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UN ID AD E 1 Curso de Graduação Online | UNISUAM PEDAGOGIA Educação Inclusiva UN ID AD E 1 http://www.unisuam.edu.br Apresentação da Disciplina Bem-vindo à disciplina Educação Inclusiva, que tem como finalidade caracterizar historicamente o movimento pela inclusão social de Pessoas com Deficiência, analisar a legislação que rege os rumos da Educação Inclusiva, além de reconhecer as especificidades do aluno Deficiente. Fonte: Wiki Mouse Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 2 "Seja bem-vindo à diSciplina edUcaÇÃo inclUSiva" É uma disciplina teórica, voltada à discussão e integração das ideias e conceitos. Um dos importantes gols desta disciplina é compreender como conhecimentos da Educação podem ser utilizados para fundamentar a Educação Inclusiva, com foco nas potencialidades e na expressão dos direitos das pessoas com Deficiências na escola; auxiliando assim a formação de uma escola inclusiva, que pertença realmente à TODOS. Para facilitar o seu aprendizado, a disciplina está estruturada em quatro unidades: Unidade 1 - Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Unidade 2 - Deficiência: conceituação, causalidade, classificação e principais sequelas Unidade 3 - Transtornos Globais do Desenvolvimento, Superdotação e Doenças Crônicas: conceituação, causalidade, classificação e principais sequelas Unidade 4 - Educação, Inclusão e a Escola para a Diversidade Ao longo de cada unidade sugerimos outras leituras a partir de links para textos e vídeos. Desejamos a você um ótimo estudo! 3 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Qual o objetivo da educação inclusiva? Você já se perguntou em que condições são realizadas as atividades escolares que integram à este tipo de escola? Esta unidade será a base para a construção da resposta à estes questionamentos. Compreendendo o histórico, analisando a legislação específica e caracterizando os movimentos pela inclusão social de Pessoas com Deficiência, você será apto de analisar as propostas Inclusivas para alunos com Necessidades Educacionais Especiais, em turmas regulares ou em classes especiais. Não se esqueça! O olhar do professor para o aluno especial deve buscar a essência em seu interior, indo além das aparências, das limitações. Precisa ser profundo, presente, atento, convincente mas respeitoso, confiante, vivido na cumplicidade, no toque, na troca... Fo nt e : F re e p ik Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 4 1 T1 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Ao final desta unidade você será capaz de: • Descrever e caracterizar historicamente o movimento pela inclusão social de Pessoas Com Deficiências (PCD) e condutas especiais; • Analisar criticamente a legislação vigente e os principais indicadores da inclusão dos educandos com Deficiência, com Transtornos Globais do Desenvolvimento e com Altas Habilidades no contexto histórico e social brasileiro; • Reconhecer as especificidades destas pessoas; • Identificar as principais características de um projeto político pedagógico da Escola Inclusiva (EI). E para facilitar o seu aprendizado, esta unidade está estruturada em cinco tópicos: T1. O Olhar Histórico sobre a Pessoa com Deficiência (Antiguidade – Século XVII) T2. O Olhar Histórico sobre a Pessoa com Deficiência (Século XVIII - Século XXI) T3. Legislação Vigente e Novos Paradigmas da Educação Inclusiva T4. Caracterizando as Pessoas com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Superdotação T5. O Projeto Político Pedagógico e a Escola Inclusiva Vamos iniciar? Olhar Histórico sobre a Pessoa com Deficiência (Antiguidade – Século XVII) Com um tema tão polêmico, precisamos caracterizar a população que será alvo de nossa inquietação: uma parcela da sociedade que por muitos séculos ficou marginalizada, vivendo cercada de pré-conceitos, estigmatizada, recebendo denominações diversas e sem um perfil definido culturalmente. Há registros de uma época em que deficientes físicos foram perseguidos e doentes mentais torturados. Bebês com deficiências congênitas eram sacrificados logo após o nascimento e pessoas com deficiência eram confinadas em asilos e excluídas da família. Fo nt e : A zQ u o te s “Não há espaço para a exclusão em uma família...someNte amor” (Wes fesler – jogador e treinador de futebol americano, basquete e baseball) 5 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Ao olhar historicamente a deficiência, segundo relato dos autores Silva (1986), Carmo (1991), Ferreira (2002), Cunha (2004), Garcia (2011), Rodrigues (2006), Aranha (1995) e Sassaki (2005), percebe-se um número reduzido de informações de anomalias desde o início da humanidade. No entanto, estudos arqueológicos apontam que há trinta mil anos, nas cavernas de nossos ancestrais, pelos entalhes e pinturas rupestres1, foram encontrados contornos de mãos, dedos faltosos, esqueletos pré-históricos com ossos fraturados e solidificados - os primeiros indícios de pessoas com deficiência física. A sobrevivência do homem pré-histórico dependia exclusivamente da caça de animais ferozes para alimentação e vestuário. Habilidade, força e dominação do corpo provavelmente eram fundamentais para a realização desta tarefa. A História do Homem Há aproximadamente oito mil anos, o homem começava a explorar a terra, a fabricar algumas ferramentas, domesticar animais e consolidar o grupo familiar. Devido ao caráter nômade das tribos, estas assumiam uma atitude de aceitação, tolerância e apoio ou de destruição, menosprezo e até eliminação para com os deficientes, os idosos e os doentes. 