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Práticas Inclusivas em Educação Física

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Práticas Inclusivas 
em Educação Física
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2
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v1
.2
2/217
Práticas Inclusivas em Educação Física
Autoria: Aline Miranda Strapasson
Como citar este documento: STRAPASSON, Aline Miranda. Práticas Inclusivas em Educação Física. Vali-
nhos: 2017.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Conceitos, definições e causas das deficiências 04
Unidade 2: História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência 31
Unidade 3: Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência 61
Unidade 4: A educação física adaptada e a atuação do professor junto aos alunos 89
Unidade 5: A aula de Educação Física para alunos com deficiência: avaliação 116
Unidade 6: O ensino colaborativo nas aulas de Educação Física inclusiva 143
Unidade 7: Práticas inclusivas 172
Unidade 8: O esporte adaptado como alternativa para inclusão de alunos com deficiência 194
2/201
3/217
Apresentação da Disciplina
Durante séculos excluímos as pessoas com de-
ficiência do nosso convívio e do ensino regular 
e, consequentemente, também das práticas 
da Educação Física na escola. Nunca antes re-
fletimos tão avidamente sobre a inclusão des-
sas pessoas. Hoje, elas cobram seu lugar na 
sociedade e na escola. Logo, estudar o tema 
deficiência é dar um passo consciente e res-
ponsável em direção a uma educação de qua-
lidade e adequada às diferenças, o que é um 
direito de todos.
Todo o conteúdo abordado aqui será contex-
tualizado para o ambiente escolar formal (es-
cola) e não formal (clubes, hospitais de reabi-
litação, escolinhas de esporte, entre outros). 
Você, professor de Educação Física, irá conhe-
cer sobre as diversas deficiências, entender 
sobre os processos históricos e socioculturais 
relacionados à evolução das políticas públicas 
de educação voltadas às pessoas com defici-
ência e compreender a atuação profissional no 
trato educacional e social junto a essas pesso-
as, abolindo medos e preconceitos pertinentes 
aos julgamentos pré-estabelecidos. 
Tornar-se um profissional que atua adequa-
damente junto às pessoas com deficiência 
demanda conhecimento e, também, sensibili-
dade e empatia. Ao longo do texto, trabalha-
remos esses conceitos oferecendo-lhes um 
reolhar sobre as deficiências e o processo de 
ensino e aprendizagem na Educação Física. 
Convido-lhe a adentrar nessa área do conheci-
mento e da prática inclusiva nas aulas de Edu-
cação Física, que tanto carece de profissionais 
especializados e dedicados.
4/217
Unidade 1
Conceitos, definições e causas das deficiências
Objetivos
1. Conhecer as causas, os conceitos e definições das deficiências. 
2. Apresentar os diferentes tipos de deficiências.
3. Possibilitar a reflexão sobre atuação adequada junto às pessoas com deficiências.
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências5/217
Introdução
Permita-me iniciar este texto explorando 
algumas situações que farão você refletir 
sobre esse tema tão importante e manifes-
to nos dias atuais. Essas situações lhe au-
xiliarão a combater um mal chamado pre-
conceito, que está presente na maioria das 
pessoas que não conhece aquilo que julga e 
pré-determina:
• Imagine-se acordando em um país do 
outro lado do mundo, sem entender 
uma só palavra falada pelos nativos.
• Imagine-se acordando e percebendo 
que não consegue movimentar nem 
sentir o seu corpo da cintura para bai-
xo.
• Imagine-se perdendo a visão gradati-
vamente até nada mais enxergar.
• Imagine-se com dificuldades para en-
tender sinais sonoros, pois perdeu a 
audição.
Para saber mais
A Lei Federal nº 7853 de 24 de outubro de 
1989(BRASIL, 1989) define o preconceito contra 
deficientes como crime. Nesse sentido, nenhuma 
escola ou creche pode recusar, sem justa causa, o 
acesso do deficiente à instituição. A pena aos in-
fratores é de quatro anos de prisão, além de mul-
ta. 
Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L7853.htm>. Acesso em: 20 dez. 
2016.
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências6/217
Espero que estas situações tenham fei-
to com que reflita acerca desse universo – 
ainda permeado por preconceitos e discri-
minações – e que esta reflexão a(o) torne 
curiosa(o) para estudar a deficiência, quem 
são as pessoas com deficiência e como po-
demos atuar junto à elas.
É importante saber que a deficiência é uma 
condição decorrente de desvio significati-
vo ou perda nas funções e/ou estruturas do 
corpo (CIF, 2004). É uma condição associa-
da à diversas causas que podem acometer 
o indivíduo em fases diferentes da vida, ou 
seja, uma pessoa pode nascer com algu-
ma disfunção, adquiri-la na hora do nasci-
mento ou ao longo de sua existência. Logo, 
pessoa com deficiência é aquela que tem 
impedimento(s) de natureza física, intelec-
tual, visual ou auditiva, o(s) qual(is), em in-
teração com diversos outros obstáculos da 
vida cotidiana, pode(m) entravar sua parti-
cipação plena e efetiva na sociedade (BRA-
SIL, 2008).
Conforme dados do Censo Demográfico de 
2010, realizado pelo Instituto  Brasileiro  de 
Geografia e Estatística (IBGE), quase 46 mi-
lhões de pessoas têm algum tipo de defici-
ência, um percentual de 23,9% da popula-
ção brasileira. 
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências7/217
Face à este alto percentual detectado, a in-
formação e a capacitação profissional são 
os melhores aliados dos profissionais e da 
sociedade contra o preconceito.
1. Conhecendo as causas das 
deficiências 
Conhecer as causas das deficiências é es-
sencial para quebrar paradigmas pré-esta-
belecidos, bem como para modificar costu-
mes e tornar esta sociedade um ambiente 
mais justo e igualitário. 
Link
Acesse a “Cartilha Do Censo 2010 – Pessoas com 
deficiência” (CARTILHA DO CENSO 2010, 2012), 
que oferece informações detalhadas sobre a co-
leta do IBGE apresentada no Censo 2010. Dispo-
nível em:
<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/
app/sites/default/files/publicacoes/cartilha-
-censo-2010-pessoas-com-deficienciare-
duzido.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2016.
Para saber mais
Cerca de 70% das deficiências podem ser evi-
tadas com conhecimento, mudança de hábitos 
comportamentais e adotando medidas preventi-
vas como prioridade para a saúde durante toda a 
vida (LIMA; PINTO; PEREIRA, 2011).
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências8/217
Atualmente, são conhecidas uma variedade 
de causas e fatores que levam uma pessoa 
a adquirir alguma deficiência e, também, 
que muitas dessas causas não levam em 
consideração o gênero, a etnia, a cultura e 
nem mesmo a classe social da pessoa. As 
deficiências podem surgir em qualquer fase 
da vida humana, desde sua concepção até 
a morte, sendo que os períodos de acome-
timento podem ser divididos em: pré-natal 
(durante a gestação), perinatal (durante o 
nascimento) e pós-natal (após o nascimen-
to).
Entre as principais causas pré-natais en-
contram-se: malformações congênitas; 
síndromes; infecções; uso abusivo de álco-
ol, medicamentos e outras drogas; desnu-
trição; prematuridade; violência doméstica; 
entre outras. 
Entre as causas perinatais mais frequentes 
encontram-se: anóxia (ausência de oxigê-
nio) ou hipóxia (carência de oxigênio) du-
rante o parto; hemorragia intracraniana ou 
algum tipo de trauma que resulte em lesão 
cerebral; entre outras.
As principais causas da fase pós-natal são: 
prematuridade; desnutrição; acidentes; 
doenças degenerativas; infecções; trau-
matismos cranianos; privação econômica, 
familiar e cultural; entre outras (DIAMENT; 
CYPEL, 2005; GORGATTI; COSTA, 2008).
As causas são inúmeras, gerando um con-
tingente de deficiências, tipos e graus de 
severidade diferentes, como veremos a se-
guir.
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências9/217
2. Tipos de deficiência
Elas podem ser temporárias ou permanen-
tes, progressivas ou estáveis, intermiten-
tes ou contínuas. Também podem ser leves, 
moderadas, graves ou variar de intensidade 
ao longo do tempo (CIF, 2004).Os principais tipos de deficiência abordados 
neste texto serão: intelectual, física, visual e 
auditiva.
2.1. O que é Deficiência Intelec-
tual?
 É um termo utilizado para designar a con-
dição na qual a pessoa apresenta limitações 
no funcionamento cognitivo e no desem-
penho de tarefas, como as de comunicação, 
cuidado pessoal e de relacionamento social 
(ALVES et al., 2008). A deficiência intelec-
tual implica três conceitos-chave: 1º -defi-
ciência/dificuldade, referindo-se às limita-
ções que colocam o indivíduo em desvan-
tagem quando age e interage na sociedade; 
2º - inteligência, que envolve a capacidade 
para pensar, planejar, resolver problemas, 
compreender e aprender; e 3º - habilidades 
adaptativas, que são as competências que 
aprendemos para viver o cotidiano (BELO et 
al., 2008).
Atualmente, a classificação é baseada na 
funcionalidade das 10 áreas das habilida-
des adaptativas: comunicação;cuidados 
pessoais (autocuidado e higiene); compe-
tências domésticas (vida no lar); uso comu-
nitário (desempenho na comunidade); ap-
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências10/217
tidões sociais (habilidade e papéis sociais); 
independência na locomoção (autonomia); 
saúde e segurança; recreação e lazer; tra-
balho e habilidades acadêmicas funcionais 
(WINNICK, 2004). Define-se que uma pes-
soa apresenta deficiência intelectual ao 
constatar comprometimento (dificuldade) 
em duas ou mais destas habilidades (DEÁ; 
BALDIN; DEÁ, 2008).
