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Maria Paula M. Mattei | SP 1 | UC 13 1 Diagnósticos Diferenciais na Topografia Abdominal A localização da dor é o mais importante indicador do diagnóstico. Epigástrio: Dor visceral causada por esôfago, estômago, duodeno proximal, ducto biliar, vesícula biliar e pâncreas. Periumbilical: Dor derivada do intestino delgado, apêndice, cólon ascendente, cólon proximal transverso. Hipogástrio: Cólon distal transverso, cólon esquerdo, reto Dor Abdominal Aguda Conceito Sinais e sintomas de dor e sensibilidade abdominal. Em geral precisa de cirurgia de emergência. Classificação Causas não cirúrgicas de abdome agudo podem ser divididas em 3 categorias: Causas Endócrinas e Metabólicas: Uremia Crise diabética Crise addisoniana Porfiria aguda intermitente Febre hereditária do Mediterrâneo Causas Hematológicas: Crise falciforme Leucemia aguda Outras discrasias sanguíneas Toxinas e Drogas: Envenenamento por chumbo Intoxicações por outros metais pesados Abstinência narcótica Envenenamento por aranha viúva-negra Causas cirúrgicas de abdome agudo podem ser divididas em 5 categorias: Toxinas e Drogas: Trauma de órgãos sólidos Vazamento ou ruptura de aneurisma arterial Gravidez ectópica rompida Divertículo gastrointestinal com sangramento Malformação arteriovenosa do trato gastrointestinal Ulceração intestinal Fístula aortoduodenal após o enxerto vascular aórtico Pancreatite hemorrágica Síndrome de Mallory-Weiss Ruptura espontânea do baço Infecção: Dor de início abrupto e localizada posteriormente Apresenta febre, leucocitose e outros sinais de inflamação Causa abdome plano por peritonite Pode causar pus na cavidade abdominal Apendicite Colecistite Divertículo de Meckel Abscesso hepático Abscesso diverticular Maria Paula M. Mattei | SP 1 | UC 13 2 Abscesso do psoas Perfuração: Úlcera gastrointestinal perfurada Câncer gastrointestinal perfurado Síndrome de Boerhaave Divertículo perfurado Obstrução: Presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve à interrupção do trânsito intestinal Dor em cólica na região periumbilical, nem sempre localizada Pode estar associado a náuseas, vômitos, distensão abdominal e parada de eliminação de fezes e flatos Obstrução do intestino delgado/grosso relacionado à aderência Volvo do sigmoide Volvo cecal Hérnias encarceradas Doença intestinal inflamatória Neoplasia maligna gastrointestinal Intussuscepção Hemorrágico: Ocorre em qualquer idade, principalmente nos 50/60 anos Dor intensa e progressiva Na descompressão a dor é grande e rígida Doença de Buerger Trombose/embolia mesentérica Torção ovariana Colite isquêmica Torção testicular Hérnias estranguladas Sinais e Sintomas Dor visceral: é vaga, opaca e difusa. Os pacientes quando tentam localizar a dor mostram uma região e não um ponto específico -> movem a mão sobre o abdome inferior, por exemplo. ↳ Se movimentam e andam normalmente e podem tentar evacuar para aliviar os sintomas. Dor parietal: é aguda, bem caracterizada e mostrada pelo paciente em localidade específica do abdome. ↳ Apresentam irritação com atividades e manobras que alongam ou movimentam o peritônio parietal (andar, se movimentar na cama e tossir). Então eles tendem a ficar deitados e quietos para evitar o estímulo da dor. Geralmente a dor está associada a anorexia, vômito, diarreia, distensão e constipação. ↳ Ausência desses sintomas indica que a patologia não é cirúrgica e nem emergência. Quando a dor vem antes do vômito, é um indicativo forte de condição cirúrgica. Dor com diarreia é mais comum de condição clínica. Icterícia acompanhada de dor abdominal aguda quase sempre indica distúrbio hepatobiliar. ↳ Colangite deve ser considerada e pesquisada em todos os pacientes com dor abdominal aguda e icterícia, principalmente se o paciente tiver febre, calafrio, hipotensão, estado mental alterado ou leucocitose. Hematêmese com dor abdominal superior sugere laceração de Mallory‑Weiss, gastrite alcoólica ou úlcera péptica. Hematoquezia com dor abdominal é comumente causada por