1 Arte rupestre é o termo que denomina as representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre (WIKIPÉDIA). Fo n te : A lm an aq u e L ite rá rio Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 6 A mulher, ao dar à luz sozinha, à beira de um rio, percebendo qualquer defeito no recém-nato, eliminava-o ali mesmo, por acreditar que uma pessoa fraca ou incapaz de realizar todas as ações comuns aos diversos membros colocaria em risco não apenas a si, mas também toda a comunidade. Séculos depois, quando o trabalho aparece então sob a forma de produção e a valorização individual começa a despontar, os deficientes, tidos como improdutivos, passam a ser considerados como um estorvo social. Algumas tribos nômades costumavam abandonar todos que apresentavam dificuldades de locomoção. Os hebreus, por exemplo, acreditavam que toda doença crônica, deficiência ou qualquer deformação corporal simbolizava impureza ou pecado. Em algumas sociedades era comum a prática de amputação de órgãos como uma forma de punição e estigmatização. As pessoas com esses sinais declaravam suas condições de escravos, criminosos, traidores. Observe o Código de Hamurabi (1780 a.C) - por exemplo. Ele é a coleção mais antiga das leis de que se tem conhecimento e indica que o castigo utilizado para os erros mais graves deveria ser a amputação dos membros. Fo nt e : S h u tt e rs to ck pedra com o código - museu do louvre, em paris 7 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Vamos aprender como algumas das sociedades mais antigas viviam a questão da deficiência? No antigo Egito2, os filhos especiais não poderiam mais ser executados, uma vez que os médicos diziam que doenças graves, deficiências físicas ou mesmo problemas mentais eram provocados por maus espíritos, demônios ou pecados de vidas anteriores. Estes deveriam ser pagos e somente pela intervenção dos deuses é que poderiam ser debelados. Com os espartanos e romanos, a preocupação era com a capacidade física de seus soldados, grandes responsáveis pela proteção do Estado. Perpetuavam a imagem dos corpos perfeitose fortes para o combatem e todas as amputações decorrentes das guerras, eram consideradas prova de heroísmo. No entanto, as crianças que nasciam imperfeitas continuavam a ser sacrificadas ou abandonadas às suas próprias sortes. Na Grécia3 antiga, os oráculos e adivinhos desempenhavam um papel de relevância social. A crença era tão significativa, que muitos reis e comandantes procuravam mantê-los por perto para apreender todo o seu saber. Muitos desses adivinhos, mantidos pelo Governo, eram pessoas com diversas deformações. Na Idade Média, com o Cristianismo, deficientes eram protegidos por padres em casas, vales ou porões. A fé exacerbada contribuiu para um torpor científico, uma vez que as pessoas não aprofundavam os estudos sobre as diferentes doenças e suas possíveis causas. Acreditava-se em possessões, relações demoníacas e sessões de exorcismo; e que um corpo deformado estaria abrigando uma mente igualmente deformada. 2 O Egito Antigo foi por muito tempo conhecido como a Terra dos Cegos porque seu povo era constantemente acometido de infecções nos olhos, que resultavam em cegueira. Os papiros contêm fórmulas para tratar de diversas doenças, dentre elas a dos olhos (AMPID, s.a.). 3 Dentre os poetas gregos o mais famoso é Homero que, pelos relatos, era cego e teria vivido em época anterior a VII a.C.. Escreveu os belos poemas de Ilíada e Odisséia. (AMPID, s.a.) papiro com receita médica para a cura dos olhos – museu BritâNico Fo nt e : A m p id Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 8 As batalhas eram uma constante, alguns homens se tornaram heróis e outros, deficientes. As lâminas pontiagudas eram cortantes e mesmo protegidos por placas de metal nas pernas, os homens tinham o restante do corpo exposto à amputações traumáticas e ferimentos graves. Como era a sociedade religiosa com a questão da deficiência? Como o Cristianismo pregava a fraternidade entre os homens, independente de classe social ou nação, por conta deste princípio o homem passa a ser considerado um indivíduo criado por Deus, sendo ele deficiente, pobre, escravo, nobre ou rei. Este ideal que se estende até hoje, provocou mudanças comportamentais significativas na vida social da época. Nos séculos XVI e XVII, a Ciência avança bastante. Mas mesmo sem as “explicações sobrenaturais”, os deficientes físicos continuavam sendo perseguidos e os doentes mentais torturados. Apesar deste quadro, em algumas culturas podemos observar o carinho e o respeito pelos indivíduos especiais. Os hindus acreditavam que os cegos eram pessoas de uma sensibilidade muito aguçada e estimulavam o seu ingresso nas funções religiosas. Influenciados pelo filósofo Aristóteles, os atenienses, protegeram os seus doentes e deficientes, criando um sistema de Previdência Social, onde todos contribuíam para a manutenção dos heróis de guerra e seus familiares. Os romanos do Império, influenciados pelos atenienses, também discutiam se o comportamento mais adequado seria a assistência ou a readaptação dos mesmos ao trabalho. Olhar Histórico Sobre a Pessoa com Deficiência (Século XVIII - Século XXI) Neste tópico nós vamos falar sobre a História da Educação Inclusiva no Brasil e as diversas propostas educativas especiais. A educação inclusiva no Brasil é um movimento cada vez mais autônomo e independente, que luta arduamente para que esta parte específica da população frequente as turmas regulares ou as classes especiais, e seja respeitada em seu direito de ir e vir. cristiaNismo, fraterNidade e compreeNsão: ideais que camiNham juNtos até hoje Fo n te : A M P ID T2 9 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão O Brasil do século XVIII é marcado por uma nova forma de pensar. Surge o interesse de educar e reabilitar deficientes, criando-se as