Estes indivíduos, geralmente, necessitam de 
mais tempo para aprender a falar, a andar e 
a assimilar competências básicas para cui-
dar de si, tal como vestir-se ou comer com 
autonomia (ALVES et al., 2008).Quanto mais 
elevado for o grau da deficiência intelectu-
al, maior será o atraso no desenvolvimento 
como um todo (LOPES; SANTOS, 2002) e, 
mesmo assim, acredita-se que, caso a pes-
soa com deficiência intelectual seja estimu-
lada, ela será “ajudada a atravessar as eta-
pas de desenvolvimento na ordem correta e 
desta forma chegar tão longe quanto possa, 
como um indivíduo” (HOLLE, 1979, p.17).
2.1.1. O que é Síndrome de 
Down? 
 A Síndrome de Down (SD) é a mais co-
mum e conhecida das síndromes relacio-
nadas à alterações cromossômicas, na qual 
95% das pessoas têm deficiência intelectu-
al e 5% apresentam um desenvolvimento 
mais lento (DEÁ; BALDIN; DEÁ, 2009). Esta 
síndrome decorre de um erro genético (tris-
somia 21) presente no momento da con-
cepção ou imediatamente após e ocorre de 
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências11/217
modo bastante regular na espécie humana, 
afetando um em cada 700 nascidos vivos 
(1/700) (SCHWARTZMAN, 1999).
As principais características faciais da pes-
soa com SD são:
1. Prega epicântica – pequenas dobras 
de pele localizadas no canto interno 
dos olhos. 
2. Fissura palpebral oblíqua – torna os 
olhos inclinados para cima dando a 
aparência oriental do Down. 
3. Orelhas pequenas com baixa implan-
tação. 
4. Língua hipotônica (baixo tônus mus-
cular). 
5. As mãos geralmente são menores, 
mais largas, com dedos mais grossos e 
apresentam prega palmar única.
6. O dedo mínimo tem duas falanges e 
pode curvar-se levemente para den-
tro. 
7. Os pés podem ser planos ou chatos e 
apresentar um espaço maior entre o 
primeiro (hálux) e segundo artelhos 
(SCHWARTZMAN, 1999; DEÁ; BALDIN; 
DEÁ, 2008).
Não podemos esquecer que cada pessoa 
carrega consigo as características da fa-
mília, portanto, cabe informar que existem 
pessoas com Síndrome de Down em todas 
as etnias espalhadas em todos os lugares do 
mundo.
Outras características frequentes estão re-
lacionadas à baixa resistência imunológi-
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências12/217
ca; malformação cardíaca e do intestino; 
problemas respiratórios, visuais, auditivos 
e odontológicos; deficiência na tireóide e 
obesidade (SCHWARTZMAN, 1999; DEÁ; 
BALDIN; DEÁ, 2008); hipotonia musculare 
frouxidão ligamentar (PUESCHEL, 1995).
Embora qualquer articulação do corpo pos-
sa apresentar frouxidão nos ligamentos, a 
instabilidade da articulação atlanto-axial 
(formada pela primeira e segunda vértebra 
cervical) é a que vem sendo reportada como 
a responsável pelas consequências mais 
preocupantes, em especial, entre os par-
ticipantes de atividades físicas.Para evitar 
deslocamento dessa articulação e promo-
ver segurança, Stratford (1997) recomenda 
cuidados com a prática do nado de peito, 
salto do trampolim e rolamento, tendo em 
Link
Vale a pena ver e se encantar com o filme “Cole-
gas” (Ano: 2012; País: Brasil; Idioma: Português; 
Direção: Marcelo Galvão), protagonizado por três 
atores com Síndrome de Down. Disponível em: 
<https://blogcolegasofilme.com>. Acesso 
em: 6 jan. 2017.
vista que entre 15 a 20% das pessoas com 
essa síndrome apresentam instabilidade 
atlanto-axial.
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências13/217
2.2. O que é Deficiência Física?
Deficiência física representa toda e qual-
quer alteração no corpo humano, resultante 
de um problema ortopédico (problemas ori-
ginados nos músculos, ossos e/ou articula-
ções), neurológico (deterioração ou lesão do 
sistema nervoso) ou malformação, levando 
o indivíduo a uma limitação ou dificuldade 
no desenvolvimento de alguma tarefa mo-
tora (MATTOS, 2008).
Vários são os tipos e as causas de deficiência 
física, por exemplo: lesão medular, paralisia 
cerebral, poliomielite ou paralisia infantil, 
amputação, acidente vascular cerebral (co-
nhecido como derrame), distrofia muscular, 
traumatismo craniano, entre outras. Caso 
tenha alunos com essas patologias, você 
deverá estudá-los com afinco e dedicação, 
pois cada uma delas apresenta diferentes 
subtipos e cada subtipo apresenta diferen-
tes limitações.
2.3. O que é Deficiência Visual?
Antes de mais nada, cabe destacar que os 
estímulos visuais correspondem a 80% de 
todos os estímulos externos (do ambien-
te) percebidos por um ser humano e os de-
mais sentidos representam os 20% restan-
tes(PARKER, 1990; MOSQUERA, 2000). 
Você conseguiu se imaginar sem visão? 
A deficiência visual caracteriza-se por uma 
limitação sensorial que pode anular ou re-
duzir a capacidade de ver (FREITAS; CIDADE, 
1997), levando o indivíduo a uma limita-
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências14/217
ção em seu desempenho habitual (ALMEI-
DA, 2008). A pessoa com deficiência visual 
é aquela que apresenta cegueira ou visão 
subnormal (visão reduzida) em ambos os 
olhos (TIBOLA, s.d).
I. Cegueira: Representa a perda total ou 
resíduo mínimo da visão. O indivíduo 
cego, embora em alguns casos tenha 
mínima percepção de luz que possa 
ajudá-lo, não consegue utilizá-la em 
seus movimentos, em sua orientação 
e na aprendizagem, necessitando do 
sistema Braille como meio de leitu-
ra e escrita, além de outros recursos 
didáticos para o processo de ensino-
-aprendizagem; e
II. Baixa visão ou visão subnormal: Re-
presenta a existência de resíduo visu-
al, que permite ao educando ler im-
pressos a tinta, desde que paramen-
tado de alguns recursos didáticos e/
ou equipamentos especiais. A pessoa 
com baixa visão possui dificuldade em 
desempenhar tarefas visuais, mesmo 
com prescrição de lentes corretivas, 
porém pode aprimorar sua capacida-
de de realizar tais tarefas com a utili-
zação de estratégias compensatórias 
e modificações ambientais, como por 
exemplo, a impressão de texto em fon-
te maior do que a utilizada pelos de-
mais (MUSTER; ALMEIDA, 2005; GOR-
GATTI; TEIXEIRA; VANÍCOLA, 2008).
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências15/217
Enfatizamos que é de extrema importância 
um diagnóstico precoce e um trabalho cons-
tante de estimulação, em caso de crianças e 
acompanhamento, em caso de adolescen-
tes e adultos, a fim de minimizar ou manter 
os problemas adquiridos pela falta da visão.
Para saber mais
O sistema de leitura pelo tato foi inventado em 
1829 pelo francês Louis Braille, cego por um fe-
rimento aos trêsanos de idade e consiste em um 
padrão para as letras do alfabeto, com particu-
laridades para cada língua. Combinações de até 
seis pontos em relevo representam letras, núme-
ros, sons e palavras simples (PARKER, 1990).
2.4. O que é Deficiência Auditi-
va?
Você já assistiu televisão sem som? Você já 
esteve em algum lugar tão barulhento que o 
único recurso usado para entender o outro 
era a leitura labial? Pense como foram essas 
experiências para você.
Para Lima e Duarte (2003, p. 2-3), a “surdez 
é composta e compreendida como a perda 
total ou parcial da capacidade de condução 
e identificação das ondas sonoras”, ou seja, 
é a incapacidade ou dificuldade de ouvir 
sons.Winnick (2004) percebe a surdez como 
uma perda auditiva, na qual a audição é in-
suficiente para compreender as informa-
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências16/217
ções sonoras com ou sem o uso de um apa-
relho auditivo. Esta deficiência pode tornar 
o aluno incapaz de processar a linguagem 
por meio da audição e essa perda pode ser 
tão severa que prejudica seu desempenho 
educacional. 
A perda da audição é identificada pela mu-
dança de limiar medida em decibéis (dB) 
a partir da intensidade do som. A audição 
normal situa-se em zero dB e são considera-
das significativas as perdas acima de 30 dB 
(COSTA, 1994). Almeida (2008) distinguem 
a perda auditiva em quatro categorias: leve 
(não ouve de 15 a 30 dB), moderada (31 a 
60 dB), severa (61 a 90 dB) e profunda (mais 
de 90 dB).
A comunidade surda se comunica através 
da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), a 
qual possibilita o desenvolvimento cogniti-
vo da pessoa surda. Na língua de um povo, 
inclusive na Língua de Sinais, reside toda 
a sua esfera de pensamento, sua tradição, 
história, religião e base da vida, todo o seu 
coração e alma (SACKS, 1998).
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências17/217
Glossário
Concepção: Fecundação; fertilização.
Decibéis: A unidade de medida de intensidade sonora é decibel (dB) (COSTA, 1994).
Funções estruturas do corpo: As funções do corpo são as funções fisiológicas dos sistemas or-
gânicos (incluindo as funções psicológicas), por exemplo: digestão, respiração e sentidos bási-
cos como a visão e audição, etc. (CIF, 2004).
