, visando à organização racional do trabalho e à redução de 
desperdício, com o controle de todos os passos do trabalho vivo e de todos os 
tempos e movimentos do trabalhador, como você pode observar no Quadro 1.
Fonte: Adaptado de Taylor (1990).
Princípios
 � Atribuir as tarefas conforme as habilidades dos operários
 � Solicitar o máximo de produtividade dos operários
Técnicas
 � Utilizar a técnica conforme as particularidades de cada tipo de 
empresa
 � Fazer a análise metódica e o estudo dos tempos e movimentos
 � Fornecer informações aos operários quanto aos 
procedimentos de trabalho
 � Separar as funções de execução e preparação
 � Fazer a seleção científica dos colaboradores
 � Especializar e treinar os operários na realização das tarefas
 � Implementar a divisão do trabalho
Quadro 1. Princípios e técnicas de redução do desperdício
Os estudos de Taylor contribuíram para um significativo aumento da pro-
dutividade, para a organização do trabalho e, principalmente, para a redução 
do desperdício no processo produtivo, tornando-se eficaz na substituição dos 
movimentos inúteis dos operários, bem como para processos de treinamento 
mais adequados e contratações que consideravam as habilidades dos operários. 
Taylor acreditava que, quanto mais tarefas o empregado soubesse fazer, melhor 
ele desempenharia seu papel. 
Desperdício, produtividade e controle de qualidade
Ainda no contexto atual, a busca pela redução do desperdício, ou seja, dos 
custos de produção, constitui uma realidade no contexto organizacional: 
a maximização da produtividade e da qualidade nos processos e atividades 
organizacionais tornou-se uma busca constante para as organizações no atual 
cenário global de extrema competitividade. Nesse sentido, os princípios de 
Taylor mostram-se de grande importância ainda hoje e, apesar de terem se 
modernizado, refletem os princípios modernos da qualidade total.
11A administração científica de Taylor
Mas quais são os principais desperdícios das empresas na atualidade? 
E quais os principais custos podem ser reduzidos na produção? Inicialmente, 
devemos considerar que o contexto das organizações mudou. A indústria 
passou pela terceira Revolução Industrial, que marcou a indústria automa-
tizada e o uso de computadores e, posteriormente, a internet no processo 
de fabricação. Esse período marcou a transição do controle do desperdício 
idealizado por Taylor pelo controle de qualidade modelo Toyota,que iniciou 
após a Segunda Guerra Mundial e marcou o início da produção enxuta. O 
toyotismo apresentou algumas técnicas, como: os 5’s, que visam à organização 
dos espaços de trabalho; o kanban, como técnica de controle da produção; o 
just in time, uma técnica que prioriza o estoque mínimo, apenas para atender 
à demanda; o kaizen, que representa uma filosofia de melhoria contínua nos 
sistemas de produção; etc. Segundo Maximiano (2011, p. 134), “[...] o sistema 
Toyota de produção foi criado por Eiji Toyoda, da família proprietária da 
Toyota e Taiichi Ohno, chefe de engenharia da empresa. Os dois princípios 
básicos mais importantes do sistema Toyota são: eliminação do desperdício 
e fabricação com qualidade [...]”.
Atualmente, os principais desperdícios nas organizações estão relaciona-
dos às operações de transportes e às dificuldades na compreensão a suprir 
a demanda, promovendo eventualmente a superprodução de mercadorias e 
a fabricação de produtos defeituosos. Para Antunes et al. (2008), as perdas, 
ou seja, aquelas atividades que não agregam valor aos produtos, podem ser 
o retrabalho, refugos de produção, tempos prolongados de manutenção de 
maquinários, transporte e movimentação desnecessária, entre outras. 
A história das técnicas que objetivam reduzir os desperdícios é a história 
do controle de qualidade nos processos de fabricação. O controle de qualidade 
no período taylorista e fordista, apesar de apresentar um grande avanço para 
o período, limitava-se apenas a inspecionar as tarefas dos operários. Esse 
controle evoluiu para um controle estatístico de peças produzidas, com base 
em amostragens de peças produzidas e, posteriormente, para um controle total 
da qualidade, quando as prioridades passaram a ser o interesse do consumidor 
e a garantia dos produtos oferecidos, e a qualidade estar presente em todas 
as áreas de uma empresa, e não apenas no processo produtivo. As normas 
ISO de qualidade e o ciclo da melhoria contínua apontam para a importância 
da qualidade das organizações, o que impacta não somente as finanças das 
organizações, mas também a redução de desperdício dos recursos naturais e 
impactos ao meio ambiente. 
A administração científica de Taylor12
Ao encerrar este capítulo, é necessário fazer uma reflexão sobre o futuro 
do controle do desperdício e da qualidade nas organizações. A revolução 
tecnológica e o uso da inteligência artificial, o big data e os poderosos algo-
ritmos são tendências que já representam um profundo avanço no controle 
do desperdício no contexto organizacional. Basta agora estar preparado para 
os próximos passos do controle de qualidade e da racionalização do trabalho.
ALVAREZ, R. R.; ANTUNES JR., J. A. V. Takt-time: conceitos e contextualização dentro 
do Sistema Toyota de produção. Gestão & Produção, São Carlos, v. 8, n. 1, p. 1–18, 2001. 
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X2
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ANTUNES, J. et al. Sistemas de produção: conceitos e práticas para projeto e gestão da 
produção enxuta. Porto Alegre: Bookman, 2008. 
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CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 8. ed. Rio de Janeiro: Cam-
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CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e operações: manufatura e 
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GAITHER, N.; FRAZIER, G. Administração da produção e operações. 8. ed. São Paulo: 
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13A administração científica de Taylor
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Leitura Recomendada
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A administração científica de Taylor14

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