primeiras instituições para cegos e surdos e os primeiros estudos sobre deficientes intelectuais. Estudos sobre os períodos colonial e imperial, apontam a raridade de aleijados, cegos, surdos- mudos e coxos entre os indígenas no início da colonização. Os poucos casos encontrados eram consequência de guerras ou acidentes. Os recém-natos com deficiências congênitas, eram sacrificados pelos próprios pais após o nascimento. Nos brancos, as anomalias mais comuns eram a cegueira noturna, o raquitismo, o beribéri e eram associadas à carências alimentares. Nos escravos negros, as deficiências provinham dos castigos físicos, dos maus tratos, ou ainda, dos acidentes de trabalho nos engenhos e lavouras de cana. O Movimento Histórico sobre a Pessoa com Deficiência Os movimentos de educação inclusiva e da educação especial são antigos e mudaram através das décadas. A escola no passado não era pensada como possível para TODOS. Alunos que não atendiam a determinados critérios, eram excluídos da escola comum e direcionados para a educação especial. O aluno era recebido de maneira diferenciada, de acordo com o tipo de deficiência e ainda não se utilizava a expressão Escola para Todos. No século XIX, algumas Pessoas Com Deficiências - PCD ou diferentes inadaptações passaram a ser tratadas como doentes mentais em algumas instituições. Excluídos da família e da sociedade, viveram em asilos de onde, na maioria das vezes, não retornavam. Felizmente, na mesma época, surgiram as escolas especiais e centros de reabilitação. Em 1854, D.Pedro II funda, no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje conhecido como Instituto Benjamin Constant - IBC - e, em 1857, o Instituto dos Surdos-Mudos. Fo n te : M e st re a C as a “o que Nos faz iguais, é que somos difereNtes” Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 10 A partir daí surgem novas Instituições, porém quase todas ligadas a ordens religiosas, com caráter filantrópico-assistencial, fato que contribuiu para que a deficiência permanecesse no âmbito de caridade pública e não no dos direitos dos cidadãos. o movimento histórico pelas reformas sociais O século XX é marcado por reformas sociais. A sociedade começa a repensar os grupos que vivem marginalizados, ampliando o interesse dos governantes pela saúde mental, educação, psicologia, prevenção, medicina, desenvolvimento, individualização e educação especial. Estudos desenvolvidos por Itard (1774- 1838) e Montessori (1870-1952) avançam nas pesquisas sobre desenvolvimento, individualização e educação especial. Após as I e II Guerras Mundiais, as nações mais desenvolvidas estabelecem novas políticas sociais e leis, visando atender prioritariamente à pessoas mutiladas. São criados centros de reabilitação hospitalar e programas de educação corretiva, reconhecendo o papel da atividade física e terapêutica na reabilitação das pessoas com deficiência. São introduzidos os esportes em cadeira de rodas. Em 1918, os Estados Unidos aprovam o Vocational Reahbilitation Act, uma legislação que permitiu aos militares a participação em programas de reabilitação profissional. Essa Lei foi ampliada e, em 1920, o Fess-Kenyon Civilian Vocational Reahbilitation Act autoriza a participação dos deficientes físicos e civis nos programas. Em 1929, devido ao crack da Bolsa de Nova York e ao desemprego advindo da crise, estes programas são desativados. Como reflexo do pós-guerra, o Brasil desenvolve cuidados específicos com as pessoas com múltiplas deficiências A partir de 1931 surgem as primeiras Instituições, como: o Pavilhão Fernandinho Simonsen, na Santa Casa de Misericórdia, em São Paulo, a Sociedade Pestalozzi, em Belo Horizonte (1932), o Lar Escola São Francisco, em São Paulo (1943), a Escola Nossa Senhora de Lourdes, em Santos (1949) e a APAE, no Rio de Janeiro (1954). Novas propostas para uma Nova sociedade Fo nt e : M e st re a C as a 11 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão A médica Helena Antipoff, fundadora da Pestalozzi, em 1937, ao trabalhar com deficientes intelectuais e paralisados cerebrais, emprega pela primeiravez a palavra “Excepcional” para se dirigir aos seus pacientes, abolindo, gradativamente, os termos “Anormal”, “Idiota”, “Imbecil”. Escola Inclusiva Em 1942, o Instituto Benjamin Constant - IBC edita a primeira Revista Brasileira para Cegos. Em 1970, o Ministério de Educação e Cultura - MEC delineia uma política de educação de todo àquele que requer cuidado especial, seja em casa, na escola ou na sociedade como um todo. Em 1986, o termo “Excepcional”, é substituído por Pessoa Com Deficiência ou com Necessidade Especial. Na Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien, Tailândia, em 1990, são lançadas as bases da Educação Inclusiva. O termo Pessoa Deficiente e a sigla PCD - Pessoa Com Deficiência - passa a ser usado, uma vez o termo portar traz um sentido pejorativo de “levar, conduzir, carregar consigo, agir, comportar-se, proceder”. Após a década de 1980, o termo “deficiência mental” passou a ser utilizado (SASSAKI, 2005). Mas, atualmente, este vem sendo substituído por “deficiência intelectual”, termo utilizado em 1995, em documentos oficiais da ONU e também pela OMS e a Organização Pan-Americana da Saúde em Montreal, Canadá. Uma das justificativas para essa mudança, afirma o teórico, é por referir-se ao funcionamento do intelecto especificamente e não ao funcionamento da mente como um todo. Fo nt e : I B C L ín g u a P o rt u g u e sa rBc e revista poNtiNhos: um marco Na história do iNstituto BeNjamiN coNstaNt Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 12 projeto político pedagógico para uma escola inclusiva Para pensarmos no Projeto Político Pedagógico para uma Escola Inclusiva, precisamos