Estruturas do corpo: As estruturas do corpo são as partes anatômicas, tais como, órgãos, 
membros e seus componentes. As deficiências de estrutura podem consistir numa anormali-
dade, defeito, perda ou outro desvio importante relativamente a um padrão das estruturas do 
corpo (CIF, 2004).
Lesão Medular: é a secção parcial (paresia) ou total (plegia) da medula espinhal, resultante de 
traumas causados por vírus, traumatismos, acidentes, tumores, distúrbios vasculares, infec-
ções, degenerações e outras enfermidades, comprometendo os movimentos e a sensibilidade 
dos membros abaixo da lesão (KELLY, 2004).
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências18/217
Glossário
Malformações congênitas: termo utilizado para descrever defeitos/falhas no desenvolvimento 
embrionário durante a gestação e que são detectados antes ou imediatamente após o parto, 
ou seja, que já estavam presentes no nascimento (DEÁ; BALDIN; DEÁ, 2008).
Paralisia Cerebral: é uma lesão ou mau desenvolvimento do cérebro em período de desenvolvi-
mento, de caráter não progressivo, apresentando como sequela principal uma perturbação do 
controle da postura e movimento (LIMA; DUARTE, 2003).
Poliomielite ou Paralisia Infantil: é provocada por uma infecção de origem viral. O vírus lesio-
na a região motora da medula espinhal, levando a uma paralisia flácida. Na maioria dos casos, 
a lesão ocorre nos segmentos lombares da medula, causando paralisia dos membros inferiores 
(KELLY, 2004). 
Síndrome: é um conjunto de sinais e sintomas provocados pelo mesmo organismo e depen-
dentes de causas diversas que podem levar a uma doença ou perturbação (DEÁ; BALDIN; DEÁ, 
2008).
Questão
reflexão
?
para
19/201
Você estudou que a pessoa com deficiência é aquela que tem im-
pedimento(s) de natureza física, intelectual, visual ou auditiva, o(s) 
qual(is), em interação com diversos outros obstáculos, pode(m) en-
travar sua participação plena e efetiva na sociedade. Coloque-se 
no lugar da pessoa com deficiência e reflita: Quais são essas bar-
reiras/obstáculos e como elas podem ser reduzidas na vida dessas 
pessoas?
20/217
Considerações Finais
• Quase 46 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, gerando um percentual de 23,9% 
da população brasileira.
• Pessoas com deficiência são aquelas que têm problemas de natureza física, intelectual, audi-
tiva ou visual, com causas variadas decorrentes das fases pré, péri ou pós-natais.
• A deficiência intelectual é um termo utilizado quando a pessoa apresenta desempenho inte-
lectual abaixo da média.
• Deficiência física é toda e qualquer alteração no corpo humano, resultado de um problema 
ortopédico, neurológico ou malformação. 
• A deficiência visual caracteriza-se por uma limitação sensorial que pode anular ou reduzir a 
capacidade de ver.
• A deficiência auditiva caracteriza-se por uma perda na percepção normal dos sons.
• Cada deficiência citada apresenta características próprias e particularidades específicas no 
tratamento de saúde, educacional e social.
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências21/217
Referências
ALMEIDA, A. C. P. G. de. Atividade Física e Deficiência Auditiva. In:GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. 
da. Atividade Física Adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 2. ed. 
Barueri, SP: Manole, 2008. p. 128-147.
ALVES, F.et al. As TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) nas Dificuldades Intelectuais e 
Desenvolvimentais. Revista Diversidades. Ano 6, n.22, out.-dez., 2008. p. 25-27.
ALVES, M. L. T.; MOLLAR, T. H.; DUARTE, E. Educação Física Escolar: atividades inclusivas. São Paulo: 
Phorte editora, 2013.
BELO, C. et al. Deficiência Intelectual: Terminologia e Conceptualização. Revista Diversidades. Ano 
6, n.22, Out.-Dez., 2008. p. 4-9.
BRASIL. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/cci-
vil_03/leis/L7853.htm>. Acesso em: 20 dez. 2016.
BRASIL. Decreto nº 186, de 9 julho de 2008. Aprova o texto da Convenção sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo. 2008. 
CARTILHA DO CENSO DE 2010 – Pessoas com Deficiência/ Luiza Maria Borges Oliveira / Secretaria de 
Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) / Secretaria Nacional de Promoção dos 
Direitos das Pessoas com Deficiência (SNPD) / Coordenação-Geral do Sistema de Informações 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 7.853-1989?OpenDocument
Unidade 1 • Conceitos, definições e causas das deficiências22/217
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Referências
25/217
1. Assinale a única alternativa correta:
a) Preconceito significa acolher e integrar pessoas diferentes dos padrões de normalidade es-
tabelecidos pela sociedade.
b) Preconceito é tolerar e ser gentil com as pessoas e suas diferenças.
c) Preconceito é discriminar ou repudiar alguém pelas suas diferenças.
d) Preconceito significa aceitar e conviver com o diferente.
e) Preconceito é dividir a vida de forma plena e feliz com as pessoas diferentes dos padrões de 
normalidade preestabelecidos pela sociedade.
Questão 1
26/217
2. Pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento(s) de natureza 
física, intelectual, visual ou auditiva, o(s) qual(is), em interação com diver-
sos outros obstáculos, pode(m) obstruir sua participação plena e efetiva 
na sociedade. De acordo com o Censo 2010, qual é a quantidade de pes-
soas com deficiência no Brasil?
a) 6,9%, quase 62 milhões de brasileiro têm algum tipo de deficiência.
b) 14,9%, quase 12 milhões de brasileiro têm algum tipo de deficiência.
c) 18,6%, quase 40 milhões de brasileiro têm algum tipo de deficiência.
d) 23,9%, quase 46 milhões de brasileiro têm algum tipo de deficiência.
e) 47,8%, quase 24 milhões de brasileiro têm mais de um tipo de deficiência.
Questão 2
27/217
3. Assinale a única alternativa correta:
a) Deficiência intelectual é quando a pessoa apresenta certas limitações no funcionamento cog-
nitivo e no desempenho de tarefas, como as de comunicação, cuidado pessoal e de relaciona-
mento social.
b) Deficiência intelectual é um erro genético presente já no momento da concepção ou imedia-
tamente após, e, ocorre de modo bastante regular na espécie humana.
c) Deficiência intelectual é toda e qualquer alteração no corpo humano, resultado de um proble-
ma ortopédico, neurológico ou malformação.
d) Deficiência intelectual é uma limitação sensorial que pode anular ou reduzir a capacidade de 
ver.
e) Deficiência intelectual é uma limitação sensorial que pode anular ou reduzir a capacidade de 
ouvir.
Questão 3
28/217
4. Para evitar deslocamento da articulação atlanto-axial de pessoas com Sín-
drome de Down e promover segurança nas aulas, o que deve ser evitado?
a) Cuidados com a prática do nado de crawl, corridas e dança. 
b) Cuidados com a prática do nado de costa, tênis de mesa e tênis de campo. 
c) Cuidados com a prática do nado de crawl, futebol e voleibol. 
d) Cuidados com a prática do nado de peito, salto do trampolim e rolamento. 
e) Cuidados com a prática do nado de peito, arremesso de peso e dardo.
Questão 4
29/217
5. Sobre a Deficiência Visual, só é incorreto afirmar que:
a) A deficiência visual caracteriza-se por uma limitação sensorial que pode anular ou reduzir a 
capacidade de ver.
b) A pessoa com deficiência visual é aquela que apresenta cegueira ou visão reduzida em am-
bos os olhos.
c) A deficiência visual é composta e compreendida como a perda total ou parcial da capacida-
de de condução e identificação das ondas sonoras.
d) O sistema Braille é necessário como meio de leitura e escrita para o processo de ensino-
-aprendizagem da pessoa cega.
e) A pessoa com baixa visão possui dificuldade em desempenhar tarefas visuais, mesmo com 
prescrição de lentes corretivas.
Questão 5
30/217
Gabarito
1. Resposta: C.
Preconceito é pré-julgar, discriminar, rejei-
tar ser intolerante, repudiar ou cismar com 
pessoas, atitudes e escolhas que diferen-
ciam dos padrões de normalidade estabele-
cidos pela sociedade.
2. Resposta: D.
O Censo 2010 detectou que quase 46 mi-
lhões de brasileiros têm algum tipo de defi-
ciência, um percentual de 23,9% da popu-
lação.
3. Resposta: A.
A deficiência intelectual é um termo utiliza-
do quando a pessoa apresenta desempenho 
intelectual abaixo da média.
4. Resposta: D.
Recomenda cuidados com a prática do nado 
de peito, salto do trampolim e rolamento, 
tendo em vista que entre 15 a 20% das pes-
soas com essa síndrome apresentam insta-
bilidade atlanto-axial.
5. Resposta: C.
A deficiência visual não é composta e com-
preendida como a perda total ou parcial da 
capacidade de condução e identificação 
das ondas sonoras. A perda da capacidade 
de ouvir sons está relacionada à deficiência 
auditiva.
31/217
Unidade 2
História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência
Objetivos
1. Conhecer a história da inclusão escolar de pessoas com deficiência.
2. Conhecer a história da inclusão esportiva para as pessoas com deficiência.
3. Refletir sobre a evolução do processo histórico da inclusão de pessoas com deficiência ao 
logo dos anos.
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência32/217
Introdução
No início da introdução do primeiro tema, 
elaborei algumas situações com o intuito 
de fazer você refletir sobre as deficiências. 
