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Tema 04 – A Educação Física Adaptada e a Atuação do Professor junto aos Alunos com Deficiência Bloco 1 Dra. Aline Miranda Strapasson Práticas Inclusivas em Educação Física W BA0221_v1_0 1. Introdução: A Educação Física (EF), como proposta curricular, está inserida no contexto escolar e deve estar apta para atender os alunos com deficiência, promovendo todos os benefícios e objetivos propostos (RIBEIRO, 2001). Além da escola, o profissional de EF pode atuar com as pessoas com deficiência (PD) em: • Hospitais e clínicas de reabilitação; • Clubes e centros esportivos; e • Academias e espaços de lazer (CONFEF, 2010). Independente da(s) metodologia(s) utilizada(s) pelo professor, a intervenção deve favorecer, estimular e orientar o desenvolvimento do aluno. E para desenvolver as propostas planejadas, deve observar: • Quem é o aprendiz; • O que deve ser ensinado; e • Como ensinar (QUIDIM, 2012). Outra sugestão interessante é aplicar atividades e esportes adaptados com o intuito de os alunos sem deficiência vivenciarem as dificuldades e perceberem a capacidade e a superação (WINNICK, 2004; QUIDIM, 2012). A maioria dos alunos de EF tem pouca ou nenhuma experiência com as PD e ter a oportunidade de vivenciar atividades adaptadas proporciona noções e valores importantes, como o respeito ao outro (WINNICK, 2004). A EF Adaptada, terminologia utilizada para a disciplina que abarca informações sobre EF para PD. Caracteriza-se por adequar metodologicamente um conjunto de atividades ou tarefas que envolvem diferentes estímulos, adaptando as capacidades e limitações do aluno com deficiência (TEIXEIRA; RIBEIRO, 2006). 2. A Educação Física Adaptada para PD Sua proposta não difere dos objetivos da EF convencional, mas visa ampliar as possibilidades de aplicação por meio de metodologias que respeitem: • A diversidade do grupo; • As características e as necessidades do(s) aluno(s) com deficiência (TEIXEIRA; RIBEIRO, 2006). Na EF Adaptada, é preciso ficar claro que algumas atividades só se tornam acessíveis às pessoas com determinadas deficiências mediante adaptações (SHERRILL, 1998). Vamos citar 04 exemplos de adaptação, caso haja necessidade: 1. Modificação no equipamento. 2. Modificação nas regras. 3. Modificação no ambiente. 4. Modificação quanto à instrução – orientação verbal; demonstração; assistência física, assessorar o aluno, guiar; e Brailling (entender o movimento através do tato) (LIEBERMAN, 2002). Para que o aluno com deficiência possa ser incluído nas aulas de EF, sugere-se 03 estratégias: 1) A Integração Inversa, na qual os alunos sem deficiência vão conhecer a sala e escola especial e vivenciam as deficiências. 2) Colegas Tutores: onde os alunos sem deficiência serão ensinados a auxiliarem seus colegas com deficiência. 3) Ajudantes e Auxiliares de Ensino: os próprios alunos com deficiência irão ensinar seus colegas e seus professores a como lidarem com eles mesmos (CASTRO, 2005). A incorporação dessas sugestões pode levar a um aprendizado dinâmico entre aluno com deficiência, professor e aluno sem deficiência. Esse é um contexto educacional valioso, que diminui o mistério de aprender e ainda estimula todas as partes a reconhecer o valor da diversidade sendo o melhor caminho para a amizade e o companheirismo (CASTRO, 2005). Tema 04 – A Educação Física Adaptada e a Atuação do Professor junto aos Alunos com Deficiência Bloco 2 Dra. Aline Miranda Strapasson Práticas Inclusivas em Educação Física • Apresente poucas informações e sempre da maneira mais clara possível. • Inicie com atividades simples, aumentando o grau de dificuldade gradualmente. Além da instrução verbal, demonstre a atividade e, em algumas situações, o professor pode favorecer o aluno com instruções sinestésicas (toque, condução). 3. Dicas para ensinar pessoas com Deficiência Intelectual • Adapte ou facilite as regras ou atividades sempre que necessário. • Proporcione experiências motoras variadas e divertidas. • Aumente o número de tentativas das atividades. • Marcações no chão poderão facilitar o entendimento de limites nas atividades. • Proporcione atividades individuais e em grupo. • Estimule e incentive o seu aluno sempre, pois, apesar das dificuldades aparentes, ele poderá conseguir (ROSADAS; PEDRINELLI, 2002; DIEHL, 2006; GORGATTI; TEIXEIRA, 2006a). 4. Dicas para ensinar pessoas com Deficiência Física As pessoas com deficiência física possuem necessidades variadas devido à diversidade dos tipos. Algumas delas usam cadeira de rodas, outras próteses e muletas; podem ter dificuldade em equilibrar-se na posição sentada ou em pé, entre outros problemas, como falta ou redução de força, coordenação, etc. (DIEHL, 2006). Muitas pessoas com deficiência física, pela própria dificuldade de locomoção e acessibilidade, desmotivam-se facilmente com a prática da EF e esportes (GORGATTI; TEIXEIRA, 2006b). Por isso, observe se o local em que trabalha é acessível a todos. 5. Dicas para ensinar pessoas com Deficiência Auditiva A principal dica é saber a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Caso contrário, você vai ter que: • Falar sempre de frente para o aluno e falar devagar para permitir leitura labial; • Demonstrar as atividades; 5. Dicas para ensinar pessoas com Deficiência Auditiva • Substituir sinais sonoros, como apitos, por bandeiras ou sinais luminosos, e ter paciência (DIEHL, 2006), porque “quando não entendemos um surdo, a limitação é nossa” (BRASIL, 1998). 6. Dicas para ensinar pessoas com Deficiência Visual Em primeiro lugar, é importante familiarizar o aluno cego com seu ambiente de aula (espaço físico, percurso, inclinações do terreno e diferenças de piso) e remover quaisquer obstáculos que possam provocar acidentes (GORGATTI; TEIXEIRA; VANÍCOLA, 2008). O professor deve: • Antecipar verbalmente suas ações para não assustar o aluno cego. • Dirigir-se ao aluno chamando-o sempre pelo nome. • Se houver necessidade de tocá-lo para uma explicação, avisá-lo antes. • É aconselhável trabalhar em círculos, fileiras ou colunas e com alunos cegos e de baixa visão intercalados. • O educador deve expressar seus sentimentos através de palavras em vez de gestos ou sorriso (ALMEIDA, 2008). Para determinados jogos, é recomendável vendar todos os alunos; em outros, utilizar bolas com guizo, fitas ou cordas para delimitar o espaço e, principalmente, realizar as aulas em local silencioso. Em atividades de corrida, o professor deverá orientar o aluno através de palmas, apito ou qualquer outro sinal sonoro (DIEHL, 2006). A participação de PD na EF, desportos ou atividades de lazer é profundamente influenciada pelo conceito, pela construção que temos e fazemos sobre a deficiência e sobre a própria atividade motora. Se concebermos a deficiência como um infortúnio pessoal a ser lamentado, que ocorre às pessoas que sempre serão dependentes e incapazes de serem autônomas, essa representação conduzirá a uma proposta de trabalho completamente diferente daquela que se constrói se concebermos atividades para pessoas que estão a caminho de uma maior autonomia e independência e capazes de gerir a sua própria vida (RODRIGUES, 2006).
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