inicialmente analisar o verbo transitivo direto “Incluir”. Verbo INCLUIR: do latim includere: inserir, estar inserido entre outras coisas ou pessoas, abranger; conter em si, envolver, implicar; compreender, introduzir, fazer parte, intercalar, figurar entre outros, pertencer junto com outros. A partir deste conceito poderemos pensar em uma sociedade realmente inclusiva, onde TODOS convivem, contribuem e constroem, fortalecendo a aceitação do igual ou semelhante aos demais aos quais se agregou. Legislação Brasileira à Educação Inclusiva É importante que se identifique as principais características e os principais indicadores da inclusão dos educandos com Deficiência, com Transtornos Globais do Desenvolvimento e com Altas Habilidades ou Superdotação, pois para trabalhar com alunos especiais, precisa conhecer a Legislação vigente. Agora, você verá como a Legislação Brasileira trata a questão da Educação Inclusiva de acordo com as leis abaixo: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (BRASIL, 1996) - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 Art. 58. Entende-se por educação especial, (...) a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação (Lei nº 12.796, de 2013) § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 13 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação: (Lei nº 12.796, de 2013) I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. Art. 59-A. O poder público deverá instituir cadastro nacional de alunos com altas habilidades ou superdotação matriculados na educação básica e na educação superior, a fim de fomentar a execução de políticas públicas destinadas ao desenvolvimento pleno das potencialidades desse alunado. (Lei nº 13.234, de 2015) Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público. Parágrafo único. O poder público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo. (Lei nº 12.796, de 2013) Art. 3, Lei nº 9.394, de 1996 - Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. DEFICIÊNCIA É toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano. DEFICIÊNCIA PERMANENTE É aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos. INCAPACIDADE É uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a Pessoa [Com] Deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida. Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 14 Decreto nº 5.296, de 2004 DEFICIÊNCIA AUDITIVA Perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz DEFICIÊNCIA VISUAL Cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; - a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; - os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; - ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores. DEFICIÊNCIA FÍSICA Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. DEFICIÊNCIA [INTELECTUAL] Funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas,tais como: a) comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização dos recursos da comunidade (Decreto nº 5.296, de 2004) e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer; e h) trabalho. DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA Associação de duas ou mais deficiências. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) Transtornos Globais do Desenvolvimento (Lei nº 12.796, de 2013) Referem-se a “prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação, ou presença de comportamento, interesses e atividades estereotipados. Os prejuízos qualitativos que definem essas condições representam um desvio acentuado em relação ao nível de desenvolvimento ou idade mental do indivíduo”. A SUPERDOTAÇÃO é um conceito que serve para expressar alto nível de inteligência e indica desenvolvimento acelerado das funções cerebrais, o talento indica destrezas mais específicas (SIMONETTI, 2007, p. 1). 15 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Dentro do novo paradigma a Educação Inclusiva, atende a leis específicas, tanto para facilitar o desenvolvimento, como para melhorar a Qualidade de Vida dos mesmos. Não se esqueça! O olhar do professor para o aluno especial deve buscar a essência em seu interior, indo além das aparências, das limitações. Precisa ser profundo, presente, atento, convincente, mas respeitoso, confiante, vivido na cumplicidade, no toque, na troca. Legislação Vigente e Novos Paradigmas da Educação Inclusiva Neste tópico 3, analisaremos criticamente a legislação vigente, objetivando identificar as principais características e os principais indicadores da inclusão dos educandos com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação. A escola deve ser um espaço onde TODOS tenham os mesmos direitos. Um local onde buscamos uma sociedade que eduque para a DIVERSIDADE. Leis e Estatutos Vejamos, a seguir, as Leis e Estatutos abaixo para aprofundar o seu conhecimento: lei de diretrizes e Bases – ldB (Brasil, 1996) Alterada pela Lei nº 12.796 (BRASIL, 2013), “pessoas com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação” podem, e devem, participar de todas as aulas e atividades oferecidas. Clique no link abaixo e leia o artigo “Como Chamar as Pessoas que têm Deficiência?”, de Romeu Kazumi Sassaki (2003). Boa leitura! http://www.planetaeducacao.com.br/ portal/artigo.asp?artigo=1855 saiba mais? T3 pessoas com deficiêNcia podem, e devem, participar de todas as aulas e atividades oferecidas. Fonte: Mundo da Inclusão Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 16 Porém, é possível observar que essas pessoas têm dificuldades para exercer as Atividades de Vida Diária – AVD’s, fato muitas vezes agravado devido ao meio socioeconômico, cultural, político em que esta pessoa vive. Pode ainda, sofrer discriminação, exclusão, restrição de seus direitos garantidos pelo Estado e pelo