Estas mesmas situações serão refeitas para 
que você possa refletir sobre uma nova pers-
pectiva. Sendo assim, o que você espera que 
as pessoas façam caso:
• Acordem em uma sala de aula de um 
país asiático, sem entender uma só 
palavra falada pela professora e pelos 
colegas?
• Acordem e percebam que não conse-
guem movimentar, nem sentir o seu 
corpo da cintura para baixo?
• Notem que perderam a visão?
• Estejam com dificuldades para enten-
der sinais sonoros?
Tente imaginar essas situações, reflita como 
você gostaria de ser tratado e principalmen-
te sobre o que pode ser feito para incluir de 
forma adequada as pessoas com deficiência 
em todos os ambientes de uma sociedade. 
Depois disso, daremos sequência ao conhe-
cimento sobre os principais acontecimen-
tos históricos relacionados aos processos 
de inclusão. 
A história das pessoas com deficiência sem-
pre foi marcada pela segregação, exclusão 
econômica, política, social e cultural, de-
monstrando que o preconceito e a discrimi-
nação acompanham as pessoas com defi-ciência desde a antiguidade. Ao analisar as 
condições de existência destas pessoas ao 
longo dos anos, podem ser encontrados di-
ferentes modelos de tratamento destinados 
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência33/217
às pessoas com deficiência, resumidos nos 
modelos de abandono ou extermínio, de 
institucionalização ou internação, de inte-
gração e de inclusão (CARVALHO; ROCHA; 
SILVA, 2006). 
De acordo com Carvalho, Rocha e Silva 
(2006), as sociedades primitivas viviam 
como nômades, na qual suas condições de 
existência estavam totalmente na depen-
dência do que a natureza lhes proporcio-
nava, ou seja, a coleta de frutos, a caça e a 
pesca. Com os deslocamentos constantes 
em busca de melhores condições, as pes-
soas com deficiência eram abandonadas a 
morrer por inanição (BIANCHETTI, 1998).
Nas sociedades escravistas, grega e roma-
na, as pessoas com deficiência eram joga-
das de abismos, pois os demais pensavam 
que, assim, estariam destruindo o corpo e a 
alma destes indivíduos. Estas medidas eram 
tomadas com o intuito de evitar que hou-
vesse a contaminação de todo um povo, que 
necessitava ser sadio e forte para o comba-
te corpo a corpo (ROSADAS, 1989). Ou seja, 
neste período, acreditava-se que a defici-
ência era contagiosa. Aqueles que sobre-
viviam nestas sociedades, principalmente 
as pessoas com deficiências intelectuais, 
serviam prestimosamente aos reis, que se 
deleitavam apreciando suas atividades es-
tereotipadas, travestidos de bobos da corte 
(ROSADAS, 1989; CARVALHO; ROCHA; SIL-
VA, 2006). Silva (1986) complementa que 
as pessoas com qualquer tipo de deficiência 
eram também ligadas às casas comerciais, 
tavernas e bordéis, bem como, às atividades 
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência34/217
circenses, aos serviços simples e, às vezes, 
humilhantes. Estes costumes foram adota-
dos por muitos séculos da nossa história.
Com o passar dos anos, mais especifica-
mente na Idade Média (século V a XV), ins-
tituições como hospitais, asilos e hospícios 
serviram de abrigo para pessoas com de-
ficiência, que passaram a viver juntos com 
doentes e idosos. Até o final da Idade Média, 
as pessoas com deficiência eram percebi-
das de acordo com o aspecto místico/reli-
gioso que imperava na época. Suas defici-
ências eram tidas como resultado de forças 
demoníacas, como castigo para pagamento 
de seus pecados (ou de seus ancestrais) ou, 
ainda, as pessoas com deficiência poderiam 
ser encaradas como instrumento para que 
se manifestassem as obras de Deus (SILVA; 
1986; CARVALHO; ROCHA; SILVA, 2006).
Somente com o Renascimento a situação 
social das pessoas com deficiência conse-
guiu caminhar rumo a uma nova perspecti-
va. Esse período, datado desde o final do sé-
culo XIV até o final do século XVII, significou 
um grande marco no campo dos direitos e 
deveres das pessoas com deficiência (CAR-
MO, 1994).
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência35/217
De forma sucinta, Assumpção Júnior e Spro-
vieri (2000) citam que, na era Cristã, as pes-
soas com deficiência eram vistas como pos-
suidores da Graça Divina; na Idade Média, 
como resultado da ação de forças demoní-
acas ou como castigo para pagamento de 
Para saber mais
No período Renascentista, a característica fun-
damental era o humanismo, que buscava valori-
zar o ser humano e as suas capacidades (CARMO, 
1994). Sherrill (1998) diz que o humanismo é uma 
filosofia que ajuda as pessoas a se tornarem ple-
namente humanas, assim, aflorando seu poten-
cial para fazer do mundo o melhor lugar possível 
para todas as formas de vida.
pecados e condenados às fogueiras da in-
quisição ou internados em instituições; no 
Renascimento e na Idade Moderna, a defi-
ciência sai do território da magia e religião 
para se inserir gradativamente no território 
da Ciência; já, no século XX e XXI, surgem 
pensamentos relacionados à como abordar 
e inserir plenamente estes sujeitos na socie-
dade, inicialmente, através da integração e, 
posteriormente, da inclusão.
A partir de então, criaram-se leis de direitos, 
proteção, educação e acessibilidade, que 
foram formuladas e reformuladas ao longo 
do tempo e que, atualmente, permitem às 
pessoas com deficiência uma vida mais dig-
na, autônoma e independente.
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência36/217
1. História da inclusão escolar
As primeiras iniciativas da educação espe-
cial aconteceram na França, no século XVIII, 
com instituições voltadas à educação de 
surdos (1760) e cegos (1784). Com o tempo 
outras instituições surgiram e espalharam-
-se pelo mundo, mas, infelizmente, em mui-
tas delas, o caráter educacional foi se per-
dendo e transformaram-se em espaços de 
isolamento, exploração e internação (CAR-
VALHO; ROCHA; SILVA, 2006). Estes espaços 
eram encontrados sob o título de educação 
de deficientes, registros de atendimentos 
ou atenção com vários sentidos, como abri-
go, assistência e terapia (MAZZOTTA, 2003).
Em meados do século XX, esse formato de 
educação começou a ser criticado, quando 
foram apontadas práticas que violavam os 
direitos humanos e culminaram no estabe-
lecimento de um novo modelo, o modelo 
da integração (CARVALHO; ROCHA; SILVA, 
2006). 
Este modelo perdurou por alguns anos, po-
rém logo se perceberam falhas importantes. 
A principal crítica ao modelo de integração 
escolar é a inserção da pessoa com defici-
ência na escola regular, tendo que acom-
panhar o mesmo currículo e métodos pe-
dagógicos utilizados para os demais alunos 
(MANTOAN, 2002), ou seja, integração sig-
nifica estar inserido na sociedade e ter que 
se adaptar à forma que ela é. Assim, essa 
modelo falha ao querer dar o mesmo trato a 
todos os alunos.
Por conta disso, um novo modelo passou a 
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência37/217
tomar forma e, atualmente, vem sendo ges-
tado como modelo mais adequado: inclu-
são. De acordo com Sassaki (1997) e Car-
valho, Rocha e Silva (2006), no modelo da 
inclusão não é a pessoa que deve se ajustar 
ao meio social, mas é a sociedade que deve 
garantir os suportes necessários para que 
todos possam usufruir da vida em comuni-
dade, uma sociedade que aceite e valorize 
as diferenças individuais e aprenda a convi-
ver dentro da diversidade humana por meio 
da compreensão e cooperação. 
Para Seabra Júnior (2006), a defesa desse 
ideário causou e ainda causa impactos em 
diferentes sistemas sociais gerando gran-
des desafios para a área da educação, dan-
do origem a longos debates e proposição de 
encontros internacionais. Estes encontros 
proporcionaram a elaboração de documen-
tos norteadores, cujo propósito é garantir a 
implementação de um plano de ação, espe-
cificamente dirigido à área educacional, e 
focalizar a qualidade e a universalização do 
ensino.
Os principais encontros internacionais fo-
ram:
• Conferência Mundial de Educação para 
Todos, realizada na Tailândia em 1990, 
resultando na Declaração Mundial so-
bre Educação Para Todos.
• Seminário Regional Sobre Política, Pla-
nejamento e Organização da Educação 
Integrada para alunos com necessidades 
especiais, realizado no ano de 1992, 
com destaque dado a necessidade de 
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência38/217
preparação profissional adequada aos 
professores da rede regular de ensino 
para o atendimento das pessoas com 
deficiência.
• V Reunião do Comitê Regional Inter-
governamental do Projeto Principal de 
Educação na América Latina e Caribe, 
realizada no Chile em 1993, resultan-
do na Declaração de Santiago. Essa 
reunião enfatizou a necessidade de 
melhorar a qualidade da educação e 
superação do analfabetismo.
• 85ª Assembleia Geral das Nações Uni-
das, realizada no ano de 1993, resul-
tando nas Normas Uniformes sobre 
a Igualdade de Oportunidades para 
Pessoas com Incapacidades, desta-
candoa integração de pessoas com 
deficiência no ensino regular via ser-
viços de apoio apropriados e discus-
são para implantação de disciplinas 
específicas que tratassem da pessoa 
com deficiência.
• Conferência Mundial Sobre Necessi-
dades Educativas Especiais, realizada 
em 1994 na Espanha dando origem 
à Declaração de Salamanca, na qual 
encontramos referências sobre edu-
cação inclusiva, importância em se 
desenvolver uma pedagogia centra-
da no aluno e reforço da necessidade 
de capacitação de professores (SILVA, 
2005).
