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PRÁTICAS MECÂNICAS DE CONSERVAÇÃO DE SOLO Manejo e Conservação do Solo e da Água Agronomia PRÁTICAS DE CARÁTER MECÂNICO • São aquelas em que se recorre a estruturas artificiais (obras de engenharia) mediante a disposição adequada de porções de terra, com a finalidade de quebrar a velocidade de escoamento da enxurrada e facilitar a infiltração de água no solo. • Quando utilizadas de forma adequada, resultam em efetivo controle da erosão, que, por sua vez, resulta na manutenção e mesmo no aumento da produtividade da cultura. • Elas são projetadas e construídas para conter a água da enxurrada, propiciando sua infiltração ou escoamento seguro. • DENTRE AS MAIS INDICADAS TEM-SE: Distribuição racional dos caminhos e estradas Cultivo em nível (contorno) Cordões de pedra Subsolagem ou escarificação Bacias ou caixas de retenção de água Mulching vertical TERRACEAMENTO e Canais Escoadores 1. Distribuição Racional dos Caminhos e Estradas • É uma pratica básica na conservação do solo e água, pois muitas medidas a serem tomadas se fundamentam na correta disposição das estradas. • Quando bem planejadas, construídas e conservadas, facilitam o desenvolvimento da atividade agrícola e ainda ajudam no controle da erosão. • Quando as estradas são dispostas em linha reta, as culturas ficam, quase sempre, com ruas “a favor da água”, contribuindo para as perdas de solo por erosão. • Para resolver ou minimizar esses problemas, deve-se fazer a distribuição racional dos caminhos, colocando-os ao máximo próximo ao contorno. ALGUMAS RECOMENDAÇÕES: • As estradas ou carreadores principais devem ser locados e construídos em nível, com largura de 5 a 6 m e uma ligeira inclinação (0,05%) no sentido do barranco. • Os carreadores que fazem a ligação entre os nivelados devem ser, sempre que possível, inclinados e desencontrados, com 3 a 4 m de largura. • A distância entre os carreadores varia em função da declividade e da cultura, e normalmente são locados a partir das niveladas básicas. • As niveladas são marcadas a cada 20 ou 30 m no terreno, numeradas a partir do topo. • Sobre as niveladas pares é que são construídos os carreadores, ficando, portanto, um carreador a cada 40 ou 60m. • Os carreadores em pendente (no sentido do declive) devem ser distanciados de 70 a 100 m. • Se houver necessidade, construir bacias de retenção ao longo de uma estrada longa e em morro abaixo. 2. Cultivo em Nível (Contorno) • São realizados com o objetivo de reduzir a erosão, bem como facilitar tratos culturais, é uma pratica básica e muito simples de controle a erosão. • Todas as operações de preparo de solo e cultivo são realizadas no sentido transversal à pendente (cortando o declive), seguindo curvas de nível. • O cultivo em nível dificulta o percurso livre da enxurrada, diminuindo a velocidade e a Ec e aumentando a infiltração de água no solo. • Tanto as culturas anuais como as perenes, inclusive pastagens e reflorestamento, devem ser implantadas e conduzidas em nível ou contorno. • Deve ser utilizado combinado com outras práticas, principalmente quando a área apresenta declive maior que 4%. • A efetividade dos cultivos em nível diminui: – Dos solos argilosos para os arenosos; – A medida que a declividade aumenta; e – Das culturas mais densas para as menos densas. • Nos cultivos em contorno, inicialmente são marcadas as curvas de nível para servirem de guia no traçado das linhas das plantas. • Estas então são marcadas paralelamente as niveladas básicas e segundo Marques citado por Bertoni e Lombardi neto (1999), podem seguir os métodos: • Limites de comprimento de rampa e declividade para o plantio em contorno. Esses limites não são fixos e podem variar, dependendo do tipo de solo. • A aplicação do plantio em contorno e em nível, principalmente em cultivos perenes, pode acarretar o aumento de linhas mortas e, com isso, a perda da área útil do terreno. No entanto essa perda não ultrapassa 4% área de topografia irregular. Execução dos cultivos em nível 1. Marcação das niveladas básicas; 2. Prepara-se o solo em nível ou contorno; 3. Plantio das culturas, anual ou perene, também em contorno. 3. Cordões de pedra, barragens de pedra... • É uma prática adaptada à pequena propriedade, logicamente naquelas localizadas em áreas com pedras soltas aflorando à superfície (Neossolos Litólicos, Plintossolos Pétricos/Regolíticos). • Além de ajudar no controle da erosão, reduz a velocidade de escoamento das águas das chuvas e possibilita o aproveitamento da área, antes cheia de pedras. • Sua construção consiste na abertura de um canal, geralmente em nível, onde as pedras vão sendo empilhadas. • Diminuição do fluxo de água em voçorocas... 4. Subsolagem e escarificação • Objetivo de aumentar a taxa de infiltração de água no solo. • Subsolagem é realizada com um subsolador: 50-80 cm de profundidade; • Escarificação é realizada com um escarificador numa profundidade menor (20-30 cm); • Observar a umidade do solo para realização dessas operações; • Deve-se ter o cuidado de após a realização da subsolagem ou escarificação, não utilizar arados de disco ou grades, pois estes podem comprometer todo o serviço realizado anteriormente de descompactação. 