Poder Público. constituição federal de 1988 A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família. Assegura como direito público o acesso ao ensino obrigatório e gratuito e atendimento educacional especializado aos deficientes na rede regular de ensino. De acordo com o Artigo 227 – cabe ao Estado promover programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente, inclusive com a participação de entidades governamentais. Incluem-se aí programas de prevenção e atendimento especializado para os deficientes físicos, intelectuais ou sensoriais, bem como de integração social do adolescente deficiente, mediante o treinamento para o trabalho e a facilitação de acesso aos bens e serviços coletivos com a eliminação de obstáculos arquitetônicos. lei n. 7853 Datada de 24 de outubro de 1989, dá apoio às pessoas com deficiência, sobre a Coordenadoria para a Integração da Pessoa “Portadora” de Deficiência – CORDE. Esta mesma lei defende, em seu Art. 2º: a inclusão, no sistema educacional, da Educação Especial como modalidade educativa que abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilitação profissionais, com currículos, etapas e exigências de diplomação próprios” estatuto da criança e do adolescente – eca - capítulo iv, artigo 53 De 13 de julho de 1990, destaca que crianças e adolescentes têm igualdade de condições para acesso e permanência na escola, objetivando um desenvolvimento integral, preparando-os para cidadania e qualificação profissional. Fonte: Nova Escola o eca destaca que criaNças e adolesceNtes têm igualdade de coNdições para acesso e permaNêNcia Na escola com ateNdimeNto especializado. 17 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Em caso de deficiências/incapacidades, o atendimento educacional deverá ser especializado e, preferencialmente, acontecer na rede regular de ensino. constituição do estado do rio de janeiro, artigo 305 De 5 de outubro de 1989, assegura e fixa direitos aos deficientes e indivíduos com altas habilidades. Destaca que o dever do Estado e dos municípios é a garantia de um atendimento educacional especializado aos deficientes, bem como ensino profissionalizante na rede regular de ensino, quando necessário, por professores de educação especial. Plenária Especial sobre Deficiência da Assembleia Geral da organização das Nações unidas – oNu Realizada em 14 de outubro de 1992, determina que o dia 03 de dezembro seja considerado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiências. Veja o vídeo do programa especial, produzido pela TV Brasil, em comemoração (e conscientização) ao Dia Internacional das Pessoas com Deficiência de 2015. https://www.youtube.com/watch?v=C7yj-83M8Hk decreto n. 35161 A Prefeitura do Município de São Paulo institui, em 30 de maio de 1995, a Semana da Pessoa Deficiente, que deverá ser anualmente comemorada de 03 a 10 de dezembro. declaração de salamanca Resultou de uma Conferência Mundial na Espanha, entre 7 e 10 de junho de 1994, Patrocinada pela UNESCO e pelo governo espanhol, sobre necessidades educativas especiais. Reuniu delegados de noventa e dois governos e vinte e cinco ONG’s. Para saber mais, clique no link abaixo para conhecer, na íntegra, a Lei n. 7853, de 24 de outubro de 1989, que dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência. http ://www.andi .org .br/infancia-e- juventude/legislacao/lei-no-7853-pessoas- portadoras-de-deficiencia saiba mais? Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 18 O Brasil não esteve presente, por questões burocráticas internas do MEC. Nesse encontro, foram reafirmados os direitos de cada indivíduo à educação, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e as demandas resultantes da Conferência Mundial de Educação para Todos (1990). Conferência de Jomtien, 1990 Nesta conferência foi produzida a “Declaração mundial sobre educação para todos”, onde o Artigo 1 coloca que: cada pessoa – criança, jovem ou adulto – deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. Essas necessidades compreendem tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem (como a leitura e a escrita, a expressão oral, o cálculo, a solução de problemas), quanto os conteúdos básicos da aprendizagem (como conhecimentos, habilidades, valores e atitudes), necessários para que os seres humanos possam sobreviver, desenvolver plenamente suas potencialidades, viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente do desenvolvimento, melhorar a qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e continuar aprendendo“. lei n. 10098 De 23 de março de 1994, determina as Normas Gerais e os Critérios Fundamentais Para a Acessibilidade de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, facilitando a promoçãodesse acesso, suprimindo as muitas barreiras, os obstáculos que enfrentam diariamente, visando exercer seus direitos de Ir e Vir, se comunicarem, estarem incluídos. decreto n. 3956 - 08 de outubro de 2001/ decreto legislativo n. 198 - 13 de junho de 2001 Define a DISCRIMINAÇÃO como toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício, por parte das Pessoas Com Deficiência - PCD, de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais. O processo de inclusão social da pessoa com deficiência/incapacidade é cultural, compreendendo a ação de todos contra preconceitos e discriminações. Mas por ser também político, requer a plena participação dessas, respeitadas suas peculiaridades. 