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência39/217
Esse breve relato mostra que a inclusão escolar vem caminhando e se efetivando gradativamen-
te num processo amplo, tendo como pressuposto a igualdade de oportunidades, convívio com a 
diversidade, valorização da pluralidade cultural e aproximação das diferenças.
Para saber mais
A Declaração de Salamanca proclama que as escolas regulares com orientação inclusiva constituem os 
meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias e que estudantes com deficiência e altas habi-
lidades/superdotação devem ter acesso à escola regular. Como princípio orientador, as escolas deveriam 
acomodar todas as crianças, independentemente, de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocio-
nais, linguísticas ou outras (BRASIL, 2006).
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência40/217
1.1 Considerações históricas sobre a inclusão escolar no Brasil
O marco referencial histórico da Educação Especial brasileira é a fundação do Imperial Instituto 
dos Meninos Cegos, em 1854 e do Imperial Instituto dos Meninos Surdos, em 1857, ambos na 
cidade do Rio de Janeiro, criados com base um modelo institucional vindo da França. Porém, é 
somente a partir da década de 1970 que a política de educação para a pessoa com deficiência 
ganha maior consistência, quando foram criados serviços específicos nas Secretarias Estaduais 
de Educação(ROSA; ANDRÉ, 2006).
Link
O link sugerido apresenta o artigo “Da Integração à Inclusão Escolar: cruzando perspectivas e concei-
tos”, de autoria de Isabel Sanches e Antônio Teodoro (2006), publicado na Revista Lusófona de Educa-
ção, volume 8, número 8. O artigo conceitua integração e inclusão escolar e aborda detalhadamente o 
processo histórico e evolutivo dos temas.
Disponível em: <http://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/691>. Acesso 
em: 5 jan. 2017.
http://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/691
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência41/217
Em 1981, foi decretado o “Ano Internacio-
nal da Pessoa com Deficiência”, o que repre-
sentou um marco importante para o Brasil, 
fazendo-o avançar no atendimento às pes-
soas com deficiência no modelo de integra-
ção vigente na época (SEDH/CORDE, 2007).
Com isso, o Ministério da Educação e Cultu-
ra – MEC (2005) cita a importância da legis-
lação que determina, orienta e regulariza o 
atendimento das pessoas com deficiência 
no país, no sentido de promover a igualda-
de dos direitos entre as pessoas e também 
destaca documentos e movimentos impor-
tantes, como:
• A Constituição Federal; a Lei de Dire-
trizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB) nº 9394/96; a Criação do Cen-
tro Nacional de Educação Especial 
(CENESP, 1970); o Congresso Brasilei-
ro do Esporte para Todos (1982, 1984, 
1986); Projeto Integrado da Secreta-
ria de Estado da Educação (SEED) e do 
Centro Nacional de Educação Especial 
(CENESP) (1984-1985); o Plano Na-
cional de Ação Conjunta para Inte-
gração da Pessoa Deficiente (1985); a 
Criação da Coordenadoria para a In-
tegração da Pessoa Portadora de De-
ficiência (CORDE, 1986); a Resolução 
03/87 instituindo disciplinas relativas 
às pessoas com deficiência nos cur-
rículos dos cursos de graduação em 
Educação Física; o Plano Plurianual 
(1991); entre outros.
É importante frisar que o marco histórico 
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência42/217
mais importante em relação à inclusão no Brasil foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional (LDB) nº 9394/96, a qual determina que o ensino para as pessoas com deficiência deve ser 
oferecido preferencialmente na rede regular (CARVALHO, 1997; ROSA; ANDRÉ, 2006). 
Link
Para saber mais sobre leis, decretos, portarias, resoluções e demais documentos importantes sobre o 
processo de inclusão no Brasil, acesse o link do Ministério da Educação e Cultura. Disponível em: <http://
portal.mec.gov.br/secretaria-de-educacao-especial-sp-598129159/legislacao>. Acesso em: 5 
jan. 2017.
2. História da inclusão esportiva
O esporte para deficientes ou esporte adaptado, como também é conhecido, é datado de longos 
anos e as primeiras competições esportivas de pessoas com deficiência aconteceram, inicial-
mente, por deficientes auditivos/surdos (em 1870), seguidos dos deficientes visuais (em 1907) 
(PARSONS; WINCKLER, 2012). No entanto, quando se fala de esporte adaptado e Paralímpico, a 
história se recorda de fatos marcantes como as duas grandes Guerras Mundiais.
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência43/217
Para saber mais
Atualmente, o esporte adaptado é um fenômeno global que desperta a atenção social devido suas 
inúmeras características particulares: possibilidade de ascensão social, oportunidade de prática em 
condições de igualdade, melhorias da aptidão física, condições de saúde, entre outras. Além disso, 
o esporte adaptado posiciona-se na sociedade contemporânea como importante meio de inclusão 
social (COSTA ESILVA et al., 2013).
A Primeira Guerra Mundial é um importante 
marco de origem no uso de exercícios tera-
pêuticos e atividades recreativas na restau-
ração da função dos soldados sobreviventes 
(ADAMS; DANIEL; CUBBIN, 1985). De acordo 
com Freitas e Cidade (2000), em 1918, na 
Alemanha, um grupo de lesionados da 1ª 
Guerra Mundial reuniu-se para praticar es-
portes.
A partir da 2ª Guerra Mundial, o esporte 
adaptado ganhou força, pois a sociedade 
sentiu necessidade de reabilitar os milhares 
de sobreviventes que lotavam os hospitais 
das cidades e que iam a óbito na primeira 
semana de alta hospitalar (80% faleciam) 
(RODRIGUES, 2006). Então, como prática, o 
esporte adaptado efetivou-se na Inglater-
ra, no ano de 1944, mais precisamente em 
Aylesbury, no Hospital de Stoke Mandeville, 
idealizado por Ludwig Guttmann (médico 
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência44/217
neurologista) (FREITAS; CIDADE, 2000). 
Rosadas (1989) cita que a perspectiva de 
Guttmann era utilizar os esportes para mo-
tivar os enfermos e diminuir o tédio que se 
tornava a vida do deficiente naquela época. 
Contudo, acabou conseguindo muito mais, 
estimulando a organização de jogos para 
deficientes no mundo inteiro e demostran-
do que as pessoas com deficiência também 
podiam praticar atividades físicas e espor-
tivas (ROSADAS, 1989).
 Guttmann iniciou tais atividades com 
o arco e flecha, o tênis de mesa e o arremes-
so de dardo e, quase que ao mesmo tempo 
nos Estados Unidos, Benjamin Lipton iniciou 
o basquete em cadeira de rodas (ARAÚJO, 
2011; FREITAS; CIDADE, 2000). 
O interesse pelo esporte adaptado aumen-
tou de tal maneira que extrapolou o públi-
co-alvo inicial (veteranos de guerra) e pas-
sou a incluir civis incapacitados por outras 
deficiências físicas, decorrentes de outras 
causas. Para Castro (2006) a guerra, apesar 
de todos os seus prejuízos, trouxe para as 
pessoas com deficiência algo melhor do que 
elas até então possuíam e o esporte foi uma 
saída para uma sobrevivência com dignida-
de e saúde.
 Os primeiros jogos para as pessoas 
com deficiência ocorreram no hospital de 
Stoke Mandeville e foram idealizados por 
Guttmann no ano de 1948, coincidindo com 
os Jogos Olímpicos de Londres. Os Jogos In-
ternacionais de Stoke Mandeville aconte-
ceram em 1952 e a sua nona edição foire-
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência45/217
alizada em Roma, em 1960. Após esta edi-
ção, tais jogos passaram a ser considerados 
como os primeiros Jogos Paralímpicos. As-
sim, Guttmann foi reconhecido e denomi-
nado mundialmente como o pai do esporte 
Paralímpico (PARSONS; WINCKLER, 2012).
 No Brasil, a prática desportiva nasceu 
das ações de dois paraplégicos na década 
de 1950: Sérgio Del Grande (de São Paulo) 
e Robson Sampaio (do Rio de Janeiro), após 
retornarem do exterior e terem praticado 
o basquete em cadeira de rodas (ARAÚJO, 
1998; CASTRO, 2006). De acordo com Par-
sons e Winckler (2012), o Comitê Paralím-
pico Brasileiro (CPB) foi fundado em 1995 
e é tido como um marco para a história do 
esporte paralímpico no Brasil. Felizmen-
te, a iniciativa dos idealizadores do esporte 
adaptado deu certo e hoje espalha-se pelo 
mundo todo, oferecendo às pessoas com 
deficiência uma vida diferente, com mais 
esperança, saúde, autonomia e indepen-
dência.
Link
Para saber mais sobre a história do esporte adap-
tado e paralímpico no Brasil, acesse o site do Co-
mitê Paralímpico Brasileiro. Nele você encontra-
rá informações sobre: o comitê; as modalidades 
paraolímpicas; competições e eventos, acade-
mia paraolímpica, entre outras. Disponível em: 
<http://www.cpb.org.br/>. Acesso em: 5 jan. 
2017.
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência46/217
Glossário
Convalescença: recuperação que se segue a doença, operação, traumatismo, lesão (ADAMS; 
DANIEL; CUBBIN, 1985).
Esporte Adaptado: refere-se ao esporte modificado, adaptado ou criado para suprir as neces-
sidades de pessoas com deficiência (WINNICK, 2004). 
Inquisição: Antigo tribunal eclesiástico instituído para investigar e punir crimes contra a fé ca-
tólica (ASSUMPÇÃO JÚNIOR; SPROVIERI, 2000).