condições médicas, como gastroenterite infecciosa ou doença intestinal inflamatória, mas também pode ser causada por colite isquêmica ou isquemia mesentérica Diagnóstico Varia conforme a idade e o sexo. Devemos estabelecer se a dor é visceral, parietal ou referida. Hemograma (leucocitose está presente na maior parte das condições cirúrgicas). Teste de gravidez Eletrólitos séricos, glicose, nitrogênio‑ureia no sangue e níveis de creatinina avaliam a hidratação, condição acidobásica e função renal •Se desenvolve em horas •Provavelmente não precisará de cirurgia •Pode ser dispesia, gastroenterite, hepatite, cistite, pielonefrite... Dor Menos Grave •Progride em 1/2h •Inflamação rapidamente progressiva (colecistite, apendicite e pancreatite); •Obstrução aguda de víscera; •Isquemia de órgão causada por estrangulamento de suprimento sanguíneo (volvo, hérnia, estrangulada, torção ovariana). Dor Grave •Indica evento catastrófico •Ruptura esofágica, úlcera péptica, víscera perfurada, gestação ectópica rompida, aneurisma aórtico rompido, isquemia mesentérica aguda ou infarto do miocárdio. Dor Severa Maria Paula M. Mattei | SP 1 | UC 13 3 Função hepática e pancreática principalmente nos pacientes com dor abdominal superior, icterícia e vômito ↳ Altos níveis de aspartato ou alanina aminotransferase pode ocorrer em coledocolitíase com obstrução biliar aguda, pancreatite aguda por cálculos biliares ou processo hepatocelular. ↳ Os níveis de amilase e lipase são elevados na maioria dos pacientes com pancreatite aguda Urinálise EEG: eletroencefalografia; EGD: esofagogastroduodenoscopia; QSD: quadrante superior direito; U/A: urinálise; US: ultrassonografia Anamnese Determinar duração, característica, localização e padrão de radiação da dor. Fatores de melhora e piora Lembrar de perguntar a história da dor, se ela se modificou e se trocou de lugar Perguntar sobre sintomas associados: - Anorexia - Náusea - Vômito - Diarreia - Icterícia - Constipação - Dificuldade ao urinar - Disúria - Polaciúria - Hematúria - Anúria - Corrimentos vaginais - Dispareunia - História menstrual Maria Paula M. Mattei | SP 1 | UC 13 4 - Gravidez - Sangramento anormal - Febre Perguntar se o paciente já teve essa dor antes ou se é parecida com alguma coisa que ele já teve. Atividade do paciente quando a dor se iniciou Perguntar se a pessoa já fez alguma cirurgia há tempo ou recente Apendicite Fisiopatologia O lúmen do apêndice é pequeno em relação ao seu comprimento, e isso pode predispor a obstrução. A obstrução contribui para o crescimento bacteriano e a secreção continuada de muco causa distensão intraluminal e maior pressão da parede. A distensão luminal produz a sensação de dor visceral que o paciente refere como dor periumbilical. Com o inchaço, ocorre dano da drenagem venosa e linfática, que leva à isquemia mucosa Tudo isso promove um processo inflamatório localizado que pode evoluir para gangrena e perfuração. A inflamação do peritônio adjacente dá origem a dor localizada no quadrante inferior direito. A perfuração ocorre mais ou menos 48h após o início dos sintomas e se acompanha por uma cavidade de abscesso envolvido pelo intestino delgado e pelo omento. Raramente ocorre perfuração livre do apêndice na cavidade peritoneal causando peritonite e choque séptico. Etiologia A maior causa de apendicite aguda é a obstrução do lúmen em razão de ↳ Fezes espessadas (fecálito e apendicolito) – maioria das vezes ↳ Hiperplasia linfoide ↳ Matéria vegetal ou sementes ↳Parasitas ↳ Neoplasma Bactérias comumente encontradas em apendicite perfurada: Epidemiologia Patologia intra-abdominal mais comum que requer cirurgia de emergência. Mais comum em pessoas idosas por fecálito Pessoas jovens por hiperplasia dos folículos linfáticos Sinais e Sintomas Inicia com dor periumbilical seguida por anorexia e náuseas. A dor então passa a ser no quadrante inferior direito que se agrava com tosse, flexão e rotação interna do quadril, com extensão passiva do quadril e dor que aumenta à palpação do quadrante inferior esquerdo. Pode