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PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS I 1. Sentenças, decisões interlocutórias, despachos e acórdãos - Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º. § 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. - despacho é qualquer ato de impulsão ao processo para frente - despacho não cabe recurso § 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. Art. 205. Os despachos, as decisões, as sentenças e os acórdãos serão redigidos, datados e assinados pelos juízes. § 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o servidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura. § 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei. § 3º Os despachos, as decisões interlocutórias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico. - sentenças são pronunciamentos que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum com base no art 485 ou 487, seja por sentença terminativa (que não resolve o mérito), seja por uma sentença definitiva - sentença extingue a execução autônoma ou a fase de cumprimento de sentença - a primeira sentença resolve parcialmente o mérito, a segunda põe fim à fase cognitiva do processo Art. 924. Extingue-se a execução quando: I - a petição inicial for indeferida; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art487 II - a obrigação for satisfeita; III - o executado obtiver, por qualquer outro meio, a extinção total da dívida; IV - o exequente renunciar ao crédito; V - ocorrer a prescrição intercorrente. Art. 925. A extinção só produz efeito quando declarada por sentença. DO PRONUNCIAMENTO COMUM Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei. Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e ao processo de execução. DA DEMARCAÇÃO Art. 581. A sentença que julgar procedente o pedido determinará o traçado da linha demarcanda. Parágrafo único. A sentença proferida na ação demarcatória determinará a restituição da área invadida, se houver, declarando o domínio ou a posse do prejudicado, ou ambos. Art. 582. Transitada em julgado a sentença, o perito efetuará a demarcação e colocará os marcos necessários. Parágrafo único. Todas as operações serão consignadas em planta e memorial descritivo com as referências convenientes para a identificação, em qualquer tempo, dos pontos assinalados, observada a legislação especial que dispõe sobre a identificação do imóvel rural. Art. 587. Assinado o auto pelo juiz e pelos peritos, será proferida a sentença homologatória da demarcação. DA AÇÃO MONITÓRIA 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz: I - o pagamento de quantia em dinheiro; II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel; III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer. § 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381 . http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art381 § 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso: I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo; II - o valor atual da coisa reclamada; III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido. § 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, incisos I a III. § 4º Além das hipóteses do art. 330 , a petição inicial será indeferida quando não atendido o disposto no § 2º deste artigo. § 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum. § 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública. § 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum. DO PROCEDIMENTO DA TUTELA ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE Art. 303. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo. § 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo: I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar; II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334 ; III - não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335 . § 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito. § 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais. § 4º Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final. § 5º O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art330 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art335 § 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais - decisões monocráticas proferidas pelo relator Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico. § 1º Todo acórdão conterá ementa. - tem que ter ementa pq a lei determina - quem elabora a ementa é o julgador SENTENÇAS TERMINATIVAS E DEFINITIVAS E O PRINCIPIO DA PRIMAZIA DA RESOLUÇÃO DE MÉRITO Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485 . - sentenças terminativas: põe fim a fase cognitiva