19 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Inclusão Social A proposta explícita da inclusão, principalmente na escola, é de superação das situações de exclusão, reconhecendo seus direitos de participar do processo educacional desenvolvido nas escolas comuns regulares. Onde todos, sem distinções, possam construir seu processo de conhecimento, aprendizado, reconhecimento e construção de sua própria cultura. A discussão sobre a inclusão dos deficientes já não mais constitui uma novidade. Tem sua origem na luta pelos direitos humanos, desde 1948, quando houve a aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). É chegada à hora de uma metamorfose, de novos paradigmas, onde conflitos e resistências devem ser superados para que se perceba a dimensão de saberes que a diversidade tem a oferecer. Atendendo a LDB (BRASIL, 1996), a Secretaria de Educação Fundamental e a Secretaria de Educação Especial, organizaram os Parâmetros Curriculares Nacionais: estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 20 Neste documento encontraremos relatos de experiências pedagógicas, quanto à definição dos objetivos, conteúdos, processos avaliativos, abordagens didático-pedagógicas que facilitem e assegurem uma aprendizagem de qualidade para o aluno. E agora é hora de vermos um documentário: “A História do Movimento Político das Pessoas com Deficiência no Brasil”, produzido pela Secretaria de Direitos Humanos do Brasil e a OEI (Organização dos Estados Iberoamericanos). Neste documentário você poderá acompanhar a luta para a inclusão. https://www.youtube.com/watch?v=oxscYK9Xr4M&feature=youtu.be Caracterizando as Pessoas com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Superdotação Na Escola Inclusiva muitos conceitos surgiram e viraram moda. Entre esses estão integração e inclusão. Observe o Mapa Conceitual abaixo e perceba que são terminologias e movimentos históricos diferenciados. Enquanto a inclusão vem apoiada pela ldb (brasil, 1996) a integração era interpretada como proposta inclusiva. FO N T E : B lo g “M e u a m ig o d ife re nt e é e sp e ci al ” T4 21 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Mas para ter uma escola inclusiva precisamos entender a população que fará parte dela. Você se recorda do TÓPICO 1, quando classificamos e conceituamos a população da Educação Especial? Descrever as orientações mais importantes à comunicação e atitudes eficientes com esses alunos, tornará a elaboração do Projeto Político Pedagógico - PPP mais fácil, além de ajudar na identificação das perspectivas da Educação Inclusiva na escola. O Ministério de Educação e Cultura realiza anualmente o Censo Escolar, que é um levantamento detalhado sobre as escolas públicas e privadas brasileiras (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), as matrículas, as funções dos docentes, a movimentação e o rendimento escolar das estruturas da Educação Básica. Deficiência Veja no quadro abaixo as classificações das Deficiências e algumas das suas subdivisões, elaborado a partir das vivências de Cunha com a Educação Especial: DEFICIÊNCIA AUDITIVA Surdez (total / parcial); Surdocegueira DEFICIÊNCIA VISUAL Visão Subnormal ou Baixa visão; Cegueira DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Síndrome de Down; Síndromes Diversas; Oligofrenia; Demência DEFICIÊNCIA FÍSICA Amputação; Paralisia Cerebral; Espinha Bífida; Ausência de membro; Distrofias Musculares; Esclerose Múltipla; Esclerose Lateral Amiotrófica; Patologias e Distúrbios Posturais da Coluna; Lesões Nervosas Periféricas; Distúrbios da Coluna Vertebral e das Articulações dos Membros; Politraumatismos; LER; Artropatias; Malformações Congênitas; Reumatismos Inflamatórios da Coluna e das Articulações MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA Presença de 2 ou mais das Deficiências Primárias DEFICIÊNCIA Transtorno do Espectro Autista Fonte: Cunha (2017) Você pode obter uma visão geral dos principais resultados do Censo Escolar de 2010 no Portal do INEP. Clique no link abaixo e confira: http://download.inep.gov.br/download/ censo/2010/apresentacao_divulgacao_ censo_2010.pdf saiba mais? Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 22 No infográfico abaixo, Pratt (2017) compara os dados coletados do Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, no ano 2000 com o de 2010. No entanto, devemos observar que o termo Deficiência Motora não é sinônimo de Deficiência Física e sim, uma de suas limitações. Infográfico: Pratt (2017) Clique no link abaixo para ter acesso ao Censo de 2010 – IBGE. www.ibge.gov.br/home/estatist ica/ populacao/censo2010/ saiba mais? 23 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Veja no Infográfico do Blog Asadaptada (2017) como a Escola Inclusiva conceitua os Termos Deficiência, Incapacidade e Desvantagem. Mas fique atento, pois quem o elaborou fez uso de uma terminologia (Deficiência “Mental”) já substituída legalmente por Deficiência Intelectual e um dos temas abordado em aulas anteriores. Fonte: www.asadaptada.com.br Transtornos Globais Estudaremos agora os Transtornos Globais e algumas das suas subdivisões, segundo Cunha. DISTÚRBIOS EMOCIONAIS Psicose; Neurose; Autismo; Desordens Alimentares; Problemas de Socialização; Depressão; Esquizofrenia; Transtorno de Ansiedade DESORDENS NEUROMUSCULARES DO SISTEMA NERVOSO Desordens Neuromusculares – DNM; Desordens Convulsivas; Epilepsia DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM Desordem de Desenvolvimento da Coordenação – DDC; Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH; Disfunção Cerebral Mínima Fonte: Cunha (2017) Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 24 O Transtorno Mental se manifesta após os dezoito anos, sendo necessário tratamento específico, com psicólogo, terapeuta e, em grande parte delas, com um psiquiatra. Porém, a doença mental pode ser controlada com o uso de medicações específicas e a escola tem recebido um grande número de crianças que precisam de apoio Psicopedagógico. A Lei nº 12.764 (BRASIL, 