ocorrer uma crise de vômito Febre e leucocitose Alguns pacientes possuem sintomas urinários ou hematúria microscópica. Essas características clínicas podem variar. Por exemplo, nem todos os pacientes tornam-se anoréxicos. Então a sensação de fome no paciente adulto não deve ser um obstáculo à cirurgia. Caso o apêndice perfure, a dor abdominal torna-se intensa e mais difusa, e o espasmo muscular abdominal aumenta, produzindo rigidez. A frequência cardíaca aumenta, com uma elevação de temperatura acima de 39°. Diagnóstico O exame preferido é a TC multidetectores → não deve ser usada rotineiramente, é mais valiosa em pacientes idosos e pacientes com sintomas atípicos A ultrassonografia é menos sensível e específica, mas é útil na quanto a TC é contraindicada (mulheres gravidez ou suspeita de gravidez ectópica) ↳ Ultrassom pélvico pode ser útil na exclusão de abscesso tubo-ovariano ou torção ovariana. Ruídos intestinais reduzidos Leucócitos elevados → se muito alta (>20.000/ml) sugere apendicite complicada com gangrena ou perfuração. Maria Paula M. Mattei | SP 1 | UC 13 5 Urinálise para excluir pielonefrite ou nefrolitíase Para pacientes com diagnóstico inconclusivo, fazemos laparoscopia diagnóstica. Tratamento Na suspeita de apendicite aguda estão indicadas consulta cirúrgica e apendicectomia de emergência. Antibióticos pré-operatórios e pós-operatórios para reduzir complicações infecciosas. Pode ser feita uma abordagem não operatória com antibióticos em apendicite não complicada, mas existe 2% de chance de ruptura e 1% de apendicite gangrenosa. Gravidez Ectópica Fisiopatologia O óvulo fecundado perfura o epitélio da trompa por ela ter uma camada submucosa. O zigoto fica perto ou dentro da camada muscular, que na maioria dos casos, é invadida pelo trofoblasto. O embrião de uma gravidez ectópica em geral está ausente ou atrofiado. Os desfechos geralmente são: ruptura tubária, abortamento tubário ou interrupção da gravidez com regressão. Quando o embrião é abortado, a hemorragia rompe a conexão entre a placenta e as membranas e a parede tubária. ↳ Quando a separação é completa, o concepto pode ser eliminado pelas fímbrias e ir para a cavidade peritoneal → hemorragia pode cessar e os sintomas desaparecer ↳ Quando o sangramento persiste, o sangue escoa pelas fímbrias para dentro da cavidade peritoneal e se acumula no fundo do saco retouterino → hematossalpinge. Etiologia Anatomia anormal da trompa Procedimentos cirúrgicos para tratar gestação tubária pregressa Tratamentos para fertilidade História pregressa de doença sexualmente transmissível ou qualquer outra infecção tubária → podem alterar a anatomia normal das tubas Tabagismo Epidemiologia 95% das gestações ectópicas são implantadas na trompa O restante ocorre no ovário, cavidade peritoneal, colo uterino ou em cima da cicatriz de cesariana. Podo ocorrer uma implantação normal e outra ectópica em gestação múltipla. Depois de uma gravidez ectópica, a probabilidade de ocorrer novamente é de 10% Sinais e Sintomas Antes do rompimento e na fase inicial do desenvolvimento, os sinais e sintomas são sutis ou mesmo ausentes. Maria Paula M. Mattei | SP 1 | UC 13 6 ↳ A mulher não suspeita da existência de gravidez / gravidez tubária e supõe que tenha uma gravidez normal em fase inicial ou que esteja abortando. Quando é uma gravidez um pouco mais avançada, a apresentação clássica é: atraso menstrual, dor abdoinal e sangramento vaginal. Quando há ruptura, a paciente tem dor abdominal baixa e pélvica intensa, descrita como lancinante, penetrante ou violenta. Diagnóstico Verificar se a paciente está realmente grávida (β-hCG) e se tem cólicas abdominais ou/e sangramento vaginal. Fazer exame físico ginecológico, ultrassonografia transvaginal e procedimentos cirúrgicos diagnósticos (curetagem uterina, laparoscopia e, ocasionalmente, laparotomia) ↳ Isso só é possível em mulheres sem ruptura, as com ruptura devem ser operadas imediatamente. Na ruptura: - Na palpação o abdome tem hipersensibilidade - Exame pélvico bimanual, principalmente