Paralímpico: O termo Paralímpico é uma associação entre o prefixo grego “para” – paralelo e 
“olímpico”, e segundo o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) representa condição paralela 
aos Jogos Olímpicos e não Jogos para paraplégicos (PARSONS; WINCKLER, 2012).
Paraplégicos: Pessoas que sofreram uma lesão total da medula espinhal tendo como principal 
sequela a paralisia dos membros inferiores (GORGATTI; TEIXEIRA, 2008).
Questão
reflexão
?
para
47/201
Diversos instrumentos legais foram implementados ao 
longo dos anos pelo governo federal a fim de garantir 
que todas as pessoas, independente de limitações físi-
cas, motoras, sensoriais ou cognitivas, tenham acesso 
irrestrito à educação, ao esporte e ao lazer em quaisquer 
estabelecimentos públicos. Entretanto, nesse contexto 
atual, uma questão forçosamente se coloca: estariam os 
profissionais de tais estabelecimentos preparados para 
receber pessoas com deficiência e desenvolver um tra-
balho eficiente? O que você acha disso?
48/217
Considerações Finais
• Ao longo dos anos, podemos encontrar diferentes modelos de tratamento e compreensão 
destinados às pessoas com deficiências, resumidos em: abandono ou extermínio; institucio-
nalização ou internação; integração e inclusão.
• A diferença entre integração e inclusão é que na integração a pessoa com deficiência necessi-
ta se adaptar ao meio e na inclusão, o meio deve ser adaptado para a pessoa e suas diferenças.
• O marco histórico da inclusão no Brasil foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB) nº 9394/96 o qual determina que o ensino para as pessoas com deficiência deve ser ofe-
recido preferencialmente na rede regular.
• Os Jogos Paralímpicos que começaram como um evento com fortes implicações terapêuticas 
e sociais tornaram-se o evento esportivo mais importante para as pessoas com deficiência em 
âmbito mundial.
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência49/217
Referências 
ADAMS, R; DANIEL, A; Mc CUBBIN, J.Jogos, Esportes e Exercícios para o Deficiente Físico. 3. ed. São 
Paulo: Manole, 1985. 
ARAÚJO, P. F. Desporto Adaptado no Brasil. São Paulo: Phorte editora, 2011.
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Memnon, 2000.
BIANCHETTI, L. Aspectos Históricos da Apreensão e da Educação dos Considerados Deficientes. 
In: BIANCHETTI, L.; FREIRE, I. M. Um Olhar sobre a Diferença: interação, trabalho e cidadania. Cam-
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BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de Educação em Di-
reitos Humanos.Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação, Mi-
nistério da Justiça, UNESCO, 2006.
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Necessidades Especiais (Org.). Pessoa com Deficiência: aspectos teóricos e práticos. Cascavel, PR: 
Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência50/217
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CARVALHO. R. E. A Nova LDB e a Educação Especial.2ed. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
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tica do esporte coletivo em cadeira de rodas. In: Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, 2013. p. 
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2017.
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GORGATTI, M. G.; TEIXEIRA, L. Deficiência Motora. In: TEIXEIRA, L. Atividade Física Adaptada e Saú-
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MANTOAN, M. T. Caminhos Pedagógicos para a Inclusão. São Paulo: Memnon, 2002. 
MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: História e Políticas Públicas. 4 ed. São Paulo: Cor-
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Referências
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PARSONS, A.; WINCKLER, C. Esporte e a Pessoa com Deficiência – contexto histórico. In: MELLO, 
M. T. de; WINCKLER, C. Esporte Paralímpico. São Paulo: Atheneu, 2012. p. 3-14.
RODRIGUES, D. (Org.). Atividade Motora Adaptada. A alegria do corpo. São Paulo: Artes médicas, 
2006.
ROSA, E. R. da; ANDRÉ, M. F. C. Aspectos Políticos e Jurídicos da Educação Especial Brasileira. In: 
Programa Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais (Org.). Pessoa 
com Deficiência: aspectos teóricos e práticos. Cascavel, PR: EDUNIOESTE, 2006. Cap. 2. p. 56-104. 
ROSADAS, S. C. de. Atividade Física Adaptada e Jogos Esportivos para o Deficiente.Eu posso. Vocês 
duvidam? São Paulo: Atheneu, 1989. 
SASSAKI, R. K. Inclusão.Construindo uma sociedade para todos.Rio de Janeiro: WVA, 1997.
SEABRA JÚNIOR, L. Inclusão, Necessidades Especiais e Educação Física: considerações sobre a ação 
pedagógica no ambiente escolar. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação Física, Uni-
versidade Estadual de Campinas, 2006. 119 f.
Referências
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Unidade 2 • História da inclusão escolar e esportiva das pessoas com deficiência52/217
SEDH – Secretaria Especial dos Direitos Humanos; CORDE – Coordenadoria Nacional para Inte-
gração da Pessoa Portadora de Deficiência. Convenção sobre os Direitos das Pessoascom Deficiên-
cia. Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Brasília, DF, 
2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=down-
load&alias=424-cartilha-c&category_slug=documentos-pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 29 dez. 
2016.
SHERRILL, C. Adapted Physical Activity, Recreation and Sport: crossdisciplinary and lifespan. 5. ed. 
Boston: McGraw-Hill, 1998.
SILVA, O. M. da. A Epopéia Ignorada: a pessoa deficiente na história do mundo de ontem e de hoje. 
São Paulo: CEDAS, 1986.
WINNICK, J. P. Educação Física e Esportes Adaptados. São Paulo: Manole, 2004. 
Referências
53/217
1. A história das pessoas com deficiência sempre foi marcada pela segregação, 
exclusão econômica, política, social e cultural, demonstrando que o precon-
ceito e a discriminação acompanham o deficiente desde a antiguidade. Diante 
desta afirmação, marque “V” para verdadeiro e “F” para falso:
(__) Os nômades tinham muito trabalho ao transportar as pessoas com deficiência de um lugar para 
outro em busca de melhores condições de vida.
(__) Algumas sociedades eliminavam as pessoas com deficiência, pois acreditavam que o problema 
poderia contaminar o povo que necessitava ser forte para lutar nas batalhas.
(__) Bobos da corte é uma denominação antiga que refere-se as pessoas com deficiência que não 
tinham sido eliminadas na antiguidade.
(__) O modelo de integração é sinônimo de inclusão.
(__) A história conta que as pessoas com deficiência já foram vistas como pregações do diabo.
Assinale a alternativa correta, respectivamente:
Questão 1
54/217
a) F – V – V – V – V.
b) V – V – V – F – F.
c) F – V – V – F – V.
d) F – F – F – V – F.
e) V – V – F – F – F.
Questão 1
55/217
2. Complete a lacuna da seguinte questão: “A Declaração ______________ 
proclama que as escolas regulares com orientação inclusiva constituem os 
meios mais eficazes de combater atitudes _______________ e que estu-
dantes com _______________ e altas habilidades/superdotação devem 
ter acesso à _______________, tendo como princípio orientador que as 
escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas 
condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras.
Assinale a alternativa cujas palavras completam a lacuna corretamente:
Questão 2
a) De Salamanca; discriminatórias; deficiência; escola regular.
b) Da Humanidade; preconceituosas; problemas; escola especial.
c) De Direitos, inclusivas; doenças; escola especial.
d) De Salamanca; preconceituosas; doenças mentais; escola regular.
e) Da Humanidade; discriminatórias; deficiência; escola convencional.
56/217
3. É correto afirmar que “o marco histórico da inclusão no Brasil 
foi______________________”.
Assinale a alternativa que completa a sentença acima corretamente:
Questão 3
a) a Lei Federal 7853.
b) a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96.
c) a Constituição Federal.
d) o Plano Plurianual.
e) o Centro Nacional de Educação Especial.
57/217
4. As pessoas com deficiência têm a oportunidade de praticar exercícios atra-
vés dos esportes adaptados e Paralímpicos. De acordo com essa afirmação, 
assinale a alternativa correta:
Questão 4
a) Esporte Adaptado e Paralímpico não são sinônimos.
b) Esporte Adaptado e Paralímpico são sinônimos.
c) Paraplégico é toda pessoa que após sofrer uma lesão medular não movimenta nem sente do 
pescoço para baixo.
d) O termo Paralímpico significa Jogos para paraplégicos.
e) O esporte para deficientes surgiu como uma alternativa para profissionalizar deficientes de-
sempregados.
58/217
5. Quem foi reconhecido e denominado mundialmente como o pai do es-
porte Paralímpico?
Questão 5
a) Benjamin Lipton.
b) Ludwig Guttmann.
c) Langdon Down.
d) John Deere.
e) Pierre de Coubertin.
59/217
Gabarito
1. Resposta: C.
(F) Falso. Na antiguidade, os nômades aban-
donavam as pessoas com deficiência a mor-
rer de inanição.(V) Verdadeiro.Nas socieda-
des escravistas, grega e romana, as pesso-
as com deficiência eram exterminadas ao 
serem jogadas de abismos, pois pensavam 
estar destruindo a matéria e a alma desses 
indivíduos, evitando assim a contaminação 
de todo um povo que necessitava ser sadio 
e forte para o combate corpo-a-corpo, que 
predominava naquela época.(V) Verdadeiro. 
Os deficientes que sobreviviam nas socie-
dades escravistas, principalmente os inte-
lectuais, serviam prestimosamente aos reis, 
que se dedicavam apreciando suas ativida-
des esteriotipadas, travestidos de bobos da 
corte.(F) Falso. A diferença entre integração 
e inclusão é que na integração a pessoa com 
deficiência necessita se adaptar ao meio e 
na inclusão, o meio deve ser adaptado para 
a pessoa e suas diferenças.(V) Verdadeiro. 