5. Mulching vertical • É uma prática recente, desenvolvida e testada por pesquisadores da UFSM e da EMBRAPA Trigo, Passo Fundo (RS). • Surgiu na tentativa de reduzir a erosão e, principalmente, o escoamento superficial, em áreas de PD, onde os terraços foram retirados ou não foram construídos, com uma estrutura que exigisse o revolvimento mínimo do solo. • É constituído por sulcos com dimensões de 7,5 a 9,5 cm de largura por 40 cm de profundidade, dispostos em nível, ou seja, perpendicularmente ao declive do terreno, assim como os terraços em nível. • Os sulcos são preenchidos com palha ou restos culturais (mulching), especialmente gramíneas ou outro material que se decomponha mais lentamente, compactados superficialmente para evitar o desmoronamento das paredes do sulco, mantendo-o aberto. • EFEITOS: – Reduz risco de erosão; – Aumenta taxa de infiltração; – Reduz velocidade da enxurrada; – Reduz perdas de insumos; – Reduz risco de poluição; – Aumenta o volume de água armazenada no perfil de solo. 3 6 ,5 c m • ALGUNS RESULTADOS – Argissolo Vermelho Amarelo, em Santa Maria-RS, evidenciaram que a adoção do MULCHING reduziu em 52% a taxa do escoamento superficial; contribuiu para reduzir em 77% as perdas médias de M.O. presente nos sedimentos carreados pela enxurrada. (Nishijima e Righes, 1987). – Em Passo Fundo, em solo Latossolo Vermelho, manejado sob PD estudos relativos a esse potencial indicaram que o mulching vertical, além de retardar, consideravelmente, o tempo de início da enxurrada, reduziu, em até 54%, a intensidade do deflúvio superficial, quando chuvas de 111 mm/h foram simuladas em parcelas experimentais com 22 m de comprimento. – Para chuvas de intensidade inferior a 70 mm/h, o mulching vertical, com espaçamentos de até 10 m, proporcionou controle total da enxurrada (Herbes et al., 2004). • Considerando a adoção do PD em mais de 75% da área agrícola da região de clima subtropical úmido do Brasil, da qual 40%, aproximadamente, denotam presença de erosão hídrica em consequência do abandono de práticas conservacionistas de manejo de enxurrada, o mulching vertical poderá se constituir em tecnologia eficaz para controle de erosão hídrica no SPD e assumir posição de destaque altamente sintonizada com os anseios de uma agricultura sustentável. 6. Bacias de Captação e Retenção de Águas Pluviais (barraginhas) • São estruturas construídas no terreno, em forma de bacia, caixa ou terraço, utilizadas no controle de enxurradas e da erosão do solo. • Tem com função captar as enxurradas, propiciando a infiltração da água acumulada no pequeno lago,formado pela bacia e a retenção dos sedimentos carreados. • custo de implantação – necessidade da participação de órgãos do governo. • Benefícios: – Evitar que as enxurradas provoquem danos no terreno, as bacias promovem a recarga do lençol d´água e a manutenção de nascentes e demais corpos d ´água. – Conter sedimentos e outras substâncias carreadas na enxurrada (terra, adubo, agrotóxico, esterco, outros), as bacias de captação protegem os corpos d´água do assoreamento e da contaminação. – Conservar estradas, contribuindo para a retenção do cascalho carreado pelas enxurradas. • Levantamento Topográfico • O trabalho inicia com o levantamento topográfico da estrada, identificando os divisores de água de maneira a direcionar a água da enxurrada para as bacias de retenção, a serem locadas em função do declive e dimensionadas em função do volume a ser armazenado. • Cálculo de espaçamento entre bacias EH = 45,18 x K x D-0,42 – Em que: EH = espaçamento entre bacias, em m; K = fator de resistência do solo à erosão, adimensional; D = declividade, em %. • Cálculo do volume de água captado nos trechos de estradas VT = EH x L x I – Em que: EH = espaçamento entre bacias, em m; L = largura da estrada, em m; I = intensidade da chuva em 24h, em m. • Cálculo do volume da bacia de captação de água VB = π x P² (R – (P/3) – Em que: P = profundidade da bacia, em m; R = raio da bacia, em m; – O volume total (VT) é igual ao volume da bacia (VB). – VT = VB • Cálculo da profundidade e do raio da bacia de captação de água – Deduções: • Sen (45°) = 0,707 • Cos (45°) = 0,707 • Relação R/P = 0,707/(1 – 0,707) = 2,41 • Maior inclinação do talude = 100% • Talude = 1/1 P = (VB/6,52)1/3 – Em que: P = profundidade, em m; VB = volume, em m³: R = 2,41 x P – Em que: R= raio, em m; P= profundidade, em m. • Construção – Devem ser construídas após o termino do período das águas – Utiliza pá carregadeira • Posicionamento – Deverão ser locadas em série ou em paralelos; – Estradas com ate 10% de declive serão utilizadas bacias em paralelo; – Estradas que possuem acima de 10% de declive ou em situações especiais, a locação devera ser em série – Sempre que possível, construir em ambos os lados Slide 1 PRÁTICAS DE CARÁTER MECÂNICO Slide 3 1. Distribuição Racional dos Caminhos e Estradas Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 2. Cultivo em Nível (Contorno) Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 3. Cordões de pedra, barragens de pedra... Slide 15 4. Subsolagem e escarificação Slide 17 Slide 18 5. Mulching vertical Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39
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