com a mobilização do colo uterino, provoca dor extrema - O fundo de saco posterior da vagina pode ficar abaulado em virtude do sangue no fundo de saco retouterino, ou pode ser percebida uma massa em um dos lados do útero. - Por causa da hemorragia, pode ocorrer alterações indetectáveis dos sinais vitais, elevação discreta da pressão arterial ou bradicardia e hipotensão. Tratamento Clínico: Usar metotrexato → antagonista do ácido fólico, logo a síntese de DNA, RNA e proteínas diversas é suprimida. Paciente deve estar estável, sem batimento cardíaco do feto e abdome não doloroso. Índice de resolução da gravidez ectópica é de 90% A medula óssea, mucosa gastrointestinal e epitélio respiratório da paciente podem ser danificados. É um teratógeno muito potente que causa malformações craniofaciais e esqueléticas, além da restrição de crescimento fetal. É excretado no leite materno e pode se acumular nos tecidos do lactente. Usados em mulheres assintomáticas, motivadas e dispostas a seguir o esquema terapêutico. Verificamos o sucesso terapêutico pelos níveis de β-hCG, dimensões pequenas da gravidez ectópica e inexistência de atividade cardíaca fetal. Cirúrgico: Laparoscopia é o tratamento cirúrgico de escolha (a menos que a mulher esteja hemodinamicamente instável) ↳ Antes devemos conversar com a paciente para saber se ela quer conservar sua fertilidade futura Salpingostomia remove gravidez pequena não rompida Salpingectomia é a ressecção tubária feita nas gestações ectópicas com ou sem ruptura ➔ Se paciente aparece sangrando já, devemos antes de tudo fazer uma reposição volêmica e talvez transfusão de sangue. Cisto no Ovário Fisiopatologia É uma ovulação que não ocorreu da forma adequada Não há a liberação do óvulo, ficando preso no ovário. Etiologia 85% são esporádicos e não associados a anomalias hereditáveis O câncer seroso (maligno mais comum) tem componente genético de alteração dos genes BRCA1 e BRCA2. Uso de tamoxifeno e contrceptivos Mulheres em idade reprodutiva Epidemiologia Incidência começa a aumentar na 5ª década de vida, com pico na 8ª década. Risco maior para nulíparas A cada gravidez há redução de 10% no risco de desenvolvimento 50% são benignos; 33% malignos, e o restante são tumores com baixo potencial de malignidade. Dos benignos, os cistos mais comuns são do corpo lúteo e foliculares. Sinais e Sintomas Os sintomas iniciais não são específicos Pequenas massas também tendem a ser silenciosas À medida que o câncer vai crescendo, os sintomas passam a ser: ↳ Plenitude pélvica ↳ Constipação ↳ Dor abdominal ↳ Distensão ↳ Sintomas urinários ↳ Ganho ponderal Diagnóstico Maria Paula M. Mattei | SP 1 | UC 13 7 Ultrassonografia ou tomografia de abdome e pelve para apoiar o diagnóstico Pedir antígeno CA-125 que poderá estar aumentado (mas também está aumentado em câncer de pulmão, pâncreas e útero) Fazer β-hCG Tratamento Histerectomia totalabdominal com salpingo- ooforectomia bilateral, omentectomia e dissecação de linfonodos. Se a massa não pode ser 100% retirada, faz-se quimioterapia neoadjuvante Torção de Ovário Fisiopatologia Ovário e seu pedículo se enrolam no ligamento suspensor do ovário Compromete a drenagem linfática e venosa, ocasionando edema e aumento de volume do ovário comprometido, e com o passar do tempo a circulação arterial também é acometida, resultando em trombose, isquemia e, por fim, em infarto hemorrágico Epidemiologia Mais comum em mulheres jovens Geralmente associado a tumores em pacientes adultas Pode ocorrer em crianças devido à mobilidade dos anexos As pacientes em tratamento para infertilidade também podem desenvolver torção Sinais e Sintomas Dor aguda no baixo ventre com instalação súbita e que piora com o passar do tempo Dor vai estar no lado que ocorreu a torção e irradiar para flanco e região inguinal Diagnóstico No exame físico podemos sentir aumento de volume no quadrante inferior Aumento na palpação bimanual dos anexos Pedir beta-hCG, ultrassom com doppler Tratamento Cirúrgico Doença Inflamatória Pélvica Fisiopatologia