Até o final da Idade Média as pessoas com 
deficiência eram vistas somente sob o as-
pecto místico, como resultado de forças de-
moníacas, como castigo para pagamento de 
pecados seus ou de ancestrais e ainda como 
instrumento para que se manifestassem as 
obras de Deus.
2. Resposta: A.
A Declaração de Salamanca proclama que 
as escolas regulares com orientação inclu-
siva constituem os meios mais eficazes de 
60/217
combater atitudes discriminatórias e que 
estudantes com deficiência e altas habilida-
des/superdotação devem ter acesso à esco-
la regular, tendo como princípio orientador 
que as escolas deveriam acomodar todas as 
crianças independentemente de suas con-
dições físicas, intelectuais, sociais, emocio-
nais, linguísticas ou outras.
3. Resposta: B.
O marco histórico da inclusão no Brasil foi 
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na-
cional (LDB) nº 9394/96.
4. Resposta: A.
Esporte Adaptado não é sinônimo de Espor-
te Paralímpico.
5. Resposta: B.
Ludwig Guttmann foi reconhecido e deno-
minado mundialmente como o pai do es-
porte Paralímpico.
Gabarito
61/217
Unidade 3
Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência
Objetivos
1. Conhecer as principais políticas públicas relacionadas à educação de alunos com deficiên-
cia.
2. Conhecer as principais políticas públicas relacionadas à educação física para alunos com 
deficiência.
3. Refletir sobre os direitos do aluno com deficiência à educação.
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência62/217
Introdução
Agora que você já estudou sobre as defici-
ências e sobre o caminho histórico percor-
rido pelas pessoas deficientes, vamos falar 
sobre os movimentos e as políticas públicas 
que foram desenvolvidos ao longo dos anos 
em prol de um direito de todos: a educação.
Skliar (2006) nos faz refletir sobre a seguin-
te pergunta: será que essas políticas públi-
cas fazem parte das políticas do coração, 
da amizade e da irmandade? Associada a 
esta questão, o autor acredita que exista um 
curioso paradoxo junto à ideia de inclusão: 
de um lado parece que toda a escola deve-
ria abrir suas portas de modo incondicio-
nal, mas isso não deveria ocorrer sem que 
houvesse a necessidade de uma lei que as 
obrigasse? De qualquer forma, a mobiliza-
ção em prol de documentos e leis “expressa 
bem a urgência do combate à exclusão e a 
necessidade de serem criadas disponibili-
dades e condições de operacionalização da 
inclusão social e escolar” (SANCHES; TEO-
DORO, 2006, p.65).
Na perspectiva da educação inclusiva, a Po-
lítica Nacional de Educação Especial tem 
como objetivo assegurar a inclusão escolar 
de alunos com deficiência, transtornos glo-
bais do desenvolvimento e altas habilida-
des/superdotação, orientando os sistemas 
de ensino para garantir: 
• Acesso ao ensino regular com partici-
pação, aprendizagem e continuidade 
nos níveis mais elevados do ensino. 
• Transversalidade da modalidade de 
educação especial desde a educação 
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência63/217
infantil até a educação superior. 
• Oferta de atendimento educacional 
especializado. 
• Formação de professores parao aten-
dimento educacional especializado 
e demais profissionais da educação 
para a inclusão. 
• Participação da família e da comuni-
dade. 
• Acessibilidade arquitetônica nos 
transportes, nos mobiliários, nas co-
municações e informação.
• Articulação entre todos os setores na 
implementação das políticas públicas 
(BRASIL, 2008).
A partir desses objetivos, vamos conhecer 
o caminho percorrido para que se chegasse 
até eles.
Para saber mais
Entende-se por educação especial, para os efei-
tos da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9394/96, 
a modalidade de educação escolar, oferecida pre-
ferencialmente na rede regular de ensino, para 
educandos com deficiência (BRASIL, 1996). Uma 
pessoa necessita de educação especial se tiver al-
guma dificuldade de aprendizagem que exija uma 
medida educativa especial (SANCHES; TEODORO, 
2006).
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência64/217
1. Políticas públicas para a edu-
cação de pessas com 
Em 1961, o atendimento educacional às 
pessoas com deficiência passou a ser fun-
damentado pela Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (LDBEN) nº 4.024/61, 
que apontou o direito dos deficientes à 
educação, preferencialmente no sistema 
regular de ensino. Dez anos depois, a LDBEN 
foi alterada pela Lei nº 5.692/71, ao definir 
tratamento especial para alunos com atra-
sos de desenvolvimento, deficiências físicas 
e intelectuais e os superdotados (BRASIL, 
2008; GIL, 2015).
Para saber mais
A alteração da LDBEN pela Lei nº 5.692/71 não foi 
capaz de promover um sistema de ensino capaz 
de atender as necessidades educacionais e aca-
bou reforçando o encaminhamento dos alunos 
para classes e escolas especiais (BRASIL, 2008; 
GIL, 2015).
Em 1973, foi criado o Centro Nacional de 
Educação Especial (CENESP) no Ministério 
da Educação e Cultura (MEC), responsável 
pela gerência da educação especial no Bra-
sil (BRASIL, 2008; GIL, 2015). E, em 1988, 
a Constituição Federal definiu, entre ou-
tras coisas, promover o bem de todos, sem 
preconceitos e quaisquer outras formas de 
discriminação; a educação como um direi-
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência65/217
to de todos e a qualificação para o trabalho; 
igualdade de condições de acesso e perma-
nência na escola (GIL, 2015).
O Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA), Lei nº. 8.069/90, artigo 55, refor-
çou os expostos supracitados, determinan-
do que os pais ou responsáveis legais têm 
a obrigação de matricular seus filhos na 
rede regular de ensino. Na mesma década, 
a elaboração e divulgação de documentos, 
como a Declaração Mundial de Educação 
para Todos (1990) e a Declaração de Sala-
manca (1994) passaram a influenciar a for-
mulação de políticas públicas direcionadas 
para a educação inclusiva (BRASIL, 2008; 
GIL, 2015). Sendo assim, em 1994, foi publi-
cada a Política Nacional de Educação Es-
pecial,orientando o processo de integração 
que condicionou o acesso às classes comuns 
do ensino regular àqueles que possuíssem 
condições de acompanhar e desenvolver as 
atividades curriculares programadas do en-
sino comum, no mesmo ritmo que os alunos 
ditos normais (BRASIL, 2008; GIL, 2015).
Para saber mais
O problema da Política Nacional de Educação Es-
pecial de 1994 é que ela não reformulou as prá-
ticas educacionais prejudicando as pessoas com 
deficiência, que deveriam se ajustar ao meio (GIL, 
2015).
O artigo 59 da atual LDB nº 9.394/96 pre-
coniza que os sistemas de ensino devam 
assegurar aos alunos com deficiência cur-
rículos, métodos, recursos e organizações 
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência66/217
específicos, bem como professores com es-
pecialização adequada para atender as ne-
cessidades destes sujeitos. Ademais, possi-
bilita a aceleração de estudos aos superdo-
tados para conclusão do programa escolar 
(BRASIL, 2008; GIL, 2015). 
Link
Se você quiser saber mais sobre a LDB nº 9.394/96, 
acesse o link no qual consta a descrição comple-
ta da Lei. Disponível em: <http://www.planal-
to.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso 
em: 9 jan. 2017.
Link
Para saber mais sobre as “Diretrizes Nacionais 
para a Educação Especial na Educação Básica”, 
acesse o link, nele você encontrará o documen-
to completo. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf>.
Acesso em: 8 jan. 2016.
Em 1999, o Decreto nº 3.298 regulamen-
tou a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a po-
lítica nacional para a integração da pessoa 
portadora de deficiência. Acompanhando 
o processo de mudanças, a Resolução CNE/
CEB (Conselho Nacional de Educação/Câ-
mara de Educação Básica) nº 2/2001, no 
artigo 2º, determinaram que: “Os sistemas 
de ensino devem matricular todos os alu-
nos, cabendo às escolas organizar-se para 
o atendimento aos educandos com defici-
ência, assegurando as condições necessá-
rias para uma educação de qualidade para 
todos” (BRASIL, 2001, p. 1).
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência67/217
Em 2001, o Plano Nacional de Educação, Lei 
nº 10.172/2001, estabeleceu 27 objetivos 
e metas para a educação das pessoas com 
deficiência. Resumidamente essas metas 
tratam:
• Do desenvolvimento de programas 
educacionais em todos os municí-
pios visando à ampliação da oferta de 
atendimento desde a educação infan-
til até a qualificação profissional dos 
alunos.
• Das ações preventivas nas áreas vi-
sual e auditiva até a generalização do 
atendimento dos alunos na educação 
infantil e no ensino fundamental.
• Do atendimento extraordinário em 
classes e escolas especiais ao atendi-
mento preferencial na rede regular de 
ensino.Da educação continuada dos 
professores que estão em exercício à 
formação em instituições de ensino 
superior (BRASIL, 2001).
Em 2003, o MEC cria o Programa “Educa-
ção Inclusiva: direito à diversidade”, visan-
do transformar os sistemas de ensino em 
sistemas educacionais inclusivos, promo-
vendo um amplo processo de formação de 
gestores e educadores nos municípios bra-
sileiros para garantir o acesso de todos à es-
colarização, a organização do atendimento 
educacional especializado e a acessibilida-
de (BRASIL, 2008; GIL, 2015).