2012), institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. No entanto, o DSM V (2014), segundo estudos de Araújo e Lotufo Netto (2014), ainda o caracteriza como Transtorno Global do Desenvolvimento. Desta forma, estudaremos as duas categorias, apoiado nestes dois indicadores. Lei nº 12.764: § 1o Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela “portadora” de síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II: I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento; II - padrões restritivos e repetitivosde comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos. § 2o A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais. DSM V: Transtornos do Neurodesenvolvimento Os critérios para Deficiência Intelectual enfatizaram que, além da avaliação cognitiva é fundamental avaliar a capacidade funcional adaptativa. Os Transtornos de Comunicação agrupam antigos diagnósticos com discretas alterações quanto à divisão e nomenclatura. 25 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.764-2012?OpenDocument Superdotação Alunos com Altas Habilidades ou Superdotação são aqueles que agregam ao seu desenvolvimento a facilidade de aprendizagem e domínio dos conceitos, procedimentos e atitudes. Cunha (2017) destaca que, dependendo das peculiaridades dessas pessoas, elas podem ser classificadas como do tipo Intelectual; Acadêmico; Criativo; Social; Talento Especial ou Psicomotor. A figura a seguir visa orientar os pais na identificação precoce de uma criança superdotada. Será que você tem uma criança com Altas Habilidades? Agora que você já aprendeu a caracterizar os alunos com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento e Altas Habilidades ou Superdotação acreditamos ser mais fácil elaborar o Projeto Político Pedagógico e organizar a equipe de apoio responsável pela educação inclusiva. O Projeto Político Pedagógico e a Escola Inclusiva Agora que você já é capaz de identificar o perfil do aluno que poderá receber na Educação Especial e Educação Inclusiva, é necessário que você conheça as principais características de um Projeto Político Pedagógico - PPP. O PPP é um instrumento de ação e transformação na escola e vai além de planejamento de ensino e atividades diversificadas. O PPP envolve, ainda, a preparação e a capacitação de toda Equipe Multidisciplinar. Fo nt e : P e d ag o g ia a o P é d a Le tr a T5 Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 26 Não se esqueça! Você deve voltar sua atenção para as diferentes prioridades desses alunos, fundamentando toda a metodologia nas Políticas Educacionais e Públicas vigentes no país. Para Glat et al. (2006), apesar de ser necessária a participação de uma Equipe Multidisciplinar, principalmente na Escola Inclusiva, na maioria das vezes o que se observa é uma prestação de serviços onde cada um dos profissionais acaba atuando na escola, atendendo apenas a sua área específica e, nem sempre, buscando uma troca de informações. O Projeto Pedagógico da escola deve orientar a operacionalização de currículos abertos e propostas diversificadas. PPP na Visão Construtivista Na visão construtivista do conhecimento, o aluno com suas possibilidades e potencialidades, é o centro desta ação. Cabe ao professor, motivá-lo e envolvê- lo nas atividades escolares. Conteúdos e atividades curriculares partem de um princípio de aprendizagem dos interesses, significados e sentidos atribuídos pelos alunos especiais. Para o êxito deste Projeto, cooperação e troca com os responsáveis, terapeutas ou serviços especializados faz-se necessária. A escola deve adaptar-se para receber alunos com diferentes possibilidades e históricos, pois estes também estarão observando e registrando o comportamento, as dificuldades, as limitações para, juntos, determinar estratégias metodológicas para superar eventuais dificuldades. Fo nt e : A R ev is ta d a M u lh e r o ppp deve eNgloBar as difereNtes prioridades de ateNdimeNto ao eNsiNo 27 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas; IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente; V - prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola; VII - informar pai e mãe, conviventes ou não com seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis legais, sobre a frequência e rendimento dos alunos, bem como sobre a execução da proposta pedagógica da escola (Lei nº 12.013, de 2009); VIII – notificar ao Conselho Tutelar do Município, ao juiz competente da Comarca e ao respectivo representante do Ministério Público a relação dos alunos que apresentem quantidade de faltas acima de cinquenta por cento do percentual permitido em lei (Lei nº 10.287, de 2001). A partir dessa determinação, consequentemente, todos os professores devem participar da elaboração de tal proposta. A escola deve se preocupar com o que pensam professores, pais e funcionários sobre Educação. Nesse sentido alinha-se a cooperação de troca com uma equipe multidisciplinar especializada (fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos). Com base nas orientações práticas e objetivas da equipe especializada, o professor do ensino especial media e articula todas as mudanças do movimento inclusivo, permitindo que dificuldades sejam diluídas e superadas na cooperação vivida com os demais colegas. O professor deve selecionar atividades significativas, relacionadas às diferenças e inadaptações, ajustando objetivos, conteúdos, tipo de avaliação, estimulando a participação conjunta. O qUE DETERMINA A LDB (BRASIL, 1996): a escola deve ser estratégica e democrática Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 28 Aspectos a serem Alcançados com a Elaboração do PPP Observe este mapa conceitual, elaborado pelo “Instituto Orientando quem Orienta”, que oferece uma abordagem bem clara dos aspectos a serem alcançados com a elaboração do PPP. Segundo Gandin (1999) qualquer instituição seja ela qual for, para contribuir significativamente para aquilo que se propõe, precisa ter clareza e bom desempenho em duas dimensões: 1) na clareza e adequação das ideias que maneja; 2) nos instrumentos apropriados para transformar essas ideias em prática. 