Bactérias sobrem do colo do útero para a cavidade uterina causando endometrite. Depois estendem-se para as trompas causando salpingite Pode atingir qualquer estrutura acima do cérvice uterino (endometrite, salpingite, ooforite) Etiologia N. gonorrhoeae, C. trachomatis e Mycoplasma A salpingite por Chlamydia pode ser leve, e as pacientes não procuram tratamento médico Epidemiologia Comum em mulheres com menos de 35 anos Rara antes da menarca, após menopausa e durante a gestação Baixo nível socioeconômico Ducha vaginal Sinais e Sintomas Dor anexial durante exame bimanual Dor cervical Febre Leucocitose Corrimento vaginal mucopurulento Sangramento após coito Diagnóstico Confirmado por laparoscopia em 70% dos casos PCR da amostra cervical Exame microscópico da secreção vaginal Tratamento ATB (ceftriaxona, metronidazol, doxiciclina) Trtar parceiro Mulheres com IST bacteriana: testar para HIV, sífilis e hepatites Nefrolitíase Fisiopatologia Formam-se quando a saturação urinária dos seus componentes excede a solubilidade da fase sólida. Quando o esqueleto atinge a mineralização completa (fase adulta), a quantidade de cálcio absorvida a mais que o necessário para manter homeostase é excretada na urina. O ser humano tende a excretar pouca água (principalmente se ingere pouca também), assim a Maria Paula M. Mattei | SP 1 | UC 13 8 saturação do oxalato de cálcio e de fosfato de cálcio aumenta Isso impulsiona a formação da fase cristal sólido Etiologia Podem ser pedras de: - Cálcio → forte componente genético - Fosfato - Ácido úrico → associado ao maior peso corporal, insulinorresistência e diabetes melito tipo 2 - Fosfato de amônio - Magnésio Epidemiologia Mais comum em homens Incidência de formação de cálculos atinge um pico na 3ª e 4ª década de vida Prevalência aumenta com a idade até os 70 anos nos homens e 60 nas mulheres Obesidade é um fator de risco Sinais e Sintomas Dor ou hematúria (ou ambas) ↳ Cólica ureteral intensa, com dor de início abrupto que pode intensificar-se até ser muito intenso e excruciante ao nível do flanco. ↳ Pode irradiar anteriormente ao longo do abdome e inferiormente até a virilha, testículos ou grandes lábios à medida que o cálculo se desloca para baixo no ureter. Menos frequentemente, ITU ou lesão renal aguda Hematúria (algumas vezes é o único sinal apresentado pelo paciente, que é assintomático). Diagnóstico Avaliação radiográfica → não precisa em pacientes que o diagnóstico clínico é certo, sem evidência de infecção, capazes de comer e beber e que podem ser tratados com analgésicos orais. Ultrassonografia é mais indicada, mas não é boa para ver cálculos ureterais Tomografia é muito boa, mas expõe o paciente à radiação desnecessária. É indicada quando queremos achar algo a mais ou se não temos muita certeza que é nefrolitíase Tratamento Controle da dor é fundamental. Se os vômitos impedem a medicação oral, usamos a parenteral. ↳ AINEs são preferíveis a opioides porque apresentam menos efeitos adversos ↳ AINEs podem causar insuficiência renal aguda, especialmente em pacientes desidratados ou que já tenham doença renal crônica → hidratar antes Cálculos com 5 mm ou menos têm 70% de chances de passar espontaneamente, já os maiores reduzem para 50% ↳ Pode-se usar bloqueadores dos receptores α- adrenérgicos (terasozina e doxazosina) para reduzir o espasmo do músculo liso ureteral, promovendo a peristalse. Cálculos que causam obstrução, infecção ou dor intratável devem ser removidos rapidamente. Em geral, são superiores a 10 mm → litotripsia extracorpórea por ondas de choque, extração ureteroscópica, nefrolitotomia percutânea e, em casos raros, extração cirúrgica. Referências: L. LONGO, Dan. Manual de Medicina Interna de Harrison. 18. ed. Artmed, 2013. GOLDMAN, Lee; I. SCHAFER, Andrew. Goldman‑Cecil Medicina. 25. ed. Elsevier, 2018. M. TOWNSEND, Courtney et al. Sabiston Tratado de Cirurgia. 19. ed. Elsevier, 2014. CUNNINGHAM, F. Gary et al. Obstetrícia de Williams. 24. ed. Artmed, 2016.
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