sem resolver o mérito. Ocorre quando se apresentar algum defeito processual intransponível. Ocorre quando, pela existência de algum problema processual, não for possível adentrar o mérito. Sempre é um fim anômalo - sentenças definitivas: põe fim a fase cognitiva com resolução de mérito Art. 485. O juiz não resolverá o méritoquando: I - indeferir a petição inicial; (art 330) (inépcia, manifesta ilegitimidade, carência de interesse, inobservância art 106 e 321) II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; - perempção ocorre quando o autor, por 3 vezes abandonar a ação - litispendência é quando tem duas ações iguais, com as mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485 - critica a nomenclatura - ver possibilidade jurídica do pedido - legitimidade ordinária: ir a juízo em nome próprio defendendo interesse próprio - legitimidade extraordinária: ir a juízo em nome próprio defendendo interesse alheio - interesse adequação: a via processual eleita está correta? - interesse necessidade/utilidade: há necessidade de um provimento judicial - mandato de segurança não comporta dilação probatória - a prova no mandato de segurança é pré-constituida - procedimento comum possui ampla dilação probatória VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; - clausula compromissória: deduzida no contrato, antes do ato ilícito - compromisso arbitral: após ocorrido o ato ilícito VIII - homologar a desistência da ação; - ate que momento o autor pode desistir da ação? Até a sentença - sem o consentimento do réu, o autor pode desistir até a contestação IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. - art 113 - art 787 § 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. § 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. § 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. - matéria cognoscível de oficio = matéria de ordem publica § 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. § 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. § 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu. § 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. - mérito é a coisa deduzida em juízo. É o objeto da ação Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação. § 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485 , a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito. § 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado. § 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. - pressupostos processuais: juízo, capacidade, demanda, juízo competente Sentença definitiva - não havendo qualquer obstáculo processual que impeça ao juiz adentrar o mérito da causa, é prolatada sentença apta a formar coisa julgada material Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; - ocorre o real julgamento, se vai dar procedência, improcedência, ou procedência parcial do pedido II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; - prescrição: possibilidade de perda da pretensão de exigir - decadência: perda do direito - prescrição e decadência são institutos jurídicos de pacificação social pela não eternização dos conflitos - ver artigo 206 do código civil - ver artigo 966 do cpp http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i - ver artigo 975 do cpp III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; - ver artigo 840 - são concessões mutuas c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. Principio da primazia da resolução de mérito Art. 4º As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual pronunciamento nos termos do art. 485 . - a extinção da fase cognitiva sem resolução do mérito é fim anômalo, só deve ser aceito em ultima hipótese - se, dependendo do caso concreto, se apresentar alguma situação em que a hipótese comporta a extinção com ou sem resolução do mérito, se for possível tecnicamente, o juiz deverá dar prioridade da coisa deduzida em juízo Classificação das sentenças: declaratórias, constitutivas ou desconstitutivas e condenatórias – e o principio da correlação entre pedido e sentença 1. sentenças meramente declaratórias: atestam existência, inexistência ou modo de ser de uma relação jurídica e, ainda, a autenticidade ou da falsidade de um documento - toda sentença de mérito é declaratória, pq mesmo que eu tenha uma defesa que impõe um dever jurídico, ela está, antes de condenar, certificando a existência de um direito - os efeitos são ex tunc Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 2. Sentenças constitutivas: criam, modificam ou extinguem uma relação jurídica http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art485 3. Sentenças condenatórias: certificando a existência de um direito, impõe ao vencido uma obrigação de dar, fazer, não fazer ou entregar coisa, atribuindo ao vencedor um titulo executivo judicial - toda sentença que permite ao vencedor desenvolver atividade executiva, caso o vencido não cumpra voluntariamente a prestação, é condenatória Prova Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Correlação entre pedido e sentença - extra petita: fora do pedido - ultra petita: além do pedido - citra petita: aquém do pedido DECISÃO CITRA PETITA = QUESTÃO DEDUZIDA EM JUÍZO E NÃO RESOLVIDA Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa daparte. Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos formulados pelas partes. Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. - a sentença extra petita é absolutamente nula (ou o capitulo extra petita, aproveitando o resto da decisão), devendo ser anulada em grau de recurso - a sentença ultra petita é nula quanto ao excesso, devendo ser invalidada em grau de recurso a parte que excedeu aquilo que foi pedido - a decisão citra petita, por ser omissa, é passível de embargos de declaração (EDcl) com efeitos infringentes ou, em grau de recurso, é passível de que o juízo ad quem determine a baixa dos autos para que o juiz a quo complemente ou que o pedido não apreciado seja objeto de julgamento pelo tribunal Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS II - elementos essenciais da sentença e as hipóteses legais das decisões não fundamentadas - hipoteca judiciaria e remessa necessária - julgamento das ações relativas às prestações de fazer, não fazer e de entregar coisa e emissão de declaração de vontade 1. Elementos essenciais - relatório (é essencial porque é uma forma de controle para confirmar que o juiz conhece o processo) - fundamentação - dispositivo Art. 489. São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; - o pano de fundo ou a razão legislativa dessa determinação. É a necessidade de se ter “certeza” de que o julgador conhece o processo II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; - é a justificativa da conclusão a que o julgador chegou no caso concreto - forma de controle social e garantia do contraditório - está diretamente ligada ao contraditório - uma decisão mal fundamentada ou dificulta ou impossibilita as razões recursais - contraditório: informação necessária; reação possível (prevista em lei para influenciar no resultado); ser ouvido pelo julgador III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. - é aqui que o julgador resolve as questões principais que as partes lhe submeterem, configurando-se o comando estatal do caso concreto - aqui que há a resolução, se foi procedente ou improcedente - sentença sem dispositivo é inexistente § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; - conceito jurídico indeterminado é aquilo que seu entendimento pode variar de pessoa para pessoa (moralidade, dignidade, etc) III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; - vedado ao juiz aplicar modelos genéricos de fundamentação IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; - as partes têm o direito de serem ouvidas e de influenciarem no resultado - nos casos repetitivos, é suficiente que o órgão julgador se detenha à demonstração de que o caso em julgamento é idêntico ao caso julgado na decisão paradigma V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. § 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. - conflito entre normas não existe, é sempre aparente - conflito entre princípios não existe - no caso concreto, pode haver colisão, não conflitos § 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. Hipoteca judiciaria e remessa necessária Hipoteca: - convencional: decorre da autonomia da vontade em negócios jurídicos celebrados - legal: decorre da lei - judiciaria: é constituída por efeito de decisão judicial Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando: I - não for possível determinar, de modo definitivo, o montante devido; II - a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. § 1º Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a apuração do valor devido por liquidação. § 2º O disposto no caput também se aplica quando o acórdão alterar a sentença. Art 495 - hipoteca judiciaria: consiste na antecipação de uma medida executiva tendente a garantir a satisfação do credito em eventual execução por quantia certa. A decisão condenatória ao pagamento em dinheiro e a conversão de obrigações de natureza diversa em pecúnia valem como titulo constitutivo de hipoteca judiciaria Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. § 1º A decisão produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica; - uma condenação genérica é aquela que se enquadra no artigo 324 II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor; - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo § 2º A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência. § 3º No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá- la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato. § 4º A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro. § 5º Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos. Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimentodo credor ou do devedor: I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. § 1º Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. § 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. § 3º O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. § 4º Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo, sujeitando-se ao seguinte regime: I - corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, que se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o executado haja sofrido; II - fica sem efeito, sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos; III - se a sentença objeto de cumprimento provisório for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta ficará sem efeito a execução; IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos. § 1º No cumprimento provisório da sentença, o executado poderá apresentar impugnação, se quiser, nos termos do art. 525 . § 2º A multa e os honorários a que se refere o § 1º do art. 523 são devidos no cumprimento provisório de sentença condenatória ao pagamento de quantia certa. § 3º Se o executado comparecer tempestivamente e depositar o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. § 4º A restituição ao estado anterior a que se refere o inciso II não implica o desfazimento da transferência de posse ou da alienação de propriedade ou de outro direito real eventualmente já realizada, ressalvado, sempre, o direito à reparação dos prejuízos causados ao executado. § 5º Ao cumprimento provisório de sentença que reconheça obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa aplica-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. Remessa necessária Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público; II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. - a sentença não produz efeitos enquanto não for confirmada pelo tribunal § 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á. § 2º Em qualquer dos casos referidos no § 1º, o tribunal julgará a remessa necessária. § 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na causa for de valor certo e líquido inferior a: I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e as respectivas autarquias e fundações de direito público; II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os Estados, o Distrito Federal, as respectivas autarquias e fundações de direito público e os Municípios que constituam capitais dos Estados; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art525 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C2%A71 III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e fundações de direito público. § 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em: I - súmula de tribunal superior; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. JULGAMENTO DAS AÇÕES RELATIVAS A OBRIGAÇAO DE FAZER, NÃO FAZER, ENTREGA DE COISA E EMISSAO DE DECLARAÇAO DE VONTADE - tutela especifica: a sentença condenatória que certifica o dever relativo a uma obrigação de fazer ou não fazer impõe ao devedor que cumpra de forma especifica aquilo que foi condenado - a sentença deve estabelecer as providencias necessárias que possibilitem o resultado pratico equivalente Art. 497. Na ação que tenha por objeto a prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. - tutela inibitória: Parágrafo único. Para a concessão da tutela específica destinada a inibir a prática, a reiteração ou a continuação de um ilícito, ou a sua remoção, é irrelevante a demonstração da ocorrência de dano ou da existência de culpa ou dolo. Art. 498. Na ação que tenha por objeto a entrega de coisa, o juiz, ao conceder a tutela específica, fixará o prazo para o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Tratando-se de entrega de coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o autor individualizá-la-á na petição inicial, se lhe couber a escolha, ou, se a escolha couber ao réu, este a entregará individualizada, no prazo fixado pelo juiz. Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente. Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação. Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de declaração de vontade, a sentença que julgar procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida. Teoria geral da preclusão - espécies de preclusao: temporal; logica; consumativa - temporal: ocorre sempre que a parte perder o direito de se manifestar no processo pelo decurso do prazo estipulado em lei ou assinado pelo juízo para a pratica de determinada faculdade processual - logica: ocorre sempre que, uma vez praticado um ato processual em determinado sentido, posteriormente, a parte pretende praticar novo ato processual incompatível com o ato anteriormente praticado Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer. - consumativa: impossibilidade de qualquer das partes praticar determinado ato processual para corrigir, complementar, ou emendar ato processual anteriormente praticado - preclusão máxima: chega em um momento em que ou se esgotaram todos os recursos disponíveis ou a parte deixa transcorrer in albis o prazo recursal pela perda do prazo ou pela vontade de não recorrer ou, ainda, pela ocorrência da preclusão logica Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. - coisa julgada = pacificação social. - coisa julgada formal: Encerra o processo em si mesmo, não podendomais ser reaberto - coisa julgada material: torna indiscutível e imutável a decisão de mérito não somente no processo onde foi formada, mas também em qualquer outro processo Limites objetivos da coisa julgada Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da questão principal expressamente decidida. § 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e incidentemente no processo, se: I - dessa resolução depender o julgamento do mérito; II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de revelia; III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão principal. § 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial. Art. 504. Não fazem coisa julgada: I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da sentença; II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. Limites subjetivos Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. Coisa julgada modus in rebus Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo: I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença; II - nos demais casos prescritos em lei. Eficácia preclusiva da coisa julgada Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão. Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido. 2 PROVA TEORIA GERAL DOS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS Teoria geral dos recursos - recurso é o meio voluntario de impugnação de decisões judiciais capaz de produzir, no mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração do pronunciamento impugnado - ver artigo 1015 Invalidação - vicio na atividade de produção de decisão Esclarecimento - interesse recursal que nasce quando a decisão é obscura ou contraditória - obscura é decisão judicial cujo texto é total ou parcialmente incompreensível Integração - interesse recursal que nasce quando a decisão é omissa REGRA GERAL = OS EDcl NÃO POSSUEM O CONDÃO DE MODIFICAR A DECISÃO RECORRIDA EXCEÇÃO = EDcl COM EFEITOS INFRINGENTES (MODIFICANDO O JULGADO) - SOMENTE EM CASOS EXCEPCIONAIS COMO NUMA DECISÃO CITRA PETITA - ver art 1.013 Juízos recursais - de admissibilidade recursal: uma vez interposto um recurso, necessário se faz investigar se o pedido de reforma, invalidação, esclarecimento e/ou integração pode ser julgado no mérito - de mérito recursal: admitido o recurso, passa-se ao juízo de mérito, ocasião na qual será analisado o pedido (reforma, invalidação, esclarecimento ou integração), formulado pelo recorrente Juiz de admissibilidade - necessário verificar a presença dos requisitos de admissibilidade do recurso, que nada mais são do que os pressupostos obrigatórios para passar ao exame de mérito - se o recurso for inadmissível, o resultado comum que se vê nas decisões é: RECURSO NÃO CONHECIDO - se for admitido, passa ao exame do mérito. Daí, dará provimento ou negará - quais são os resultados possíveis dos recursos? 