29 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão Escolas regulares devem se adaptar à nova clientela que estará integrada ao sistema educacional, em todos os níveis de ensino, cujo projeto, organização e prática pedagógica devem respeitar a diversidade humana contemplando as necessidades educacionais de todos. Os serviços educacionais especiais, embora diferenciados, não podem desenvolver-se isoladamente, mas devem fazer parte de uma estratégia global de educação e visar suas finalidades gerais. Este desenho foi feito por Sofia, aluna da Comunidade Paroquial Santo Antônio. Ele é uma pessoa como nós, uma deficiência não muda a pessoa que ele é. Ajudo em algumas coisas que ele não consegue tipo pegar as coisas que caem, se locomover em alguns lugares da escola e quando precisa se estou por perto eu ajudo. (Sofia, 9 anos, aluna da Comunidade paroquial Santo Antônio) Em uma convivência pacífica e agradável com a comunidade, há troca de informações e a escola possa se organizar e decidir a sua prática para intervir na realidade, contribuindo no processo de inclusão desse público recém- chegado à escola. Sales e Faria (2010) questionam no artigo “O Projeto Político Pedagógico e a Perspectiva da Educação Inclusiva na Escola Municipal Walfredo Campos Maia“, qual a contribuição do Projeto Político Pedagógico da escola dentro da concepção de educação inclusiva. Clique aqui e reflita junto com os autores. aprofundando> Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 30 Os Desafiosdo PPP Segundo Gandin (1999), o PPP deve atender aos quatro passos: A origem desta proposta está na Equipe Latino-Americana de Planejamento – ELAP, com apoio técnico da UNESCO, nos anos 1960, no Chile. Atualmente encontramos esses mesmos passos com a seguinte nomenclatura: Marco Referencial (Marco Situacional; Marco Doutrinal; Marco Operacional); Diagnóstico e Programação. A escola deve fornecer às crianças, referências intelectuais que lhes permitam compreender o mundo que as rodeia, comportando-se com responsabilidade e justiça. 31 Unidade 01 Histórico, Leis e Caracterização da Educação e Inclusão A Educação Inclusiva objetiva o estudo, fundamentado na concepção dos direitos humanos, tendo foco no desenvolvimento integral do educando, dentro e fora da escola. Sales e Faria (2010) argumentam que quando essa escola “reconhece que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las”, a Educação Inclusiva assume um espaço central no debate acerca da sociedade contemporânea e na superação da lógica da exclusão. A análise de diversas pesquisas brasileiras identifica tendências que evitam considerar a Educação Especial como um subsistema à parte e reforçam o seu caráter interativo na Educação Geral. Sua ação transversal permeia todos os níveis de ensino: Conheça alguns Projeto-Politico Pedagógico da Educação Especial, visitando os sites abaixo: Revista eletrônica Educação Especial e Inclusiva - CMPDI-UFF: http://especialeinclusiva.blogspot.com.br/2011/07/projeto-politico-pedagogico-ppp. html Colégio das Neves – Natal – RN - PPP: http://www.colegiodasneves.com.br/colegio/projeto-politico O papel da equipe multidisciplinar na inclusão de alunos com NEEs: http://pt.slideshare.net/rosemeirefernanda/o-papel-da-equipe-multidisciplinar-na- incluso-de-alunos-com-nees-44469115 Projeto Político Pedagógico: https://www.youtube.com/watch?v=cYL80sMsd3w MORETTO, Vasco. O Projeto Político-Pedagógico e a gestão democrática : https://www.youtube.com/watch?v=Yzy0qcmkOrg aprofundando> Educação Inclusiva Pedagogia Online | UNISUAM 32 http://especialeinclusiva.blogspot.com.br/2011/07/projeto-politico-pedagogico-ppp.html http://especialeinclusiva.blogspot.com.br/2011/07/projeto-politico-pedagogico-ppp.html http://www.colegiodasneves.com.br/colegio/projeto-politico http://pt.slideshare.net/rosemeirefernanda/o-papel-da-equipe-multidisciplinar-na-incluso-de-alunos-com-nees-44469115 http://pt.slideshare.net/rosemeirefernanda/o-papel-da-equipe-multidisciplinar-na-incluso-de-alunos-com-nees-44469115 https://www.youtube.com/watch?v=cYL80sMsd3w Conclusão Vimos nesse tópico que o Projeto Político Pedagógico de uma instituição/ escola deve abranger todos os integrantes dessa comunidade, como professores, pais e funcionários, assim como a Equipe Multidisciplinar, integrando a escola como um todo. Porém esse processo institucional deverá atender a diversidade existente no interior de cada uma delas. E a partir desse Planejamento “Todos” podem se beneficiar! Referências AMPID. Associação Nacional de Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos dos Idosos e Pessoas com Deficiência. Disponível em: <http://www.ampid.org.br>. Acesso em: 11 abr. 2017. ARANHA, M. S. F.. A Deficiência Através da História. In: Integração Social do Deficiente: análise conceitual e metodológica. Temas em Psicologia. Ribeirão Preto, Sociedade Brasileira de Psicologia, n. 2, 1995, p. 6370. CARMO, A. A. do. Deficiência Física: a sociedade brasileira cria, “recupera” e discrimina. Brasília: Secretaria dos Desportos/PR, 1991. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/ document/?code=vtls000036029>. Acesso em: 10 fev. 2017. CUNHA, M. A. T. A Utopia da Aventura em Cadeira de Rodas: um imaginário da dança como (re)descoberta das linguagens corporais. (Tese de Doutorado). 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