Impulsionando a inclusão educacional e so-
cial, os Decretos:
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência68/217
• nº 5.296/04 regulamentou as leis nº 
10.048/00 e nº 10.098/00, estabele-
cendo normas e critérios para a pro-
moção da acessibilidade às pessoas 
com deficiência ou com mobilidade 
reduzida;
• nº 5.626/05 regulamentou a Lei nº 
10.436/2002, visando a inclusão dos 
alunos surdos, a inclusão da Língua 
Brasileira de Sinais (LIBRAS) como dis-
ciplina curricular, a formação e a cer-
tificação do professor, instrutor e tra-
dutor/intérprete de LIBRAS, o ensino 
da Língua Portuguesa como segunda 
língua para alunos surdos e a organi-
zação da educação bilíngue no ensino 
regular (BRASIL, 2008; GIL, 2015).
Em 2005, com a implantação dos Núcleos 
de Atividade das Altas Habilidades/Super-
dotação (NAAH/S) em todos os estados e no 
Distrito Federal, foram formados centros de 
referência para o atendimento educacional 
especializado desses alunos, orientação às 
famílias e a formação continuada dos pro-
fessores (BRASIL, 2008). 
A Convenção sobre os Direitos das Pesso-
as com Deficiência, aprovada pela Organi-
zação das Nações Unidas (ONU) em 2006, 
estabeleceu que cada país signatário deve 
assegurar um sistema de educação inclusi-
va adotando medidas para garantir que as 
pessoas com deficiência não sejam excluí-
das do sistema educacional geral de quali-
dade e gratuito sob alegação de deficiência 
e que possam ter igualdade de condições 
em relação às demais pessoas da comuni-
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência69/217
dade onde vivem (BRASIL, 2008; GIL, 2015).
Em 2007,no contexto do Plano de Acele-
ração do Crescimento (PAC), foi lançado 
o Plano de Desenvolvimento da Educação 
(PDE), reafirmado pela Agenda Social de In-
clusão das Pessoas com Deficiência, tendo 
como eixos a acessibilidade arquitetônica 
dos prédios escolares, a implantação de sa-
las de recursos e a formação docente para 
o atendimento educacional especializado 
(BRASIL, 2008; GIL, 2015). No mesmo ano, o 
Decreto nº 6.094/2007 estabeleceu, dentre 
as diretrizes do compromisso “Todos pela 
Educação”, a garantia do acesso e perma-
nência no ensino regular e o atendimento 
às necessidades educacionais especiais dos 
alunos, fortalecendo a inclusão educacio-
nal nas escolas públicas (BRASIL, 2008; GIL, 
2015).No ano seguinte, 2008, outro im-
portante documento foi criado pelo MEC, 
a Política Nacional de Educação Especial 
na Perspectiva da Educação Inclusiva (GIL, 
2015), cujos objetivos estão descritos na 
introdução deste texto.
Enfim, o simples acesso garantido por Lei 
aos bancos escolares não garante o fim dos 
problemas das pessoas com deficiência, não 
soluciona o problema do desrespeito e da 
discriminação (CARMO, 1994). A realidade 
da Educação Especial brasileira mostra-se 
inadequada, porém, mesmo assim, perce-
be-se uma intensa mobilização em busca 
de sua melhoria e é claro que a Educação 
Física não fica fora desse contexto. Confor-
me a LDB, em seu artigo 26, no parágrafo 
3º: “A Educação Física, integrada a proposta 
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pedagógica da escola, é componente curri-
cular da Educação Básica, ajustando-se às 
faixas etárias e às condições da população 
escolar, sendo facultativa nos cursos notur-
nos” (BRASIL, 1996, s.p.). Ou seja, enquanto 
componente curricular, a Educação Física 
também deve se ajustar para incluir as pes-
soas com deficiência.
1.1 Considerações gerais sobre 
as políticas públicas de Educa-
ção Física para deficientes
Em 1985, a Secretaria de Educação Física 
e Desporto (SEED) do MEC iniciou, junto ao 
extinto CENESP, um projeto que visava so-
lucionar o problema da Educação Física e 
do Esporte para as pessoas com deficiência. 
Uma das citações do documento refere-se 
à Educação Física e aos Desportos como di-
reito de todos e instrumento da Educação 
Integral (CARMO, 1994). Carmo (1994) cita 
a “Carta de Batatais”, produzida em 1986, 
como um documento importante que tra-
çou diretrizes para favorecer a integração 
da Educação Física e Desportos ao contexto 
da Educação Especial, estabelecendo que 
as práticas da Educação Física deveriam dar 
prioridade aos grupos menos favorecidos 
da sociedade. Em 1991, destaca-se a im-
portância do Plano Plurianual (1991-1995), 
o qual previu a criação de um departamento 
de esportes para atender as reivindicações 
das pessoas com deficiência e que estabe-
lecesse ações por meio da capacitação de 
recursos humanos, desenvolvimento tec-
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nológico, fomento esportivo, documenta-
ção e informação (SILVA; SEABRA JÚNIOR; 
ARAÚJO, 2008).
No Brasil, o marco que pode ser considera-
do como o início da formação profissional 
em Educação Física Adaptada é o ano de 
1987, com a publicação do Currículo Mí-
nimo de Educação Física e a Resolução nº 
3/87 do Conselho Federal de Educação Fí-
sica (CONFEF), que trata da reestruturação 
dos cursos de graduação em Educação Físi-
ca. No parágrafo IV do artigo VI, a resolução 
prevê a atuação do professor de Educação 
Física junto à pessoa com deficiência, inclu-
ída em seu item 17 como Educação Física 
Especial (CASTRO, 2005).
Link
No site do CONFEF, cuja missão é “garantir à so-
ciedade que o direito constitucional de ser atendida 
na área de atividades físicas e esportivas seja exer-
cido por profissionais de Educação Física”(CONEF, 
s.d.), você encontrará informações importantes 
sobre o Conselho, legislação, notícias e utilidades 
referente à Educação Física regional e nacional. 
Disponível em: <http://www.confef.org.br/>. 
Acesso em: 9 jan. 2017.
A referida disciplina teve responsabilidade 
na formação e habilitação dos profissionais, 
tornando-os conhecedores das atividades 
que devem ser adaptadas às capacidades 
de cada educando e os conteúdos de acordo 
com o tipo de deficiência. Também propor-
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência72/217
cionando oportunidades iguais, o equilíbrio 
e a adaptação que a deficiência necessita 
e melhorando a função motora, intelectu-
al, afetiva, a inclusão social, a autoconfian-
ça, a participação e o interesse pelas aulas, 
pelas atividades de vida diária, entre outras 
(GORGATTI; COSTA, 2008). Essa Resolução 
significou um avanço na possibilidade de 
mudanças na forma como vinha sendo tra-
tada a Educação Física para deficientes. 
No ano de 1997, os Parâmetros Curricu-
lares Nacionais (PCNs), considerando seu 
caráter de documento oficial na educação 
brasileira, trouxeram contribuições para a 
Educação Física Escolar ao suscitarem a re-
flexão e a discussão das práticas pedagógi-
cas. Tais parâmetros estão alicerçados sob 
três aspectos: inclusão, diversidade e cate-
gorias de conteúdos (BRASIL, 1997b).
Para saber mais
Os PCNs constituem um referencial de qualida-
de para a educação em todo o País. Sua função 
é orientar e garantir a coerência dos investimen-
tos no sistema educacional, socializando discus-
sões, pesquisas e recomendações, subsidiando a 
participação de técnicos e professores brasileiros, 
principalmente daqueles que se encontram mais 
isolados, com menor contato com a produção pe-
dagógica atual (BRASIL, 1997a).
No que tange à inserção de alunos com de-
ficiência, os PCNs citam que: 
a. As aulas de Educação Física devem 
promover oportunidades para que 
Unidade 3 • Políticas públicas de educação e educação física para alunos com deficiência73/217
todos os educandos possam desen-
volver suas potencialidades, de forma 
democrática e não seletiva, visando 
sua evolução como seres humanos. 
Nesse sentido, alunos com deficiência 
física não podem ser privados dessas 
aulas;
b. A maioria das pessoas com deficiên-
cia física foram e, ainda, são excluídas 
das aulas de Educação Física, tanto 
por desconhecimento, como por re-
ceio ou por puro preconceito. Toda-
via, percebe-se que tais aulas podem 
gerar inúmeros benefícios para esse 
público, particularmente, e no que diz 
respeito ao desenvolvimento das ca-
pacidades afetivas, de integração e 
inserção social;
c. Grande parte dos indivíduos com de-
ficiência apresentam algum traço fi-
sionômico, alteração morfológica ou 
dificuldade em relação à coordena-
ção que as difere dos demais, fazen-
do com que ganhem a atenção das 
outras crianças. A atitude dos alunos, 
seja positiva ou negativa, diante des-
sas diferenças se construirá na convi-
vência cotidiana e dependerá da pos-
tura adotada pelos professores na es-
cola (BRASIL, 1997b).
Em 2000, foi organizado o Manifesto Mun-
dial da Educação Física que, dentre outras 
coisas, reafirmou o compromisso da Edu-
cação Física junto às pessoas com defici-
ência (FIEP, 2000). A Educação Física apre-
senta-se como uma possibilidade concreta 
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no processo de inclusão e tem buscado sua 
efetivação de fato(SEABRA JÚNIOR, 2006).
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Glossário
Altas habilidades e Superdotação: Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram 
potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectu-
al, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam elevada criatividade, 
grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse (BRA-
SIL, 2008).
Educação Física Adaptada: Também pode ser conceituada como a Educação “que

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