1) RECURSO NÃO CONHECIDO; 2) RECURSO CONHECIDO E PROVIDO; 3) RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO; 4) RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO; 5) RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PROVIDO; 6) RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE PARCIALMENTE PROVIDO; 7) RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E NESSA PARTE IMPROVIDO Requisitos de admissibilidade - são genéricos e específicos - os específicos devem ser estudados nos recursos em espécie - para postular em juízo precisa de interesse e legitimidade CONDIÇÕES RECURSAIS Legitimidade recursal: - são legitimadas as partes do processo - somente possui legitimidade para recorrer a parte que estiver em juízo em nome próprio defendendo próprio interesse, exceto os casos de legitimidade extraordinária - partes do processo não são só autor e réu, tem também, por exemplo, o assistente Interesse recursal - se configura pela utilidade do recurso interposto - interesse – necessidade: quando o único meio disponível para impugnação é o recurso. Se houver outro meio de impugnação, não terá o interesse recursal - interesse – adequação: a via processual recursal está correta? É necessário que se leve em consideração que nosso sistema processual prevê diversas espécies de recurso. Art 994 Primazia da resolução do mérito - interposto um recurso inadequado, excepcionalmente, poderá ser admitido Fungibilidade dos recursos - interposto o recurso inadequado, é possível admitir o recurso inadequado se não foi verificado erro grosseiro e/ou má fé - é necessário que haja ainda dúvida quanto ao recurso correto PRESSUPOSTOS RECURSAIS 1) o órgão jurisdicional ao qual o recurso é dirigido (juízo ad quem) deve ser investido de jurisdição para apreciar o recurso; 2) capacidade processual (capacidade de ser parte e para estar em juízo + capacidade postulatória); 3) regularidade formal do recurso (tempestividade, preparo, forma e motivação); 4) inexistência de impedimentos recursais (desistência do recurso, renúncia ao direito de recorrer e aceitação da decisão). Tempestividade – prazos recursais - excetuados os EDcl, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 dias (exceção: EDcl 5 dias). - A INTEMPESTIVIDADE É INSUPERÁVEL (preclusão temporal). - ATENÇÃO: art. 1029, § 3º CPC - O STF ou o STJ poderão desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave. Prazos recursais – contagem - o prazo para interposição de recurso conta-se da data em que o profissional forense ou a sociedade de advogados são intimados da decisão. - ATENÇÃO 1: (§ 2º) aplicação do art. 231 , I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anteriormente à citação. - ATENÇÃO 2: (art. 1.004) falecimento da parte ou de seu advogado ou motivo de força maior. - ATENÇÃO 3: (art. 1.026) os EDcl interrompem o prazo para a interposição de recurso. Preparo - preparo significa o adiantamento das custas processuais recursais – regra geral. - EXCEÇÃO: não é exigido o preparo nos EDcl (art. 1.023, in fine) e agravo em recurso especial ou extraordinário (art. 1.042, § 2º) - o momento correto de provar o preparo é NO ATO DA INTERPOSIÇÃO do recurso Forma - o recurso deve ser interposto de maneira correta por petição escrita. - OBSERVAÇÃO: petição escrita tradicional versus instrumentalidade das formas (art. 188 CPC). Motivação - a peça processual do recurso deve conter os fundamentos pelos quais se recorre (RAZÕES DO RECURSO). - ATENÇÃO: fundamentação aparente (reprodução de petição anterior sem fundamentos que ataquem especificamente a decisão recorrida). Desistência do recurso - ocorre quando já interposto o recurso, o recorrente DESISTE DO RECURSO DURANTE SEU TRÂMITE. - ATENÇÃO: para que surta efeitos a desistência do recurso já interposto não há necessidade de anuência do recorrido, nem dos litisconsortes. Desistência no STF e STJ - a regra do art. 998, parágrafo único está em absoluta harmonia com o sistema de precedentes que o CPC/2015 estabeleceu. - a desistência NÃO IMPEDE A ANÁLISE DA QUESTÃO DE DIREITO DEBATIDA NO RECURSO, pois nesses casos, a atuaçãodo STF e STJ será como TRIBUNAIS DE TESES, cabendo-lhes, sem julgar o caso concreto, definir a tese que em casos futuros será seguida como precedente vinculante. - a definição da tese pelo Tribunal Superior, não se aplica ao caso concreto em que houve a desistência, mesmo que a tese fixada seja favorável ao recorrente que desistiu. Renúncia e aceitação - DESISTÊNCIA ≠ RENÚNCIA (momento do ato processual) - DE QUAL PRECLUSÃO SE TRATA A ACEITAÇÃO DA DECISÃO??? - ATENÇÃO: NEGÓCIO PROCESSUAL ATÍPICO (art. 190 CPC) – é possível uma cláusula de não interposição de recurso. EFEITOS DOS RECURSOS. RECURSO ADESIVO. Efeitos: - da interposição: impeditivo; devolutivo; suspensivo - do julgamento: substitutivo; anulatório Efeito impeditivo - a interposição de recurso admissível impede a preclusão da decisão recorrida ou o seu trânsito em julgado, ou seja, interposto um recurso adequado a decisão impugnada não se estabiliza - exemplo: interposta uma apelação intempestiva contra uma sentença de mérito, o recurso não impede a formação da coisa julgada, haja vista que no momento exato de sua interposição, na realidade, a coisa julgada já tinha ocorrido - em tese, o efeito impeditivo é o único efeito que todo e qualquer recurso é apto a produzir Efeito devolutivo - regra geral: o recurso é julgado por órgão diferente daquele no qual a decisão recorrida foi proferida. - exceção: EDcl e embargos infringentes em execuções fiscais (art. 34 da LEF). O efeito devolutivo transfere para outro órgão jurisdicional a competência para apreciar a matéria impugnada, sendo certo que os recursos horizontais não produzem efeito devolutivo. - somente pode se dizer que se produz o efeito devolutivo quando há a transferência da competência para órgão jurisdicional distinto, ou seja, para o juízo ad quem - o recurso devolve o conhecimento do que foi expressamente impugnado (tantum devolutum quantum appellatum). - VEDAÇÃO À REFORMATIO IN PEJUS : o juízo ad quem não pode reformar para prejudicar o recorrente, ou seja, só lhe é possível transitar nos limites da matéria devolvida à apreciação do judiciário em razão do efeito devolutivo. - EFEITO TRANSLATIVO DOS RECURSOS: ocorre apenas em sede de apelação e recurso ordinário. - o efeito devolutivo desses recursos É TÃO EXTENSO que permite ao tribunal, mesmo em casos de vício da decisão recorrida desde já apreciar e decidir o mérito. Efeito suspensivo - recurso com efeito suspensivo, significa dizer que uma vez impugnada a decisão, cria-se um obstáculo aos efeitos da decisão recorrida. - exemplo: sentença condenatória recorrida com efeito suspensivo – não é viável, nesse caso, o início do cumprimento provisório da sentença. - regra geral: o recurso não possui efeito suspensivo EXCEÇÕES: - 1) efeito suspensivo ope legis (ex.: apelação e REsp e RE interposto contra decisão que julga o incidente de resolução de demandas repetitivas). - 2) efeito suspensivo ope iudicis, onde o recurso não produz o efeito suspensivo de forma automática (como ocorre no ope legis), porém, tal efeito se dá por decisão judicial. Efeito suspensivo ope iudicis - nesse contexto, o relator, por autorização da lei processual, em decisão monocrática, pode atribuir efeito suspensivo ao recurso (que regra geral não produziria), caso estejam presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora. - é uma modalidade de tutela de urgência (de natureza cautelar), haja vista que não possui o condão de antecipar o resultado do julgamento do mérito recursal, apenas impedindo que a decisão impugnada já produza seus efeitos. Ope iudicis vs. Ope legis - diferença importante: momento em que a decisão judicial não produz seus efeitos. - a suspensão ope legis ocorre no momento da publicação da decisão, ou seja, a suspensão dos efeitos já nasce com a decisão, sendo a interposição do recurso apenas um prolongamento da suspensão. - na suspensão ope iudicis, a decisão nasce surtindo efeitos, porém, em momento posterior, passa a não ser mais eficaz até o julgamento do recurso. Efeito substitutivo - é o efeito que se produz quando proferida a decisão do juízo ad quem, pouco importando se a decisão reformar ou não a decisão do juízo a quo. - atenção: é comum se ouvir na praxe forense que se o recurso foi improvido, a decisão recorrida foi confirmada, porém isso não ocorre!!! A decisão proferida pelo juízo ad quem substitui a decisão recorrida. - mesmo que confirme a conclusão do juízo a quo, a parte, se ficar inconformada, deverá recorrer dessa nova decisão Efeito anulatório - ocorre nos casos em que se reconhece um error in procedendo na atividade jurisdicional de produção da decisão impugnada, tendo como desdobramento a anulação, invalidação, enfim, a cassação, a desconstituição dessa decisão para que outra seja proferida em seu lugar. - o efeito anulatório sempre decorre de um error in procedendo Recurso adesivo - aplica-se no caso de sucumbência recíproca, ou seja, quando autor e réu são vencedores e vencidos simultaneamente. trata-se de uma segunda oportunidade recursal, caso a parte que havia decidido não recorrer independentemente, agora, em razão da outra parte ter recorrido, decidir também recorrer. - atenção 1: somente autor e réu podem recorrer. - atenção 2: aplica-se também ao recurso ordinário constitucional previsto no art. 1.027, II, ”b” que é, na realidade, uma apelação, porém, sua nomenclatura é diferente em razão de seu julgamento ser de competência do STJ. PADRÕES DECISÓRIOS Padrões decisórios como gênero de precedentes e enunciados de súmula. Padrões decisórios vinculantes e argumentativos. Distinguishing e overruling PRECEDENTE - pronunciamento judicial anterior (em outro processo) que serve como parâmetro para outro pronunciamento judicial posterior - embora essa técnica de emprego dos princípios argumentativos a partir de precedentes seja ligado à common law, o sistema de produção de decisões judiciais brasileiro não migrou de forma alguma para aquele sistema Verbetes de súmulas - textos enxutos e objetivos que consolidam os entendimentos dominantes em determinado tribunal extraídos de diversos casos. DUAS ESPÉCIES DE PADRÕES DECISÓRIOS 1) os vinculantes (de maior importância – haja vista que garantem a aplicar o mesmo padrão para casos iguais, conferindo ao jurisdicionado previsibilidade – segurança – em relação às suas demandas). 2) os não vinculantes (argumentativos). PRECEDENTE VERSUS JURISPRUDÊNCIA - o PRECEDENTE é um pronunciamento judicial proferido em um caso concreto servindo como parâmetro para futuras decisões. - JURISPRUDÊNCIA é um número significativo de decisões no mesmo sentido sobre determinada matéria, proporcionando o entendimento da interpretação dos tribunais relativamente a uma norma jurídica. JURISPRUDÊNCIA ESTÁVEL - ESTABILIDADE: as decisões reiteradas, constantes e uniformes sobre uma matéria não podem ser mudadas de forma discricionária, provocando oscilações de entendimentos que não atendam à segurança jurídica. - ESTABILIDADE NÃO SIGNIFICA ENGESSAMENTO!!! se esse afastamento ocorrer no STF ou nos tribunais superiores, tal poderá ocorrer ou não com modulação temporal dos efeitos, como decorrência da exigência da segurança jurídica - garante-se, assim, que o emprego do verbete como vetor argumentativo ocorra em casos concretos cujas questões debatidas sejam as mesmas ou equivalentes. - TEXTO DE SÚMULA NÃO É UM TEXTO DE LEI!!! é um extrato da jurisprudência dominante de um tribunal, o que evidencia que desse texto sumulado se extrai o entendimento firmado em casos pretéritos. - SÚMULA VINCULANTE ≠ SÚMULA ORDINÁRIA (enunciados de súmula persuasivos) JURISPRUDÊNCIA íntegra - INTEGRIDADE: significa dizer que as decisões acerca de determinada matéria devem considerar o histórico institucionalpreteritamente construído ao longo do tempo. JURISPRUDÊNCIA coerente - COERÊNCIA: a casos semelhantes devem ser aplicadas as mesmas normas e princípios de forma a garantir a isonomia. - juízes ou tribunais não devem optar por conclusões que, em seu entendimento, sejam mais justas. Observado o CONTRADITÓRIO, os pronunciamentos judiciais devem ser produzidos de acordo com o que já foi decidido preteritamente sobre a mesma matéria, o que se traduz na integridade e, nesse contexto, a coerência se garante a partir da observância que em casos similares e equivalentes se apliquem as mesmas normas e princípios. Padrão VINCULANTE E NÃO VINCULANTE - a leitura desavisada do caput do art. 927, pode levar à equivocada conclusão que todas as hipóteses legais listadas são vinculantes, haja vista que a eficácia vinculante não resulta do comando “observarão”. - tal comando significa que as hipóteses legais elencadas no art. 927 sejam considerados na construção das decisões judiciais pelos juízes e tribunais. - a eficácia vinculante é resultado de outras normas que atribuam essa qualidade a determinados padrões decisórios (exemplo: art. 103-A CRFB), sendo certo, portanto, que se determinado verbete de súmula ou determinada decisão não tiver esse atributo vinculante, será apenas argumentativo. - o dever jurídico dos juízes e tribunais em relação a esses padrões decisórios não vinculantes é o de observá-los e, se for o caso de que a decisão se afaste do padrão, essa direção adotada deverá ser específica e adequadamente fundamentada. O que não se admite é que o juiz ou tribunal simplesmente ignore o precedente ou verbete de súmula Distinguishing e overruling - se a decisão deixa de empregar o padrão decisório em razão do caso ser distinto, tal decisão deverá ser devidamente fundamentada (art. 489, § 1º, VI) - o funcionamento adequado de um sistema de padrões decisórios deve possibilitar DISTINÇÕES e SUPERAÇÕES, de forma a não engessar o sistema e permitir que o direito evolua. - enunciado 166 FPPC. (art. 489, § 1º, VI). O precedente vinculante não será seguido quando o juiz ou tribunal distinguir o caso sob julgamento, demonstrando, fundamentadamente, tratar- se de situação particularizada por hipótese fática distinta, a impor solução jurídica divers - superação (somente para casos futuros) ≠ coisa julgada. PRECEDENTE VINCULANTE - fundamentos determinantes são os fundamentos que tenham sido acolhidos de forma expressa pela maioria do colegiado. - fundamentos que não tenham tido adesão expressa da maioria (pelo menos) do colegiado não possuem eficácia vinculante. - FUNDAMENTO DETERMINANTE DA DECISÃO: ratio decidendi e obiter dictum (ver texto a seguir).
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